COPA de 1982

                        O Rei Juan Carlos, em 12 de setembro de 1978, assinou o decreto real criando o Comitê Organizador do 12º Campeonato Mundial de Futebol. Os espanhóis vinham trabalhando para a Copa desde 1964, em Tóquio, quando a FIFA designou a Espanha para ser sede em 1982. Durante 14 anos seus observadores acompanharam de perto quatro Copas e os grupos de trabalho espanhóis, atuando inclusive junto à Eurovisão, que colaborou diretamente com os organizadores no México, Alemanha e Argentina. João Havelange reeleito no Congresso da FIFA em Buenos Aires, em 1978, viu aprovada, com o apoio espanhol, a sua proposta de realizar o turno final da Copa do Mundo com 24 países, para poder contemplar a Ásia e a África, como prometera em seu plano de expansão do futebol.

                        Em maio de 1979, Raimundo Saporta, presidente do Real Comitê da Espanha apresento à FIFA, reunida em Zurique, o regulamento da Copa de 1982, que foi aprovado por unanimidade. O turno final começaria a 13 de junho, com 52 jogos disputados por 24 países, em 28 dias, e seria encerrado em Madrid a 11 de junho. Um ano antes, os espanhóis, já antecipavam: “Será a maior festa do futebol em todos os tempos”. Raimundo Saporta, um francês de 53 anos, presidente do Comitê Organizador do Mundial, não achava nenhum exagero. Um grupo formado pelas maiores agências de turismo e redes hoteleiras espanholas venderam, com exclusividade, pacotes da Copa do Mundo, e fazia previsões grandiosas para cerca de 300.000 estrangeiros que estariam presentes ao país por causa do futebol.

                       O Governo espanhol via no mundial um milagroso meio de diminuir o desemprego, salvar inúmeras empresas da falência, modernizar os hotéis, asfaltar centenas de quilômetros de estradas, construir escolas por toda a Espanha. O Mundial de 1982, seria também, um grande evento cultural. Nunca se tocou tanta música em terras espanholas. Mostras especiais nos incontáveis museus. Atrações que se multiplicaram nos teatros, nas arenas e nas casas noturnas. Naturalmente, também haveria muito futebol. Numa pesquisa em 17 países apontavam o Brasil como favorito absoluto com 51%. A Itália figurava com um insignificante 0,4%. Em maio, um computador italiano antecipava o jogo final da Copa: Brasil x Espanha.

                       Esse favoritismo reconhecido lá fora, somado ao fato de Telê Santana ter realmente armado uma boa seleção, contagiou o Brasil inteiro. Pela primeira vez, desde 1970, o país vivia uma Copa com grande comoção coletiva. Enquanto o Brasil vivia esse crescente envolvimento, de confiança e otimismo, outros países entravam na Copa com humores distintos. A guerra das Malvinas estava em plena atividade, com mortes e destruição invadindo o pequeno arquipélago no sul do continente. Argentina e Inglaterra participariam da Copa na Espanha e, separaram as duas coisas, o absurdo da guerra de um lado e a festa do futebol do outro.

                       Os europeus também pecam na organização. Em 1978, os franceses jogaram de verde porque esqueceram o uniforme. Quatro anos depois, mesmo sendo escolhidos 18 anos antes, os espanhóis fizeram uma das Copas mais desorganizadas de todos os tempos, incluindo a invasão de campo do xeique do Kuwait, quando sua seleção perdeu para a França por 4 a 1. A Inglaterra chegou a pensar em boicotar a Copa, mas preferiu esquecer a guerra e pensar no futebol. Entre exageros, bobagens e incertezas políticas, a Copa do Mundo começou no dia 13 de junho divididos em seis grupos de quatro países.

                       No Palácio dos Congressos de Madri, em 16 de janeiro de 1982, Havelange presidiu o sorteio para formação dos grupos. A Copa da Espanha foi a primeira Copa do Mundo com 24 seleções. Até 1978 o número máximo de seleções eram 16. Os jogos eliminatórios, a partir de março de 1980, definiriam as seleções para 13 vagas na Europa (mais a Espanha como anfitriã), três da América do Sul (mais a Argentina como a atual campeã) e seis para as três confederações, da África, da Ásia e das Américas Central e Norte. Neste mundial tivemos a estreia de 5 países em Copas do Mundo. Foram elas: Argélia, Camarões, Honduras, Kuwait e Nova Zelândia.

                      Depois de dois anos de jogos eliminatórios, onde houve o recorde de inscrições, ou seja, 107 países, sendo que 33 eram da Europa, finalmente foram conhecidos os 24 países que iriam disputar o Mundial da Espanha. E assim, o novo secretário geral da FIFA, Joseph Blatter, anunciou as decisões do Comitê Organizador e explicou a forma do sorteio dirigido, indicando que os cabeças dos seis grupos de quatro seleções cada um seriam: Itália, Alemanha Ocidental, Argentina, Inglaterra, Espanha e Brasil, ou seja, cinco campeões mundiais e a anfitriã. Os outros 18 países classificados foram separados em urnas, segundo a situação geográfica e o cuidado extra de não permitir duas equipes sul-americanas no mesmo grupo.

JOGOS DA PRIMEIRA FASE  (OITAVAS-DE-FINAL) 

GRUPO  1

14-06-1982

Polônia 0 x 0 Itália
15-06-1982 Camarões 0 x 0

Peru

18-06-1982

Itália 1 x 1 Peru
18-06-1982 Camarões 0 x 0

Polônia

21-06-1982

Camarões 1 x 1 Itália
21-06-1982 Polônia 5 x 1

Peru

                         No dia seguinte da abertura do Mundial, em Vigo, no estádio Balaídos, jogaram Itália e Polônia. As forças se equivaliam, até na decisão de assumir maiores riscos. No final, 0 a 0 para 33.000 pagantes. No terceiro dia das competições, em La Coruña, no estádio Riazor, estreia de Camarões contra o Peru, onde 11.000 pessoas e a equipe peruana se surpreenderam com o futebol africano. O placar de 0 a 0 no final não refletiu a superioridade de Camarões. O calendário não tinha qualquer folga no primeiro turno. Itália e Peru jogaram no dia 18 de junho, em Vigo. Empate de 1 a 1 num jogo burocrático, gols de Conti, para os italianos e Diaz para os peruanos, para um público de 35.000 pessoas. Ainda no dia 18, Camarões repetiu seu bom futebol de estreia, merecia a vitória, mas voltou a empatar em 0 a 0, agora com a Polônia.

                         Na última rodada deste grupo, a Itália empatou com Camarões por 1 a 1, gols de Graziani para os italianos e M´Bida para os africanos. Os dois terminaram esta primeira fase sem vitórias e com três empates, três pontos e saldo de gols (zero). No estranho grupo em seis jogos houve cinco empates e uma só vitória que foi da Polônia sobre o Peru por 5 a 1. Os poloneses ficaram em primeiro lugar, a Itália em segundo por ter marcado dois gols, e os africanos invictos, eliminados.

GRUPO  2

16-06-1982

Argélia 2 x 1 Alemanha
17-06-1982 Áustria 1 x 0

Chile

20-06-1982

Alemanha 4 x 1 Chile
20-06-1982 Áustria 2 x 0

Argélia

24-06-1982

Argélia 3 x 1 Chile
24-06-1982 Alemanha 1 x 0

Áustria

                        Na abertura do grupo 2, no estádio El Molinero, em Gijon, mais uma surpresa, a Argélia sustentou o 0 a 0 com a Alemanha na etapa inicial. Depois, aos nove minutos do segundo tempo, marcou seu primeiro gol . Os alemães empataram aos 12 minutos. No minuto seguinte, Belloumi fez 2 a 1 para a Argélia e assim ficou até o final para o espanto dos 42.000 espectadores que assistiram o histórico jogo. Jogando em Oviedo, o Chile perdeu uma penalidade máxima marcada pelo árbitro uruguaio Cardelino e sentiu o peso do erro. A Áustria venceu por 1 a 0 com gol de Schachner. Três dias depois, o Chile voltou a perder, desta vez para a Alemanha por 4 a 1. O jogo foi em Gijon e os gols da Alemanha foram marcados por Rummenig (3) e Renders, enquanto que para o Chile, Moscoso fez o gol de honra, perante 42.000 pessoas.

                       Depois de uma bela estreia a Argélia foi derrotada pela Áustria por 2 a 0. O jogo foi em Oviedo. Mas se recuperou quatro dias depois ao derrotar a fraca seleção chilena por 3 a 1. Com esta vitória os argelinos estavam esperando o resultado do jogo entre Alemanha e Áustria para saber se passariam para a próxima fase.  No entanto, a Alemanha fez 1 a 0 logo aos 10 minutos de jogo através de Hrubes. A partir daí viu-se algo totalmente anti-esportivo, pois as duas equipes sabendo que este resultado classificava as duas seleções, elas renunciaram a qualquer esforço para alterar o placar.

GRUPO  3

13-06-1982

Bélgica 1 x 0 Argentina
14-06-1982 Hungria 10 x 1

El Salvador

18-06-1982

Argentina 4 x 1 Hungria
19-06-1982 Bélgica 1 x 0

El Salvador

22-06-1982

Bélgica 1 x 1 Hungria
22-06-1982 Argentina 2 x 0

El Salvador

                         Era o dia 13 de junho de 1982, abertura da Copa do Mundo e como programado, no Nou Camp, em Barcelona, bela cerimônia inaugurou, para uma plateia de 95.000 espectadores. No gramado o desfile das bandeiras dos 150 países filiados à FIFA realçando a presença mundial do futebol. Fez-se a apologia da paz e do bom futebol, com a presença de craques do passado, campeões mundiais. Receberam os aplausos calorosos do público: Ghighia (Uruguai), Ferrari (Itália), Beckenbauer (Alemanha), Bellini (Brasil), Bobby Charlton (Inglaterra) e Larossa (Argentina). Logo depois entraram o árbitro e seus auxiliares, com as equipes da Argentina e da Bélgica para o jogo inaugural.

                        Mantida a nova fórmula, os campeões abriam o mundial de 1982. Seu adversário era a Bélgica, que estava bem preparada, tanto é, que anularam o talento individual dos argentinos e ganharam por 1 a 0, gol de Van der Berg. Foi mais uma partida de abertura que não teve brilho e muito menos imaginação, salvando-se somente a cerimônia de abertura. No dia seguinte da abertura, em Elche, a Hungria estreou marcando uma sonora goleada de 10 a 1 sobre a fraquíssima seleção de El Salvador, no estádio construído especialmente para a Copa.

                        Cinco dias depois de fazer sua estreia no mundial, a Argentina voltava a campo, e desta vez para enfrentar a poderosa seleção da Hungria, que na sua estreia venceu por 10 a 1. O jogo foi em Alicante e Maradona fez a diferença na vitória dos argentinos por 4 a 1, perante um público de 32.000 pessoas. Os gols argentinos foram marcados por: Maradona (2), Bertoni e Ardiles, enquanto que Poloski marcou o único gol húngaro.

                         Jogando em Elche a seleção de El Salvador foi eliminada da competição ao perder para a Bélgica por 1 a 0. Foi um jogo difícil para os belgas, que teve muito trabalho para vencer aquela partida. A Bélgica se classificou ao empatar por 1 a 1 com a Hungria. O jogo foi em Elche, que recebeu um público razoável naquela tarde. E fechando este grupo, a Argentina venceu El Salvador por 2 a 0 sem muitas dificuldades. O jogo foi em Alicante e os gols argentinos foram anotados por Passarela e Bertoni. Comm esta vitória a Argentina estava classificada para a fase seguinte do mundial, juntamente com a Bélgica.

GRUPO  4

14-06-1982

Inglaterra 3 x 1 França
15-06-1982 Checoslováquia 1 x 1

Kuwait

18-06-1982

Inglaterra 2 x 0 Checoslováquia
19-06-1982 França 4 x 1

Kuwait

22-06-1982

Checoslováquia 1 x 1 França
22-06-1982 Inglaterra 1 x 0

Kuwait

                        Em Bilbao, o jogador inglês Robson, com um minuto de jogo, marcou o gol mais rápido da Copa. Sob intenso calor no Estádio San Mames, 44.172 espectadores viram a seleção inglesa jogar melhor e derrotar a França por 3 a 1, gols de Robson (2) e Mariner, enquanto que para os franceses, Soler marcou o gol de honra. Jogando em Valladolid, a Checoslováquia com um gol de Panenka, de pênalti, empatou com o Kuwait em 1 a 1, gol de Al-Dakhil. Ainda jogando em Bilbao, a Inglaterra se classificou derrotando a Checoslováquia por 2 a 0, gols de Francis e Barmos (contra). No dia seguinte, a França nãoa teve dificuldades para vencer a fraca seleção do Kuwait por 4 a 1. Era para ser 5, mas o Xeique Fahid Al-Ahmad Al Sabad, presidente da Federação do Kuwait, invadiu o campo, e conseguiu a anulação do gol.

                       E fechando este grupo, Checoslováquia e França ficaram no 1 a 1. O gol francês foi de Six e o gol checo foi de Panenka de pênalti. O jogo foi em Valladolide. O jogador checo Vizek foi o primeiro expulso de campo na Copa por jogo violento. No outro jogo deste grupo, a Inglaterra já classificada não precisou se esforçar muito para vencer o Kuwait por 1 a 0. Com estes resultados, estavam classificados para fase seguinte, a Inglaterra em primeiro e a França em segundo.

GRUPO  5

14-06-1982

Honduras 1 x 1 Espanha
15-06-1982 Iugoslávia 0 x 0

Irlanda do Norte

18-06-1982

Espanha 2 x 1 Iugoslávia
19-06-1982 Irlanda do Norte 1 x 1

Honduras

21-06-1982

Iugoslávia 1 x 0 Honduras
22-06-1982 Espanha 0 x 1

Irlanda do Norte

                         Em Valencia, no estádio Luis Casanova, a primeira apresentação da Espanha, como favorita absoluta, contra a estreante Honduras. Logo aos sete minutos, Zelaya fez o gol hondurenho e este placar de 1 a 0 ficou até 20 minutos do segundo tempo, quando o árbitro argentino Ithurralde marcou um pênalti a favor da Espanha. Protestos hondurenhos, muitas dúvidas e renovadas esperanças espanholas. Lopes Ufarte cobrou, empatando a partida. E o jogo terminou empatado em 1 a 1 com os hondurenhos no ataque até o final. No dia seguinte, Iugoslávia e Irlanda do Norte fizeram um jogo feio e sem nenhuma criatividade, onde os dois ataques pouco produziram, sendo assim, o resultado não poderia ser outro senão o 0 a 0.

                        Jogando em Valência, a Espanha enfrentou a Iugoslávia com mais garra do que técnica. Gudly abriu a contagem para os iugoslavos aos 10 minutos. Os espanhóis partiram por inteiro ao ataque para a reação e o empate custou a chegar com o gol de Juanito. Em clima tenso e sob forte pressão do público, a Espanha continuou lutando e aos 21 minutos do segundo tempo um gol de Saura deu a vitória aos espanhóis por 2 a 1. O grupo ainda não estava decidido e no dia seguinte, em Zaragoza, Honduras e Irlanda do Norte empataram em 1 a 1 e transferiram para a última rodada as classificações das duas seleções que iriam seguir na competição. Em Zaragosa, a Iugoslávia praticamente garantiu sua classificação ao vencer Honduras por 1 a 0, mas dependia do outro jogo do grupo. O jogador hondurenho Gilberto foi expulso por agressão sem bola aos adversário.

                        Ainda estava indefinido este grupo para saber quem iria passar para a fase seguinte e o último jogo marcava os donos da casa, contra a Irlanda do Norte. O jogo foi em Valência e o estádio completamente lotado. A Irlanda começou no ataque, não fez e nem deixou fazer gol, e com o placar em branco o jogo foi até o fim do primeiro tempo. Após o intervalo, aos dois minutos, Armstrong fez 1 a 0 para a Irlanda. A partir daí, o jogo ficou nervoso e com muitas entradas ríspidas. O árbitro paraguaio Ortiz tentava reprimir a violência generalizada e expulsou o zagueiro irlandês Donaghy. A Irlanda, com 10 homens em campo, se fechou em seu meio campo, resistiu ao assédio desesperado dos espanhóis até o apito final e garantiu o primeiro lugar no grupo. A Espanha derrotada ficou igual a Iugoslávia em tudo, ou seja, em pontos, uma vitória, um empate e uma derrota, mesmo saldo de gols (zero). O que decidiu foi o confronto direto, o qual a Espanha venceu por 2 a 1. Sendo assim, neste grupo a Irlanda se classificou em primeiro e a Espanha em segundo.

GRUPO  6

14-06-1982

Brasil 2 x 1 União Soviética
15-06-1982 Escócia 5 x 2

Nova Zelândia

18-06-1982

Brasil 4 x 1 Escócia
19-06-1982 União Soviética 3 x 0

Nova Zelândia

23-06-1982

Escócia 2 x 2 União Soviética
23-06-1982 Brasil 4 x 0

Nova Zelândia

                      No estádio Sanches Pizuan, em Sevilha, Brasil e União Soviética abriram o grupo 6. Aos 12 minutos, Bal fez 1 a 0 para os soviéticos, num frango do goleiro Valdir Perez, e assim terminou a primeira etapa. As equipes jogavam um futebol leal e tecnicamente muito bom. A 10 minutos do final, Sócrates empatou a partida para o Brasil. O juiz espanhol não viu o pênalti de Luizinho derrubando um soviético na área. E a dois minutos do final, Eder acertou um “sem pulo” e marcou o segundo gol brasileiro. O árbitro foi Lamo Castilho, da Espanha e neste dia o técnico Telê Santana mandou a campo os seguintes jogadores; Valdir Perez, Leandro, Oscar, Luizinho e Junior; Falcão, Sócrates, Zico e Dirceu (Paulo Isidoro); Serginho Chulapa e Eder. No dia seguinte em Málaga, outra goleada naquela Copa, desta vez era a Escócia que vencia Nova Zelândia por 5 a 2.

                        Quatro dias depois o Brasil voltava a campo, agora para enfrentar a Escócia, que vinha de um bom resultado em sua estreia. O jogo foi em Sevilha, onde o Brasil garantiu sua classificação antecipada ao vencer por 4 a 1. Mais uma vez o Brasil saiu atrás do marcador, pois aos 18 minutos de jogo, o atacante escocês Nare abriu o placar. O empate brasileiro veio aos 33 minutos aindado primeiro tempo. E assim terminou a primeira fase. Logo no início da segunda etapa, Oscar marcou o segundo gol. Aos 19 foi a vez de Eder e faltando três minutos para terminar a partida, Falcão deu números finais. Brasil 4 a 1 Escócia. O árbitro da partida foi Luis Silles Calderon, da Costa Rica. Neste dia o Brasil jogou com; Valdir Perez, Leandro, Oscar, Luizinho e Junior; Toninho Cerezo, Falcão, Sócrates e Zico; Serginho Chulapa (Paulo Isidoro) e Eder.

                         No dia seguinte, a União Soviética não teve nenhuma dificuldade para vencer a fraca Nova Zelândia por 3 a 0. O jogo foi em Málaga. Com esta derrota Nova Zelândia já estava eliminada da competição, só restava agora cumprir tabela e enfrentar o Brasil na última rodada do grupo. Escócia e União Soviética entraram em campo em busca da classificação, pois o Brasil já era o primeiro do grupo. O jogo terminou empatado em 2 a 2, sendo assim, a decisão foi por saldo de gols, uma vez que cada seleção tinha uma vitória, uma derrota e um empate. E pelo saldo de gols, a União Soviética levou a melhor, pois tinha dois gols positivo, enquanto que a Escócia tinha zero de saldo.

                          E para fechar este grupo, o Brasil enfrentou a fraquíssima seleção da Nova Zelândia. O jogo foi em Sevilha e o Brasil goleou por 4 a 0, gols de Zico aos 28 e 31 minutos do primeiro tempo e na segunda etapa, Falcão aos 10 e Serginho Chulapa aos 25 minutos. O árbitro da partida foi o iugoslavo Damir Matovinovic e o Brasil neste dia jogou com: Valdir Perez, Leandro, Oscar (Edinho), Luizinho e Junior; Toninho Cerezo, Falcão, Sócrates e Zico; Serginho Chulapa (Paulo Isidoro) e Eder.

QUARTAS DE FINAL

GRUPO  “A”

28-06-1982

Polônia 3 x 0 Bélgica

01-07-1982

União Soviética 1 x 0

Bélgica

04-07-1982 Polônia 0 x 0

União Soviética

                         Na abertura deste grupo, a Polônia venceu a Bélgica por 3 a 0, com três gols de Boniek, na presença de 65.000 espectadores. A arbitragem esteve a cargo de Luis Siles Calderon, da Costa Rica. Três dias depois, a Bélgica voltou a campo e mais uma vez saiu derrotada, desta vez para a União Soviética por 1 a 0. O jogo foi em Barcelona e o gol russo foi anotado por Oganesian. Com esta derrota a Bélgica disse adeus ao mundial da Espanha. No dia 4 de julho, Polônia e União Soviética entraram em campo para saber quem iria continuar na disputa do tão ambicionado título. O jogo foi no estádio Nou Camp, aparentando estar deserto, com 30.000 espectadores. A partida terminou empatada em 0 a 0 e com este resultado a Polônia se classificou pelo saldo de gols, pois tinha 3 contra apenas 1 da União Soviética.

GRUPO  “B”

28-06-1982

Inglaterra 0 x 0 Bélgica
01-07-1982 Alemanha 2 x 1

Bélgica

04-07-1982

Espanha 0 x 0

União Soviética

                          Jogando no estádio Santiago Bernabeu, em Madri, e com arbitragem do brasileiro Arnaldo Cézar Coelho, 76.000 pessoas assistiram ao empate de 0 a 0 entre Inglaterra e Alemanha. Três dias depois, a Alemanha voltou a campo para enfrentar os donos da casa. O jogo foi no estádio Santiago Bernabeu que recebeu um público de 90.200 espectadores. A Alemanha venceu por 2 a 1, gols de Littbarski e Fischer, enquanto que Zamora marcou para os espanhóis. O árbitro da partida foi o italiano Cesarin. Em Madri, a Espanha não tinha qualquer possibilidade de alcançar a Alemanha que, invicta, alcançara o número de pontos suficientes para elimina-la, sendo assim, o jogo entre Espanha e Inglaterra, só tinha interesse para os ingleses que precisava vencer, no entanto, o jogo terminou empatado em 0 a 0 e com isto, a Alemanha continuava na competição.

GRUPO  “C”

29-06-1982

Itália 2 x 1 Argentina
02-07-1982 Brasil 3 x 1

Argentina

05-07-1982

Itália 3 x 2

Brasil

                        No estádio Sarriá, em Barcelona, que recebeu neste dia um público de 44.000 pessoas, a Itália derrotou a Argentina por 2 a 1, gols de Tardelli e Cabrini, enquanto que Passarela marcou para os argentinos. O jogador argentino Gallego foi expulso de campo por jogo violento pelo árbitro romeno Rainea. O Brasil fazia sua estreia nesta segunda fase diante dos argentinos. O jogo foi no estádio de Sarriá e o árbitro foi o mexicano Mário Rubio Vasquez. Zico abriu o placar aos 12 minutos do primeiro tempo e assim terminou a primeira etapa. Serginho Chulapa aos 21 e Junior aos 29 da etapa complementar fizeram os outros dois gols brasileiros, enquanto que Ramon Diaz marcou para os hermanos quando faltava apenas 1 minuto de jogo. Maradona foi expulso de campo por jogo violento e assim, o Brasil venceu por 3 a 1, eliminando a Argentina da competição. Neste dia o Brasil jogoum com; Valdir Perez, Leandro (Edevaldo), Oscar, Luizinho e Junior; Toninho Cerezo, Falcão, Sócrates e Zico (Batista); Serginho Chulapa e Eder.

                         Chegava então o famoso dia 5 de julho. Com a Argentia já eliminada, pois perdeu as duas partidas que disputou, o jogo entre Brasil e Itália se tornou importantíssimo para as pretensões das duas seleções. O Brasil levava a vantagem do empate, pois tinha no saldo de gols uma vantagem de um gol. O jogo foi no estádio Sarriá, em Barcelona, que recebeu neste dia um público de 44.000 pagantes. O árbitro da partida foi o israelense Abraham Klein. Aos 5 minutos de jogo um gol de Paolo Rossi, que surpreendeu os brasileiros. A equipe manteve sua postura ofensiva e Sócrates empatou a partida sete minutos depois. Num contra-ataque aos 25, Paolo Rossi fez o segundo gol italiano. Fim do primeiro tempo e a vitória italiana por 2 a 1. Veio a segunda etapa e Falcão voltou a empatar aos 23 minutos. Naquele momento, todos pensavam que o Brasil iria se fechar para segurar o resultado, pois o empate já bastava ao Brasil.

                         No entanto a seleção canarinho continuou toda no ataque. Quando faltavam 6 minutos para o término da partida, a defesa italiana interceptou um passe lateral de Toninho Cerezo e com um chute de longa distância colocou Paolo Rossi em condições de penetrar livre na área brasileira e marcar o gol da vitória italiana por 3 a 2. O Brasil estava fora do mundial.

GRUPO  “D”

28-06-1982

França 1 x 0 Áustria
01-07-1982 Irlanda do Norte 2 x 2

Áustria

04-07-1982

França 4 x 1

Irlanda do Norte

                        No estádio Vicente Calderon, em Madri, a França derrotou a Áustria por 1 a 0, gol de Genghini, com arbitragem do húngaro Palotai. Três dias depois a Áustria voltou a campo para enfrentar a Irlanda do Norte e a partida terminou empatada em 2 a 2, com dois gols de Hamilton para os irlandeses, enquanto que Pezzey e Hinternaier marcaram para os austríacos. O árbitro da partida foi o alemão Prokop. Em Madri, no estádio Vicente Calderon, a França venceu a Irlanda do Norte por 4 a 1, gols de Giresse (2) e Rocheteau (2), enquanto que Armstrong marcou o gol de honra dos irlandeses. Com estes resultados, a França seguia na competição.

SEMI-FINAL

08-07-1982

Itália 2 x 0 Polônia
08-07-1982 Alemanha 2 x 2

França

                        No estádio Nou Camp, com muito calor e 50.000 pessoas, a Itália derrotou a Polônia por 2 a 0 sem dificuldades, com dois gols de Paolo Rossi, ele que já havia marcado três gols contra o Brasil. O árbitro da partida foi o uruguaio Cardellino. Mais tarde, em Sevilha, diante de 70.000 pagantes e tendo como áribitro o holandês Cover, França e Alemanha empataram em 2 a 2 no tempo normal. O alemão Littsbarski abriu o placar e nove minutos depois, Michael Platini cobrando pênalti empatou a partida. Os dois gols foram marcados ainda na primeira etapa. No segundo tempo, Giresse marcou o segundo gol francês, mas Rummenigee empatou novamente e assim terminou o tempo normal em 2 a 2. Veio então a prorrogação de 30 minutos e novamente o empate, com gols de Tresor para a França e Fischer para a Alemanha. Só restava a última alternativa, ou seja, a cobrança de pênaltis. E nesta decisão, os alemães levaram a melhor e venceram por 5 a 4, classificando-se assim para a grande final contra a Itália, enquanto que França e Polônia iriam decidir o terceiro lugar.

DECISÃO DO 3º LUGAR

10-07-1982

França 2 x 3

Polônia

                        Com gols de Szarmach, Mejewski e Hupcevik, a Polônia derrotou a França por 3 a 2. Os gols franceses foram marcados por Girard e Couriol. O jogo foi em Alicante e o árbitro da partida foi o português Garrido. Com esta vitória a Polônia ficou com o terceiro lugar naquele mundial.

FINAL

11-07-1982

Itália 3 x 1

Alemanha

                         No dia 11 de julho de 1982, em Madri, com o brasileiro Arnaldo Cézar Coelho apitando, 90.000 pagantes lotaram o estádio Santiago Bernabeu. A Itália que passara da fase inicial invicta, sem vitória e com saldo zero de gols, se igualou ao Brasil em títulos, 44 anos depois de ter ganho o bicampeonato na França, em 1938, os italianos se tornavam tricampeões do mundo. No primeiro tempo, 0 a 0, os italianos perderam um pênalti e, logo aos oito minutos tiveram que substituir o jogador Graziani, lesionado, por Altobelli. No segundo tempo, os alemães denotavam cansaço e não continham os perigosos contra-ataques italianos. Paolo Rossi, Tardelli e Altobelli fizeram 3 a 0 para a Itália e Breitner marcou o gol de honra alemão, sete minutos antes de terminar a partida.

                        Neste dia o técnico italiano Enzo Bearzot mandou a campo os seguintes jogadores; Zoff, Gentile, Collovati, Scirea e Cabrini; Tardelli, Oriali e Bergomi; Conti, Paolo Rossi e Graziani (Altobelli) (Causio). A Alemanha jogou com a seguinte formação: Schumacher, Kaltz, Stielike, Kar Heinz, Briegel, Bernard, Dremmler (Hrubesh), Breitner, Rummenigue (Hansi Muller), Fischer e Littbarki. A merecida vitória da Itália sobre a Alemanha diante de sua torcida embandeirada e com o aplauso de sua imprensa, mostrava mais uma vez que os deuses do futebol erraram novamente. A Copa continua sendo uma competição caprichosa e frequentemente cruel. Na Espanha mais uma vez o melhor futebol foi derrotado.

PARTICIPAÇÃO  DO  BRASIL

                  Durante o mundial o Brasil encantou o mundo com seu futebol alegre e deslumbrante. Até hoje o brasileiro não consegue entender, como não conquistamos aquela Copa. Haviam jogadores sensacionais como Sócrates, Zico, Falcão, Junior, Toninho Cerezo, Eder, enfim, uma seleção que jogava o fino do futebol. Nosso técnico era Telê Santana e ficamos em 5º lugar na competição. Realizamos 5 jogos, marcamos 15 gols e sofremos 6. O nosso artilheiro foi Zico com 4 gols, sendo que o artilheiro da Copa, Paolo Rossi, marcou 6 gols. O Brasil esteve presente na final desta Copa, não com os jogadores, mas no apito, pois quem apitou a final daquela Copa, foi o brasileiro Arnaldo Cézar Coelho.

Jogadores que defenderam nossa seleção neste mundial:

Valdir Perez  –  Goleiro (São Paulo)

Paulo Sérgio  –  Goleiro (Botafogo)

Carlos  – Goleiro (Ponte Preta)

Leandro  –  Zagueiro (Flamengo)

Edevaldo  –  Zagueiro (Internacional)

Oscar  –  Zagueiro (São Paulo)

Luizinho  –  Zagueiro (Atlético-MG)

Edinho  –  Zagueiro (Udinese)

Juninho  –  Zagueiro (Ponte Preta)

Junior  –  Zagueiro (Flamengo)

Pedrinho  –  Zagueiro (Vasco)

Toninho Cerezo  –  Meio Campista (Atlético-MG)

Falcão  –  Meio Campista (Roma)

Sócrates  –  Meio Campista (Corinthians)

Zico  –  Meio Campista (Flamengo)

Batista  –  Meio Campista (Grêmio)

Renato  –  Meio Campista (São Paulo)

Serginho Chulapa  –  Atacante (São Paulo)

Eder  –  Atacante (Atlético-MG)

Paulo Isidoro  –  Atacante (Grêmio)

Dirceu  –  Atacante (Sem Clube)

Roberto Dinamite  –  Atacante (Vasco)

Telê Santana  –  Técnico

SELEÇÃO DA ITÁLIA – CAMPEÃ DA COPA DE 1982
SELEÇÃO BRASILEIRA NA COPA DE 1982      –     Em pé: Valdir Perez, Leandro, Oscar, Falcão, Luizinho e Junior      –     Agachados: Sócrates, Toninho Cerezo, Serginho Chulapa, Zico e Eder

Deixe uma resposta