COPA de 1970

                       Dia 10 de janeiro de 1970, nos salões do Hotel Maria Isabel, no México, foi realizado o sorteio da tabela de jogos, pela primeira vez transmitido para o mundo, via satélite. As eliminatórias entre 1 de abril de 1968 e 31 de dezembro de 1969, definiram os quatorze países que, com o México e a campeã Inglaterra, seis meses mais tarde, entre 31 de maio e 21 de junho, disputariam a “Copa Jules Rimet”.

                        Os Jogos Olímpicos de 1968 na cidade do México garantiam que seria um êxito a escolha feita em Tóquio da sede do Mundial de 1970. A FIFA crescera e, com 137 países filiados, as inscrições para a 9ª Copa tinham aumentado. Em Casablanca, no Marrocos, em fevereiro de 1968, o sorteio para as eliminatórias reuniu 70 inscritos, que, distribuídos em quatorze grupos se candidataram às oito vagas da Europa (além da Inglaterra), três vagas da América do Sul; uma das Américas Central (além do México como anfitrião) e do Norte; outra da Ásia e Oceania e uma da África.

                        Na América do Sul, o Peru, treinado pelo brasileiro Didi, desclassificou a Argentina e a Bolívia. O Uruguai invicto eliminou o Chile e o Equador. O Brasil se qualificou fazendo 23 gols e sofrendo 2 apenas da Colômbia. Os jogos do Brasil nas eliminatórias foram os seguintes:

Dia 06 de agosto de 1969 – Brasil 2 x 0 Colômbia – Tostão (2)

Dia 10 de agosto de 1969 – Brasil 5 x 0 Venezuela – Tostão (3) e Pelé (2)

Dia 17 de agosto de 1969 – Brasil 3 x 0 Paraguai – Jairzinho, Edu e contra

Dia 21 de agosto de 1969 – Brasil 6 x 2 Colômbia – Tostão (2), Pelé, Edu, Rivelino

                                                                                       e Jairzinho.

Dia 24 de agosto de 1969 – Brasil 6 x 0 Venezuela –Tostão (3), Pelé (2) e Jairzinho

Dia 31 de agosto de 1969 – Brasil 1 x 0 Paraguai – Pelé

                      O regulamento da Copa era o mesmo de 1966. Abertura em jogo isolado com o anfitrião, quatro grupos classificando oito seleções para as quartas de finais, duas semi-finais e duas finais. A novidade foi começar o sorteio com os cabeças de grupos já designados pela Comissão Organizadora. Nos jogos, a introdução de duas importantes mudanças do International Board; a permissão para cada equipe fazer até duas substituições e o uso dos cartões amarelo e vermelho. Estranho para muita gente, mas o horário do meio-dia é normal para os jogos de futebol no México. Assim foi o jogo de abertura entre México e União Soviética no dia 31 de maio de 1970.

JOGOS DA PRIMEIRA FASE  (OITAVAS-DE-FINAL_

GRUPO 1

31-05-1970

México 0 x 0 União Soviética
03-06-1970 Bélgica 3 x 0

El Salvador

06-06-1970

União Soviética 4 x 1 Bélgica
07-06-1970 México 4 x 0

El Salvador

10-06-1970

União Soviética 2 x 0 El Salvador
11-06-1970 México 1 x 0

Bélgica

                                A abertura do mundial aconteceu num dia de muito sol, em que 107.000 pagantes estiveram no estádio Azteca. Muita música, alegria e entusiasmo, as tribunas populares coloridas com bandeiras e o som das bandas que alegravam aquele ambiente de cores e de festa, no mesmo palco dos Jogos Olímpicos de 1968, só não houve movimento do placar. Os 90 minutos de jogo entre México e União Soviética foram corridos, disputados, mas faltou o gol. As equipes até que tentaram, mas as duas defesas estavam impecáveis naquele dia. Esta foi a segunda abertura de Copa do Mundo, que não tivemos gol.

                         A rodada inicial do Grupo 1, se completou no dia 3 de junho. A Bélgica derrotou El Salvador por 3 a 0, com 92.000 pagantes no Azteca, gols de Van Moer (2) e Lambert. União Soviética e Bélgica se enfrentaram dia 6 de junho, iniciando-se assim, a segunda rodada do Grupo 1, com o suíço Scheurer na arbitragem. Noventa e cinco mil pessoas aplaudiram o futebol soviético que dominou e venceu por 4 a 1, com gols de Byshovets (2), Asatiani e Khmelnitsky para os russos e Lambert para os belgas.

                          No dia seguinte, 7 de junho, completou a rodada com festa mexicana. No estádio Azteca 103.000 pessoas chegaram ao delírio com os quatro gols de Valdívia (2), Fragoso e Basaguren na vitória de 4 a 0 que eliminou El Salvador e passava o México para as quartas-de-final. Na última rodada das oitavas de final, algumas seleções jogaram já classificadas para a fase seguinte. No Azteca, dia 10, a União Soviética venceu El Salvador, com dois gols de Byshovets. No dia seguinte, 11 de junho, o México derrotou a Bélgica por 1 a 0, ficando em segundo lugar no grupo, pelo saldo de gols. Em primeiro ficou a União Soviética.

GRUPO 2

02-06-1970

Uruguai 2 x 0 Israel
03-06-1970 Itália 1 x 0

Suécia

06-06-1970

Itália 0 x 0 Uruguai
07-06-1970 Suécia 1 x 1

Israel

10-06-1970

Suécia 1 x 0 Uruguai
11-06-1970 Itália 0 x 0

Israel

                          Na abertura do Grupo 2, Uruguai venceu Israel por 2 a 0, gols de Maneiro e Mujica. Foi um jogo em que o árbitro não teve nenhum problema disciplinar e muito tranqüilo para os uruguaios, que venceram com facilidade, tal era a fragilidade da seleção israelense. Apenas 14.000 espectadores viram no renovado estádio de Toluca, o gol de Domenghini na vitória da Itália sobre a Suécia por 1 a 0.

                         Jogando em Puebla, Uruguai e Itália empataram em 0 a 0 na abertura da segunda rodada do Grupo 2. Foi um jogo de muita marcação em que os ataques pouco produziram, ficando assim o placar em branco. Em Toluca, surpreendente empate entre Suécia e Israel em 1 a 1, eliminou os dois com estréia africana na arbitragem, o etíope Tarekegn. No dia 10 de junho, uma surpresa, o Uruguai perdeu para a já desclassificada Suécia por 1 a 0. No dia seguinte, mesmo empatando com Israel em 0 a 0, a Itália acabou se classificando em primeiro no seu grupo, graças a derrota do Uruguai um dia antes. Sendo assim, Itália e Uruguai seguiam na competição.

GRUPO 3

02-06-1970

Inglaterra 1 x 0 Romênia
03-06-1970 Brasil 4 x 1

Checoslováquia

06-06-1970

Romênia 2 x 1 Checoslováquia
07-06-1970 Brasil 1 x 0

Inglaterra

10-06-1970

Brasil 3 x 2 Romênia
11-06-1970 Inglaterra 1 x 0

Checoslováquia

                         A Inglaterra abrindo o Grupo 3, em Guadalajara, diante de 50.000 pessoas venceu a Romênia por 1 a 0, gol de Hurst, o mesmo atacante que fizera, no minuto final da Copa de 1966 o último gol daquele mundial, conquistando o título em Wembley para os ingleses.

                         Em Guadalajara, no estádio Jalisco, realizou-se o melhor jogo do dia. Aos 12 minutos, Petras após marcar o primeiro gol para a Checoslováquia, ajoelhado, fez o sinal da cruz. Os brasileiros, seus adversários, não se perturbaram, seguiram atacando e empatou através de Rivelino aos 24 minutos e assim terminou a etapa inicial. Aos 15 minutos do segundo tempo, Pelé virou o jogo e Jairzinho aos 18 e aos 38 minutos fez 4 a 1 e fechou o placar. O árbitro da partida foi o uruguaio Ramon Barreto e o Brasil jogou com Felix, Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo, Gerson (Paulo César Caju) e Rivelino; Jairzinho, Tostão e Pelé.

                          Na abertura da segunda rodada, Romênia e Checoslováquia disputaram um jogo difícil. Neagu e Dimitrach marcaram para a Romênia e Petras fez o único gol dos checos. Final de partida Romênia 2, Checoslováquia 1. Sessenta e dois mil pagantes viram Brasil e Inglaterra, com a segura arbitragem do israelense Abraham Klein. Em emocionante jogo, brilharam Pelé e Banks, o melhor goleiro daquele mundial. O solitário gol de Jairzinho aos 14 minutos do segundo tempo, classificou o Brasil com antecedência para a fase seguinte. Neste dia o Brasil jogou com a seguinte formação: Félix, Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo, Rivelino e Paulo César Caju; Jairzinho, Tostão (Roberto) e Pelé.

                         Três dias depois, o Brasil voltou a campo, desta vez para enfrentar a Romênia. Neste jogo o Brasil teve trabalho para vencer por 3 a 2. Pelé abriu o placar aos 19 minutos e Jairzinho aumentou aos 21. Dumitrache diminuiu aos 34 e assim terminou o primeiro tempo. Pelé aos 24 minutos e Dembrovsky aos 38 fecharam o placar com vitória brasileira por 3 a 2. O árbitro da partida foi Ferdinand Marschall, da Áustria. E neste dia o Brasil jogou com: Félix, Carlos Alberto, Brito, Fontana e Everaldo (Marco Antonio); Piazza, Clodoaldo (Edu) e Paulo César Caju; Jairzinho, Tostão e Pelé. E para fechar este grupo, a Inglaterra enfrentou a Checoslováquia e venceu por 1 a 0, ficando assim em segundo lugar, enquanto que o Brasil ficou em primeiro do Grupo 3.

GRUPO 4

02-06-1970

Peru 3 x 2 Bulgária
03-06-1970 Alemanha 2 x 1

Marrocos

06-06-1970

Peru 3 x 0 Marrocos
07-06-1970 Alemanha 5 x 2

Bulgária

10-06-1970

Alemanha 3 x 1 Peru
11-06-1970 Bulgária 1 x 1

Marrocos

                          Em Leon, o búlgaro Demendjev fez o primeiro gol da Copa, aos 11 minutos do encontro Peru e Bulgária, perante 14.000 espectadores. Gallardo, Chumpitaz e Teófilo viraram o placar para o Peru e Bonev fez o segundo da Bulgária, na vitória peruana por 3 a 2. Na outra partida do Grupo 4, Marrocos assustou a Alemanha garantindo até o final do tempo inicial o 1 a 0, gol de Houmane, primeiro gol de um africano em Copa do Mundo. Nove mil pessoas viram a Alemanha se recompor com o gol de empate de Seeler, e depois outro de Muller e a vitória dos alemães por 2 a 1.

                         Na abertura da segunda rodada deste grupo, Marrocos segurou o placar de 0 a 0 até o final do primeiro tempo contra o Peru, mas os peruanos se impuseram com dois gols de Teófilo Cubillas e um de Challe, fechando assim o placar de 3 a 0 para o Peru. No outro jogo deste grupo pela segunda rodada, a Alemanha eliminou a Bulgária ao vencer por 5 a 2. Libuda, Muller (3) e Seeler marcaram para os alemães, enquanto que Nikodimov e Kolev marcaram para os búlgaros. Jogando em Leon, não houve surpresa. A Alemanha venceu o Peru com três gols de Muller, enquanto que Teófilo Cubillas marcou para os peruanos. No último jogo deste grupo, Bulgária e Marrocos, ambos já desclassificados fizeram um jogo de pouco interesse e assim terminaram empatados em 1 a 1. Neste grupo a Alemanha se classificou em primeiro, enquanto que o Peru se classificou em segundo.

QUARTAS-DE-FINAL

13-06-1970

Uruguai 1 x 0 União Soviética
13-06-1970 Itália 4 x 1

México

14-06-1970

Brasil 4 x 2 Peru
14-06-1970 Alemanha 3 x 2

Inglaterra

                          A União Soviética recebeu no estádio Azteca o Uruguai. A arbitragem mais fraca do mundial, do holandês Van Ravens não conteve a violência da defesa uruguaia. Os russos sempre melhores em campo não conseguiam vencer a perícia e arrojo do goleiro Mazurkiewcz. Empate nos 90 minutos e prorrogação.

                         O placar continuou em branco até os 15 minutos. Um erro de arbitragem logo depois proporcionou a vitória ao Uruguai por 1 a 0. A bola escapou de Cubilla e ultrapassou a linha de fundo, próximo ao juiz e de seu auxiliar. O atacante uruguaio rapidamente devolveu a bola para a área. A arbitragem não assinalou bola fora. Esparrago, que entrara no jogo aos 13 minutos da prorrogação, sozinho, chutou e fez o gol. Os soviéticos protestaram em vão e assim o Uruguai passou à semi-final.

                         Por ter sido segundo do grupo, o México saiu do Azteca e foi à Toluca para enfrentar a Itália. Em sua melhor exibição até ali, os italianos sofreram um gol aos 12 minutos através de Gonzáles, mas reagiram e Domenghini empatou a partida para a Itália. Aos 20 minutos do segundo tempo Riva desempatou a partida e aos 23 Rivera aumentou o placar. Com o México apenas se defendendo, Riva fez mais um gol e confirmou a eliminação dos donos da casa. Final Itália 4 a 1 sobre o México.

                         No outro jogo das quartas-de-final, em Guadalajara, o Brasil enfrentou o Peru. Jogo disputado com lealdade e muita técnica. Cinquenta e quatro mil pessoas viram Rivelino aos 11 minutos. Tostão aos 14 e Gallardo diminuir para os peruanos quatro minutos depois. Veio o tempo complementar e era indiscutível a superioridade brasileira. Aos 7 minutos o Brasil fez 3 a 1. Passe longo de Gerson para Jairzinho, dele à Pelé e daí a Tostão para conclusão. O Peru já estava derrotado, mas Teófilo Cubillas marcou aos 24 minutos e Jairzinho, dez minutos depois definiu o placar, 4 a 2 para o Brasil, que com esta vitória já estava classificado para a semi-final. O árbitro desta partida foi o belga Vital Loureaux e o Brasil jogou neste dia com a seguinte formação: Félix, Carlos Alberto, Brito, Piazza e Marco Antonio; Clodoaldo, Gerson (Paulo Cesar Caju) e Rivelino; Jairzinho (Roberto), Tostão e Pelé.

                        E fechando as quartas-de-final, Alemanha e Inglaterra se enfrentaram em Leon. O árbitro da partida foi o argentino Coerezza, que sob forte calor, entrou em campo com os dois finalistas de 1966. Eles iriam fazer a revanche da tumultuada partida de Wembley. Nas duas equipes muitos dos jogadores da final do último mundial. A disputa foi duríssima e extenuante. Aos 45 minutos, os ingleses venciam por 1 a 0, gol de Mullery. Aos 5 do segundo tempo, Peters ampliou a vantagem fazendo 2 a 0. A Alemanha aos 12 minutos queimou sua segunda substituição. Beckenbauer diminuiu o placar aos 23 e quando só restavam nove minutos para o final, Seeler empatou o jogo. A Inglaterra substituiria aos 14 minutos, Bobby Charlton por Bell. Com o gol de empate aos 36 minutos, Hunters entrou no lugar de Seeler. Persistiu o empate até o final. Alemães e ingleses, exaustos com o sufocante calor, foram para a prorrogação. Só aos 18 minutos, um gol de Muller eliminou a Inglaterra, que não teve forças para reverter a situação. E assim, a Alemanha Ocidental estava na semi-final.

SEMI-FINAL

17-06-1970

Brasil 3 x 1 Uruguai
17-06-1970 Itália 4 x 3

Alemanha

                          Quatro seleções que haviam ganho mundiais anteriores, disputaram, no dia 17 de junho, as duas semi-finais. Brasil e Uruguai, dois bicampeões, se defrontaram em Guadalajara e, para muitos era aquela a revanche do jogo do Maracanã, em 1950. Cinquenta e um mil pessoas que estavam no estádio Jalisco eram, em grande maioria, pró-Brasil. A equipe brasileira permanecera todo o tempo em Guadalajara e conquistara a simpatia do povo da cidade. Depois da eliminação do México, os mexicanos queriam o Brasil campeão do mundo.

                          O Uruguai começou na frente, com um gol de Cubilla, aos 18 minutos. Os brasileiros jogavam bem, mas não conseguiam vencer a habilidade do goleiro uruguaio. O meio de campo Clodoaldo foi à frente e, recebendo uma bola lançada por Tostão no espaço vazio mais adiante, entrou na área de frente para o gol e fuzilou para, finalmente aos 45 minutos do primeiro tempo, vencer o arqueiro Mazurkiewcz. Jogo empatado e intervalo.

                         As duas equipes voltaram com os mesmos jogadores e o Brasil foi crescendo em campo. Só aos 31 minutos, Jairzinho fez o segundo gol que refletia a maior presença brasileira e, segundos antes do minuto final, Rivelino marcou o terceiro gol brasileiro, colocando o Brasil em mais uma final de Copa do Mundo. O árbitro desta partida foi o espanhol Ortiz de Mendíbil. Neste dia o Brasil jogou com; Felix, Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo, Gerson e Rivelino; Jairzinho, Tostão e Pelé.

                         No outro jogo da semi-final, jogaram Itália e Alemanha. Oitenta mil pessoas viram Bonisegna aos oito minutos fazer 1 a 0 para a Itália e a Alemanha lutar sem cessar até empatar aos 44 do segundo tempo, através de Schnelinger. Logo em seguida o árbitro peruano Yamasaki apitou o final da partida. Veio então a prorrogação. A Alemanha saiu na frente, com o gol de Muller, aos seis minutos. Dois minutos depois, Burgnich empatou para a Itália. Um minuto antes das equipes trocarem de lado, Riva colocou a Itália na frente. O artilheiro Muller tornou a igualar a contagem. Mas, aos 22 minutos, Rivera fez finalmente o gol da vitória. Itália 4×3 Alemanha.

                        Com estes resultados ficou estabelecido que Uruguai e Alemanha iriam disputar o terceiro lugar, enquanto que Brasil e Itália decidiriam o título.

DECISÃO DO TERCEIRO LUGAR

20-06-1970

Alemanha 1 x 0

Uruguai


Na véspera da grande final, com um gol de Overath, a Alemanha garantiu o terceiro lugar naquele mundial, diante de um público de 104.000 pessoas. O jogo foi no estádio Azteca.

FINAL

21-06-1970

Brasil 4 x 1

Itália

                         Chegava ao final a Copa de 1970, o povo mexicano sorria e comemorava o grande sucesso daquele importante evento. No estádio Azteca, com 107.000 pagantes, a Taça Jules Rimet teria, obrigatoriamente, um possuidor definitivo, porque da final entre Brasil e Itália sairia um tri-campeão.

                         O alemão oriental Rufolf Glockner foi o árbitro da partida. Neste dia o técnico Zagallo mandou a campo a seguinte formação; Felix, Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo, Gerson e Rivelino; Jairzinho, Tostão e Pelé. Enquanto que a Itália jogou com; Albertosi, Burgnich, Cera, Rosato e Faccheti; Domenghini, De Sisti e Bertini (Juliano); Mazzola, Boninsegna (Rivera) e Riva.

                         O jogo começou com muito estudo de ambos os lados, mas Pelé de cabeça aos 17 minutos fez 1 a 0 para o Brasil. A Itália empatou aos 37 minutos, com um gol de Boninsegna. Na fase final, o Brasil dominou as ações desde o primeiro minuto, mas somente aos 25, num chute forte de Gerson de fora da área fez 2 a 1. Seis minutos depois, Pelé na área desviou levemente a bola para Jairzinho, que aumentou o placar. Os brasileiros dominavam inteiramente a Itália. A três minutos do final, Pelé atraiu três defensores italianos e rolou a bola suavemente para a direita. Carlos Alberto, vindo de trás, sem parar, disparou um chute cruzado e marcou o quarto gol brasileiro. Brasil 4×1 Itália.

                         Brasil tricampeão mundial. Os mexicanos vibravam com os brasileiros, aplaudindo nossa seleção. Carlos Alberto nosso capitão subiu a rampa que levava à tribuna de honra do estádio, onde recebeu do presidente do México, em caráter definitivo, a Copa Jules Rimet.

PARTICIPAÇÃO DO BRASIL

DELEGAÇÃO BRASILEIRA PARA A NONA COPA DO MUNDO

CHEFE DE DELEGAÇÃO: Brigadeiro Jerônimo Bastos

SECRETÁRIO DA CHEFIA: Roberto Câmara dos Guaranys

TÉCNICO: Mário Jorge Lobo Zagallo

PRESIDENTE DA COMISSÃO TÉCNICA: Antonio Passos

SUPERVISOR: Cláudio Coutinho

ASSESSOR ADMINISTRATIVO: Tarso Herédiade Sá

MÉDICOS: Lídio Toledo e Mauro Pompeu

ADMINISTRADOR: José de Almeida Filho

PREPARADORES FÍSICOS: Admildo Chirol e Carlos Alberto Parreira

DELEGADOS: Abílio de Almeida e José Hermírio de Moraes Filho

TESOUREIRO: Sebastião Martinez Alonso

ASSISTENTE ADMINISTRATIVO: Walter José dos Santos

MASSAGISTAS: Mário Américo e Nocaute Jack

COZINHEIROS: Mario Vieira da Rocha e Edgar Barbosa

OBSERVADOR: Rogério Hetmanek

JORNALISTA: Aquiles Chirol

JOGADORES:  Felix (Fluminense) – Ado (Corinthians) – Leão (Palmeiras) – Carlos Alberto (Fluminense) – Zé Maria (Portuguesa Desportos) – Brito (Flamengo) – Wilson Piazza (Cruzeiro) – Everaldo (Grêmio) – Baldochi ( Palmeiras) – Marco Antonio (Fluminense) – Joel Camargo (Santos) – Clodoaldo (Santos) – Gerson (São Paulo) – Fontana (Cruzeiro) – Jairzinho (Botafogo) – Tostão (Cruzeiro) – Pelé (Santos) – Edu (Santos) – Dario (Atlético Mineiro) – Paulo César Cajú (Botafogo) – Roberto (Botafogo) – Rivelino (Corinthians)

O árbitro brasileiro da Copa de 1970 foi Airton Vieira de Moraes que apitou o jogo Itália 1×0 Israel.

                         Com a decadência de Garrincha e a idade avançada de alguns craques bicampeões do mundo, o Brasil sepultou definitivamente as lembranças da Copa de 1966. Para o mundial de 1970, teríamos que recomeçar tudo outra vez. E a CBD começou procurando um novo treinador. Antonio Passos, presidente da comissão técnica, fez um convite formal ao jornalista João Saldanha. Ele aceitou na hora. O “sim” de Saldanha provocou as mais diversas reações dos muitos pretendentes ao cargo de treinador da seleção. Terminava a expectativa e começavam as críticas que somente foram contidas na medida que João Saldanha, com seu jeitão e sua coragem, conquistou o torcedor brasileiro. Os descontentes, diziam que o novo técnico estava afastado do futebol e, no mínimo desatualizado para enfrentar os problemas que a seleção iria ter pela frente. Como sempre, havia o bairrismo, agravado, agora, pelo clubismo.

                        No dia 5 de fevereiro de 1969, começava um longo período de treinamento visando a Copa do México. Mas, primeiramente, o Brasil teria que passar pelas eliminatórias. Venezuela, Paraguai e Colômbia estavam no caminho do Brasil. A seleção e seu técnico atravessaram as fases da polêmica, da consagração popular e da crise final. No futebol, sempre se procurou fórmulas, slogans e planos que contivessem em estado de alta condenação o chamado popular. A coragem, a desinibição e o estilo de João Saldanha garantiram esse apelo. E, se tais qualidades continham uma razoável taxa de risco, era preciso enfrentá-lo. E foi o que fizeram os homens da CBD. Saldanha tinha sido campeão carioca pelo Botafogo no ano de 1967. Era corajoso, criativo e falava a linguagem dos jogadores.

                        Era o líder que o Brasil precisava para ter, uma cara nova com um futebol moderno, planejado e estruturado. Apesar de tudo, Saldanha não tinha diploma de técnico de futebol. Isso irritou professores e alunos da Escola de Educação Física da Universidade do Rio de Janeiro que fizeram pesadas críticas aos dirigentes da CBD (Confederação Brasileira de Desportos)

                        No entanto, logo nos primeiros dias, João Saldanha mostrou que numa coisa os homens da CBD tinha acertado. Ele era de fato o homem capaz de realizar a virada de jogo com que todos sonhavam. Para trás, não havia somente as frustrações da Copa de 1966. Havia também as indecisões dos técnicos, as escalações feitas sob pressão, as convocações destinadas aos interesses da política futebolística. Com Saldanha isso mudou. Primeiro, pelo seu próprio estilo. Era um treinador próximo do torcedor. Nos debates na televisão, nas entrevistas no rádio e no contato com o povo, Saldanha mostrava que não era daqueles que se submetia as pressões extra campo. Segundo o Brasil finalmente tinha um time. Era alguma coisa bem diferente da comédia de 1966.

                        E no dia em que falou pela primeira vez sobre a sua seleção, Saldanha escalou seu time; Felix, Carlos Alberto, Brito, Djalma Dias e Rildo; Wilson Piazza, Gerson e Dirceu Lopes; Jairzinho, Pelé e Tostão. O time reserva também foi escalado; Cláudio, Zé Maria, Scala, Joel Camargo e Everaldo; Clodoaldo, Rivelino e Paulo Cesar Cajú; Paulo Borges, Toninho Guerreiro e Edu. O goleiro Cláudio foi dispensado por motivos médicos e foi substituído pelo alagoano Lula Monstrinho que jogava no Corinthians. E o técnico afirmava que queria em seu plantel verdadeiras feras. E foi ai que surgiu “as feras do Saldanha”. Estava estabelecida a confiança entre técnico e torcedor. E ela iria crescer com as vitórias da seleção nas eliminatórias. Seis jogos, seis vitórias. Marcamos 23 gols e tomamos apenas 2. A grande fera da seleção de Saldanha foi Tostão. Estava numa forma excepcional. Na fase eliminatória do mundo inteiro, ninguém fez mais gols que Tostão.

                    Terminada a fase das eliminatórias e com o Brasil classificado, a confiança da torcida passou a euforia. O técnico João Saldanha e o supervisor Adolfo Milman, partiram para a Europa em uma viagem de observação. A bravura de Saldanha se somaria novos ingredientes. A agilidade mental e a picardia davam um sabor ainda mais popular ao treinador do Brasil. Em cada episódio, um novo motivo de identificação do torcedor, gerando a certeza de que, na Copa de 1970, certamente não iria se repetir o vexame de 1966. O João Sem Medo, como era chamado, foi aos estúdios da BBC de Londres para debater futebol com o treinador inglês Alf Ramey. Saldanha falava inglês e ganhou a admiração dos europeus.

                     Até aí, o caminho de Saldanha na seleção era sempre ascendente. Mas logo se manifestaram os choques que o levaram, gradativamente, a uma situação de total isolamento. Para isso concorreram vários fatores. Problemas técnicos, ressentimentos pessoais e também o nervosismo e a instabilidade de um homem que assumiu a sobrecarga de todo o esforço de recuperação do futebol brasileiro.

                    No reinício dos preparativos da seleção, o treinador encontrou muitos problemas. Suas denuncias de um complô dos juízes europeus contra o futebol sul-americano, colocou dirigentes da FIFA e seu Comitê de Arbitragem na defensiva. Os homens da CBD ficaram com medo da FIFA e começaram a deixar João Saldanha de lado. A derrota para a Argentina em Porto Alegre, o desentendimento com o preparador físico Admildo Chirol e o médico Lídio Toledo além da crise envolvendo Pelé, determinaram sua queda. Depois de um jogo treino contra o Bangu, o diretor de futebol da CBD, Antonio Passos, se demitiu. Saldanha ainda duraria mais quatro dias. Resistindo por teimosia, ele se sentia cada vez mais enfraquecido e isolado. Sua valentia se transformaria em inconveniência. Quando alguém muito bem relacionado ao governo federal lhe falou de quanto o presidente Emilio Garrastazu Médici apreciava o futebol de Dario, Saldanha respondeu que para seu lugar tinha dois jogadores. E completou: “Quem escala a seleção sou eu. O presidente escala seu ministério”.

                    O treinador começou a esbarrar em interesses de toda ordem. Para completar, escalou a seleção sem Pelé para um amistoso contra o Chile. Alegou que Pelé estava míope. Essa atitude provocou uma tempestade que foi enfrentada por um homem cansado, nervoso, as vezes, descontrolado. Criticado por Yustrick, Sadanha invadiu a concentração do clube da Gávea, de revolver em punho, para tomar satisfação com o técnico do Flamengo. O presidente do clube prestou queixa crime contra o invasor de domicílio. No dia seguinte, João Havelange, presidente da CBD, dissolveu a comissão técnica da seleção. Ao saber da notícia. Saldanha teria dito: “Não sou sorvete para ser dissolvido. Se isso quer dizer demitido, vou para casa dormir”. Saldanha, nos últimos dias de seleção, já não era um exemplo de coerência. Na noite da demissão, confidenciou a alguns jornalistas que Pelé sofria de miopia em alto grau. No dia seguinte, em programa de televisão, desmentia essas declarações, afirmando que o mal de Pelé era outro, muito mais sério. Com a comissão técnica dissolvida e o afastamento do treinador João Saldanha, a seleção teria que começar tudo de novo.

                    No dia 18 de março se verificou que, da comissão técnica da seleção, somente João Saldanha e Adolfo Milman haviam sido afastados. As demissões citadas anteriormente, foram apenas um pretexto para tirar Saldanha do comando da seleção. Enquanto se procurava outro técnico, Chirol dirigiu os treinos. Afinal, dali por diante, não precisariam mais do João Sem Medo. O caminho para a Copa estava aberto. Naquele momento tudo era questão de organização e paciência, de talento futebolístico e muita habilidade dentro e fora do campo.

                     A nova fase da seleção começou com Havelange convidando Dino Sani para dirigir a seleção. Dino impõe condições que não são aceitas pela CBD. Oto Glória também recebe convite e recusa. Entretanto, na Praia Vermelha, Zagallo recebe convite de Antonio Passos e aceita rapidamente. Ele assumiu no mesmo dia e começou com altos e baixos. Na parte tática, procurava preservar sua tradicional teimosia, na inclinação por um futebol pouco ofensivo.

                     Ao mesmo tempo, dava provas de flexibilidade ao fazer novas convocações. Além de Leônidas, Arilson e Roberto Miranda, veio o craque do presidente Médici, Dario. Os dois primeiros terminaram sendo cortados. Durante os treinamentos Zagallo escalou o ataque com Jairzinho, Roberto, Pelé e Paulo Cesar Caju. A imprensa perguntava – “E Tostão ?”.  O treinador declarava que ele era apenas o reserva de Pelé. No seu time não havia lugar para dois gênios da bola. No jogo contra a Bulgária, Zagallo começou com Tostão que depois foi substituído por Pelé. A seleção não se encontrou e o resultado foi de 0x0 com Paulo Cesar Caju levando a maior vaia da história do Morumbi. Paulo Cesar estava pagando pelo irredutível apego do técnico ao sistema de 4-3-3. Praticamente não havia jogadas de ataque. O torcedor brasileiro começou a sentir que com aquela formação, o Brasil não iria muito longe na Copa do México.

                    Ainda haveria um jogo no Maracanã contra a Áustria. Era a última chance de reestruturar a seleção. No dia 28 de abril, no Palácio Guanabara, aconteceu a recepção de despedida da seleção que embarcaria para o México no dia primeiro de maio. Lá estava a imprensa e personagens do mundo político e desportista. Quando Zagallo saiu da solenidade já tinha um novo ataque para a seleção enfrentar a Áustria: Jairzinho, Pelé, Tostão e Rivelino. Na véspera da partida de despedida, no quarto de Pelé, se reuniram com ele, Gerson, Clodoaldo, Tostão e Rivelino. Conversaram mais de uma hora. Depois, papearam com Zagallo. Gerson seria o comandante dentro de campo. Ele gritou, orientou, comandou e instruiu. Foi um verdadeiro técnico dentro das quatro linhas. Daí para frente o improviso substituiu a rigidez dos esquemas. O time brasileiro não voltou a inflexível formação do 4-3-3. Do ponto de vista tático, se dava um grande passo para a vitória.

               Foi mais que um triunfo. Fez despertar, novamente, a confiança no futebol ofensivo. Foi um Brasil celestial esse que conquistou o tricampeonato e a posse definitiva da Taça Jules Rimet. Outras seleções valorizaram a histórica vitória. Itália, Inglaterra, Uruguai e até o Perú, empolgaram durante uma competição atípica, disputada sob o sol forte do meio dia e efeitos da altitude.

                  O tricampeonato foi resultado de seis inquestionáveis vitórias em seis jogos. Com 100% de aproveitamento, igualou-se ao Uruguai em 1930 e a Itália em 1938. Nenhuma novidade tática apresentou a seleção brasileira em 1970. Seus gênios sim, fizeram a diferença. Pelé, Tostão, Jairzinho, Rivelino e Gerson, encantaram o mundo com suas criatividades. Os outros se espalharam pelo campo, com suas funções, sem prejuízo ao talento. Pelé e Tostão eram vistos na defesa, marcando. De onde teria surgido a lenda de que eles não poderiam jogar juntos? Também havia jogadores com físico superior e explosivo para os momentos difíceis. A seleção brasileira era um conjunto de atletas para qualquer tipo de situação. A habilidade e os deslocamentos de Tostão facilitavam a vida de jogadores como Jairzinho, que se tornou o artilheiro da seleção no México. O goleiro Felix, para muitos não confiável, fez grandes defesas em momentos dramáticos para nossa seleção.

                   Vencemos e convencemos. Na estreia derrotamos a Checoslováquia por 4×1 quando começamos perdendo por 1×0. Passamos pela Inglaterra e tomamos um susto contra a Romênia. Como campeões do grupo 3, enfrentamos e vencemos o Peru, dirigido pelo brasileiro Didi, por 4×2. Na semifinal, cruzamos com os uruguaios. A vitória era a passagem para a final. Viramos um jogo sensacional, ganhamos por 3×1 e partimos para a decisão contra a Itália. Nunca uma Copa do Mundo foi mais para o Brasil. Nunca tantos tabus foram derrubados por essa tríplice vitória, cujo cenário foi o belo Estádio Azteca.

                    A Itália caiu por 4×1. E caiu de pé. Respeitou a superioridade brasileira e se curvou diante da habilidade dos tricampeões. Ninguém deixou de ter a influente e decisiva participação no triunfo. O preparo físico foi irreparável. O plano tático exemplar. A consciência do dever a cumprir, indissolúvel. Ninguém saiu do Brasil para ostentar vaidades pessoais. Tornou-se um campeonato como uma comunhão. Ele foi cumprido, do primeiro ao último dia, do primeiro ao último minuto da batalha.

                    Só faltava dobrar o orgulho da Itália para que a taça do mundo passasse para nossas mãos. Ela passou de forma cristalina, calçada por uma exibição inesquecível. O primeiro tabu a morrer no México foi a cisma de que a taça seria eterna. Provamos que não. O segundo foi a pujança com que vencemos o Uruguai, cobrando uma dívida injusta que vinha rendendo juros a vinte anos.

                    A vitória não tem preço nem palavras. Zagallo não deixa de ter a sua razão de sentimento, quando desabafa diante dos cronistas, cobrando o reconhecimento de sua teimosia em escalar Felix e Brito na defesa brasileira. A festa no Estádio Azteca, que tinha duração prevista para duas horas, passou das três. Houve invasão de campo. Pelé acabou de sunga e se Tostão não ficasse brabo terminaria nu. Estiveram presentes 110.000 torcedores. Houve transmissão direta para toda República Mexicana, América, Europa e Ocidente próximo. No Brasil a comemoração foi total. A oração da vitória e bandeira ganharam formas de oferenda a um Deus que dizem brasileiro. Sua graça nos deu a vitória e o homem simples se ajoelhou agradecendo a graça tão esperada.

                    A campanha do Brasil neste mundial foi a seguinte:  Nas eliminatórias realizou 6 partidas. Marcou 23 gols e sofreu apenas 2. Durante o mundial marcou 19 gols e sofreu 7. O artilheiro do Brasil foi Jairzinho que marcou 7 gols (marcou em todos os jogos). Os jogadores brasileiros que participaram desta Copa, foram os seguintes:

Goleiros: Felix, Ado e Leão

Zagueiros: Baldochi, Brito, Carlos Alberto, Piazza, Zé Maria, Fontana, Joel Camargo, Marco Antonio e Everaldo.

Meias: Clodoaldo, Rivelino e Gerson

Atacantes: Dario, Tostão, Jairzinho, Pelé, Edu, Paulo César Caju e Roberto Miranda.

Técnico: Mario Jorge Lobo Zagallo

SELEÇÃO BRASILEIRA – CAMPEÃ DA COPA DE 70      –     Em pé: Carlos Alberto, Brito, Piazza, Felix, Clodoaldo e Everaldo      –     Agachados: Jairzinho, Rivelino, Tostão, Pelé e Paulo César Caju

 

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