A HISTÓRIA DO FUTEBOL ARGENTINO

Buenos Aires é uma cidade com quase 3 milhões de habitantes, a capital da Argentina é a que tem a maior concentração de times de futebol das Américas, sendo que no mundo fica apenas atrás de Londres. Ao todo são 29 clubes profissionais, alguns deles quase que amadores, mas participantes de uma das divisões do Campeonato Argentino. O que muita gente confunde, inclusive até alguns meios de comunicação, é mencionar clubes da Região Metropolitana de Buenos Aires como sendo da capital. Não é raro escutar ou ler que “tal time irá a Buenos Aires para enfrentar o Banfield, Independiente ou Lanús”, por exemplo, sendo que esses são times de fora da Capital Federal.

                Informe então aos nossos leitores forma resumida, quais são os times apenas de Buenos Aires, sem contar os da Região Metropolitana. Os clubes estão divididos por divisões e entre parênteses os bairros nos quais fazem parte ou têm seus estádios. Há oito clubes que têm sede ou foram fundados em Buenos Aires e que não estão na relação. Simples, esses times jogam em outras cidades, ou “partidos”, como chamam os argentinos.

                Impressiona mesmo a quantidade de times de futebol que a cidade possui. Em um universo de 29 clubes (entre os que têm sede na cidade e os que jogam fora) pra uma cidade de quase 3 milhões de habitantes, temos uma média de um time para cada 103 mil pessoas. Só para efeito de comparação, São Paulo, com seus pouco mais de 11 milhões de moradores, divide entre si apenas seis clubes profissionais, o que dá uma média de um clube para cada quase 2 milhões de paulistanos.

                Em Buenos Aires, diferente de vários lugares, cada clube representa seu bairro de origem. Torcer por determinado time significa defender sua gente, sua região, suas raízes. E daí é que temos vários clássicos dentro de uma mesma cidade, pois enfrentar um time de um bairro vizinho não envolve só futebol. Um exemplo é o clássico entre San Lorenzo e Huracán. Embora o campeão da Libertadores seja um dos grandes do futebol argentino, vencer seu vizinho regional às vezes vale mais do que bater Boca ou River. Outro contexto que explique essas rivalidades são confrontos sucessivos nas divisões de acesso do futebol argentino, o que aumenta mais as animosidades entre esses clubes.

                Atualmente existem 17 estádios de futebol na capital portenha. Curiosamente, os cinco maiores pertencem aos cinco mais populares da cidade: Monumental de Nuñez (River), La Bombonera (Boca), Nuevo Gasômetro (San Lorenzo), José Amalfitani (Vélez) e Afonso Ducó (Huracán).

                Boca e River, como todos sabem, são os dois mais populares do país. Juntas, as duas torcidas somam quase dois terços da preferência nacional. Outro clube que também é bastante popular em todo país, mas em proporção menor, é o San Lorenzo. Vélez e Huracán têm suas torcidas restritas apenas na Região Metropolitana. Dentre os pequenos, destacam-se Chacarita Jrs, Argentinos Jrs, Nueva Chicago, Ferro Carril Oeste, Atlanta e All Boys. O restante resume-se apenas ao bairro ou região onde está situado.

                 Uma coisa que ninguém pode negar, é que o torcedor argentino é um dos mais animados e apaixonados e fanáticos do mundo. O torcedor vibra e canta o jogo inteiro e isto faz com que seus jogadores se sintam apoiados os 90 minutos e por outro lado, deixa o adversário pressionado com tanto barulho. Temos inúmeros exemplos de torcedor fanático, mas vamos falar de um em especial. Trata-se de Walter Gaston Rotundo, que teve uma ideia inusitada para saudar seu maior ídolo, o Diego Maradona na certidão de nascimento de suas filhas gêmeas. Ou seja, ele dividiu o nome do ídolo e colocou na filhas, sendo assim, uma menina chama-se MARA e a outra menina chama-se DONA.

                  Essa história de paixão desmedida, claro, surgiu em Buenos Aires, centro de adoração ao camisa 10 da seleção da Argentina. Mas Walter confessa que esta ideia não partiu dele, mas sim de sua esposa Stella Maris. Em 2010, ela descobriu que estava grávida. Meses depois, soube que eram gêmeos. Mais alguns meses, viu que seriam meninas. “Nesse momento, minha esposa me disse: Elas serão Mara e Dona”. Pronto estava decidido.

                  As meninas nasceram dia 26 de julho de 2011 e assim foram batizadas; Mara Delfina Rotundo e Dona Isabella Rotundo. Hoje, elas desfilam pela cidade de Buenos Aires com blusas da seleção da Argentina, todas autografadas por ninguém menos  que Diego Armando Maradona. Essa paixão que o torcedor argentino tem pelo futebol, é tão grande que não dá para definir.

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