A LENDA DA CAMISA BRANCA DA NOSSA SELEÇÃO

                  A aposentadoria da camisa branca da seleção brasileira, já virou como uma lenda “verdadeira” se é que podemos assim afirmar, já que é repetida pela própria CBF, mas a verdade é que a antiga camisa Branca da seleção não foi aposentada após a derrota para o Uruguai na Copa de 1950, em que foi disputada aqui no nosso país.

                  A referida camisa ainda foi utilizada no Campeonato Pan-americano de 1952, onde a Seleção brasileira, basicamente formada pelos mesmo jogadores da copa de 1950, derrotou o mesmo Uruguai por 4 a 2, gols de Didi, Rodrigues, Baltazar e Pinga. Em seguida sagrou-se campeã do torneio jogando com o mesmo uniforme branco de 1950. A seleção brasileira tinha a seguinte formação; Castilho, Djalma Santos, Pinheiro (Gerson) e Nilton Santos; Brandãozinho e Ely; Friaça (Bauer), Ademir de Menezes, Baltazar (Pinga), Didi e Rodrigues. O treinador era Zezé Moreira.

                  O último registro fotográfico do uniforme branco em jogo oficial foi em 1956, no amistoso realizado no estádio San Siro, quando a seleção perdeu para a Itália por 3 a 0, numa excursão à Europa em que o Brasil jogou contra Inglaterra em Wembley utilizando o uniforme canarinho.

                  A Revista Manchete Esportiva n.° 70, de 23 de março de 1957 mostra foto de Didi, autor de 3 gols, vestindo a camisa branca da seleção, contra o Chile no dia 13 de março de 1957, pelo Campeonato Sul-americano, no Peru. A seleção ainda jogou de branco num amistoso disputado no dia 19 de maio de 2004 contra a França.

                 O amistoso marcava as comemorações dos 100 anos da FIFA e reuniu as duas últimas seleções campeãs do mundo até então no Stade de France, palco da final de 1998. O placar foi 0x0. Neste dia a seleção brasileira jogou com a seguinte formação; Dida, Cafu, Luizão, Cris e Roberto Carlos; Edmilson, Juninho Pernambucano e Zé Roberto; Ronaldo Fenômeno, Kaká e Ronaldinho Gaúcho. Neste dia a Seleção Brasileira entrou em campo com uniformes réplicas de 1914, os primeiros da história da Seleção, com gola pólo branca e faixas azul nas mangas. Os calções brancos e meiões azul completavam o uniforme produzido pela Nike. Foi a última vez que o Brasil utilizou camisas brancas.

                A confusão causada pela falta de um segundo uniforme na Copa de 1958 (a antiga CBD simplesmente levou somente jogos de uniforme canarinho), aconteceu quando Brasil e Suécia se classificaram para a grande final do mundial daquele ano. Como as duas seleções haviam feito todos os jogos de camisa amarelo, foi necessário fazer um sorteio para se saber quem iria jogar com a camisa amarela e neste sorteio deu Suécia.

                O Brasil precisou arrumar uma camisa que não fosse da cor amarela, sendo assim, a comissão técnica saiu pela cidade de Estocolmo a procura de uma camisa, até que ao entrarem numa logo de artigos esportivos, viram uma camisa azul e como o azul faz parte das cores da nossa bandeira, compraram imediatamente. Só que havia um problema, as camisas não tinham números.

                 Ao chegaram na concentração precisaram tirar o distintivo que estava na camisa amarela e colocar na camisa azul e também colarem os números. Alguns dizem que os números foram colocados com esparadrapo. Para rebater alguns pessimistas, o Sr. Paulo Machado de Carvalho, que era o chefe da deleção brasileira disse “nossa camisa é azul, assim como o manto de Nossa Senhora Aparecida, sendo assim, vocês acham que ela como padroeira do Brasil, vai nos abandonar numa hora dessa?

                  Para a Copa de 1962  no Chile, tendo levado além do Kit oficial com a camisa canarinho, também o kit azul (como segundo uniforme) e o kit branco (como terceiro uniforme), ou seja, por uma eventualidade não se registrou a seleção brasileira de uniforme branco na Copa do Chile.

                 Vejo com interesse os detalhes sobre a variação dos uniformes utilizados pela seleção, e observo com que falta de critério a CBF divulga dados errados sobre a questão, como por exemplo o detalhamento dos meiões com listras em verde e amarelo e não em azul e branco, como consta na Galeria do site da CBF; temos também a utilização de calções negros durante a década de 1940 e mesmo o detalhe sobre a canarinho que poucos sabem utilizava numeração na cor azul até a Copa de 1966, passando para o verde próximo a Copa de 1970.

                 Esta matéria tem por finalidade somente o debate e a contribuição de informações acerca da lenda da aposentadoria compulsória da camisa branca com a derrota para o Uruguai.

Em pé: Luizão, Dida e Cris      –     De joelho: Cafú, Edmilson e Roberto Carlos      –     Sentados: Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Juninho Pernambucano e Zé Roberto

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