Osvaldo Brandão nasceu dia 18 de setembro de 1916, na cidade de Taquara (RS). Um dos treinadores mais famosos do futebol brasileiro. Fez sucesso dirigindo grandes equipes brasileiras. Colecionou títulos pelo trio de ferro paulista. Corinthians, Palmeiras e São Paulo. Chegou a atuar como jogador. Ele defendeu o Palmeiras, ainda era Palestra Itália, de 1942 a 1946. Uma contusão fez com que ele pendurasse as chuteiras. Com a camisa palmeirense, o meia direita Brandão disputou 34 jogos. Venceu 24, empatou 8 e perdeu somente duas vezes. Marcou 3 gols e fez parte do time campeão paulista de 1942. Sua estréia como treinador aconteceu em 1945.
Ele substituiu Del Débbio no Corinthians. Depois dirigiu o Palmeiras de 1947 (sendo campeão paulista) a 1948. Passou ainda pela Portuguesa de Desportos, em 1952, onde foi campeão do Torneio Rio-São Paulo. Estava trabalhando como gerente de um cinema, quando voltou a dirigir um grande clube do futebol paulista. Na época, o presidente do Corinthians, Sr. Alfredo Ignácio Trindade decidiu contratá-lo para ser o comandante alvinegro. E a aposta de Trindade deu certo. Brandão foi o treinador da equipe que conquistou o título do IV Centenário, em 1954. O jogo decisivo foi coincidentemente contra o Palmeiras, ex-time de Brandão.
O Corinthians tinha uma formação que é considerada uma das melhores da história. Vestiam a camisa alvinegra jogadores como; Gilmar, Roberto Belangero, Cláudio, Luizinho, Baltazar, entre outros. Ficou como técnico do Corinthians até a final do campeonato paulista de 1957, a partida que ganhou o apelido “O jogo das garrafadas”. Após a derrota para o São Paulo por 3 a 1, no Pacaembu, Brandão deixou o Parque São Jorge. Voltou ao Palmeiras em 1958 e permaneceu lá até 1960, conquistando o Super Paulistão de 1959, quando a equipe esmeraldina derrotou o Santos, de Pelé & Cia. por 2 a 1, no Pacaembu. Nessa segunda passagem, Brandão conquistou também a Taça Brasil.
Ainda nos anos 60, Brandão dirigiu o São Paulo de 1962 à 1964 e mais duas vezes o time do Corinthians de 1964 à 1966 e em 1968. A missão era tirar o Corinthians da fila que durava desde 1954, justamente quando o mesmo Oswaldo Brandão era o técnico. Em 1971, ele retornou ao São Paulo e foi campeão paulista. Voltou ao Palmeiras e seguiu ganhando títulos. No clube de Parque Antarctica, comandou o forte time campeão paulista em 1972 e 1974 e bicampeão brasileiro de 1972 e 1973. Em 1977, convidado por Vicente Matheus, aceitou mais uma vez o desafio de dirigir o Corinthians, que ainda vivia o jejum de títulos.
Brandão se tornou o herói da Fiel torcida corintiana. Ganhou vaga cativa nos corações corintianos principalmente após a vitória de 1 a 0 sobre a Ponte Preta no dia 13 de outubro de 1977, gol de Basílio. Como Brandão era espírita, teria previsto o resultado e o autor do gol. “Na concentração, ele entrou no meu quarto e me falou que eu marcaria o gol do título” afirmou Basílio. Depois voltou a dirigir o Corinthians em 1980 e 1981. Também foi técnico do bom time da Ponte Preta em 1978.
Técnico de ponta do futebol brasileiro, o carismático Brandão teve algumas oportunidades de dirigir a seleção brasileira. A estréia aconteceu contra o Paraguai, no dia 17 de novembro de 1955. Naquele dia, o Brasil só empatou por 3 a 3. Ao todo, foram 40 partidas como treinador do time canarinho (27 vitórias, 7 empates e 6 derrotas). Em 1977, ele deixou o cargo após o empate com a Colômbia, em jogo válido pelas Eliminatórias da Copa de 78 que foi disputada na Argentina.
Pelo São Paulo F.C.: Como técnico foram 143 jogos (85 vitórias, 29 empates e 29 derrotas).
Pelo Corinthians: Como técnico foram 439 jogos (250 vitórias, 96 empates e 93 derrotas). Período em que treinou o Corinthians: de 1954 à 1957; de 1964 à 1966; 1968; de 1977 à 1978; e de 1980 à 1981.
Títulos: 2 Campeonatos Paulista (1954 e 1977) e 2 Torneios Rio-São Paulo (1954 e 1966). Ao todo Brandão teve cinco passagens pelo Parque São Jorge e sempre deixou sua marca. Talvez por isso tenha sido o técnico mais querido que já passou pela Fazendinha. Na primeira vez, Brandão levou o Timão ao título do Rio-São Paulo e o de Campeão Paulista, o famoso título do IV Centenário em 1954, sendo que ambos os títulos daquele ano, foram em cima do Palmeiras. No Rio-São Paulo a vitória foi de 1 a 0, gol de Cláudio aos 29 minutos do primeiro tempo.
Neste jogo que aconteceu dia 10 de julho de 54, um sábado a tarde, o ponta esquerda Rodrigues do Palmeiras chutou um pênalti na trave e com a vitória do Vasco sobre o Fluminense por 1 a 0, o Corinthians conquistou o Tricampeonato do Torneio Rio-São Paulo. E no campeonato paulista que acabou sendo disputado somente no dia 6 de fevereiro de 1955, houve um empate de 1 a 1, mas como isto já bastava para o alvinegro, com um gol de Luizinho, o “Pequeno Polegar”, aos 10 minutos do primeiro tempo, o Corinthians conquistava seu 15º título estadual. Neste dia o Corinthians jogou com; Gilmar, Idário, Homero, Goiano e Alan; Roberto Belangero e Rafael; Cláudio, Luizinho, Baltazar e Simão.
Na segunda passagem pelo Corinthians, conquistou mais um título do Torneio Rio-São Paulo, e isto aconteceu no ano de 1966. Este título na verdade, foi dividido por quatro clubes; Corinthians, Santos, Botafogo e Vasco, pois com a aproximação da Copa do Mundo de 66, na Inglaterra, não houve tempo para realizar o quadrangular, sendo assim, os quatro classificados foram proclamados como os campeões daquele torneio. Na terceira passagem pelo Timão, que foi de apenas alguns meses, não conseguiu fazer muita coisa, mas na sua quarta passagem pelo Parque São Jorge, Brandão conquistou o título que o torcedor corintiano mais se recorda, pois foi um título que ele esperava por mais de 22 anos.
Isto aconteceu no dia 13 de outubro de 1977, quando o Corinthians decidiu com a Ponte Preta de Campinas numa melhor de três. Mas dizem que o título só começou a ser conquistado na noite do dia 21 de setembro, quando o Corinthians perdeu para o Guarani por 1 a 0 em pleno Pacaembu. Como não podia mais perder até o final da competição, Brandão trancou o vestiário e disse aos jogadores; “De agora em diante só depende de vocês”, e foi o que aconteceu. No domingo seguinte o jogo foi em Ribeirão Preto e o Timão venceu por 1 a 0, gol de Romeu aos 17 minutos do segundo tempo.
Na quinta feira seguinte, foi a vez da Portuguesa de Desportos sentir a força dos pupilos de Brandão, e mais uma vitória corintiana por 1 a 0, gol de Geraldão aos 22 minutos do segundo tempo. No domingo seguinte, o adversário era o São Paulo. O jogo foi no Morumbi e não deu outra, mais uma vitória alvinegra, desta vez por 2 a 1, gols de Geraldão e Romeu, enquanto que para o Tricolor marcou Serginho Chulapa. Com esta vitória o Corinthians estava classificado para a grande final, que seria contra a excelente equipe da Ponte Preta de Campinas.
No primeiro confronto, os comandados de Brandão venceram por 1 a 0, gol de Palhinha (de nariz) aos 14 minutos do primeiro tempo. Veio a segunda partida, Morumbi recebeu um público de 146.082 pessoas, sendo 138.032 pagantes e 8.050 menores, o maior público da história do estádio e do próprio Corinthians. Vaguinho abriu o placar aos 42 minutos do primeiro tempo. Mas na segunda etapa, Dica cobrando falta e Rui Rey viraram o placar e tudo ficou para a terceira partida, que aconteceria na quinta feira seguinte. A história desse jogo começa na véspera, quando Basílio estava preparando-se para dormir, e entra em seu quarto, Oswaldo Brandão, técnico do Corinthians.
Fato normal, já que ele era considerado um “paizão”. No entanto, Brandão tinha um recado especial para dar ao seu camisa 8. “Durma bem, negão, porque você vai fazer o gol do título”. No dia seguinte, Basílio nem deve ter se lembrado das palavras de Brandão, afinal a aglomeração e a gritaria dos torcedores ao redor do hotel era muito grande. Começa o jogo e o primeiro tempo termina em 0 a 0. Mas no segundo tempo, aos 37 minutos, Basílio marcou o gol do título, o gol que fez a Fiel torcida soltar o grito de campeão. Mais uma vez Brandão é carregado nos ombros dos torcedores corintianos.
Pelo Palmeiras: Pelo Palmeiras, ele é dono do recorde de ter comandado o time alviverde mais vezes ao longo da história: 580 jogos (335 vitórias, 151 empates e 94 derrotas). Foi técnico do Verdão em 1947 – 48 – 59 – 60 – 61 – 72 – 73 – 74. Foi campeão paulista em 47, 59, 72 e 74. Campeão Brasileiro em 72 e 74 e campeão da Taça Brasil em 60. Oswaldo Brandão foi disparado o técnico mais querido entre todos os técnicos que já passaram por Parque Antarctica. Nem mesmo Wanderley Luxemburgo que tirou o Palmeiras de um jejum de títulos de 16 anos em 1993 e conquistou cinco taças, ou Luiz Felipe Scolari, campeão da única Taça Libertadores da América do clube, conseguiram superar Brandão. Muito carismático o ex-treinador além de ser muito querido pela torcida foi também um técnico que sempre teve o apoio dos jogadores com quem trabalhou, pois sempre foi um paizão para com eles.
Oswaldo Brandão morreu no dia 29 de julho de 1989, em São Paulo (SP), deixando muita saudade a todos que amam o futebol, pois foi um homem vencedor. Por onde passou conquistou títulos importantes, por isso, ainda hoje é lembrado como um dos melhores treinadores que o Brasil já teve. Sendo assim, deixamos aqui nossa humilde homenagem a este gaúcho que venceu aqui no estado de São Paulo e que certamente para todo e sempre ficará guardado em nossos corações.