MIGUEL: Aniversariante do dia 20 de Setembro

                               Miguel Ferreira Pereira nasceu na cidade do Rio de Janeiro (RJ), em 20 de setembro de 1949. O jovem zagueiro de poucas “firulas” jogou pelo Olaria Atlético Clube, antes de ser negociado com o Vasco da Gama no segundo semestre de 1971.

                               Apesar de algumas fontes apontarem sua chegada ao Vasco em 1969, a coluna “Tabelão” da revista Placar comprova que Miguel jogava no Olaria em 1970. Abaixo, uma de suas participações pelo Olaria no campeonato carioca:

22 de agosto de 1970 – Campeonato carioca segundo turno – Vasco da Gama 3×1 Olaria – Estádio do Maracanã – Árbitro: Arnaldo César Coelho – Gols: Fidélis aos 16’ do primeiro tempo; Gilson Nunes aos 9’, Humberto aos 24’ e Valfrido aos 34’ do segundo tempo.

Vasco da Gama: Andrada; Fidélis, Moacir (Clóvis), Renê e Ederval; Alcir e Buglê; Jailson, Silva, Valfrido e Gilson Nunes (Ademir). Olaria: Pedro Paulo; Mura, Miguel, Altivo e Alfinete; Fernando e Gesse (Valtinho); Williams, Pinho, Humberto e Torino.

                                Miguel ganhou especial destaque no certame carioca de 1971, quando o Olaria do técnico Jair Rosa Pinto realizou uma excelente campanha. Na ponta da língua de seus torcedores, o bom time da “Rua Bariri” era assim escalado: Pedro Paulo; Haroldo, Miguel, Altivo e Alfinete; Afonsinho e Roberto Pinto; Marco Antônio, Salvador, Luiz Carlos Feijão e Antoninho.

                                Em grande fase, Miguel foi lembrado pelo técnico Zagallo para os compromissos da Seleção Brasileira na Copa Roca de 1971. Contudo, a revista Placar de 30 de janeiro de 1976 afirmou que sua convocação foi uma jogada política do dirigente Antônio do Passo, na época conselheiro do Olaria. O fato é que Miguel realmente vivia um grande momento. Só não foi testado como titular em razão de uma contusão sofrida durante um treinamento no Maracanã.

                               Contratado pelo Vasco da Gama, Miguel foi conquistando seu espaço na zaga ao lado do “Xerifão” Moisés Matias de Andrade, que mais tarde foi vendido para o Corinthians. Miguel ainda fez parte dos planos do escrete antes da excursão aos gramados da Europa em 1973. No entanto, outra contusão prejudicou seu aproveitamento.

                                Premiado com a “Bola de Prata” da revista Placar em 1974, o futebol dedicado de Miguel foi determinante na campanha do título brasileiro. O confronto final entre Cruzeiro e Vasco rendeu muita polêmica, antes e depois do apito final. O jogo ficou marcado pela discutida perda de mando de campo do time mineiro, além da anulação de um gol legítimo do médio-volante Zé Carlos do Cruzeiro:

1 de agosto de 1974 – Vasco da Gama 2×1 Cruzeiro – Estádio do Maracanã – Árbitro: Armando Marques – Gols: Ademir aos 14′ do primeiro tempo; Nelinho aos 19′ e Jorginho Carvoeiro aos 33′ do segundo Tempo.

Vasco da Gama: Andrada; Fidélis, Miguel, Moisés e Alfinete; Alcir, Jorginho Carvoeiro e Zanata; Ademir, Roberto Dinamite e Luís Carlos. Técnico: Mário Travaglini. Cruzeiro: Vítor; Nelinho, Perfumo, Darci e Vanderlei; Piazza, Zé Carlos e Dirceu Lopes; Roberto Batata, Palhinha, depois Joãozinho, Eduardo e depois Baiano. Técnico: Ilton Chaves.

                                O namoro entre Miguel e a Seleção Brasileira continuou em 1975, quando o zagueiro finalmente foi escalado como titular para enfrentar o Peru pela Copa América. E naquela oportunidade o resultado não foi bom. Duramente criticado pela imprensa por falhar no primeiro gol dos peruanos, Miguel só voltou ao escrete em 1976, quando Oswaldo Brandão confiou mais uma vez em seu futebol.

                                Abaixo, o jogo em que Miguel não teve uma atuação feliz contra o Peru em 1975:

30 de setembro de 1975 – Copa América – Brasil 1×3 Peru – Estádio do Mineirão – Árbitro: Miguel Angel Comesaña (Argentina) – Gols: Casaretto aos 19’ do primeiro tempo; Roberto Batata aos 54’, Cubillas aos 82’ e Casaretto aos 88’ do segundo tempo.

Brasil: Raul; Nelinho, Miguel, Piazza e Getúlio; Wanderlei e Geraldo (Zé Carlos); Roberto Batata, Palhinha, Roberto Dinamite (Reinaldo) e Romeu. Técnico: Oswaldo Brandão. Peru: Sartor; Soria (Navarro), Meléndez, Chumpitáz e Díaz; Ojeda e Quesada; Ramírez, Casaretto, Cubillas e Oblitas. Técnico: Marcos Calderón Medrano.

                                 Miguel permaneceu nas fileiras do Vasco da Gama até ser negociado com o Fluminense, no findar da temporada de 1975. No time que ficou conhecido como “A Máquina”, Miguel foi campeão carioca de 1976, mesmo ano em que defendeu a Seleção Brasileira na Taça do Atlântico e no Torneio Bicentenário dos Estados Unidos.

                               Além do importante título carioca de 1976, Miguel levantou outros canecos pelo tricolor carioca: Copa Vinã Del Mar, Torneio Tereza Herrera e o Torneio de Paris. Em seguida passou pelo futebol colombiano e norte-americano, antes de voltar ao Rio de Janeiro para encerrar a carreira jogando pelo Madureira. Algumas fontes apontam também uma passagem pelo Botafogo de futebol e Regatas.

                               Sua trajetória como treinador e auxiliar foi iniciada no Bonsucesso e depois continuou no Bangu, sem esquecer do bom trabalho como assistente do técnico Antônio Lopes. 

Em pé: Andrada, Puruca, Alcir, Moisés, Miguel e Eberval    –    Agachados: Jorginho Carvoeiro, Buglê, Silva, Tostão e Ademir
Em pé: Renato, Carlos Alberto Torres, Miguel, Pintinho, Rubens Galaxe e Rodrigues Neto    –   Agachados: Gil, Paulo Cesar, Doval, Rivelino e Dirceu

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