TECÃO: campeão brasileiro pelo São Paulo em 1977

                                 Roberto Franqueira, mais conhecido como Tecão, nasceu no dia 10 de maio de 1952, na cidade de Bauru (SP). Na noite do ano novo, Tecão fazia planos para 1975. Sair do interior paulista e jogar na capital era o sonho dourado de muitos jogadores. Em uma rápida conversa com Bolão, supervisor do Noroeste, Tecão foi sondado sobre sua possível transferência para o Saad de São Caetano do Sul.

                                  O jogador respondeu prontamente com outra pergunta: São Caetano fica juntinho de São Paulo? Quem sabe agora, o presidente do Noroeste, Inocêncio Medina, não teria mais que negar um aumento salarial ao dizer que Tecão ainda era um amador. O Saad estava mesmo disposto em contar com o futebol de Tecão no paulistão.

                                  Felício Saad, rico industrial de origem árabe, achou que era o momento certo de investir alto para transformar o mapa do ABC em uma potência esportiva. Contratou bons jogadores e incomodou muita gente no campeonato paulista.

                                  Trabalhando como soldador, o patriarca Rubens Franqueira dava um duro danado para sustentar os seis filhos, que em casa eram tratados com apelidos aumentativos. Assim, Rubens virou “Binhão”, Ricardo ficou “Calão”, Renato é o Natão e Roberto, curiosamente, não ficou com o popular “Betão” e recebeu o apelido de “Tecão.

                                  Aos finais de semana, o divertimento dos Franqueira  era assistir o “Norusca” nos jogos do Campeonato Paulista disputados no estádio Alfredo de Castilho. Admirador de Luís Pereira, Tecão cresceu respirando futebol.

                                  Iniciou sua trajetória na várzea, como lateral esquerdo de uma agremiação chamada Fortaleza da Vila Falcão, até ser encaminhado por Álvaro Lopes aos quadros amadores do Esporte Clube Noroeste em 1969. Homem de poucas palavras e muito esforço, Tecão chegou ao elenco de profissionais do Noroeste e rapidamente se firmou como titular.

                                  Em janeiro de 1975, como já era esperado, assinou com o Saad Esporte Clube, na transação que também envolveu o meio campista Zé Rubens. Quando finalmente esperava assinar um contrato profissional, que não fosse o tal do “contrato de gaveta”, Tecão foi impedido pela CBD em razão de seu nome fazer parte da lista para disputar o Pan-Americano da cidade do México.

                                  Com atuações impecáveis no Campeonato Paulista, Tecão foi contratado pelo São Paulo no mês de setembro. Agora, Paranhos e Arlindo teriam um forte concorrente por um lugar na zaga. Para tanto, o Tricolor investiu 600.000 cruzeiros para contar com o emergente zagueiro, que anteriormente custou aos cofres do Saad 200.000 cruzeiros. Uma valorização e tanto!

                                  Titular na campanha da medalha de ouro nos jogos Pan-Americanos da cidade do México, Tecão foi o jogador de ascensão mais rápida do futebol brasileiro naquele período. Com o dinheiro recebido no esperado contrato, Tecão investiu em 2 terrenos e no sonhado Ford Corcel GT.

                                   Convocado para os Jogos Olímpicos de 1976, Tecão foi mantido como titular no esquema competitivo do técnico Rubens Minelli na campanha do título brasileiro em 1977.

Abaixo, os dados da partida final do brasileirão de 1977, realizada no Mineirão:

5 de março de  1978 – Final do campeonato brasileiro – Atlético Mineiro 0x0 São Paulo – Estádio do Mineirão – Árbitro: Arnaldo Cezar Coelho – *Resultado no tempo normal 0x0; prorrogação 0x0; penalidades 3×2 para o São Paulo.

São Paulo: Waldir Peres; Getúlio, Tecão, Bezerra e Antenor; Chicão, Teodoro (Peres) e Darío Pereyra; Viana (Neca), Mirandinha e Zé Sergio. Técnico: Rubens Minelli. Atlético Mineiro: João Leite, Alves, Márcio, Vantuir e Valdemir, Toninho Cerezo, Ângelo e Marcelo (Paulo Isidoro), Serginho, Caio (Joãozinho Paulista) e Ziza. Técnico: Barbatana.

                                    Tecão permaneceu no Morumbi até o findar de 1979, quando foi transferido para o Santa Cruz. Pelo São Paulo oram 100 partidas com 55 vitórias, 21 empates, 24 derrotas e 3 gols marcados.

                                     Passou também pelo futebol carioca no América e no Bangu Atlético Clube, entre 1982 e 1984. Pelo time de “Moça Bonita foram 96 jogos com 41 vitórias 33 empates e 22 derrotas. O zagueiro defendeu ainda o Marília, Atlético (GO) e Coritiba. Algumas fontes registram ainda uma segunda passagem de Tecão pelo São Paulo no início dos anos 80.

                                     Atualmente trabalha com um escritório de representação comercial na cidade de São Caetano (SP).

O time campeão brasileiro de 1977   –    Em pé: Antenor, Tecão, Getúlio, Chicão, Bezerra e Waldir Peres     –     Agachados: Viana, Teodoro, Mirandinha, Dario Pereira e Zé Sérgio
Seleção no Pan-Americano de 1976 no México    –     Em pé: Mauro, Batista, Edinho, Tecão, Carlos e Chico Fraga Agachados: Rosemiro, Eudes, Luís Alberto, Cláudio Adão e Santos
Em pé: Getúlio, Toinho, Antenor, Tecão, Chicão e Bezerra   –      Agachados: Zequinha, Neca, Serginho, Teodoro e Zé Sérgio
Em pé: Paulinho, Darcy, Gilberto Sorriso, Tião, Rafael e Romeu Cambalhota  –   Agachados: Helinho, Tecão, Muricy Ramalho, Edu Bala e Adãozinho
Em pé: Wendell, Everaldo, Paulo Galvão, Valderes, Tecão e Paulo Barroco    –    Agachados:  Frazão, Betinho, Carlos Roberto, Baiano e Joãozinho
Seleção Olímpica nos Jogos de Montreal, em 1976   –     Em pé: o técnico Zizinho, Rosemiro, Zé Carlos, Tecão, Edinho, Chico Fraga e Batista    –    Agachados: Marinho, Alberto Leguelé, Jarbas, Erivelto e Santos

 

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