DINO SANI: brilhou no Corinthians, São Paulo, Seleção Brasileira e no Milan da Itália

                   Dino Sani, nasceu dia 23 de maio de 1932 na capital paulista. Teve a honra de vestir a camisa de grandes clubes brasileiros, estrangeiros e da seleção brasileira.  Disputou a Copa do Mundo de 1958 na Suécia, quando o Brasil conquistou seu primeiro título mundial. Depois saiu das quatro linhas e ingressou na profissão de técnico de futebol, onde também trabalhou em grandes clubes.  A bola era tão bem tratada por Dino Sani, que torcedores e técnicos dos clubes pelos quais passou, deviam se sentir angustiados quando ela deixava seus pés em direção a algum companheiro de menor intimidade com a redonda.  O passe era perfeito, mas aquele que recebia nem sempre a tratava com o mesmo carinho. Começou sua carreira em 1950 na Sociedade Esportiva Palmeiras. Ainda muito jovem, não teve espaço em um elenco recheado de craques, como Humberto Tozzi, Valdemar Fiume, Aquiles, Rodrigues, Jair da Rosa Pinto e tantos outros.

                  Com tantos craques, o alviverde decidiu empresta-lo ao XV de Jaú.  Já com 19 anos de idade, voltou no ano seguinte e foi vendido para o saudoso Comercial da capital paulista, onde passou duas temporadas.  Pelo Palmeiras, foram apenas 15 jogos (6 vitórias, 6 empates, 3 derrotas) e cinco gols marcados. 

SÃO PAULO F.C.

                  Sua classe e um toque de bola refinado não passaram despercebidos e, em fevereiro de 1954, era contratado pelo São Paulo F.C.  A missão do tricolor era difícil, ou  seja, substituir José Carlos Bauer. No entanto, Dino Sani cumpriu esta missão com tranquilidade, pois o tricolor tinha na época grandes craques como; Poy, Mauro Ramos de Oliveira, Pé de Valsa, Maurinho, Gino, Canhoteiro e muitos outros. Ainda hoje os torcedores mais velhos lembram de Dino Sani como um dos melhores meio campista que já vestiu a camisa do clube do Morumbi.  Em 1957 conquistou o campeonato paulista num jogo sensacional, onde o São Paulo venceu o Corinthians por 3 a 1.Neste ano o tricolor tinha uma equipe fantástica; Poy, De Sordi, Mauro Ramos de Oliveira, Vitor e Riberto; Dino Sani e Celso; Maurinho, Zizinho, Gino e Canhoteiro. Pelo São Paulo, Dino fez  322 partidas (169 vitórias, 81 empates, 72 derrotas), Dino Sani anotou 108 gols com a camisa tricolor. 

SELEÇÃO BRASILEIRA

                  Ainda em 1957 Dino Sani fazia sua estreia com a camisa da seleção brasileira, isto aconteceu no dia 28 de março, quando o Brasil perdeu para o Uruguai por 3 a 2. Mas foi no ano seguinte que Dino Sani conquistou o título mais importante de sua carreira, o título mundial de 1958 na Suécia, onde jogou ao lado de verdadeiros monstros sagrados do futebol brasileiros, como Pelé, Garrincha, Nilton Santos, Gilmar, Vavá, Bellini e tantos outros.  Ele começou a campanha como titular, vencendo a Áustria por 3 a 0 com dois gols de Mazzola e um de Nilton Santos e depois um empate contra a Inglaterra em 0 a 0, mas acabou sendo substituído por Zito a partir do terceiro jogo.  Mesmo assim, a recordação daquela competição é a melhor possível, pois foi uma honra vestir a camisa canarinho naquela copa. Apenas 22 jogadores participaram daquela conquista histórica, ou seja, o primeiro título mundial do futebol brasileiro e Dino Sani estava lá.

CLUBES ESTRANGEIROS

                    Depois da Copa, começaram a surgir propostas do exterior e, em 1959, Dino Sani foi para o Boca Juniors da Argentina por um milhão de dólares.  Lá ele fez parte de um timaço, que contava também com os brasileiros Orlando, Maurinho e Paulo Valentim. Era uma verdadeira seleção, com cinco argentinos e um peruano.   Devido ao seu brilhante futebol, o Milan da Itália começou a namora-lo e este namoro acabou em casamento no ano de 1961, quando ele se transferiu para a Europa.

                   Lá caiu no gosto da metade rubro-negra de Milão e conquistou o campeonato italiano de 1962 e o Europeu de 1963.  O sucesso do brasileiro foi tanto que, segundo ele, chegou a ser convidado para disputar a Copa de 1962 no Chile pela Itália, mas não aceitou.  Sempre jogou sério e não imaginava enfrentando a seleção brasileira.  Continuou pela Europa e sempre elevou o nome do futebol brasileiro em todas as partidas que fez.

CORINTHIANS

                   De volta ao Brasil, Dino Sani não hesitou em aceitar o convite para defender o único integrante do Trio de Ferro pelo qual ainda não havia jogado, o Corinthians.  Chegou ao clube em um momento difícil, de jejum de títulos. Não conseguiu quebrar a sequência sem conquistas, mas fez um bom trabalho, onde formou uma grande equipe na década de 60, onde haviam bons jogadores como; Marcial, Edson Cegonha, Jair Marinho, Rivelino, Flávio e outros que fizeram boas campanhas, no entanto sem conquistar nenhum título.  Jogou no Corinthians até 1968, quando fazia o meio de campo com o maior ídolo da Fiel, ou seja, Roberto Rivelino, que ainda estava iniciando sua carreira. 

               Sua última partida pelo alvinegro aconteceu no dia 11 de agosto de 1968, quando o Corinthians empatou com o Ferroviário de Araçatuba em 0 a 0. Neste dia o Corinthians jogou com; Diogo, Osvaldo Cunha, Ditão, Luiz Carlos e Maciel (Lidu); Luiz Américo (Dino Sani) e Rivelino; Paulo Borges, Tales, Flávio e Eduardo.  Com a camisa corintiana, Dino Sani fez 116 partidas, com 66 vitórias, 21 empates e 29 derrotas. Marcou 32 gols pelo Timão. Ainda no ano de 1966, fez parte da lista dos 47 jogadores convocados por Feola para a Copa daquele ano, mas depois foi cortado e só viajaram para a Inglaterra como meio campistas; Denílson, Lima, Gerson e Zito.  Com a camisa principal canarinho, Dino fez 24 jogos (15 vitórias, 5 empates e 4 derrotas) e anotou dois gols.

TREINADOR

                 Encerrou sua carreira em 1969, quando começou a brilhante carreira de treinador no próprio Corinthians, onde conquistou o título da Copa Costa do Sol, disputada em Málaga, em 1969 e do Torneio de Nova York no mesmo ano. Seis anos depois, voltou ao Parque São Jorge para comandar a equipe no campeonato paulista de 1975.    Recebeu um convite para dirigir a seleção brasileira, pouco antes da Copa de 70, quando João Saldanha foi afastado do cargo de técnico. Mas como era muito amigo de Saldanha e achou uma injustiça o que fizeram com ele, acabou não aceitando o convite.

                 O sucesso como treinador viria no Internacional de Porto Alegre.  Chegou no sul em 1971 e levou o colorado à conquista de três Campeonatos Gaúchos seguidos.  Como o Internacional já havia levado o título de 1969 e 1970, colaborou para o histórico pentacampeonato. Foi a melhor experiência que Dino teve como técnico de futebol.  Dirigiu ainda grandes clubes como Goiás, Palmeiras, Coritiba, Flamengo, Grêmio, Fluminense e Ponte Preta.  Também teve aventuras no exterior com o Boca Juniors da Argentina, o Peñarol do Uruguai, o Humiuri do Japão e com a seleção do Catar.  Com o Peñarol conquistou um dos títulos mais importantes, o campeonato uruguaio de 1978 e 1979.

                   Dino Sani, um dos melhores volantes da história do futebol do mundo, tem um filho e três netas. Muito bem financeiramente, hoje ele mora em Alphaville, condomínio de luxo em Barueri – São Paulo. Aposentado, chegou a voltar ao futebol em 2005 para coordenar o Ecus-Suzano – Sonda Supermercados, time profissional do futebol paulista, que foi criado pelos irmãos Delcir e Idi Sonda, mas que logo foi desativado.

                Sem dúvida, o torcedor que viveu aquela época de ouro do futebol brasileiro nas décadas de 50 e 60, jamais esquecerá de Dino Sani, pois além da sua seriedade que até parecia um maestro em campo, tratava a bola como poucos, por isso, deixamos aqui o nosso muito obrigado a ele, que tanto honrou o futebol brasileiro todas as vezes que entrou em campo, quer fosse defendendo clubes brasileiros, estrangeiros ou a nossa seleção brasileira.

Em pé: De Sordi, Poy, Dino Sani, Riberto, Vitor e Mauro      –     Agachados: Maurinho, Lanzoninho, Gino, Zizinho e Canhoteiro
Em pé: Djalma Santos, Bellini, Dino Sani, Nilton Santos, Gilmar e Orlando      –     Agachados: Julinho, Didi, Henrique, Pelé e Canhoteiro
Em pé: Jair Marinho, Marcial, Clóvis, Galhardo, Edson e Dino Sani      –     Agachados: Marcos, Rivelino, Flávio, Nair e Gilson Porto
Em pé: Jair Marinho, Dino Sani, Galhardo, Ditão, Edson e Heitor      –     Agachados: Garrincha, Nair, Flávio, Tales e Gilson Porto
MILAN DE 1963 COM OS BRASILEIROS ORLANDO, MAURINHO, DINO SANI E PAULO VALENTIM
Em pé: Dino Sani, Marcial, Edson, Galhardo, Clóvis e Eduardo      –     Agachados: Marcos, Rivelino, Geraldo José, Flávio e Gilson Porto
Em pé: Clóvis, Galhardo, Marcial, Dino Sani, Edson e Eduardo      –     Agachados: Marcos, Rivelino, Airton, Flávio e Geraldo José
Em pé: De Sordi, Dino Sani, Zózimo, Castilho, Mauro e Cacá      –     Agachados: Canhoteiro, Vavá, Almir, Dida e Zagallo
Em pé: De Sordi, Dino Sani, Bellini, Nilton Santos, Orlando e Gilmar      –     Agachados: Joel, Didi, Mazzola, Dida e Zagallo
RIVELINO E DINO SANI – um meio de campo que o corintiano jamais esquece
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