COPA de 1974

                         O ano de 1974 foi o início de nova era no futebol. Em Frankfurt, um não europeu eleito para comandar a FIFA, a presença das lideranças da radiodifusão mundial unidas para discutir direitos de transmissão dos jogos e a primeira disputa do novo troféu “Copa Mundial FIFA”, foram marcos de importantes mudanças no esporte. Para este mundial, foram programados 38 jogos, em 25 dias, em nova fórmula de disputa: três turnos valendo pontos ganhos, sem eliminação em confronto direto. Dos 16 países, em quatro grupos, se classificavam os dois primeiros de cada grupo. Estes oito formavam dois grupos de quatro. Os vencedores passavam à final e os perdedores disputavam o terceiro lugar.

                        A Copa do Mundo de 1974, foi realizada no período de 13 de junho a 7 de julho na Alemanha. Noventa e cinco países participaram das eliminatórias, mas somente dezesseis foram ao mundial. A grande sensação deste mundial foi a seleção holandesa, que tinha na época, o extraordinário jogador Cruyff, que comandava o famoso carrossel holandês que encantou o mundo.

                        Esta Copa revelou a “Laranja Mecânica’. A equipe da Holanda recebeu o apelido pela cor do uniforme e pela aparente anarquia dos jogadores em campo que lembrava as gangues do filme de Kubrick. Mais uma vez a melhor seleção não venceu. Assim como em 54, os alemães ocidentais chegaram a final jogando por resultados para evitar adversários mais fortes. As vitórias convincentes da equipe de Cruyff não foram suficientes para suportar a torcida e a eficiência da Alemanha de Beckenbauer.

                        E finalmente chegava o dia da abertura do mundial. No dia 13 de junho, o Waldstadion lotou, sob proteção de sofisticado esquema de segurança. Na tribuna de honra, governantes de países participantes e poderosas personalidades, como Henry Kissinger, Secretário de Estado dos Estados Unidos. Cães farejadores se espalhavam por todas as áreas do estádio. Não fora isso, o forte, silencioso e eficiente dispositivo de segurança só seria percebido pelos que sabiam o significado dos sorridentes e simpáticos rapazes e moças, com blusas verdes, postados de pé, nos corredores e acessos às tribunas. Mini câmaras de televisão, comandadas à distância, faziam varredura permanente de todos os setores, enviando imagens para a central de monitoração no subsolo.

                        Os alemães não queriam ver repetidas as trágicas cenas de dois anos antes, dos Jogos Olímpicos de Munique. O brasileiro João Havelange, empossado presidente da FIFA dois dias antes, também estava na tribuna de honra, entre o presidente da Alemanha e outras grandes personalidades, creditando-lhe publicamente o mérito da sua realização.

                        Precedendo o jogo inaugural, um espetáculo artístico. No campo de jogo, estavam dezesseis metades de uma grande bola de futebol, que se abriam com o anúncio, em ordem alfabética, do nome de cada participante. Surgia então, um grupo artístico representativo da música e da dança do país mencionado. Escola de samba brasileira, milongueiros argentinos, guerreiros africanos, cavaleiros italianos e suas imensas bandeiras eram aplaudidos até que a última bola provocou surpresa e dúvidas ao público. Ao abrir-se a “meia bola” do Uruguai ouviram-se os acordes de bandoleons e violinos interpretando “La Cumparsita” e casais dançando o tango.

                        Pelé, com a taça “Copa Jules Rimet”, definitivamente ganha pelo Brasil e o alemão Uwe Seller, com a taça “Copa Mundial FIFA”, cuja disputa começava, sob demorados aplausos, encerraram a apresentação festiva. A partir de 1974, o campeão anterior passou a abrir a Copa do Mundo. O Brasil fez o jogo inaugural contra a Iugoslávia e assim teve início a décima Copa do Mundo, uma Copa em que a FIFA confirmou o uso dos cartões amarelo e vermelho, para dinamizar o esporte e as transmissões dos jogos. Além da inclusão do saldo de gols como critério de desempate e punição por doping.

JOGOS DA PRIMEIRA FASE  (OITAVAS-DE-FINAL)

GRUPO 1

14-06-1974

Alemanha Ocid. 1 x 0 Chile
14-06-1974 Alemanha Orient. 2 x 0

Austrália

18-06-1974

Alemanha Ocid. 3 x 0 Austrália
18-06-1974 Alemanha Orient. 1 x 1

Chile

22-06-1974

Alemanha Orient. 1 x 0 Alemanha Ocid.
22-06-1974 Chile 0 x 0

Austrália

                      Abrindo a primeira rodada do grupo 1, Alemanha Ocidental venceu o Chile por 1 a 0 perante um público de 79.600 pagantes, no Estádio Olímpico de Berlim, com um gol de Breitner. O atacante chileno Caszley foi expulso e o Chile jogou com 10 homens quase todo o segundo tempo. No outro jogo do grupo, a Alemanha Oriental derrotou a também estreante Austrália por 2 a 0, gols de Curran e Streich. Este jogo foi disputado na cidade de Hamburgo. Abrindo a segunda rodada deste grupo e sempre jogando em horário isolado, a Alemanha Ocidental ganhou dos australianos por 3 a 0, diante de 54.000 pessoas em Hamburgo.

                       A outra Alemanha, a Oriental acabou empatando com o Chile em 1 a 1, na cidade de Berlim, gols de Hoffman para os alemães e Ahumada para o Chile, para 27.000 pagantes. Chile e Austrália fizeram um jogo apenas para cumprir tabela, uma vez que já estavam desclassificadas, sendo assim, fizeram um jogo sem emoção e o resultado não poderia ser senão um 0 a 0. Ainda naquele dia as duas Alemanha iriam se enfrentar para decidir o primeiro do grupo.

                      E fechando os jogos deste grupo nas oitavas de final, as duas Alemanha se enfrentaram no dia 22 de junho na cidade de Hamburgo. Ambas já estavam classificadas e jogaram com o estádio completamente lotado, pois brigavam pelo primeiro lugar no grupo. Já se sabia que Chile duas horas antes, em Berlim, empatou com a Austrália em 0 a 0. Um detalhe importante neste jogo que iria decidir o primeiro do grupo, é que ele iria para o grupo, onde estariam, Brasil, Holanda e Itália ou Argentina. Sparwasen fez o gol da Alemanha Oriental, que venceu por 1 a 0.

GRUPO 2

13-06-1974

Brasil 0 x 0 Iugoslávia
14-06-1974 Escócia 2 x 0

Zaire

18-06-1974

Brasil 0 x 0 Escócia
18-06-1974 Iugoslávia 9 x 0

Zaire

22-06-1974

Iugoslávia 1 x 1 Escócia
22-06-1974 Brasil 3 x 0

Zaire

                           Brasil e Iugoslávia fizeram a abertura da Copa do Mundo de 1974 na cidade de Frankfurt. Pontualmente às 17:00 horas, Leivinha deu a saída para Rivelino. O segundo toque na bola foi para trás em direção à Piazza. Era a antecipação do que seria o jogo, frustrando os 62.000 espectadores presente ao estádio, sendo que 59.000 eram torcedores e os outros 3.000 eram convidados, jornalistas e radialistas. Ao final dos 90 minutos, 0 a 0 foi o resultado desejado pelas duas equipes. Deste dia o que teve de bom foi a parte musical das festividades de abertura, pois futebol não houve. O árbitro desta partida foi o suíço Rudolph Scheurer e o Brasil neste dia jogou com: Leão, Nelinho, Luis Pereira, Marinho Perez e Marinho Chagas; Piazza, Rivelino e Paulo César Cajú: Valdomiro, Jairzinho e Leivinha. Este foi o terceiro mundial que o jogo de abertura terminou em 0 a 0.

                          No dia seguinte da abertura do mundial, na cidade de Dortmund com metade do estádio vazio, a Escócia venceu o Zaire por 2 a 0, gols de Jordan e Lorimer. Com este resultado a Escócia liderava o grupo 2 até aquele momento. O Brasil descansou 5 dias na concentração de Hofheim e voltou a campo para enfrentar a Escócia. A vitória praticamente classificaria os brasileiros. Zagallo e sua comissão técnica, formada por Claudio Coutinho, Carlos Alberto Parreira e Raul Carlesso, não pensavam assim e o resultado foi novamente um empate sem gols. O árbitro desta partida foi o holandês Van Gemert e o Brasil jogou neste dia com; Leão, Nelinho, Luis Pereira, Marinho Perez e Marinho Chagas; Piazza, Rivelino e Paulo César Cajú; Jairzinho, Mirandinha e Leivinha (Paulo César Carpeggiani).

                           Fechando os jogos da segunda rodada deste grupo, a Iugoslávia abriria enorme vantagem, ao arrasar o Zaire por 9 a 0. Esta seria a maior goleada de todo o mundial. Na última rodada deste grupo das oitavas de final, na cidade de Frankfurt, Karasi fez 1 a 0 para os iugoslavos, mas pouco depois Jordan empatou a partida para os escoceses, fechando assim o placar em 1 a 1. Esse resultado foi bom para a Iugoslávia, que estaria classificada para a fase seguinte da competição.

                          No mesmo instante do jogo entre Iugoslávia e Escócia, jogavam em Gelsenkirschen, Brasil e Zaire e com o empate do outro jogo, o Brasil precisava vencer por uma diferença de três gols. Incrivelmente abalado com a resistência dos africanos, o Brasil parecia implorar por mais um gol quando vencia por 2 a 0, para se livrar da desclassificação. Faltavam 10 minutos de jogo, quando o ponta direita Valdomiro, que entrara para substituir Leivinha, fez, finalmente, o terceiro gol brasileiro, o gol salvador. Com o saldo de gols, ou seja, um a mais que a Escócia e seis a menos que a Iugoslávia, o Brasil ficou em segundo no grupo. O árbitro desta partida foi o romeno Nicolae Rainea e neste dia o Brasil jogou com; Leão, Nelinho, Luís Pereira, Marinho Perez e Marinho Chagas; Piazza (Mirandinha), Rivelino e Paulo César Carpeggiani; Jairzinho, Leivinha (Valdomiro) e Edu.

GRUPO 3

15-06-1974

Holanda 2 x 0 Uruguai
15-06-1974 Suécia 0 x 0

Bulgária

19-06-1974

Holanda 0 x 0 Suécia
19-06-1974 Bulgária 1 x 1

Uruguai

23-06-1974

Holanda 4 x 1 Bulgária
23-06-1974 Suécia 3 x 0

Uruguai

                         O famoso “carrossel holandês”, que, na fase eliminatória, marcara 24 gols e sofrera apenas um, em cinco jogos, quase lotou o estádio de Hannover, no dia 15 de junho, derrotando o Uruguai por 2 a 0, com dois gols de Rep. O jogador uruguaio Montero Castilio foi expulso por jogo violento. Este foi sem dúvida alguma um jogo que encantou o mundo, pois nunca tínhamos visto uma equipe jogar da forma que a Holanda jogou. Onde tinha um jogador do Uruguai, haviam no mínimo quatro holandeses o cercando, daí surgiu o apelido de carrossel holandês, pois eles giravam em campo numa velocidade impressionante, deixando os adversários malucos e este sem dúvida alguma, foi o motivo do jogador uruguaio ser expulso de campo. Foi uma seleção que encantou o mundo com sua “Laranja Mecânica”. O goleiro jogava de camisa amarela e com o número 8 às costas e Cruyff com sua tradicional camisa nº 14 devido a sua superstição.

                       No outro jogo deste grupo, também fazendo suas estreias, jogaram em Dusseldorf, Suécia e Bulgária e o placar permaneceu da mesma forma que iniciou a partida, ou seja, 0 a 0. Foi um jogo feio e de baixa qualidade técnica.  Jogando em Dortmund, os holandeses praticaram um futebol vistoso, mas inofensivo frente a firmeza da defensiva sueca. Nem ao menos houve a alegria de um gol e o placar ficou no 0 a 0.

                        Fechando a segunda rodada do grupo 3, Uruguai e Bulgária faziam o outro jogo do grupo. A decepção foi dupla, pois ambos os jogos terminaram empatados. Bonev com 30 minutos de jogo do segundo tempo, abriu o placar para os búlgaros, mas faltando três minutos para terminar a partida, Pavoni empatou para os uruguaios e assim, o jogo terminou em 1 a 1.

                        Na última rodada das oitavas de final, jogaram Holanda e Bulgária em Dortmund, com o estádio lotado por 52.000 pagantes para ver a Holanda se reencontrar com o futebol e derrotar a Bulgária por 4 a 1, com dois gols de Neeskens, ambos de pênalti, Rep e Jong, enquanto que Krol contra fez o único gol búlgaro. O árbitro desta partida foi o australiano Boskovic, que desempenhou papel importante reprimindo a violência búlgara, que assim como havia acontecido com os jogadores uruguaios na primeira rodada, também ficaram malucos diante do carrossel holandês.

                         No outro jogo deste grupo, jogaram Suécia e Uruguai em Dusseldorf. Com dois gols de Edstrom e Sanderberg, os suecos venceram os uruguaios por 3 a 0. Com estes resultados, a Holanda se classificou em primeiro do grupo, enquanto que a Suécia ficou em segundo.

GRUPO 4

14-06-1974

Itália 3 x 1 Haiti
14-06-1974 Polônia 3 x 2

Argentina

19-06-1974

Polônia 7 x 0 Haiti
19-06-1974 Itália 1 x 1

Argentina

23-06-1974

Polônia 2 x 1 Itália
23-06-1974 Argentina 4 x 1

Haiti

                            O desconhecido Haiti foi o responsável pela primeira emoção na Copa. Sanon, no início dos segundo tempo, em Munique, fez 1 a 0 na Itália, que só então despertou seis minutos depois ao empatar a partida através de Rivera. Depois a Itália tomou conta do jogo e Benetti fez o segundo e Anastazi marcou o terceiro, fechando o placar em 3 a 1 para a Itália. No outro jogo de abertura deste grupo, a Polônia aos oito minutos em Stuttgart, já vencia a Argentina por 2 a 0. Um gol de Herédia, aos 15 minutos do segundo tempo, diminuiu o placar, mas por dois minutos apenas, quando Lato fez o terceiro gol polonês.

                           A Argentina marcou mais um através de Babington, que não foi suficiente, pois o jogo terminou 3 a 2 para a Polônia. Em Munique, diante de 20.000 espectadores, o Haiti resistiu até os 17 minutos, quando Lato abriu o placar para a Polônia e depois ao longo da partida, fizeram mais seis gols, fechando assim a goleada de 7 a 0. Jogando em Stuttgart, argentinos e italianos, com todos os ingressos vendidos e 70.100 espectadores, decepcionaram empatando em 1 a 1, gols de Houseman, para a Argentina e Perfumo contra para a Itália.

                        Fechando os jogos do grupo nas oitavas de final, com duas vitórias e largo saldo de gols, a Polônia já estava classificada em primeiro lugar ao jogar com a Itália em Stuttgart, com o estádio completamente lotado. Os italianos, com as atenções voltadas para o jogo Argentina e Haiti, mantinham a esperança de vitória e de uma derrota da Argentina, para continuarem na competição. Mas perderam para a Polônia por 2 a 1, gols de Szarmach e Deyna para os poloneses e Fábio Capello para a Itália. Ainda no dia 23 de junho, Argentina não teve nenhuma dificuldade em passar pelo Haiti, que não ofereceu nenhuma resistência, e assim, os argentinos se classificaram em segundo no seu grupo ao vencer por 4 a 1.

QUARTAS-DE-FINAL

GRUPO  “A”

26-06-1974

Brasil 1 x 0 Alemanha Oriental
26-06-1974 Holanda 4 x 0

Argentina

30-06-1974

Brasil 2 x 1 Argentina
30-06-1974 Holanda 2 x 0

Alemanha Oriental

03-07-1974

Brasil 0 x 2 Holanda
03-07-1974 Argentina 1 x 1

Alemanha Oriental

                        No dia 26 de junho, em Hannover, com 60.000 pessoas presentes, um gol de Rivelino cobrando falta aos 15 minutos do segundo tempo, deu a vitória ao Brasil contra a Alemanha Oriental. O árbitro desta partida foi Clive Thomas, do País de Gales e o Brasil jogou neste dia com a seguinte formação; Leão, Zé Maria, Luis Pereira, Marinho Perez e Marinho Chagas; Paulo César Carpeggiani, Rivelino e Paulo César Cajú; Valdomiro, Jairzinho e Dirceu. Na mesma hora do jogo do Brasil, a Holanda enfrentava a Argentina em Gelsenkirchen, com  55.348 espectadores. Com um ritmo de exibição, a Holanda derrotou a Argentina por 4 a 0, com dois gols de Cruyff, um de Krol e o quarto foi de Rep.

                       Na segunda rodada, o Brasil derrotou a Argentina em Hannover por 2 a 1, gols de Rivelino e Jairzinho, enquanto que Brindisi marcou para os argentinos. Com um público de 38.000 pagantes no estádio semi-vazio, o árbitro Vital Loraux da Bélgica dirigiu a partida, que tinha os seguintes jogadores brasileiros em campo neste dia: Leão, Zé Maria, Luis Pereira, Marinho Perez e Marinho Chagas; Paulo César Carpeggiani, Rivelino e Paulo César Cajú; Valdomiro, Jairzinho e Dirceu. Em Gelsenkirchen, a Holanda não teve dificuldade para fazer 2 a 0 na vitória contra a Alemanha Oriental, com todos os ingressos vendidos. Neeskens e Resenbrink, um em cada tempo, fizeram os gols.

                       Dia 3 de julho em Dortmund, com a lotação do estádio esgotada, Brasil e Holanda disputaram um jogo emocionante. O empate não servia aos brasileiros, porque a Holanda tinha saldo de gols muito melhor. Os holandeses com ataque muito rápido e envolvente, deram o tom do jogo, envolvendo os brasileiros sem conseguir o gol até o fim do primeiro tempo. Reiniciado o jogo, Neeskens, aos cinco minutos fez 1 a 0.

                        Os brasileiros sentiram o gol e, inferiorizados, perderam o controle emocional, cometendo faltas desnecessárias e violentas. O zagueiro Luis Pereira atingiu o holandês Neeskens deslealmente foi expulso. Cruyff pouco depois fez o segundo gol, e assim, os brasileiros estavam claramente vencidos. O árbitro da partida foi o alemão Kurt Tschenscher, e o Brasil jogou com: Leão, Zé Maria, Luis Pereira, Marinho Perez e Marinho Chagas; Paulo César Carpeggiani, Rivelino e Paulo César Cajú (Mirandinha); Valdomiro, Jairzinho e Dirceu. Somente para cumprir tabela, Argentina e Alemanha Oriental jogaram e empataram em 1 a 1 em Gelsenkirch, com um público de 53.054 pagantes. O gol argentino foi anotado por Houseman, enquanto que para a Alemanha, Streich marcou o gol de empate.

GRUPO  “B”

26-06-1974

Polônia 1 x 0 Suécia
26-06-1974 Alemanha Ocidental 2 x 0

Iugoslávia

30-06-1974

Polônia 2 x 1 Iugoslávia
30-06-1974 Alemanha Ocidental 4 x 2

Suécia

03-07-1974

Suécia 2 x 1 Iugoslávia
03-07-1974 Alemanha Ocidental 1 x 0

Polôna

                          Em Stuttgart, a Polônia derrotou a Suécia por 1 a 0, com gol de Lato. O público deste jogo foi de 43.755 pagantes. Foi um jogo muito truncado e poucas chances de gol, pois as duas equipes jogaram na defensiva. Alemanha Ocidental, em Dusseldorf, venceu a Iugoslávia por 2 a 0, gols de Breitner e Muller, diante de um público de 67.800 espectadores. Polônia e Iugoslávia abriram a segunda rodada do grupo B, em Frankfurt. A  Polônia abriu o placar através de Deyna cobrando pênalti, mas Karasi logo empatou a partida aos 19 minutos, mas Lato fez o gol da vitória polonesa, fechando assim o placar de 2 a 1 para a Polônia, que estava classificada para a semi-final.

                         A Alemanha Ocidental, em Dusseldorf, impôs à Suécia a sua segunda derrota. Edstrom marcara para os suecos aos 24 minutos de jogo. Somente aos 6 minutos do segundo tempo, que Overath igualou o placar. Bonhof ampliou para 2 a 1 para os alemães, mas o sueco Sandberg empatou novamente. Mas faltando dois minutos para terminar a partida, a Alemanha ainda fez dois gols através de Grabwoski e Heness cobrando pênalti, consolidando assim a vitória alemã por 4 a 2. Com estes resultados Alemanha e Polônia continuavam na competição. Somente para cumprir tabela, Suécia e Iugoslávia se enfrentaram em Dusseldorf. Com gols de Edstrom e Thorstensson para a Suécia e Surjak para a Iugoslávia, os suecos venceram por 2 a 1.

                         Choveu muito dia 3 de julho em Frankfurt e o jogo Alemanha Ocidental e Polônia foi iniciado com mais de uma hora de atraso. Terminou com a vitória alemã por 1 a 0, gol de Muller, que a TV não transmitiu. O jogo estava empatado em 0 a 0, quando a 14 minutos do seu final, toda a rede de televisão automaticamente comandada pelos computadores, cortou Frankfurt, e de acordo com o programado, afetou o sistema com as imagens dos jogos das 19 horas em Dortmund e outras cidades onde também chovia muito. O empate sem gols classificava a Alemanha para mais uma disputa do título, mas foi um choque para milhões de tele-espectadores no mundo esperarem horas vendo tomadas fixas do campo alagado e ficarem sem saber o fim do jogo. Com esta vitória, a Alemanha estava na final da 10ª Copa do Mundo, enquanto que a Polônia iria disputar o terceiro lugar.

DECISÃO DO 3º LUGAR

06-07-1974

Brasil 0 x 1

Polônia

                       O Estádio Olímpico de Munique recebeu grande público para o chamado jogo da consolação pelo terceiro lugar. Lato aos 30 minutos do segundo tempo, fez o gol que garantiu a vitória da Polônia sobre o Brasil por 1 a 0. O árbitro da partida foi o italiano Aurélio Angonese e o Brasil neste dia jogou com; Leão, Zé Maria, Alfredo, Marinho Perez e Marinho Chagas; Paulo César Carpeggiani, Ademir da Guia (Mirandinha) e Rivelino; Valdomiro, Jairzinho e Dirceu.

 FINAL

07-07-1974

Alemanha Ocidental 2 x 1

Holanda

                         Neste dia, os dois maiores jogadores da Copa, o alemão Beckenbauer e o holandês Cruyff ladeavam o árbitro inglês Jack Taylor e seus auxiliares Ramon Barreto (Uruguai) e Gonzales Archundia (México) ao entrarem no gramado do Estádio Olímpico de Munique, que recebeu neste dia um público de 76.200 espectadores, que não chegaram a lotar as tribunas.

                        A seleção da Holanda tinha como técnico Rinus Michels. Sua equipe devolvia o futebol de seus grandes dias do passado, quando o gol era, acima de tudo, a própria razão de ser do jogo. Mas não residia apenas nisso seu encanto. Jogando com muita aplicação tática, fazia a bola rolar de pé em pé, em jogadas ensaiadas com admirável talento coletivo. Logo na sua estreia contra os uruguaios, a imprensa mundial viu uma seleção praticando um futebol bonito, harmonioso e eficiente. No ponto de vista coletivo, a seleção holandesa era quase perfeita. É como se fosse uma orquestra que tinha como regente o elegante Cruyff, que jogando pela seleção holandesa realizou 82 partidas, sendo 48 oficiais, nas quais marcou 33 gols.

                        Na Copa de 1974, Cruyff se tornava o novo rei do futebol. Era o símbolo vivo daquela seleção que os estrangeiros batizaram de “Carrossel Holandês”. O futebol da Holanda era algo novo, diferente, irresistível. O grande público assistiu a uma empolgante partida de futebol. Do ponto de vista técnico, talvez, a mais equilibrada de todas as Copas já disputadas. Logo no primeiro minuto de jogo, uma arrancada maravilhosa de Cruyff que terminou sendo derrubado dentro da área alemã. O juiz inglês Jack Taylor não hesitou e marcou o pênalti contra os donos da casa. Neeskens abriu a contagem para os holandeses. Com a vantagem inesperada, a Holanda iniciou uma série de jogadas com puro exibicionismo.

                       Ainda no primeiro tempo, a Alemanha empatou também através de uma penalidade máxima. Um lançamento para o explosivo Breitner que terminou sendo derrubado na área por Jansen. O mesmo Breitner cobrou e empatou. Aos 43 minutos, uma falha da defesa holandesa deixou Gerd Muller livre para marcar o gol do título. Os alemães comemoraram com muita alegria. Era um instante de liberdade que valia muito mais que as longas semanas de concentração. No final do mundial ficou mais uma lição, muitas vezes repetidas e nunca aprendida. Uma final de Copa do Mundo não tem favoritos. Nem mesmo para uma seleção cujo futebol encantou o mundo e era tocado por música, como os comandados do maior craque da competição, Johan Cruyff.

PARTICIPAÇÃO DO BRASIL

                         Nesta Copa, o Brasil teve uma participação muito fraca, depois da brilhante campanha de 70, os craques brasileiros foram eliminados, num jogo contra a poderosa seleção holandesa, que nos venceu pelo placar de 2×0, com isto fomos disputar o terceiro lugar contra a Polônia e mais uma vez perdemos, agora por 1 a 0, gol do ponta direita Lato. Neste jogo contra a Polônia, nova derrota e mais briga, dessa vez entre dois colegas de equipe, o goleiro Leão e o lateral-esquerdo Marinho Chagas. Em sete jogos, nosso ataque marcou apenas seis gols, menos do que os sete que apenas um jogador, Jairzinho, anotara no México. Sofreu 4 gols em toda a competição. O Brasil terminaria a Copa de 74 em 4º lugar, tendo como seu principal artilheiro, o jogador Rivelino com 3 gols.

                          Pelé desistiu de envergar as cores da Seleção, Ademir da Guia foi sub-utilizado e o time parecia padecer de descontrole emocional. Na primeira fase, após dois empates em zero a zero, a classificação veio apenas aos 34 minutos do segundo tempo, graças a um frango engolido pelo goleiro Kazadi, do Zaire, após chute de Valdomiro. Depois passamos pela Alemanha Oriental e Argentina, mas paramos diante do carrossel holandês. A seleção brasileira chegou ao Mundial de 1974 como favorita ao título, pois era atual campeã do mundo e já havia conquistado três vezes a competição nas últimas quatro edições. 

SELEÇÃO DA ALEMANHA – CAMPEÃ DA COPA DE 1974
SELEÇÃO BRASILEIRA DA COPA DE 1974       –      Em pé: Zé Maria, Leão, Marinho Peres, Alfredo, Carpegiani e Marinho Chagas         –       Agachados: Valdomiro, Ademir da Guia, Jairzinho, Rivelino e Dirceu

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