CLÁUDIO: conquistou vários titulos pelo Santos F.C.

                Cláudio César de Aguiar Mauriz nasceu dia 22 de agosto de 1940, na cidade do Rio de Janeiro – RJ. Pequeno no tamanho, mas grande em cada performance dentro de campo, ou melhor, dentro do gol. Além do Santos F. C., o saudoso goleiro Cláudio jogou também no Olaria, Fluminense e no Bonsucesso, chegando à Vila Belmiro em 1965, quando Gilmar dos Santos Neves já falava em encerrar a carreira. Gilmar parou em 1967 e muito se revezou com o baixinho e maravilhoso goleiro Cláudio. Tão maravilhoso que jogou também na Seleção Brasileira, com Aymoré Moreira e João Saldanha, em 1968. Cláudio foi goleiro da Seleção Brasileira no amistoso no Pacaembu quando o Brasil venceu a Seleção do Uruguai por 2 a 0. Foi a última vez que ele vestiu a camisa canarinho em território nacional. O jogo aconteceu no dia 9 de junho de 1968, conduzido pelo árbitro Romualdo Arppi Filho. Tostão e Sadi marcaram para o Brasil. Era um fumante inveterado e muito apaixonado pelos livros.

INÍCIO DE CARREIRA

                  Começou sua ilustre carreira no Fluminense no ano de 1961, depois passou pelo Olaria em 1963, Bonsucesso em 1964, chegando ao Santos em 1965, onde ficou por oito anos. Foi um dos melhores goleiros que já passou pelo Bonsucesso. Suas brilhantes partidas pelo clube carioca, chamaram a atenção dos dirigentes do Santos, que imediatamente trataram de contratá-lo. Cláudio tinha muita habilidade, agilidade, frieza e segurança, estas eram suas principais qualidades quando entrava em campo. Com muita personalidade, mostrou que era capaz e substituiu outro grande goleiro: Gilmar dos Santos Neves, bicampeão mundial pelo Santos e um dos maiores goleiros da história do futebol brasileiro. Era uma responsabilidade muito grande para aquele jovem de estatura baixa, mas que superava com sua técnica, bom posicionamento debaixo da trave e muita tranqüilidade.

SANTOS F. C.

               Cláudio chegou na Vila Belmiro em 1965, quando a equipe santista era formada por; Cláudio, Carlos Alberto, Mauro Ramos de Oliveira, Orlando e Geraldino; Zito e Lima; Dorval, Coutinho, Pelé e Abel. Um jogo que ficou marcado na carreira do goleiro Cláudio, aconteceu no dia 17 de dezembro de 1966, quando o Santos enfrentou o Corinthians pelo segundo turno do Campeonato Paulista. O time de Parque São Jorge já estava há nove anos sem vencer o time santista em Campeonatos Paulista e neste dia, o Corinthians saiu na frente do placar através do centroavante Flávio aos 32 minutos do primeiro tempo. Zito empatou a partida aos 30 minutos do segundo tempo. Quando faltavam três minutos para o término da partida, um pênalti a favor do alvinegro de Parque São Jorge.

              Os jogadores corintianos e sua imensa torcida vibraram com aquela marcação, pois entendiam que o famigerado tabu iria acabar naquela noite daquele sábado. O meio campista Nair ajeitou a bola e o árbitro apitou. A Fiel torcida corintiana já estava em pé, pronta para comemorar o gol e a quebra do tabu, mas eis que surge o goleiro Cláudio e defende aquela cobrança, adiando mais uma vez a festa corintiana. O jogo terminou 1 a 1. O Santos jogou com: Cláudio; Modesto, Mauro Ramos, Orlando e Geraldino; Zito e Joel; Dorval, Lima, Toninho Guerreiro e Abel. O técnico era Lula. O Corinthians, comandado por Zezé Moreira, tinha: Marcial; Jair Marinho, Ditão, Clóvis e Maciel; Nair e Rivellino; Bataglia, Tales, Flávio Minuano e Gílson Porto.

               O tabu foi quebrado dois anos depois, ou seja, dia 6 de março de 1968. Era a sétima rodada do primeiro turno do Campeonato Paulista de 1968, uma quarta feira, dia de trabalho, mas o torcedor corintiano fez de tudo para estar no velho Pacaembu naquela noite, pois renascia a esperança de que aquele seria o grande dia da quebra daquele tabu que se arrastava por quase 11 anos sem uma única vitória contra o Santos pelo Campeonato Paulista. O jogo em si não decidia nada. Não para o campeonato, mas para toda a nação corintiana, valia e muito. O Pacaembu estava lotado, como sempre acontecia nos jogos dos alvinegros, proporcionando uma arrecadação naquela noite de NCr$  153.390,50. A cidade não tinha outro assunto que não fosse o jogo daquela noite. O Corinthians estava reforçado por Paulo Borges que tinha chegado do Bangu e Buião do Atlético Mineiro. Nas arquibancadas, uma faixa demonstrava o espírito da torcida: “A Fiel não está de luto; só os covardes acreditam na derrota”. E todos gritavam:  “É hoje!”.

               Para esta partida o técnico Lula do Corinthians, que havia trabalhado no Santos por 11 anos, sendo ele o técnico do Peixe quando iniciou o tabu, mandou a campo os seguintes jogadores; Diogo, Osvaldo Cunha, Ditão, Luiz Carlos e Maciel; Edson e Rivelino; Buião, Paulo Borges, Flávio e Eduardo. Do outro lado, o técnico Antoninho escalou; Cláudio, Carlos Alberto, Ramos Delgado, Joel e Rildo; Lima e Negreiros; Kaneko, Toninho Guerreiro, Pelé e Edu.  O árbitro da partida foi o argentino Roberto Goycochea, considerado um dos melhores árbitro da época. Aos 13 minutos, do segundo tempo, Paulo Borges desce pela esquerda, tabela com Flávio e recebe na frente. Mesmo desequilibrado, arrisca um tiro longo de esquerda. É gol !!!  Corinthians 1 a 0. A Fiel torcida corintiana vai a loucura. Mas exige-se muita atenção, afinal, Pelé estava em campo e tudo era possível.

              Aos 31 minutos, Rivelino sai driblando, aproxima-se da área e aguarda a infiltração de Flávio. Coloca o centroavante na frente do gol e este não desperdiça a chance e enfia o pé com vontade e faz 2 a 0, não dando a menor chance ao goleiro Cláudio. A torcida que já estava eufórica, vai ao êxtase, não acredita naquilo que está vendo, parece um pesadelo que está acabando. O tempo foi passando e a torcida naquela aflição, até que o árbitro apita o final de jogo. Corinthians 2 a 0 e o fim do tabu. Pelé chora, os jogadores do Corinthians são carregados e o ponta esquerda Edu, do Santos, leva a bola para o vestiário “Este é um presente que vou entregar ao meu Sargento”, revelou depois o então recruta.

               A última partida de Cláudio pelo Santos foi dia 9 de dezembro de 1972, quando o Peixe venceu o Santa Cruz por 2 a 0 pelo Campeonato Brasileiro. O jogo foi no Pacaembu. Cláudio foi responsável pelos títulos consecutivos do Santos no Campeonato Paulista de 1967, 68 e 69. Pelo  Santos F.C. disputou 225 partidas e conquistou 7 títulos.

SELEÇÃO BRASILEIRA

               Tamanho era o desempenho de Cláudio no gol, que foi escalado para defender nossa Seleção em várias oportunidades. Ao todo disputou 6 jogos pela Seleção Brasileira. A primeira foi no dia 9 de junho de 1968, quando num jogo amistoso, o Brasil derrotou o Uruguai por 2 a 0. O jogo foi no Pacaembu e os gols foram marcados por Tostão e Sadi. A segunda partida foi novamente contra o Uruguai no dia 12 de junho, quando o Brasil goleou por 4 a 0, gols de Gerson, Jairzinho, Tostão e Paulo Borges. A terceira foi contra a Alemanha, jogo em que o Brasil perdeu de 2 a 1. A quarta foi contra a Polônia, quando o Brasil venceu por 6 a 3, gols de Rivelino (2), Jairzinho (2), Natal e Tostão. A quinta foi contra o Peru no dia 14 de julho, quando o Brasil venceu por 4 a 3, gols de Carlos Alberto, Jairzinho, Roberto Miranda e Natal. E a última foi no dia 17 de julho de 1968, quando num jogo amistoso realizado em Lima, o Brasil goleou o Peru por 4 a 0, gols de Gerson, Rivelino, Jairzinho e Tostão.

TRISTEZA

               Cláudio teve uma enorme responsabilidade, substituir Gilmar no gol e no coração da torcida Santista. De certa forma conseguiu manter a qualidade na meta santista, mas foi obrigado a encerrar sua carreira prematuramente por problema de lesão, quando era um dos melhores goleiros da atualidade. Era baixinho, o que não acarretava problema pela sua enorme impulsão.  Cláudio, o culto ex-goleiro Cláudio César de Aguiar Mauriz, morreu no dia 24 de julho de 1979, em Nova Iorque-EUA, onde esteve internado em dura luta contra o câncer. Mas seu nome está escrito para sempre na história do melhor time de todos os tempos, o Santos Futebol Clube da década de 60.

              Fumante inveterado e ainda mais apaixonado pelos livros (enquanto os companheiros jogavam cartas ou viam TV, ele lia), Cláudio foi sepultado em Santos-SP, de onde sua família jamais saiu. Seus familiares residem no bairro da Aparecida. Ele deixou viúva dona Lígia e dois filhos, Cláudio e Marcelo, e Marcelo é pai do único neto do ex-goleiro, Lucas. E adivinhem: o garoto já é goleiro entre a garotada de Santos. Cláudio foi campeão da Recopa Mundial e Recopa Sul-americana em 1968, campeão do Torneio Roberto Gomes Pedrosa (hoje campeonato brasileiro) em 1968 e tricampeão paulista em 1967, 68 e 69.

Em pé: Carlos Alberto, Ramos Delgado, Clodoaldo, Geraldino, Cláudio e Joel     –    Agachados: Silvinho, Lima, Toninho Guerreiro, Douglas e Edu
Em pé: Carlos Alberto, Ramos Delgado, Marçal, Clodoaldo, Cláudio e Rildo     –    Agachados: Edu, Lima, Toninho Guerreiro, Pelé e Abel
Em pé: Djalma Santos, Athie Jorge Cury (presidente do Santos), Piazza, Sadi, Cláudio, Joel e Jurandir    –      Agachados: Mário Américo (massagista) Paulo Borges, Tostão, César, Rivelino e Edu
Em pé: Carlos Alberto, Ramos Delgado, Djalma Dias, Cláudio, Clodoaldo e Rildo     –   Agachados: Toninho Guerreiro, Negreiros, Edu, Pelé e Abel
Em pé: Carlos Alberto, Sadi, Cláudio, Joel, Denilson e Jurandir   –    Agachados: Paulo Borges, Gerson, Jairzinho, Tostão e Edu
Em pé: Carlos Alberto, Cláudio, Ramos Delgado, Clodoaldo, Joel e Rildo     –    Agachados: Toninho Guerreiro, Lima, Douglas, Pelé e Edu
Em pé: Cláudio, Leo, Carlos Alberto, Marinho Peres, Vicente e Índio    –    Agachados: Jair da Costa, Brecha, Alcindo, Pelé e Edu
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