CORINTHIANS 3×3 SANTOS – Dia 3 de Novembro de 1957

                  Os quatro clubes grandes do estado de São Paulo já haviam conquistado a Taça dos Invictos uma vez cada e dessa vez quem igualasse a série do Corinthians de 25 partidas sem perder ficaria com o troféu em definitivo.

                  A Taça foi instituída em 1939 e entregue ao próprio Corinthians, quando ficou 14 jogos sem perder e para completar, naquele ano o time de Parque São Jorge sagrou-se campeão paulista. No entanto, o Palestra Itália reivindicou a posse da Taça, alegando que entre os Campeonato Paulista de 1933 e 1934 ele havia ficado 22 jogos sem perder. Depois de avaliado, realmente a Taça foi para o Parque Antarctica, que a partir daí, tornou-se uma verdadeira obsessão para a equipe corintiana.

                 Anos depois a Taça mudou de mãos, foi para o São Paulo que entre os Campeonatos Paulista de 1945 e 1946, ficou 23 jogos sem perder. Somente dez anos depois ela mudou de mãos novamente, desta vez foi para a Vila Belmiro, onde o Peixe ficou 24 jogos invictos.

                Por três vezes o Corinthians chegou perto de conquistar a Taça, em 1941, 1951 e 1952. Mas finalmente chegou o grande dia da Fiel Torcida Corintiana fazer a festa e desfilar com a Taça pelo centro da capital paulista.

                A grande arrancada começou dia 26 de julho de 1956, quando o Corinthians derrotou o Jabaquara por 3×1 no Pacaembu, numa noite de quinta feira, com gols de Carbone, Zezé e Baltazar. Depois vieram alguns resultados que o torcedor corintiano estava vendo escapar a Taça das mãos, como por exemplo; um empate de 4×4 com o Palmeiras no dia 7 de outubro de 1956. Outro empate de 3×3 contra o Juventus no dia 7 de novembro. Outro empate de 2×2 contra a Portuguesa no dia 21 de novembro. Até que chegou o grande dia, aquele em que o alvinegro de Parque São Jorge completaria 25 jogos sem perder. Era o dia 2 de dezembro de 1956, quando iria enfrentar o São Paulo num domingo a noite no Pacaembu.

               Para este jogo o técnico Osvaldo Brandão escalou a seguinte equipe; Gilmar, Olavo e Julião; Idário, Goiano e Roberto Belangero; Cláudio, Luizinho, Paulo, Rafael e Zezé. Como para o corintiano toda conquista é de muita luta e dificuldades, quando o placar ainda estava 0x0, o goleiro Gilmar defendeu um pênalti cobrado por Turcão. Minutos depois o Tricolor abriu o placar, mas Cláudio empatou ainda na primeira etapa. Veio o segundo tempo e Maurinho desempatou para o São Paulo, mas Cláudio cobrando pênalti empata e assim termina o jogo. O torcedor corintiano vai a loucura, pois acabara de conquista a tão sonhada Taça dos Invictos.

             Depois vieram alguns tropeços e assim dessa maneira, o Corinthians teria que começar outra batalha para manter a Taça em seu poder. No ano de 1957 o Corinthians fez um ótima campanha, tanto no Campeonato Paulista, quanto na disputa pela posse definitiva da Taça dos Invictos que era oferecida pelo jornal A Gazeta Esportiva e na época era uma verdadeira obsessão aos times do estado de São Paulo.

             E tudo começou no dia 16 de junho de 1957, quando empatou com o Taubaté em 2×2. Durante a trajetória o alvinegro obteve vários resultados interessantes com várias goleadas, até que chegou o dia em que iria completar os 25 jogos sem perder. Era o dia 3 de novembro de 1957 e o adversário era o perigoso Santos, que já tinha Pelé em seu ataque.

             O Corinthians estava desfalcado de quase meio time, entre eles estavam; Homero, Idário, Cássio, Alfredo, Benedito e Zague. Sendo assim, Brandão teve que improvisar colocando na lateral direita um jogador que era centroavante, Paulo, o décimo maior artilheiro da história do Corinthians com 146 gols. Do outro lado o Santos iria jogar com o time completo, inclusive Pelé.   

             Para esta partida o técnico corintiano Osvaldo Brandão mandou a campo os seguintes jogadores; Gilmar, Olavo e Oreco; Paulo, Walmir e Goiano; Cláudio, Luizinho, Índio, Rafael e Boquita. Do outro lado o técnico Luiz Alonso Peres, o popular Lula, escalou a seguinte equipe; Laércio, Fioti e Getúlio; Dalmo, Ramiro e Zito; Dorval, Álvaro, Pagão, Pelé e Tite. O árbitro da partida foi Juan Brozzi, da Argentina.

            Eram 15 horas em ponto, quando o árbitro apita o início da partida. De um lado um time todo de branco e do outro um de camisa preta com listras verticais brancas e calção preto. O Corinthians começou a partida fazendo 1×0, gol de Boquita aos 15 minutos. Mas o time do Santos empata aos 16 e aos 19 minutos marca o segundo gol, virando a partida. Os dois gols do Santos anotados por Pelé. Goiano ainda marca o segundo gol do Corinthians, aos 35 minutos no primeiro tempo, deixando tudo igual novamente.

           Jogo difícil, o Corinthians querendo ficar com a Taça dos Invictos em definitivo e a equipe do Santos tentando a todo custo não deixar que a taça fosse ao Parque São Jorge. Começa o segundo tempo e logo aos 5 minutos, Pelé marca seu terceiro gol, fazendo assim com que a equipe santista ficasse novamente na frente do placar, que se arrastou até aos 44 minutos quando num bate rebate dentro da pequena área, um zagueiro santista tira uma bola em cima da linha, mas ela volta para Índio, que recua para Paulo que chuta rasteiro e fraco mas o suficiente para a bola entrar de mansinho no gol de entrada do velho Pacaembu. O goleiro Laércio nada pode fazer, somente lamentar o gol de empate. O Santos chega a dar a saída, mas não há tempo para mais nada, o árbitro apita fim de jogo, Corinthians 3×3 Santos.

           Paulo, aquele que era centroavante, mas nessa partida jogava pelo lado direito do meio de campo, marcou o terceiro gol do Corinthians, empatando a partida e fazendo estremecer o Pacaembu com a conquista da tão cobiçada Taça dos Invictos. Pelé sai de campo chorando. A garoa fina se transforma em chuva pesada, mas os torcedores corintianos não estavam nem aí com a chuva, o que eles queriam na verdade era comemorar, pois estavam novamente em posse da tão cobiçada Taça dos Invictos.

           O Corinthians ainda ficou mais 10 jogos sem perder nesse campeonato, aumentando de 25 pra 35 o número de partidas invictas e ficando definitivamente com a tão cobiçada Taça dos Invictos.

ESSE FOI O TIME DO CORINTHIANS NO DIA 3 DE NOVEMBRO DE 1957    –    Em pé: Goiano, Oreco, Paulo, Olavo, Walmir e Gilmar      –     Agachados: Cláudio, Luizinho, Índio, Rafael e Boquita
SANTOS DE 1957 – Em pé: Dorval, Pelé, Jair Rosa Pinto, Pepe e Álvaro     –    Agachados: Ivan, Laércio, Helvio, Sormani, Urubatão e Fioti

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