ERROS DE ARBITRAGEM

                  Infelizmente no nosso futebol, já tivemos inúmeros jogos que foram decididos nos bastidores ou então por erros de arbitragem e uma dessas partidas ocorreu no Campeonato Paulista de 1965, mais precisamente no dia 5 de dezembro de 1965, quando se enfrentaram no Estádio Municipal do Pacaembu, Corinthians e Palmeiras.

                  Era um jogo muito importante, pois como o Santos foi o campeão paulista daquele ano com antecipação, ele já estava classificado para Taça Brasil de 1966, sendo assim, alvinegros e alviverdes os dois concorrentes mais fortes ao título, brigavam para conquistar o vice campeonato, pois seria o clube que iria disputar com o Peixe.

                   Já estávamos no segundo turno do Paulistão de 1965 e a tabela marcava para o dia 5 de dezembro de 1965, Corinthians e Palmeiras no Pacaembu, jogo às 18 horas, uma experiência com esse horário, porque as rendas, nos domingos de calor, estavam caindo, e eram atribuídas a ida dos torcedores aos clubes com piscina.

                   Esse jogo praticamente decidia o Vice Campeonato Paulista, quem o conquistasse disputaria a Taça Brasil no ano seguinte. E neste dia o técnico Osvaldo Brandão do Corinthians, escalou a seguinte equipe; Heitor; Jair Marinho, Galhardo, Clovis e Edison; Dino Sani e Rivelino; Marcos, Flávio, Nei e Gilson Porto. Do outro lado, o técnico Mário Travaglini mandou a campo os seguinte jogadores; Valdir; Djalma Santos, Djalma Dias, Procópio e Ferrari; Dudu e Ademir da Guia; Ademar Pantera, Servilio, Tupãzinho e Rinaldo.

                   O primeiro tempo terminou empatado sem que ninguém marcasse um gol. Veio a segunda etapa e tudo indicava que o jogo terminaria mesmo em zero a zero. Mas, aos 49 minutos, já no último lance do jogo, uma bola alçada para a área corintiana, subiram Ademar Pantera e Galhardo, o atacante palmeirense tocou na bola e esta foi pela linha de fundo e os jogadores do Palmeiras já iam voltando para seu campo a espera do tiro de meta que seria cobrado pelo goleiro corintiano. Quando para espanto dos jogadores corintianos, o árbitro Romualdo Arpi Filho, apontou escanteio.  

                   Confusão formada, jogadores do Corinthians, com toda razão, não concordando, pois foi tiro de meta. Mas, pra variar, a decisão do árbitro prevaleceu. Cobrado escanteio, Ademar Pantera subiu e de cabeça marca o gol, Palmeiras 1×0.

                   Oswaldo Brandão, técnico corintiano, inconformado mandava seu time não dar saída. Um repórter, este era louco pra por fogo no pedaço, vinha com recados a Brandão. Primeiramente falou que notícias vindas das Tribunas davam conta que Wadi Helu, Presidente corintiano, mandou tirar o time de campo. Brandão, naquele jeito autoritário todo seu, disse que no time quem mandava era ele e continuava a mandar seus jogadores não darem a saída.

                   Vem logo depois o mesmo repórter e fala que tinha vindo um desmentido das Tribunas, tudo mentira que Wadi Helu mandou tirar o time de campo, que Wadi disse que o Corinthians nunca tinha saído de campo e que por tradição jamais sairia. Foi o suficiente, o pingo d’água que faltava, Brandão levanta-se do banco e tira o time de campo.

                    Mas, também, adiantou alguma coisa, isso? Romualdo Arpi Filho, árbitro da partida, independente do time do Corinthians dar ou não saída, validou o gol, colocou na súmula Palmeiras 1×0, e o Palmeiras conquistou assim o Vice Campeonato e disputou a Taça Brasil de 1966. Não adianta, futebol é regido pelos bastidores, não tem conversa.

                     Nesse Campeonato Paulista de 1965, o campeão foi o Santos com 53 pontos, o vice foi o Palmeiras com 49, em terceiro ficou o Corinthians com 45, em quarto ficou a Portuguesa com 35 e em quinto o São Paulo com 33 pontos. O artilheiro da competição foi Pelé com 49 gols e os dois clubes rebaixados para a segunda divisão do futebol paulista foram, a Ferroviária de Araraquara com 13 pontos e o XV de Piracicaba com 18 pontos.

                     Erros de arbitragem sempre existiram e sempre irão existir, pois o árbitro é um ser humano, o que não podemos admitir são aqueles erros mal intencionados, onde o árbitro já entra em campo com a má intenção de prejudicar determinado clube. Vamos ter que conviver com isto torcer para que estes erros sejam os menores possíveis, para que não manche o nosso futebol.

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