JOÃO LUIS: campeão paulista pela Inter de Limeira em 1986

                  João Luis Barbosa nasceu dia 20 de maio de 1962, na cidade de Cosmópolis – SP.  Foi um lateral direito que começou jogando em sua cidade natal, depois jogou no Independente de Limeira, onde ficou por dois anos, passou pelo Guarani de Campinas, voltou para Limeira, onde jogou e sagrou-se campeão paulista em 1986 pela Internacional de Limeira. Após a conquista, João Luis transferiu-se para Portugal onde, de 1987 a 1992, defendeu a camisa listrada do Sporting de Lisboa. Ao voltar do país lusitano, jogou por um ano no Palmeiras (1992/93) onde conquistou o título de campeão paulista de 1993, fazendo parte daquele timaço que conquistaria o brasileiro daquele ano.

                  Do Palmeiras, João foi negociado com o XV de Novembro de Piracicaba, onde encerrou a carreira em maio de 1994, tornando-se então funcionário público em Cosmópolis a sua cidade natal, onde mais tarde foi técnico de segurança do trabalho na Usina Açucareira Ester S.A. Foi um jogador que teve uma carreira brilhante e que ainda hoje é muito querido em Limeira.

INÍCIO DE CARREIRA

                 João Luis começou a jogar futebol no União Esportiva Funilense, um pequeno clube da sua terra natal no interior de São Paulo, onde jogava como centroavante. No início dos anos 80, passou pelo Independente de Limeira, onde ficou por dois anos. Depois jogou dois anos pelo Guarani de Campinas e após excursionar com a Seleção Intermediária pela Malásia, veio para a Inter de Limeira em 1984 como meia direita e chegou a atuar em várias posições no ataque, até que firmou-se na lateral direita. Foi um pedido do treinador Pepe, pois o lateral Donizete tinha tido uma jornada infeliz no jogo de estréia da Inter, ao qual foi derrotada pelo Palmeiras por 3 a 1, sendo assim, Pepe solicitou a João Luiz que fizesse pelo menos três jogos naquela faixa de campo. No primeiro jogo, ganhou o prêmio de melhor em campo.

INTER DE LIMEIRA

                  Em 1986, no primeiro turno do Campeonato Paulista, o time comandado pelo técnico José Macia, o Pepe não fez feio (ficou em sexto lugar), mas o título do primeiro turno acabou ficando com o Santos. Mesmo assim a Inter de Limeira ficou acima de times tradicionais como São Paulo, Ponte Preta e Guarani. Mas no segundo turno, a história do Campeonato Paulista começou a mudar para sempre. Faltando apenas duas rodadas para terminar o segundo turno, a Internacional já havia assegurado o primeiro lugar assim como na classificação geral (turno e returno).

                 Na semifinal enfrentou o Santos F.C. No primeiro jogo na Vila Belmiro, o duelo de campeões dos dois turnos foi favorável ao time de Limeira. Um grande jogo e 2 x 0 na casa do Santos. No segundo jogo com o Limeirão lotado, nova vitória da Inter, agora por 2 x 1 e  classificação para a inédita final, que seria contra o vencedor da outra chave. E o outro classificado era o Palmeiras. Obviamente, o alviverde era o favorito diante da Inter, até porque jamais um time do interior havia ganho um Paulistão, e mais ainda quando as duas finais foram marcadas para o Morumbi (sob a alegação que o estádio do Limeirão não tinha condições para uma final).

                O primeiro jogo aconteceu dia 31 de agosto, um domingo de muito frio na capital paulista. O que se viu lá no Morumbi foi mais de 100.000 palmeirenses empurrando o time de Carbone contra o pequeno time do interior, mas o jogo terminou empatado em 0 a 0. Veio então a segunda partida, aquele que iria decidir o grande campeão paulista de 1986. o time da Inter que era comandada pelo “Seo” Macia, o popular Pepe, jogou neste dia com; Silas, João Luís, Juarez, Bolívar e Pécos; Manguinha, Gilberto Costa e João Batista (Alves); Tato, Kita e . A arrecadação foi de Cz$ 2.443.610,00 para um público pagante de 68.564 pessoas.

                Logo aos 5 minutos, em um cruzamento, o artilheiro Kita emendou um sem-pulo e o goleiro palmeirense Martorelli (que desbancou o titular Leão) não alcançou. Inter de Limeira 1 x 0 para o espanto dos milhares de palmeirenses presentes ao Morumbi. O baque foi grande. Quatro minutos depois, numa bobeada monstro, o zagueiro Denys, recuou mal uma bola para Martorelli, o ponteiro direito Tato como um tubarão, se aproveitou e pegou a bola mal atrasada, driblou Martorelli e tocou no fundo da rede. Inter 2 x 0 e o desespero tomou conta do time alviverde.

                O Palmeiras conseguiu diminuir através do zagueiro Amarildo e depois tentou empatar para levar o jogo para a prorrogação, alimentando assim uma esperança ao torcedor palmeirense, que naquele momento não estava acreditando naquilo que estava vendo. Mas a experiência de Gilberto Costa, João Batista e Silas foi decisiva para manter o placar favorável. Dulcídio Vanderlei Boschilla apita, é fim de jogo. E um tabu de 84 anos se quebra. Finalmente um time do interior paulista é campeão com todo o merecimento.

               Consagrado como lateral-direito, João Luis também viu a possibilidade de sucesso profissional após o título de 86. Foi por meio da Inter que as portas se abriram para ele. Logo os grande clubes  brasileiros começara a namora-lo, no entanto, foi um clube português que o levou.

SPORTING DE LISBOA

               Foi uma das grandes contratações do Sporting, numa época em que o Clube atravessava uma grande crise financeira, e tinha arrancado para a preparação da época de 1986/87 com apenas 13 jogadores, chegando ao clube apontado como um jogador em ascensão no futebol brasileiro. Depois de uma primeira época de adaptação em que disputou o lugar na lateral direita com o veterano Gabriel, tornou-se o dono da camisa nº 2 do Sporting, confirmando-se como um bom lateral, seguro na parte defensiva e muito forte no apoio ao ataque, para além de ter um potente remate, o que lhe permitiu marcar 14 gols nos 150 jogos que disputou nas seis temporadas que esteve ao serviço do Sporting, uma marca bastante razoável para um lateral direito.

               João Luis estreou com a camisa do Sporting a 22 de Fevereiro de 1987, na 20ª rodada do Campeonato Nacional, realizado em Portimão, tendo o Sporting empatado com o Portimonense (1-1). Com a camisa do Sporting, João Luis conquistou apenas uma Super Taça “Cândido de Oliveira”, na época de 1987/88, diante do Benfica, tendo o Sporting vencido os 2 jogos da final (3 a 0 no 1º jogo, no Estádio da Luz e 1 a 0 no segundo jogo, no Estádio José Alvalade).

               João Luís era um lateral completo e equilibrado, com uma boa técnica individual, um bom sentido táctico e posicional, bom na hora de defender e na hora de atacar, envolvendo-se muito bem pelo lado direito, com boas combinações com os companheiros mais adiantados, chegando depois à linha de fundo para cruzar com perigo para a área adversária. Nas 3 primeiras temporadas e meia (entre 1986/87 e 1989/90), João Luis foi um dos jogadores mais utilizados do plantel do Sporting, assumindo-se, inclusivamente, como titular indiscutível nas épocas de 1987/88 e 1988/89. Nas duas últimas temporadas, o jogador brasileiro foi menos utilizado, mas, ainda assim, foi mais um dos jogadores que contribuiu para a excelente campanha europeia realizada pelo Sporting na Taça UEFA, na época de 1990/91, na qual chegou às meias-finais da prova.

                 Dos muitos futebolistas brasileiros que passaram pelo Sporting, João Luis foi um dos que mostraram maior qualidade futebolística, para além de se ter revelado um excelente profissional, brioso, empenhado e dedicado, tendo, por isso mesmo, deixado um rasto de simpatia entre os adeptos e simpatizantes sportinguistas que tiveram o prazer de o ver jogar durante 5 temporadas e meia pelo Sporting de Lisboa, deixando o clube português no final da temporada 1991/92. Depois de duas épocas em que jogou menos porque Marinho Peres apostou em Carlos Xavier para o lado direito da defesa, João Luis regressou ao Brasil já com 30 anos, mas ainda a tempo de se sagrar Campeão Estadual e do Brasil, ao serviço do Palmeiras.

PALMEIRAS

                João Luis chegou ao Parque Antarctica em 1992 e no seguinte sagrou-se campeão paulista e brasileiro, pois na época o alviverde montou uma verdadeira seleção. O título paulista de 1993, encerrou um jejum de títulos de 16 anos. A equipe alviverde, comandada pelo técnico Vanderlei Luxemburgo chegou ao seu décimo nono título estadual depois de derrotar o Corinthians na finalíssima da competição por 4 a 0 (3 a 0 no tempo normal e 1 a 0 na prorrogação), com gols marcados por Zinho, Evair(2) e Edílson. A partida foi realizada no dia 12 de Junho de 1993 no Estádio do Morumbi. Segundo o regulamento, o Palmeiras precisava vencer o segundo jogo da final para levar a decisão para a prorrogação, uma vez que o Corinthians ganhou o primeiro jogo por 1 a 0, com gol marcado por Viola, o artilheiro da competição. Com a camisa do Palmeiras, João Luiz disputou 31 partidas. Venceu 15, empatou 11 e perdeu 5. Não marcou nenhum gol.

FINAL DE CARREIRA

               Ao deixar o alviverde, jogou por algum tempo no XV de Piracicaba, onde encerrou a carreira em 1994. Depois trabalhou com o Lê, seu companheiro de Internacional, empresariando jogadores e gerenciando o Independente em 1999, ano em que o clube limeirense conquistou o acesso para a Série A-3 do futebol paulista. Depois trabalhou ainda como técnico de segurança da Usina Ester. Evangélico, João Luis também é pastor da Assembleia de Deus Madureira. Não cansa de dar Graças a Deus, por tudo ter dado certo em sua vida. Fez seu pé de meia, tem três filhas formadas e vive uma vida tranquila.

1986 – Em pé: Silas, Pécos, Juarez, Manguinha, Bolívar e João Luis    –   Agachados: Tato, Gilberto Costa, Kita, João Batista e Gilson Gênio
Em pé: Silas, João Luiz, Bolívar, Juarez, Manguinha, Pécos e Kita    –   Agachados: Tato, Gilberto Costa, João Batista e Gilson Gênio
Em pé: Moacir, Juarez, Manguinha, Pécos, João Luis e Bolívar     –      Agachados: Kita, Tato, João Batista, Lê e Carlos Silva
Em pé: Velloso, Edinho Baiano, Roberto Carlos, João Luiz, César Sampaio e Antonio Carlos   –    Agachados: Edmundo, Mazinho, Zinho, Edilson e Evair
Em pé: Wilson, Giba, Bosco, Ari, Ticão e Paulo César   –   Agachados: Dias, João Luis, João Marques, Renê e Jorginho
João é o primeiro agachado, vestindo a famosa camisa listrada do Sporting
Em pé: o goleiro Anselmo, João Luiz é o terceiro e Albéris é o quinto    –    O terceiro agachado é Fabinho, Claudinho
Em pé: Silas, Pécos, Juarez, João Luiz, Manguinha, Bolívar e o técnico Pepe   –    Agachados: Tato, Kita, Gilberto Costa, João Batista e Gilson Gênio
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2 comentários em “JOÃO LUIS: campeão paulista pela Inter de Limeira em 1986

  1. Blz! Zé, muito bom o histórico de J. Luiz.
    Enviei 2 e mails de resposta pra VC, mas …
    não sei se viu.
    Tem lá 8 nomes, estou tentando os outros.
    Abç.

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