Deoclécio Manoel de Miranda nasceu dia 8 de setembro de 1947, na cidade de São Paulo. Sua história profissional começou nas categorias amadoras da Prudentina na metade dos anos sessenta. Em seguida, atuou pelo Santacruzense (SP) antes de ser contratado pelo Guarani F.C de Campinas em 1967. Durante praticamente dois anos, o lateral Miranda fez boas apresentações pelo Bugre, tanto na lateral direita como esquerda.
Miranda era um lateral determinado, bom marcador e com facilidade para atuar também pelo lado esquerdo. Sabia executar as manobras de apoio ao ataque e tinha uma boa recuperação em velocidade.
CORINTHIANS
Na metade da temporada de 1969, Miranda foi negociado com o Corinthians, que já se preocupava em arrumar um substituto a altura do futebol do saudoso Lidu e de Oswaldo Cunha. Sua estreia aconteceu dia 17 de agosto de 1969, quando o Corinthians participou de um Torneio Internacional chamado Copa Costa del Sol, na Espanha e neste dia o Timão enfrentou e venceu o Barcelona por 2×1, gols de Adnan e Benê para o alvinegro de Parque São Jorge, enquanto Reixach marcou para o time espanhol. Neste dia o técnico Dino Sani mandou a campo a seguinte escalação; Alexandre (Diogo), Polaco, Ditão, Luiz Carlos e Pedro Rodrigues (Miranda); Dirceu Alves e Suingue; Carlinhos (Tião), Benê, Servilio (Tales) e Adnan.
No Parque São Jorge, Miranda foi titular absoluto até a chegada do promissor Zé Maria logo após a disputa da Copa do Mundo de 1970. A partir daí, foram raras as oportunidades de Miranda retornar a equipe mosqueteira como titular. Insatisfeito, porém entendendo que sua disputa pela posição era realmente muito difícil, Miranda permaneceu no Corinthians até junho de 1973, quando apareceu a oportunidade de seguir seu caminho no futebol carioca vestindo a camisa do Botafogo. Foi uma troca, Miranda foi para o Botafogo e o atacante Roberto Miranda veio para o Corinthians. Pelo alvinegro de Parque São Jorge, Miranda atuou em 141 oportunidades. Venceu 67, empatou 45 e perdeu 29. Não marcou nenhum gol.
BOTAFOGO
É bem verdade que o Flamengo também tentou entrar na parada para levar o lateral para a Gávea. Mas Jamil Helu, irmão do presidente Wadih Helu, já estava negociando com o Botafogo há um bom tempo. Com um contrato de dois anos e salários mensais de 9.000 cruzeiros (superiores aos 6.000 que recebia no Corinthians), Miranda arrumou as malas e partiu para a cidade maravilhosa com chances reais de voltar a mostrar seu futebol.
Jogando pelo time da “estrela solitária”, Miranda redescobriu o prazer de jogar futebol e alcançou o sonho de finalmente ser o dono da camisa de titular. Formou um sistema defensivo consagrado ao lado dos companheiros Wendell, Osmar, Brito e Marinho Chagas. Porém, o tão sonhado título carioca não aconteceu.
Miranda, que segundo Roberto Rivelino seria o lateral da Copa de 1974, viveu sua melhor fase no Botafogo, chegando a fazer sombra para Rodrigues Neto nas convocações da Seleção Brasileira. Permaneceu no Botafogo até 1977, quando seu passe foi negociado com o badalado time montado pelo presidente Horta no Fluminense.
FLUMINENSE
Nas Laranjeiras, Miranda descobriu que tinha facilidade para atuar como zagueiro e continuou a apresentar seu bom futebol. Em 1979 enfrentou problemas com o supervisor de futebol Paulo Ribeiro para renovar seu contrato. Depois de procurar outros clubes, Miranda acabou permanecendo nas Laranjeiras e renovando seu contrato por um salário menor do que recebia anteriormente. No final do ano de 1980 decidiu pendurar suas chuteiras.