O ano de 2017 se iniciou com muita desconfiança da torcida em relação ao time do Corinthians, principalmente pelo técnico Fábio Carille. Sem disputar a Libertadores e considerada a “4ª força” do futebol paulista no ano, o título do Paulistão seria muito bem vindo, ainda mais depois da eliminação na Copa do Brasil frente ao Internacional, na quarta fase.

                O Campeonato teve uma diminuição de times em relação aos anos anteriores, com 16 clubes divididos em 4 grupos. Cada time jogaria com todos os outros times dos outros grupos. Nas quartas os dois classificados de cada grupo se enfrentariam, em jogos de ida e volta. A semi-final e a final também seriam disputadas em ida e volta, com o time de melhor campanha decidindo em casa.

               A caminhada rumo ao título começou tímida, com uma vitória fora de casa contra o São Bento, no dia 04 de fevereiro. No segundo jogo, uma rara derrota na Arena (a 7ª em quase 3 anos de estáio) por 2 x 0 para o Santo André. Na sequência, duas vitórias por 1 x 0: Novorizontino (em casa) e Audax (fora).

              A 5ª rodada reservou o Derby, na Arena Corinthians. O Palmeiras era tido como o melhor time de São Paulo, embalado pelo dinheiro da Crefisa. O jogo ia bem e disputado até o árbitro Thiago Duarte Peixoto cometer uma lambança, aos 45 minutos do primeiro tempo: Keno, do Palmeiras, puxa contra-ataque e é puxado por Maycon. O juiz se confunde e dá o cartão amarelo para o Gabriel e, como era o 2º, foi expulso. O time do Corinthians, inconformado, vai pra cima do juiz avisando que quem fez a falta foi o Maycon. Imagens mostram que o 4º árbitro avisou sobre o equívoco. Mas o juiz foi irredutível e manteve a expulsão de Gabriel.

             No segundo tempo, teve que ser na raça. O Palmeiras com a posse de bola tentava entrar na área do Timão, sem sucesso. O Corinthians tentava um e outro contra-ataque, sem sucesso. E aqui começou a brilhar a estrela de Jô, que entrou em campo ao 40 do segundo tempo. Dois minutos depois, recebe bela bola de Maycon e empurra para o fundo da rede, levando a torcida ao delírio. Uma vitória que com certeza teve um papel muito importante na sequência da competição.

            Em seguida, vitórias por 3 x 2 contra o Mirassol fora de casa e 1 x 0 contra o Santos, na Arena (mais uma vez Jô marcando o gol da vitória). A sequência não trouxe bons resultados ao Timão. 1 x 1 contra a Ponte, fora; 1 x 0 para a Ferroviária, fora; 1 x 1 contra o Red Bull, em casa; 1 x 1 contra o São Paulo, no Morumbi. Aqui, cabe uma observação: O gol do Corinthians foi marcado pelo Senhor dos Clássicos, Jô! Três clássicos e três gols.

           No último jogo da primeira fase, vitória por 3 x 1 contra o Linense, na Arena. O Corinthians terminou a primeira fase com 24 pontos, 7 a frente do segundo colocado Botafogo, adversário do Timão nas Quartas. O primeiro jogo foi dificílimo… de assistir. Com os dois times mal tecnicamente, o placar não poderia ter sido outro senão um pacato e chato 0 x 0. No jogo de volta, dia 09 de abril na Arena, vitória simples do Corinthians por 1 x 0 e classificação garantida.

           Na semifinal, o São Paulo. Adversário que sempre sofre na mão do Coringão em mata-mata. No século, 6 mata-matas, todos vencidos pelo Coringão. E a sétima vitória veio de forma fácil e sem sustos. No primeiro jogo, vitória por 2 x 0 no Morumbi. Jô (mais um gol em clássico) e Rodriguinho marcaram os gols que deixaram a classificação bem encaminhada.

           Na volta, na Arena, o gol do Corinthians foi marcado aos 46 minutos do primeiro tempo por não preciso dizer quem, não é? O São Paulo ainda empatou no segundo tempo, mas insuficiente para uma reação do time do Morumbi. O Corinthians mais uma vez estava na final do Campeonato Paulista.

          O adversário? A Ponte Preta. Sim, 40 anos depois do histórico título de 1977, Corinthians e Ponte se encontrariam em mais uma final (disputaram também em 1979). A Ponte buscava o seu primeiro título em quase 117 anos de história. O primeiro jogo, disputado no dia 30 de abril no Moisés Lucarelli, foi aguardado com muita ansiedade. A Ponte havia eliminado o Santos nas quartas (1 x 0 e 0 x 1, vencendo nos pênaltis) e o Palmeiras na semifinal, com direito a um massacre de 3 x 0 no primeiro jogo. Na volta apenas segurou o resultado, perdeu de 1 x 0 e se garantiu na final.

         Como o Corinthians seguraria o ímpeto da Ponte em Campinas? Pois bem, não precisou de muito esforço. Claramente a Ponte mostrava o nervosismo e a pressão de conseguir o primeiro título. O Corinthians mostrava um futebol calmo, tranquilo, frio e eficiente, com a forte marcação característica e pressão na saída de bola adversária. E logo já deu resultado: 13 minutos. Após uma linda jogada de Romero, que toca pra Jô, que dá um simples toquinho deixando Rodriguinho na cara do gol, o Timão abre o placar em Campinas.

         No segundo tempo, o mesmo jogo: frieza e eficiência do Corinthians. Também aos 13 minutos, Rodriguinho faz bela jogada, avança com a bola e só toca para Jadson enfiar a bomba e marcar o segundo gol do Corinthians. Aos 34, Rodriguinho encerra com chave de ouro a sua participação, marcando de cabeça após cobrança de lateral de Fagner. É uma pena que Rodriguinho tenha levado o cartão amarelo que o deixou de fora do jogo de volta. Mas não tem problema. O meia foi o responsável pela grande vantagem para o segundo jogo.

            Dia 07 de maio de 2017. A Arena Corinthians estava lotada para ver o Corinthians conquistar o seu primeiro título no estádio. E bota lotada nisso: 46.017 pagantes, rendendo novo recorde de público da Arena em jogos do Timão, que era dos 6 x 1 contra o São Paulo, em 2015. Para deixar a marca mais especial: era o 100º jogo do Corinthians no seu novo estádio. Era um dia histórico! Dentro de campo, o início do jogo foi equilibrado, com a Ponte tentando entrar na área do Timão, sem sucesso. A única jogada de maior perigo do primeiro tempo ocorreu aos 29 minutos. Jadson cruza para Romero, que ajeita para Maycon, que acerta a trave de Aranha.

            Na segunda etapa, a Ponte foi pra cima. Para o Corinthians, coube apostar no contra-ataque.Quem atacava mais era a Ponte. Mas quem abriu o placar foi o Corinthians, aos 16 minutos. Jadson deu lindo passe pra Romero, que chutou de primeira. Aranha defendeu, mas o mesmo Romero pegou o Rebote e abriu o placar na Arena! Era o que faltava para a torcida soltar o grito de campeão! A Ponte ainda fez o seu gol de honra, aos 40 minutos. Mas foi só.

Corinthians, Campeão Paulista de 2017!

O artilheiro do Timão na competição foi Jô, com 6 gols, 5 deles em clássicos.