RENGANESCHI: foi tão bom como jogador como treinador

                 Armando Federico Renganeschi nasceu em Capitán Sarmiento, na Argentina, em 10 de maio de 1913. Aos onze meses de idade foi morar no Paraguai e só retornou para o território argentino quando contava com doze anos. Começou sua carreira no Central Norte de Tucuman em 1927. Mais tarde chegou ao Club Atlético Independiente, agremiação onde jogou até 1938, quando foi emprestado ao Estudiantes.

                Voltou ao Independiente no ano seguinte, lá permanecendo até o final da década de trinta. Em 1940 Renganeschi desembarcou no Rio de Janeiro e assinou contrato por empréstimo com o Bonsucesso Futebol Clube. Na temporada seguinte, o Fluminense contratou Renganeschi após o acerto dos trâmites contratuais junto aos dirigentes do Bonsucesso e do Independiente, dono dos direitos federativos.

                Renganeschi então foi integrado ao elenco comandado pelo técnico Ondino Vieira, participando inclusive da memorável conquista do campeonato carioca de 1941. Ao lado de Batatais, Machado, Mallazo, Brant e Afonsinho, o zagueiro argentino formou uma linha defensiva robusta, o suficiente para segurar o Flamengo no famoso “Fla x Flu da Lagoa” e ficar com o título.

                O histórico “Fla x Flu da Lagoa” foi disputado em 23 de novembro de 1941, no estádio da Gávea. O empate por 2×2 garantiu o título ao Fluminense. Em junho de 1944 começaram os entendimentos para sua transferência junto ao São Paulo Futebol Clube. No mês seguinte, Renganeschi saltou na estação da Luz para mais uma etapa de sua carreira.

                Zagueiro clássico, seu domínio de bola era digno dos habilidosos meio campistas da época. Campeão paulista em 1945, entrou definitivamente para os livros de história do tricolor na decisão do estadual de 1946. Naquele certame, São Paulo e Corinthians disputaram o título até a última rodada.

                Em seu último compromisso na tabela, no dia 10 de novembro, o tricolor teria pela frente o Palmeiras (já sem chances matemáticas de conquista). Enquanto isso, o Corinthians que venceu o Juventus na última rodada, dependia ao menos de um empate nesse jogo para provocar uma partida extra com o São Paulo para decidir o título.

                Logo no início do encontro contra o alviverde, Renganeschi se machucou e como substituições não eram permitidas, o argentino ficou na ponta esquerda apenas para permanecer no gramado. A partida caminhava para um empate sem gols até os 37 minutos da segunda etapa, quando um cruzamento na grande área surpreendeu o goleiro Oberdan Cattani.

                A bola resvalou nas enormes mãos de Oberdan junto ao travessão, sobrando em rebote para o “manquitola” Renganeschi empurrar o couro marrom para dentro das malhas esmeraldinas. Foi seu único tento pelo tricolor, onde atuou até dezembro de 1948, sendo substituído posteriormente pelo jovem Mauro Ramos de Oliveira.

               Ao todo, foram 103 compromissos disputados pelo São Paulo com 60 vitórias, 23 empates, 20 derrotas e 1 único gol marcado. De acordo com alguns registros, Renganeschi ainda jogou algumas partidas pelo Jabaquara Atlético Clube de Santos antes de encerrar em definitivo sua carreira como jogador profissional.

TREINADOR

               Renganeschi iniciou sua caminhada como treinador nas divisões amadoras do próprio São Paulo, para onde retornou dez anos depois para também comandar o elenco principal. No futebol carioca Renganeschi comandou o Flamengo na conquista do título carioca de 1965. Entre os vários times em que trabalhou, além do Flamengo, Corinthians, São Paulo, Ferroviária de Araraquara, Guarani, Palmeiras, Prudentina, Independiente da Argentina, Portuguesa Santista, Paulista de Jundiaí, Comercial de Ribeirão Preto, Ponte Preta, Londrina e Bahia.

                Sem muito alarde, Renganeschi desceu do Opala que o transportou até o Parque São Jorge e imediatamente perguntou onde ficava o gabinete do presidente Vicente Matheus. Em seu primeiro treino na Fazendinha, manteve como sempre uma postura séria, determinando ao professor Teixeira algumas alterações nos tipos de exercícios físicos junto ao elenco do alvinegro.

                Naquele ano, o Corinthians não fazia uma boa campanha no campeonato brasileiro e a diretoria optou por trazer o homem que tinha feito o Londrina Esporte Clube voar alto no campeonato nacional de 1977. Comandou o Corinthians apenas em 21 oportunidades durante o ano de 1978, obtendo 10 vitórias, 7 empates e 4 derrotas. Armando Renganeschi faleceu na cidade de Campinas (SP), no dia 11 de outubro de 1983, aos 70 anos de idade.

Em pé: Piolim, Rui, Bauer, Renganeschi, Noronha e Gijo    –    Agachados: Luizinho, Sastre, Leônidas da Silva, Remo e Teixeirinha

Em pé: Paulo Machado de Carvalho, então diretor, Rui, Bauer, Piolim, Gijo, Reganeschi, Noronha e o treinador Joreca     –   Agachados: Luizinho, Sastre, Leônidas da Silva, Remo e Teixeirinha
Noroeste de Bauru   –   Em pé: Xandu, Anísio, Renganeschi, Brandãozinho, Tuim e Chocolate   –    Agachados: Ferreirinha, Adolfrizes, Alicate, Julinho e Laércio Prates
Em pé: Malazzo, Norival, Spinelli, Capuano, Renganeschi, Afonsinho e o técnico Ondino Viera   –    Agachados: Pedro Amorim, Russo, Tim, Pedro Nunes e Carreira
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