Jadir Egídio de Souza nasceu na cidade de São Paulo (SP), em 9 de abril de 1930. O zagueiro iniciou sua caminhada nos quadros amadores do Clube de Regatas do Flamengo. Aproveitado no time principal em 1952, Jadir foi campeão do Torneio Início do campeonato carioca. Bom marcador e eficiente no jogo aéreo, Jadir também ficou conhecido por seu empenho, um tanto exagerado nas divididas.
Em 1961 o Flamengo perdeu o título carioca para o Botafogo, mas levou vantagem no Torneio Rio-São Paulo, quando ficou com o título. Abaixo, uma das participações de Jadir na campanha do Torneio Rio-São Paulo de 1961:
8 de março de 1961 – Torneio Rio-São Paulo – Palmeiras 2×3 Flamengo – Estádio do Pacaembu – Árbitro: Alberto da Gama Melcher – Gols: Henrique aos 5‘, Humberto aos 15‘, Dida aos 41‘, Chinesinho aos 53‘ e Dida aos 60‘.
Palmeiras: Valdir; Djalma Santos, Carabina e Geraldo Scotto; Mané e Perinho (Jorge); Romeiro, Humberto, Geraldo II, Chinesinho e Bececê (Nardo). Técnico: Armando Renganeschi. Flamengo: Fernando; Joubert, Bolero e Jordan; Jadir e Carlinhos; Joel (Luís Carlos), Gerson, Henrique, Dida (Manoelzinho) e Germano. Técnico: Fleitas Solich.
Ainda em 1961, Jadir foi campeão do Torneio Octogonal de Verão, uma espécie de antecessor da atual Copa Sul Americana. No Octogonal de verão, o Flamengo enfrentou Vasco da Gama, São Paulo, Corinthians, River Plate (ARG), Boca Juniors (ARG), Nacional (URU) e Cerro (URU).
Entre 1952 e 1962, Jadir disputou 472 partidas pelo Flamengo. Foram 270 vitórias, 91 empates, 101 derrotas e 5 gols marcados. Seu nome figura nas estatísticas como o 9° jogador com mais jogos pelo clube. Jadir também defendeu a Seleção Brasileira em 6 compromissos entre 1957 e 1961.
No segundo semestre de 1962, Jadir trocou de camisa. Foi mais um capítulo da estranha superstição que desde 1948 fez o Botafogo correr atrás de jogadores do Flamengo.
Tudo começou com o atacante Sylvio Pirillo. Considerado como velho e cansado dentro da Gávea, Pirillo foi campeão carioca pelo Botafogo em 1948, uma conquista que não acontecia desde 1935.
Então, outra estiagem de títulos aconteceu entre 1949 e 1956, o que levou os dirigentes do Botafogo ao consenso de que seria necessário outro jogador do Flamengo. Como o Rubro Negro não admitia vender Servílio ao time da “Estrela Solitária”, uma trama bem armada de bastidores levou o jogador primeiramente ao Sport Club do Recife. Pouco depois, lá estava Servílio no Botafogo para faturar o título carioca de 1957.
Anos mais tarde, o script de superstição foi bem diferente. Campeão carioca de 1961, o Botafogo queria outro jogador do Flamengo para chegar ao bicampeonato. O escolhido foi Jadir, que jogou apenas uma partida pelo Cruzeiro Esporte Clube de Belo Horizonte. Logo em seguida, o experiente zagueiro assinou com o Botafogo e fez parte do elenco que faturou o caneco de 1962.
A carreira de Jadir nos gramados foi encerrada em 1963, aos 33 anos de idade. Algumas fontes apontam ainda uma breve passagem pelo Mallorca da Espanha.
Jadir nunca tinha pensado em deixar o Flamengo, ou mesmo abandonar o convívio amigável de Jordan e Dequinha, companheiros inseparáveis do tricampeonato carioca de 1953, 1954 e 1955. Em 10 anos de clube, Jadir conquistou títulos, amigos e muito respeito dos torcedores.
Mas seu destino fora da Gávea já estava escrito desde 1948, com uma estranha superstição marcada pelo interesse do Botafogo em jogadores do Flamengo. Morador do bairro do Jaçanã, Jadir Egídio de Souza faleceu na cidade de São Paulo (SP) em 13 de agosto de 1977.