PORTUGUESA 7×3 CORINTHIANS – Dia 25 de Novembro de 1951

 

                   O ano de 1951 ficará, certamente, marcado na história do Corinthians como um dos mais inesquecíveis. O título paulista coroou uma equipe altamente ofensiva e colocou fim a um jejum de dez anos sem conquistar o estadual. Seu ataque marcou nada menos do que 103 gols em 28 partidas. Média de 3,67 por jogo. E com esta belíssima campanha, acabou sendo o campeão paulista de 1951.

                  Neste campeonato o Corinthians aplicou várias goleadas, como por exemplo um 9 a 2 no Comercial, 7 a 1 no Jabaquara, 7 a 2 no Juventus e ainda 4 a 0 no São Paulo, time que o Corinthians não vencia havia cinco anos.

                  No jogo decisivo, dia 13 de janeiro de 1952, mais um show corintiano. Jogando no Pacaembu, contra o Guarani, ganhou por 4 a 0 e sagrou-se campeão com duas rodadas de antecipação.

                 Na última rodada, para fechar com chave de ouro a conquista, o Corinthians derrotou o rival Palmeiras por 3 a 1. O atacante Carbone, autor do centésimo gol, terminou o campeonato como principal artilheiro, ao anotar 30 gols.

                  Foi um campeonato muito disputado, pois todas as equipes se reforçaram, a Portuguesa por exemplo tinha em seu elenco, Djalma Santos, Brandãozinho, Pinga, Julinho Botelho e Simão, jogadores de seleção, tanto é, que o time da Lusa era a base da seleção paulista. Já o Corinthians que foi o campeão, tinha em seu elenco, Gilmar, Cláudio, Luizinho, Baltazar, Carbone, Homero, Roberto Belangero e Mário.

                  Durante o campeonato tivemos vários resultados interessantes e também inúmeras goleadas. Mas teve um jogo que entrou para a história, que foi Corinthians x Portuguesa.  Estas duas equipes se enfrentaram no dia 25 de novembro, no velho Estádio do Pacaembu, jogo válido pelo segundo turno. Era um dia de muita chuva na capital paulista.

                   Para esta partida o técnico Rato mandou a campo os seguintes jogadores; Gilmar, Murilo e Alfredo; Idário, Touguinha e Julião; Cláudio, Luizinho, Baltazar, Carbone e Mário. Do outro lado o técnico da Lusa, o saudoso Osvaldo Brandão, escalou a seguinte equipe; Muca, Nena e Noronha; Djalma Santos, Brandãozinho e Ceci; Julinho Botelho, Renato, Nininho, Pinga e Simão.

                  O arbitro da partida foi José de Moura Leite que teve um trabalho cheio de falhas a dano dos dois clubes. Felizmente a contagem não deixa duvidas quanto à superioridade da Portuguesa. A renda foi de Cr$ 693. 700,00.

                   O jogo terminou com o placar de 7 a 3 para a Portuguesa, gols de Julinho (4), Pinga (2) e Nininho, enquanto que para o alvinegro de Parque São Jorge marcaram, Carbone (2) e Idário. Com este resultado, a Portuguesa quebrou uma sequência de 7 jogos sem vitória no confronto no Campeonato Paulista. Logo depois do jogo procuraram um culpado para aquela goleada e jogaram todo aquele fracasso nas costas do goleiro Gilmar.

                  Considerado culpado por uma derrota por 7 a 3 diante da Portuguesa de Desportos naquele fatídico 25 de novembro de 1951, um domingo de muita chuva no Pacaembu. Ele foi vítima de terrível campanha e até proibido de entrar nas dependências do clube.  Porem, de espírito forte, Gilmar deixou que o tempo calasse seus caluniadores.

                   Só ganharia nova chance cinco meses depois, já em 1952, quando atuou em uma excursão do time na Turquia, se destacando com grandes apresentações. Contra a seleção da Dinamarca, defendeu três pênaltis. Então a história mudou e ele se transformou no maior goleiro da história do S. C. Corinthians Paulista. Conquistou o bicampeonato de 51 e 52, o Rio São Paulo de 1953 e 1954 e, no mesmo ano, um dos títulos mais festejados de todos os tempos, o de Campeão Paulista de 1954, ou, como ficou conhecido, o Campeão do IV Centenário da cidade de São Paulo. Foi também campeão do mundo nas Copas de 58 e 62, sempre como titular.

PORTUGUESA DE DESPORTOS NO ANO DE 1951    –    Em pé: Djalma Santos, Brandãozinho, Nena, Muca, Ceci e Noronha     –   Agachados: Julinho Botelho, Renato, Nininho, Pinga e Simão
S. C. CORINTHIANS PAULISTA NO ANO DE 1951     –     Em pé: Cabeção, Idário, Goiano, Homero, Olavo e Julião    –    Agachados: Cláudio, Luizinho, Carbone, Mário e Baltazar

                         

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