COPA de 1986

                   Foram difíceis as condições da organização e realização da segunda Copa do Mundo no México. Os mexicanos dispuseram de apenas três anos para preparar tudo e ainda precisaram superar os danos de um terremoto nove meses antes da data marcada para o início do 13º Campeonato Mundial de Futebol.

                  Quando lhe perguntaram como o conseguira ter tudo pronto na hora certa, o organizador limitou-se a dizer; “Tratava-se do orgulho e da honra de uma nação”. Um país é designado para realizar o mundial de futebol com, no mínimo, oito anos de antecipação. Em 1978, em Buenos Aires, o Congresso da FIFA designou a Colômbia como sede da Copa de 1986. Os colombianos começaram a agir imediatamente ali mesmo na Argentina. Em 1982, estiveram na Espanha, distribuíram amplo material promocional e deram informações sobre a organização para 1986. Surgiram depois rumores de que a ampliação para 24 participantes surpreendeu a Colômbia que se candidatara para a fórmula então vigente de 16 seleções.

                   Em outubro de 1982, foi confirmada oficialmente a desistência dos colombianos. A FIFA consultou as associações das Américas, por desejar cumprir a regra de alterar as sedes. Brasil, Canadá, Estados Unidos e México, manifestaram interesse. O Brasil seis meses depois, em fevereiro de 1983, designou o México par a realização da décima terceira Copa do Mundo.

Depois de algum tempo sendo realizados jogos da fase eliminatória, finalmente ficou sabendo quais os países que iriam disputar o mundial de 1986. O regulamento do sorteio seguiu, com poucas mudanças, o que se fizera na Espanha em 1982. Foram sorteados seis grupos de quatro países, com cabeças de sedes pré-determinados, para disputarem os 36 jogos. Depois, em caráter eliminatório, oito jogos, participando os dois primeiros de cada grupo e mais quatro pelo índice técnico, aferido pela pontuação entre os melhores colocados em terceiro lugar de todos os grupos. Daí para as quartas de finais, com oito seleções, em jogos eliminatórios, e os quatro vencedores prosseguindo para as semifinais e finais. Os empates determinavam prorrogação e persistindo haveria decisão pela cobrança de penalidades.

                         Dia 15 de dezembro de 1985, apenas três meses após o terremoto, o presidente da FIFA, Sr. João Havelange presidiu o sorteio das 24 seleções que iriam disputar o mundial. Com a ajuda do secretário geral da FIFA, Sr. Joseph Blatter, foram abertas as 39 bolas de plástico, onde estavam os nomes dos países e os números que lhes seriam atribuídos e as cidades sedes de cada chave. No painel já estavam colocados em seus grupos, os cabeças de chaves. O sorteio “dirigido” determinou os números de cada um das outras 18 seleções compondo o calendário.

                       Com o sorteio realizado, a grande expectativa ficava para o dia 31 de maio, quando seria dada a grande largada para mais um mundial no México, a mesma sede de 16 anos atrás, quando o Brasil conquistou seu tricampeonato no ano de 1970, um ano que o povo brasileiro jamais irá esquecer.

JOGOS DA PRIMEIRA FASE

GRUPO  “A”

31-05-1986

Itália 1 x 1 Bulgária
02-06-1986 Argentina 3 x 1

Coréia do Sul

05-06-1986

Itália 1 x 1 Argentina
05-06-1986 Bulgária 1 x 1

Coréia do Sul

10-06-1986

Itália 3 x 2 Coréia do Sul
10-06-1986 Argentina 2 x 0

Bulgária

                           O Estádio Azteca reuniu 95.000 pessoas para a festa inaugural, coincidentemente no mesmo dia 31 de maio de 1970. As “olas” ondas humanas movendo seus braços para os lados e para baixo, alegremente se sucediam nas tribunas. No campo, um imenso tapete de flores multicoloridas, ao longo de toda a pista, era a passarela por onde desfilaram os grupos folclóricos em inesquecível espetáculo de música, dança e cores. Era o México vivo e caloroso, pleno de alegria, de vibração e cordialidade.

                         Terminado o espetáculo, entraram em campo as seleções para o jogo inaugural, a Itália, bicampeã do mundo e a Bulgária, indicada pelo sorteio, mantendo a tradição estabelecida desde 1974. O resultado do jogo também estava se tornando tradição, ou seja, empate por 1 a 1, gol de Altobelli para os italianos e Sirakov para os búlgaros. Mais uma vez, o futebol jogado em sua festa máxima foi triste e feio. Dois dias depois, o Grupo A completou a primeira rodada com boa apresentação da Argentina contra a Coréia do Sul. No estádio Olímpico que recebeu neste dia um público de 60.000 pessoas, a Argentina venceu por 3 a 1, gols de Valdano (2) e Roggeri para os argentinos, enquanto que Park Chang Sun marcou para os coreanos.

                         Na segunda rodada deste grupo, registrou as primeiras definições. A Itália empatou com a Argentina em 1 a 1, gol de Altobelli para os italianos e Maradona para os argentinos. Jogando no mesmo dia, Bulgária e Coréia do Sul também ficaram no empate de 1 a 1. Com este resultado já estavam classificados para a fase seguinte da competição, Argentina e Itália. A terceira rodada foi somente para cumprir tabela e as duas seleções já classificadas, confirmaram isto. A Itália derrotou a Coréia do Sul por 3 a 2, gols de Altobelli (2) e o terceiro foi contra de Jung Moo.

                        E finalmente no último jogo do grupo A, a Argentina confirmou seu favoritismo e venceu a Bulgária por 2 a 0. Valdano marcou o primeiro aos 3 minutos de jogo e Burruchaga marcou o segundo quando faltavam 6 minutos para terminar a partida. Com estes resultados, a Argentina se classificou em primeiro, a Itália em segundo e a Bulgária que conseguiu dois empates, acabou se classificando entre os que ficaram em terceiro lugar pelo índice técnico.

GRUPO  “B”

02-06-1986

México 2 x 1 Bélgica
04-06-1986 Paraguai 1 x 0

Iraque

07-06-1986

México 1 x 1 Paraguai
08-06-1986 Bélgica 2 x 1

Iraque

12-06-1986

México 1 x 0 Iraque
12-06-1986 Bélgica 2 x 2

Paraguai

                         As disputas no Grupo B começaram ao meio dia de 2 de junho, no Estádio Azteca, que estava lotado para ver a vitória do México por 2 a 1 sobre a Bélgica, gols de Hugo Sanchez e Quirarte. No outro jogo do grupo, jogando em Toluca, o Paraguai derrotou o Iraque por 1 a 0, gol de Romerito. Foi um jogo muito difícil para os paraguaios. Com um público de 114.000 espectadores, México e Paraguai empataram em 1 a 1. Logo aos 3 minutos de jogo, Flores marcou para os mexicanos, que resistiu até que Romerito acabu empatando e dando assim, números finais à partida.

                        No outro jogo do grupo, a Bélgica jogando em Toluca, venceu o Iraque por 2 a 1. O gol do Iraque aconteceu quando já estava jogando com 10 homens, pois o jogador Hanna Brasil foi expulso pelo árbitro colombiano Diaz Palácio. Com esta derrota o Iraque já estava eliminado da Copa. Jogando no estádio Azteca, com 103.000 espectadores, o México derrotou o Iraque por 1 a 0, com um gol de Quiararte e ficou em primeiro no seu grupo, enquanto que em Toluca, Paraguai e Bélgica empataram em 2 a 2. O Paraguai se classificou em segundo, enquanto que a Bélgica se classificou em terceiro pelo índice técnico.

GRUPO  “C”

03-06-1986

França 1 x 0 Canadá
04-06-1986 Rússia 6 x 0

Hungria

07-06-1986

França 1 x 1 Rússia
08-06-1986 Hungria 2 x 0

Canadá

11-06-1986

França 3 x 0 Hungria
11-06-1986 Rússia 2 x 0

Canadá

                         Jogando em Leon, a França perante 65.000 pessoas livrou-se a um minuto do apito final do empate contra o estreante Canadá, com um gol de Papin. No dia seguinte, a Rússia aplicou uma sonora goleada pra cima da Hungria por 6 a 0, resultado este que surpreendeu os 6.000 espectadores que estavam presentes ao estádio e Irapuato. Foi o famoso três vira, seis acaba. Em Leon, a França através de Fernandes, empatou com a Rússia em 1 a 1, diante de um público de 36.540 pessoas. Ainda neste grupo, a Hungria se reabilitou da goleada sofrida alguns dias antes e venceu o Canadá por 2 a 0. Neste jogo o jogador canadense Sweeney foi expulso de campo quando faltavam 4 minutos para terminar a partida.

                       Fechando este grupo, a França confirmou sua classificação ao vencer a Hungria por 3 a 0. O jogo foi em Leon e os gols foram marcados por Stopyra, Tiganá e Rocheteau. E no último jogo do grupo, a Rússia venceu a fraca seleção do Canadá por 2 a 0. Com estes resultados a Rússia se classificou em primeiro e a França ficou em segundo no grupo.

GRUPO  “D”

01-06-1986

Brasil 1 x 0 Espanha
03-06-1986 Argélia 1 x 1

Irlanda do Norte

06-06-1986

Brasil 1 x 0 Argélia
07-06-1986 Espanha 2 x 1

Irlando do Norte

12-06-1986

Brasil 3 x 0 Irlanda do Norte
12-06-1986 Espanha 3 x 0

Argélia

                         Às 12 horas de 1 de junho, no Grupo D, o Brasil estreou em “seu estádio”, o Jalisco de Guadalajara, vencendo a Espanha por 1 a 0, gol de Sócrates aos 17 minutos do primeiro tempo. O árbitro da partida foi o australiano Christopher Bambridge e neste dia o Brasil jogou com; Carlos, Edson, Júlio César, Edinho e Branco; Elzo, Alemão, Junior (Falcão) e Sócrates; Casagrande (Muller) e Careca. Antes de começar o jogo, a banda mexicana ao invés de executar o Hino Nacional Brasileiro, executou o Hino à Bandeira. No outro estádio da cidade, dois dias depois, perante um público de 22.000 espectadores, a Argélia empatou com a Irlanda do Norte em 1 a 1. O gol da Argélia foi marcado por Zidane, enquanto que para os irlandeses, Whiteside marcou o gol de empate.

                       Depois de cinco dias, o Brasil voltou a campo e desta vez para enfrentar a fraca seleção da Argélia. No entanto, o Brasil sofreu para vencer por apenas 1 a 0, gol de Careca aos 22 minutos do segundo tempo. O árbitro desta partida foi Romualdo Mendez Molina, da Guatemala e neste dia o técnico Telê Santana mandou a campo os seguintes jogadores; Carlos, Edson (Falcão), Júlio César, Edinho e Branco; Elzo, Alemão, Junior e Sócrates; Casagrande (Muller) e Careca. No outro jogo do grupo, a Espanha garantiu sua posição ao derrotar a Irlanda do Norte por 2 a 1. Este jogo foi no estádio 3 de Marzo.

                        Fechando este grupo, o Brasil venceu a Irlanda do Norte por 3 a 0, gols de Careca aos 15 e Josimar aos 41 minutos do primeiro tempo. Já na etapa complementar, Careca fechou o placar ao marcar o terceiro gol aos 42 minutos. Este jogo foi em Guadalajara, no estádio Jalisco, que recebeu um público de 51.000 pessoas, que aplaudiram a seleção brasileira, que neste dia jogou com; Carlos, Josimar, Júlio César, Edinho e Branco; Elzo, Alemão, Junior e Sócrates (Zico); Muller (Casagrande) e Careca. O árbitro da partida foi o alemão Siegfried Kirschen. No mesmo dia em que o Brasil se classificava em primeiro do seu grupo a Espanha derrotava a Argélia por 3 a 0, gols de Calderê (2) e Olaya. O jogo foi em Monterrey. Com esta vitória a Espanha ficou em segundo do grupo.

GRUPO  “E”

04-06-1986

Alemanha 1 x 1 Uruguai
04-06-1986 Dinamarca 1 x 0

Escócia

08-06-1986

Alemanha 2 x 1 Escócia
08-06-1986 Dinamarca 6 x 1

Uruguai

12-06-1986

Alemanha 0 x 2 Dinamarca
12-06-1986 Escócia 0 x 0

Uruguai

                           O Grupo E despertava muito interesse porque tinha a Dinamarca, a nova sensação europeia, dois bicampeões do mundo, a Alemanha e o Uruguai e a sempre defensiva Escócia. Jogando em Queretaro, os bicampeões Alemanha e Uruguai se igualaram por 1 a 1, gols de Aizamendi para os sul-americanos, enquanto que Allofs marcou para os alemães. No outro jogo do grupo, jogando no estádio Neza, a Dinamarca atacou muito a Escócia e só conseguiu uma magra vitória por 1 a 0, gol de Elkjaert no segundo tempo. Na segunda rodada do grupo, a Alemanha impôs a segunda derrota à Escócia,  desta vez por 2 a 1. O jogo foi no estádio Queretaro. Já no estádio Neza, a Dinamarca foi implacável com 6 a 1 sobre o Uruguai. Neste jogo o jogador uruguaio Bossio foi expulso pelo árbitro mexicano Marquez Ramiro.

                       Na última rodada do grupo, a Dinamarca que sofrera apenas um gol e de pênalti, enfrentou a poderosa Alemanha e venceu por 2 a 0, classificando-se assim em primeiro no seu grupo. E no outro jogo do grupo, Escócia e Uruguai não passaram do 0 a 0. O Uruguai foi a equipe mais indisciplinada da Copa, com três expulsões e seis cartões amarelos em três jogos. Neste jogo por exemplo, o jogador Batista foi expulso aos 55 segundos de jogo. Portanto neste grupo alem da Dinamarca, também se classificaram a Alemanha em segundo e o Uruguai em terceiro por índice técnico.  

GRUPO  “F”

03-06-1986

Polônia 0 x 0 Marrocos
04-06-1986 Portugal 1 x 0

Inglaterra

07-06-1986

Marrocos 0 x 0 Inglaterra
08-06-1986 Portugal 0 x 1

Polônia

11-06-1986

Marrocos 3 x 1 Portugal
11-06-1986 Polônia 0 x 3

Inglaterra

                         Os 19.900 pagantes saíra do estádio Universitário de Monterrey decepcionados com o fraco futebol apresentado por Polônia e Marrocos, que não conseguiram sair do 0 a 0. Já no outro jogo do grupo, com muito calor e 23.000 espectadores, a Inglaterra era a favorita contra Portugal, que se qualificara com dificuldades e deixava transpirar divergências internas. Carlos Manuel fez o único gol da partida, em que Portugal venceu a Inglaterra por 1 a 0. Três dias depois, a Inglaterra voltava a decepcionar seu povo, ao empatar com Marrocos em 0 a 0. Neste jogo a Inglaterra teve o jogador Wilkins expulso dois minutos depois de receber o cartão amarelo.

                       No outro jogo do grupo nesta segunda rodada, a Polônia derrotou Portugal por 1 a 0, gol de Smolarek. Este grupo manteve-se surpreendente, ao terminar a disputa com o invicto Marrocos em primeiro e Portugal como último e único desclassificado. Os marroquinos derrotaram em Guadalajara os portugueses por 3 a 1, com absoluta superioridade. Em Monterrey, a Inglaterra derrotou a Polônia por 3 a 0 e pelo saldo de gols ficou com a segunda posição. Mas a Polônia pelo critério técnico destinado aos terceiros colocados, também foi adiante.

OITAVAS-DE-FINAL

15-06-1986

México 2 x 0 Bulgária
15-06-1986 Bélgica 4 x 3

Rússia

16-06-1986

Argentina 1 x 0 Uruguai
16-06-1986 Brasil 4 x 0

Polônia

17-06-1986

França 2 x 0 Itália
17-06-1986 Alemanha 1 x 0

Marrocos

18-06-1986

Inglaterra 3 x 0 Paraguai
18-06-1986 Espanha 5 x 1

Dinamarca

                       Entre os dias 15 e 18 de junho, a Copa definiu os oito melhores. O México como primeiro no grupo, continou no Azteca. A vitória mexicana contra a Bulgária por 2 a 0, gols de Negrete e Servin, fez vibrar os 114.500 espectadores. A Bélgica, terceira classificada no grupo B, surpreendeu, em Leon, empatando por 2 a 2 no tempo normal com a Rússia e chegando a 2 a 0 nos primeiros momentos da prorrogação. A nove minutos do fim, o sueco Frederikon marcou pênalti contra a Bélgica. Belanov cobrou e fez seu terceiro gol do jogo. Dramático final com os belgas na defesa e os soviéticos no ataque, mas o jogo terminou com a vitória da Bélgica por 4 a 3, depois de jogarem 120 minutos.

                      Em Puebla, os uruguaios foram eliminados pela Argentina por 1 a 0, gol de Pasculi. Maradona foi a grande estrela da partida. Jogando no estádio Jalisco, o Brasil goleou a Polônia por 4 a 0, gols de Sócrates aos 30 minutos do primeiro tempo. Na segunda etapa marcaram, Josimar aos 9, Edinho aos 32 e Careca aos 36 minutos. O árbitro desta partida foi o alemão Volker Roth e o Brasil jogou neste dia com; Carlos, Josimar, Júlio César, Edinho e Branco; Elzo, Alemão, Junior e Sócrates (Zico); Muller (Silas) e Careca.

                     No estádio Olímpico, na Cidade do México, a Itália foi eliminada pela França por 2 a 0, gols de Platini e Tigana, perante 70.000 espectadores. Em Monterrey, Alemanha e Marrocos fizeram um jogo de xadrez, todo ele no meio de campo. Somente a três minutos do final, Mathaus cobrou com precisão uma falta e fez 1 a 0 para os alemães, eliminando Marrocos que sofria naquele momento, o seu segundo gol na Copa. A Inglaterra, no estádio Azteca, derrotou o Paraguai por 3 a 0, gols de Lineker (2 e Beardsley. Em Queretaro, a Dinamarca com ótimo retrospecto, pois ganhara três jogos fazendo nove gols contra um, foi massacrada pela Espanha por 5 a 1, gols de Butragueño (4) e Goiconhea, enquanto que Jepp Olsen marcou o gol de honra dos dinamarqueses cobrando pênalti.

                                                                                                              QUARTAS-DE-FINAL

                        As duas primeiras fases indicaram os melhores para irem às quartas de final. Talvez merecessem estar presentes a Dinamarca e a Rússia ou mesmo por sua tradição de tricampeã do mundo a Itália. Mas o equilíbrio entre os participantes era tão grande, que basta ver como se decidiram os quatro que passaram à semi-final. Três jogos foram definidos na cobrança de penalidades, para muitos, pura loteria. E os jogos das quartas de final foram estes:

21-06-1986

Brasil 3 x 4 França
21-06-1986 Alemanha 4 x 1

México

22-06-1986

Argentina 2 x 1 Inglaterra
22-06-1986 Espanha 4 x 5

Bélgica

                        Abrindo as quartas de final, Brasil e França proporcionaram um dos mais emocionantes jogos da Copa. Os 90 minutos do tempo normal mais a prorrogação não foram suficientes e a contagem foi 1 a 1, com Careca abrindo o placar aos 16 minutos e Platini empatando aos 41, ambos no primeiro tempo. As equipes jogaram ofensivamente e os brasileiros acertaram duas vezes o travessão da meta francesa. Zico aos 27 minutos do segundo tempo perdeu um pênalti marcado pelo árbitro romeno Ioan Igna. Com tudo igual houve a cobrança de pênalti.

                        Sócrates cobrou e Bats defendeu. Stopyra bateu e marcou para os franceses. Alemão empatou. Amoroso desempatou para a França. Zico voltou a empatar. Bellone voltou a colocar a França na frente. Branco voltou a empatar para o Brasil. Platini desperdiçou e com isto estava tudo empatado, tanto no placar 3 a 3 como no número de cobranças. Veio então o zagueiro Júlio César e não converteu para o Brasil, chutando a bola na trave. Era a última cobrança dos franceses, se marcasse estariam classificados, caso contrário, começaria uma nova etapa de cobranças. Foi ai que aconteceu algo inusitado, Fernandez chutou no canto esquerdo de Carlos. A bola explodiu na trave e voltou nas costas do goleiro que, caído, nada pôde fazer para evitar a eliminação do time comandado por Telê Santana. A bola atravessou a linha lentamente em direção às redes, decretando o fim da campanha brasileira em território mexicano. Neste dia o Brasil jogou com; Carlos, Josimar, Júlio César, Edinho e Branco; Elzo, Alemão, Junior (Silas) e Sócrates; Muller (Zico) e Careca.

                      No mesmo dia jogaram Alemanha e os donos da casa. O jogo foi no estádio Universitário de Monterrey, que recebeu neste dia 41.700 pagantes, que viram as duas seleções jogarem 120 minutos e não saírem do 0 a 0. Muitos cartões amarelos foram distribuídos pelo colombiano Diaz Palácio, que ainda expulsou o alemão Berthold e o mexicano Aguirre. Empate e decisão por pênalti. Os mexicanos nervosos acertaram apenas um. Bastou a Alemanha converter em gol quatro cobranças, para saírem vencedores e se classificarem para a semi-final.

                      No estádio Azteca, 114.580 pagantes, assistiram ao grande “show” do astro Diego Maradona na vitória da Argentina por 2 a 1 contra a Inglaterra. Apitou bem o árbitro Bennaceur, da Túnísia, mas uma falha sua proporcionou a vitória da Argentina. Maradona fez o primeiro gol claramente de mão, desviando do goleiro Shilton a bola que Hoedge atrasara. Este gol, até hoje os argentinos o chamam de “Gol Mão de Deus”. O segundo gol passou também para a história por toda a jogada genial de Maradona, que disparou quase da linha central com dribles sucessivos nos adversários até o gol vazio e concluiu. O gol inglês só veio quando faltavam 10 minutos para terminar a partida através de Lineker.

                      Argentinos e ingleses se reencontraram em campo num jogo bem disputado, sem provocações ou clima de revanche, como queria muita gente que relembrava 1966, as manchetes dos jornais ingleses e a guerra das Malvinas. Houve somente dois cartões amarelos, um para cada lado.

                       E no último jogo desta fase, tivemos mais uma decisão por pênaltis. A Espanha ficou no 1 a 1 contra a Bélgica. Apoiados pelos 45.000 pagantes que lotaram o estádio, os espanhóis atacaram e pressionaram sempre para superar o 1 a 0 do gol de Ceulemans, mas o goleiro Pfaff segurou a vantagem belga até quatro minutos do fim do tempo normal, quando Señor empatou para os espanhóis. Nos 30 minutos da prorrogação não houve gol e a decisão seria mais uma vez através dos pênaltis. Eloy desperdiçou um para a Espanha e os belgas converteram os cinco. Final de jogo Bélgica 5 x 4 Espanha.

SEMI-FINAL

26-06-1986

Argentina 2 x 0 Bélgica
27-06-1986 Alemanha 2 x 0

França

                         A semi-final do dia 26 de junho levou ao estádio Azteca 114.500 pessoas. Maradona liderou a exibição da Argentina que, com técnica e objetividade, venceu a postura defensiva da Bélgica apenas aos oito minutos do segundo tempo. O primeiro gol argentino nasceu da visão magnífica de Maradona ao perceber a má colocação do goleiro Pfaff, que saíra da meta de forma insegura e equivocada. Doze minutos depois, Maradona, mesmo bloqueado em sua passagem por dois belgas, disparou forte chute de esquerda e fez seu segundo gol. Dali até o final, o domínio foi total até a vitória sem restrição, 2 a 0.

                        No dia seguinte em Guadalajara, o futebol força da Alemanha lutara com a arte e a beleza da França. Aos nove minutos, na cobrança de um escanteio, Magath rolou a bola para Brehme, que chutou. Bats falhou, deixando a bola passar sob seu corpo, 1 a 0 para a Alemanha. Começava a inesperada vitória alemã, que ficou definitiva a um minuto do final com o gol de Voller. Com estes resultados, ficou definido que Bélgica e França iriam disputar o 3º lugar, enquanto que Argentina e Alemanha fariam a grande decisão para saber quem seria o campeão da 13ª Copa do Mundo.

DECISÃO DO 3º LUGAR

28-06-1986

França 4 x 2

Bélgica

                        França e Bélgica foram disputar o terceiro lugar em Puebla, diante de 21.000 pagantes. Os franceses jogaram com sete reservas, mas mantiveram seu excelente futebol de passes e jogadas de arte. Os belgas com sua melhor equipe saíram na frente, mas ao final as seleções estavam empatadas em 2 a 2. Na prorrogação, os belgas mostraram maior desgaste físico, não resistiram e a França fez dois gols, o último cobrado pênalti marcado pelo árbitro inglês Courtney. Os gols da França foram marcados por Ferreri, Papin, Genghini e Amoroso, enquanto que para a Bélgica marcaram Ceulemans e Clausen.

FINAL

29-06-1986

Argentina 3 x 2

Alemanha

                       Dois campeões mundiais lotaram o Estádio Azteca com 114.800 pagantes para a final. O árbitro foi o brasileiro Romualdo Arpi Filho, que mostrou seis vezes o cartão amarelo, o primeiro à Maradona, aos 17 minutos e atuou firmemente em todo o jogo. Argentina e Alemanha, esta com Beckenbauer como treinador, disputaram com muita garra aquele título. A Argentina jogou esta final com; Pimpido, Cuccinfo, Ruggeri, Brow e Olarticoechea; Batista, Giusti e Enrique; Buruchaga (Trobiani), Maradona e Valdano. O técnico era Carlos Salvador Billardo. Enquanto que a Alemanha jogou com; Schumacher, Berthold, Torster, Jakobs e Briegel; Eder, Brehme e Matthaus; Magath (Honess), Rummenigue e Allofs (Voller). O técnico era Frans Beckenbauer.

                       Foi um jogo muito disputado, onde não faltaram técnica e muita garra por parte das duas seleções. Se de um lado tinha o artilheiro Rummenigue defendendo a Alemanha, do outro tinha o gênio chamado Diego Maradona, que neste mundial foi o grande herói. Fez gol de mão, de placa, lutou como um leão dentro de campo e foi a partir deste mundial, que o povo argentino passou a admira-lo ainda mais e dizer que ele era melhor que Pelé, tratando-o como um verdadeiro Deus em seu país.

                       Mesmo com forte marcação individual, Maradona abriu o placar aos 23 minutos de jogo. Fim do primeiro tempo. Logo aos 10 minutos da segunda etapa, Valdano marcou o segundo gol argentino. A Alemanha não se entregou e marcou seu primeiro gol aos 29 minutos através de Rummenigue. Para surpresa da Argentina, a Alemanha empatou a partida três minutos depois através de Voller de cabeça. A esta altura todos já esperavam pela prorrogação, no entanto faltando sete minutos para o final da partida, Maradona cercado por três adversários, desviou de cabeça, a meia altura, a bola para Burruchaga que entrava livre pela direita. O goleiro alemão se atirou arrojadamente aos pés do argentino, mas não evitou o terceiro gol. Final de jogo, Argentina 3 x 2 Alemanha.

                       O capitão Maradona, à frente de seus companheiros, recebeu a Taça FIFA das mãos do presidente do México. Os mexicanos acolheram o titulo argentina com alegria e entusiásticos aplausos. O México realizara e muito bem sua segunda Copa do Mundo, vencendo todos os obstáculos, merecendo a honra do reconhecimento mundial e respondendo com todo o mérito ao justo orgulho de um povo que não perdera sua alegria e seu entusiasmo, nem sua postura de grande anfitrião.

PARTICIPAÇÃO DO BRASIL

                      O Brasil mais uma vez não conseguiu chegar na final, e como na Copa anterior, ficou em 5º lugar. O artilheiro brasileiro foi Careca – 5 gols. Realizou 5 jogos. Venceu 4 e empatou 1, que depois perdeu nos pênaltis. Marcou 10 gols e sofreu 1, ficando com um saldo positivo de 9 gols.

DELEGAÇÃO BRASILEIRA PARA A 13ª COPA DO MUNDO:

CHEFE DA DELEGAÇÃO: José Maria Marin

COORDENADOR GERAL DE FUTEBOL: Nabi Abi Chedid

DIRETOR DE FUTEBOL: Pedro Lopes

TÉCNICO: Telê Santana

ASSISTENTE TÉCNICO: Emilson Peçanha

PREPARADOR FÍSICO:  Gilberto Tim

ASSISTENTE DO PREPARADOR FÍSICO: Moraci Santana

TREINADOR DE GOLEIROS: Joaquim Valdir de Moraes

MÉDICOS: Neylor Lasmar e Ricardo Vivacqua

ADMINISTRADOR: Antonio Duro Ferreira

ASSESSORES DE IMPRENSA: Lucas Neto e Rogério Vieira

MASSAGISTAS: Nocaute Jack e Paulo César Costa

ROUPEIRO: Chimbica

COZINHEIRO: Mário Vieira da Rocha

JOGADORES: Carlos (Corinthians), Leão (Palmeiras), Paulo Vitor (Fluminense), Josimar (Botafogo), Edson (Corinthians), Oscar (São Paulo), Júlio César (Guarani), Edinho (Udinese), Junior (Torino), Branco (Fluminense), Elzo (Atlético Mineiro), Falcão (São Paulo), Sócrates (Flamengo), Zico (Flamengo), Muller (São Paulo), Silas (São Paulo), Alemão (Botafogo), Casagrande (Corinthians), Careca (São Paulo), Edivaldo (Atlético Mineiro), Mauro Galvão (Internacional) e Valdo (Grêmio).

SELEÇÃO DA ARGENTINA   –   CAMPEÃ DA COPA DE 1986
SELEÇÃO BRASILEIRA NA COPA DE 1986      –     Em pé: Sócrates, Elzo, Júlio César, Edinho, Branco e Carlos      –    Agachados: Josimar, Muller, Junior, Careca e Branco

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