SAN-SÃO: o clássico entre Santos e São Paulo

                    Em 1933, o San-São – que ainda não tinha esta alcunha na época, tampouco era tido como clássico, marcou a história do futebol brasileiro. Esta foi a primeira partida de futebol profissional do Brasil. O jogo, válido pelo Paulistão de 1933, aconteceu na Vila Belmiro e terminou 5×1 para o time da capital. também foi nesse clássico que os são-paulinos chamaram pejorativamente os caiçaras de “peixeiros”, o que mais tarde virou o apelido de “Peixe”, que o Santos recebe de seus fãs. No Paulistão de 1944, a maior goleada imposta pelo São Paulo e também do clássico: 9×1.

                    Depois de catorze anos, o Santos teve a chance de voltar a  levantar um  título  estadual.  Porem,   o  adversário  era  o  São Paulo,  que  dominou a década de 40 e ganhou a partida decisiva por 3×1, sagrando-se campeão paulista de 1949. Neste ano o time do São Paulo tinha a seguinte  formação;  Mário,  Savério,  Mauro  Ramos  de  Oliveira, Bauer e Noronha; Ruy e Remo; Friança, Ponce de Leon, Leônidas da Silva e Teixeirinha. 

                   No Paulistão de 1950, o São Paulo iria enfim conquistar seu primeiro tricampeonato paulista. Chegou na penúltima rodada com um ponto de vantagem sobre o Palmeiras, mas teve que enfrentar o Peixe. Resultado: perdeu por 2×1 pro alvinegro, que se vingou da derrota no campeonato passado. Foi ultrapassado pelo Verdão, time que enfrentaria na rodada seguinte, a final. No clássico “Jogo da Lama”, empatou e viu o sonho do tri acabar ali. Os Alviverdes são eternamente gratos pela ajudinha praiana. O Tricolor sagrou-se campeão paulista de 1953, com uma vitória sobre o Santos por 3×1 em 24 de janeiro de 1954.

                   Mas o time santista não brigava pela taça, o vice foi o Palmeiras. O Alvinegro Peixeiro ganhou seu primeiro bicampeonato, firmando-se assim como a maior força do Futebol Paulista, com uma vitória por 4×2 na final do Paulistão de 1956. Foi nesse ano que o Santos, reconhecidamente grande, teve seu clássico com o São Paulo batizado como “San-São”, por Thomaz Mazzoni, jornalista do jornal “A Gazeta Esportiva”.

                   O Time da Fé chegou a última rodada do Paulistão de 1957 podendo ser campeão com um empate. Porém, nesse jogo, encarou e perdeu o clássico para o Santos que quase ‘colocou água no chope’ dos são-paulinos. Com a vitória do Corinthians, houve empate em pontos e foi marcada partida-desempate contra o Timão, vencida pelo Tricolor, campeão da temporada. O Alvinegro Praiano  conquistou o Campeonato Paulista de 1962 com uma goleada por 5×2 frente o São Paulo em 5 de dezembro do mesmo ano. Mas o vice foi o Alviverde de Parque Antarctica.

                  Em março de 1963 ocorreu a maior goleada do Santos sobre o Tricolor: Pelé, Pepe, Coutinho e companhia enfiaram 6×2 no time da capital. Em 14 de agosto de 1963, ocorreu o famoso “Dia em que o Santos de Pelé fugiu de campo”, vitória por 4×1 do Tricolor Paulista ocorrida no Pacaembu onde Roberto Dias e Pagão colocaram Pelé e Coutinho no bolso. No Paulistão de 1967, o Time dá Fé iria enfim sair do jejum de títulos de 10 anos, caso vencesse o Timão na última rodada.

                   Neste jogo o Tricolor vencia por 1×0  até os 44 do segundo tempo, quando Benê empatou para o Corinthians, e com a vitória do Alvinegro da Vila Belmiro sobre a Portuguesa Santista em seu jogo, houve empate em pontos entre ambos, e marcação de jogo desempate. O São Paulo chegou até a abrir 1×0, mas o time de Toninho Guerreiro, Edu, Gilmar, Carlos Alberto, Clodoaldo e Pelé virou pra 2×1, sagrando-se campeão paulista e impondo mais uma ano na mais longa fila de títulos já vivida pelo Tricolor.

                  O Peixe levantou o tricampeonato Paulista em 1969, com um empate em 0x0 diante do São Paulo, pela última rodada do quadrangular final da temporada. O Palmeiras foi o vice. O Paulistão de 1978 foi decidido em ‘melhor de 4 pontos’, entre São Paulo e Santos. No primeiro clássico deu alvinegro, por 2×1. No segundo, nova vitória santista daria o título. O Time de Pita e Juary vencia até os 43 minutos da etapa final, quando o são-paulino Zé Sérgio empatou.

                  Na terceira final, o time da Capital venceu no tempo normal por 2×0. O regulamento ditava então que haveria prorrogação, com vantagem de empate à melhor campanha, no caso, a do time da Baixada, o qual segurou o 0x0 por trinta minutos e sagrou os Meninos da Vila campeões estaduais de 1978. A vingança do Tricolor do Morumbi veio na final do Paulistão de 1980, com duas vitórias por 1×0 diante do Time do Rei, gols de Serginho Chulapa, futuro herói dos alvinegros.

                  São paulo campeão Paulista de 1980. Os rivais se encontraram nas quartas de final do Brasileirão de 1990. O Tricolor derrotou o Santos por 1×0 em plena Vila Belmiro, e só precisou de um empate por 1×1 no Morumbi pra se garantir nas semifinais eliminando o Time da Baixada.

                  O primeiro San-São válido por torneio internacional oficial ocorreu nas oitavas de final da Supercopa Libertadores 1992. Empate na Vila por 1×1 e goleada no Morumbi por 4×1 para o São Paulo , que eliminou o rival da baixada. Raí, maior ídolo são-paulino na década de 90, despediu-se do São Paulo em um jogo a 3 de junho de 1993, válido pelo Campeonato Paulista , onde o São Paulo goleou o Santos por 6×1, indo depois jogar no Paris St. Germain da França.

                  Tricolor e Alvinegro fizeram a final do Paulistão de 2000. Em dois jogos no Morumbi, o time da capital tinha a vantagem de dois resultados iguais para ser o campeão. No primeiro jogo, França do São Paulo fez 1×0 no começo do jogo e deu números finais à partida. No clássico decisivo, o Peixe precisava vencer por dois gols de diferença. Fez 1×0, mas Rogério Ceni empatou em cobrança de falta. No segundo tempo, Rincón fez 2×1 pro Time da Vila, mas Marcelinho Paraíba empatou novamente pro Time da Fé, garantindo o 2×2 e o campeonato de 2000 no Morumbi. Essa derrota impôs ao Santos seu 16º ano de jejum, e deu início á década de maior rivalidade entre os dois gigantes.

                 Durante o Brasileirão de 2002, o São Paulo líder do torneio recebeu no Morumbi um Santos em franca ascensão, formado por uma molecada que acabara de estrear entre os titulares, destaque para Diego, Renato e Robinho. Num dos melhores jogos do torneio, o time do planalto abre 1×0. O Time da Baixada vira pra 2×1. Na comemoração do segundo gol, Diego do Santos faz festa em cima do escudo do São Paulo, provocando os adversários. Então, no final do jogo, na raça, o tricolor vira para 3×2, com direito a Ricardinho também comemorando sobre o escudo tricolor, pra delírio da torcida mandante.

                 Nas quartas de final do mesmo brasileirão de 2002, um São Paulo primeiro colocado da fase de classificação, que impôs 10 pontos de vantagem sobre o segundo, formado por estrelas como Ricardinho e Kaká, encara um Santos que se classificou de forma dramática em oitavo, empurrado por garotos, até então, irregulares. Resultado: Santos ganha por 3×1 na Vila, e na decisiva do Morumbi, o São Paulo chega a abrir 1×0 com 4 minutos de jogo, mas é parado ai, sofrendo uma virada para 2×1 no final do jogo e vendo o título ir pra Baixada Santista.

                 No Brasileirão de 2003, Santos e São paulo corriam atrás do Cruzeiro, líder. Um clássico no Morumbi definiria quem seguiria na luta pela taça e quem seria praticamente eliminado. E o Peixe venceu por 3×1. Ele acabaria vice, e o São Paulo na terceira posição. No Brasileirão de 2004, corriam agora atrás do Atlético Paranaense, e novamente o confronto era decisivo para definir pretensões ao título. Dessa vez, o Tricolor do Morumbi venceu por 1×0, gol de Fabão mas, curiosamente, terminou novamente em terceiro enquanto o Alvinegro, derrotado, ainda conseguiu sagrar-se campeão da temporada.

                 O segundo confronto válido por torneio internacional oficial ocorreu nas oitavas de final da Copa Sul-americana 2004. E dessa vez, o Time do Rei se vingou: ganhou por 1×0 no “alçapão da vila” e segurou o 1×1 no Morumbi, eliminando o rival do planalto.

                 O São Paulo disparou na liderança do Paulistão de 2005. Iria levantar a taça contra a Portuguesa e, na rodada seguinte jogar na Vila Belmiro contra o Time do Rei. Mas a diretoria peixeira não queria ver a festa adversária justamente em sua casa e mudou o mando para Mogi Mirim. Só que o São Paulo perdeu para a Lusa, e o Santos perdeu a chance de usar o “fator Vila” pra impedir o título Tricolor. No jogo em Mogi, um 0x0 garantiu a 21ª conquista estadual são-paulina.

               Na penúltima rodada do Paulistão de 2006, Santos, líder foi ao Morumbi encarar o São Paulo, vice, podendo ser campeão caso empatasse. Abriu 1×0, mas levou uma virada de 3×1 do Time do Morumbi, que , se não impediu o título santista na última rodada e conseqüente fim da fila de 22 anos em Paulistas, ao menos deixou claro que o São Paulo tinha o time mais forte. No Brasileirão de 2007, o Alvinegro perdeu no Morumbi para o Sampa por 2×1.

              Curiosamente alguns jogadores foram ídolos nos dois clubes, como por exemplo; Pagão, Pita, Serginho Chulapa, Araken Patuska, Mauro Ramos de Oliveira e Toninho Guerreiro, que inclusive foi campeão paulista em 1967, 68 e 69 pelo Peixe e em 1970 e 71 pelo São Paulo.

Em pé: Lima, Zito, Geraldino, Joel, Mauro e Laércio    –   Agachados: Peixinho, Mengalvio, Toninho Guerreiro, Pelé e Pepe

Em pé: Lima, Zito, Dalmo, Calvet, Gilmar e Mauro    –   Agachados: Dorval, Mengalvio, Coutinho, Pelé e Pepe
Em pé: Gilberto, Sérgio, Samuel, Edson, Arlindo e Forlan    –   Agachados: Paulo, Terto, Toninho Guerreiro, Pedro Rocha e Paraná

              

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