Diego Armando Maradona nasceu dia 30 de outubro de 1960 na policlínica de Lanús, na periferia de Buenos Aires. Seus pais, Dona Tota e Sr. Diego fizeram grandes sacrifícios para criar seus oito filhos, sendo três homens e cinco mulheres. No seu terceiro aniversário, seu primo Beto Zarate lhe presenteou com uma bola de futebol. Naquela noite, ele dormiu abraçado com ela… Começava ali uma relação eterna e frutífera com a redonda. Durante a infância, era chamado de “El Pibe de Oro” (o garoto de ouro). Aos nove anos de idade, o pequeno Diego já jogava no time de seu bairro, “La Estrella Roja”. Um de seus amigos, comentou com o treinador Francisco Cornejo do time do Argentinos Juniors, que conhecia um garoto muito bom, e ele deveria vê-lo jogando.
A insistência foi tanta, que o treinador resolveu chamar Diego para um teste em seu treinamento. Foi o suficiente. Anos mais tarde, Cornejo comentou; “dois ou três toques já me bastariam para que eu desse conta de que estava na frente de um fenômeno”. No dia 20 de outubro de 1976, o time do Argentinos Juniors perdia por 1 a 0 para Talleres, na época, uma equipe poderosa. Neste dia, o garoto de 15 anos começaria sua carreira no futebol profissional. Uma data histórica. Sua presença em campo não foi suficiente para reverter o placar desfavorável, mas foi suficiente para chamar a atenção da sua torcida e de todos os espectadores.
Após a partida, lá estava ele, sentado num banco de madeira, no canto escuro do vestiário. Alguns instantes depois, cerca de dez minutos, alguns jornalistas começaram a rodear aquele jovem de 15 anos e começaram a entrevistá-lo, coisa que não parou até os dias de hoje. Daquele dia em diante, Diego Maradona começou a transformar na sensação dos gramados; corria, marcava gols todos os domingos, se divertia e divertia os outros. Para os argentinos, era como ver em campo todas as estrelas do passado em um único jogador. Dez anos mais tarde, Maradona seria campeão do mundo no México, consagrando-se como o melhor do mundo. Ali ele disse; “Quando me perguntam se eu realizei meu sonho de menino, eu respondo que meu sonho se realizou quando comecei a jogar como profissional. Naquele dia, toquei o céu com as mãos”.
Sua estréia na seleção da Argentina, aconteceu no dia 27 de fevereiro de 1977, quando enfrentou a Hungria, no estádio La Bombonera. Maradona tinha 16 anos, e apenas onze partidas como profissional. Porém, em 19 de maio de 1978, quando a lista dos 22 convocados para a Copa da Argentina foi anunciada, ele teve a sua primeira grande decepção, ou seja, seu nome não estava na lista, por causa de sua pouca experiência. Ele ficou nervoso, começou a chorar e confessou; “Eu voltarei a irei me vingar” E voltou mesmo, em 1979, no Mundial Sub-20 do Japão. Era a vingança. Maradona fez o último gol dos campeões na final da competição, na vitória de 3 a 1 sobre a URSS, e ainda foi escolhido como o melhor jogador do torneio.
Nesse período ainda defendia as cores do Argentinos Juniors, onde fez 116 gols desde sua estréia até 1980, quando se transferiu para o Boca Junior. O mais engraçado é que Maradona confessou, certa vez, ser torcedor do River Plate, arqui-rival do Boca. A transferência do jogador para o Boca foi a mais cara do futebol argentino até então. Mesmo sendo por empréstimo, foi pago US$ 4 milhões, e se o clube o quisesse em definitivo, teria que desembolsar mais US$ 4 milhões. E assim Maradona chegava ao Boca Junior, com apenas 20 anos de idade, rosto de menino e físico de homem. Fez sua estréia no Boca em fevereiro de 1981, numa partida amistosa contra seu ex-clube. Jogou um tempo em cada equipe.
Sua estréia oficial pelo Boca Juniors, aconteceu dia 22 de fevereiro de 1981, quando enfrentou o Talleres no estádio La Bombonera, que estava completamente lotado. Mas a data em que o torcedor do Boca não esquecerá jamais, foi a noite de 10 de abril de 1981, quando enfrentou o River, que contava com Passarela, Fillol, Tarantini, Kempes, Gallego e Alonso, base da Seleção Argentina, campeão do mundo em 1978. O Boca venceu o maior clássico da história do futebol argentino por 3 a 0, com dois gols de Brindisi e um de Maradona. Neste ano, Maradona ganhou seu primeiro título com a camisa do Boca Juniors.
Em 1982, Maradona fez o seu primeiro grande teste internacional, no mundial da Espanha. Mas não foi feliz e, logo após a eliminação de sua equipe, resolveu ficar por lá mesmo. Contratado pelo Barcelona, precisou mostrar ao mundo do que era capaz. Mas sua permanência na Espanha foi começando a ficar difícil a partir de setembro de 1983, quando um zagueiro do Atlético de Bilbao, deu uma entrada violenta em sua perna esquerda, num lance sem bola. O primeiro diagnóstico foi assustador: rompimento do ligamento lateral interno. Maradona voltou aos gramados meses depois e a decisão do título, foi justamente contra o Atlético de Bilbao.
Maradona devolveu a agressão naquele zagueiro, iniciando uma verdadeira batalha campal. Resultado, o Barcelona perdeu a partida por 1 a 0, o título e Maradona foi condenado a três meses de suspensão. O final foi óbvio, foi colocado à venda. Maradona ficou no clube catalão dois anos, onde venceu o campeonato da Liga, a Copa do Rei e a Supercopa. Entre um conflito e outro, foram 25 meses, 36 partidas e 22 gols marcados. Em julho de 1984, foi vendido ao Nápoli, onde chegou como grande esperança do modesto time do sul da Itália, que almejava ao menos fugir do rebaixamento. Já na sua primeira temporada, conseguiu levar o time para uma honrosa oitava posição.
Na segunda, o objetivo era vencer, coisa que só conseguiu na terceira, logo após o Mundial de 1986, no México, onde a sua estrela brilhou, principalmente no jogo contra a Inglaterra, ainda pelas quartas-de-final, quando driblou seis adversários, além do goleiro, marcando um gol incrível, apenas alguns minutos depois de ter feito o famoso gol “Mão de Deus”… Como capitão da equipe, foi sem dúvida o responsável pelo título mundial da Argentina. Embalado por essa conquista, Maradona levou o Nápoli ao seu primeiro título italiano na temporada de 1986/87 e ao bicampeonato em 1989/90, além da Copa Itália de 1987, a Copa da Uefa de 1989 e a Supercopa Italiana em 1990.
Ao lado do brasileiro Careca, formou uma dupla de ataque que o torcedor napolitano jamais esquecerá. Ficou no clube italiano até 1993. Infelizmente, as drogas, a fama e muito dinheiro o envolveram em inúmeros problemas. Em abril de 1991, após o exame antidoping no jogo entre Nápoli e Bari, ficou suspenso pela FIFA por 18 meses por uso de cocaína. Voltou para Buenos Aires para nunca mais jogar na Itália, e lá foi preso por porte de drogas, após uma batida policial. Após esse período conturbado, voltou aos gramados europeus jogando pelo Sevilha da Espanha, que pagou US$ 7,5 milhões, mas acabou abandonado o clube espanhol sem nenhuma explicação. Voltou à Argentina para jogar no Newell´s Old Boys em 1994, mas teve uma rápida e conturbada passagem.
Disputou apenas três partidas e mais uma vez abandonou antes do fim do seu contrato. A repercussão do seu abandono culminou, quando Maradona, querendo afastar um grupo de jornalistas da porta de sua casa, atirou contra eles com um rifle de ar comprimido, ferindo cinco repórteres. Mesmo com todas essas confusões, conseguiu entrar em forma e disputar a repescagem das eliminatórias da Copa de 94, nos Estados Unidos. Mas novamente foi pego no exame antidoping logo após o jogo contra a Nigéria. O escândalo acarretou a suspensão do craque por um ano. Devido ao grande uso de cocaína, sua saúde foi sendo prejudicada dia após dia. Até que veio a sua internação na noite de um domingo, quando teve problemas cardíacos ocasionados por uma overdose.
Em agosto de 1996, foi pego pela terceira vez pelo exame antidoping, após o jogo entre Boca Juniors e Argentinos Juniors, em agosto. Mesmo contestando o resultado positivo deste exame, Maradona passou por um tratamento numa clínica suíça para livrar-se da dependência química e, ao voltar para o Boca Juniors, contou com a ajuda do seu personal trainner, o atleta canadense Ben Johnson. Sem o mesmo brilho que encantava os argentinos na década de 80, permaneceu jogando até o dia do seu 37º aniversário: 30 de outubro de 1997, quando se retirou definitivamente do futebol, a pedido do seu pai. Depois de treinar equipes e ser comentarista de TV em 1998, o maior jogador argentino de todos os tempos passou dois anos no mais absoluto ostracismo. Em janeiro de 2000, numa visita à estância de Punta del Este, no Uruguai, um problema cardíaco e uma internação serviram de aviso.
Decidido a aliar convicções políticas à necessidade de se reabilitar do uso de drogas, ele se mudou para a Cuba de seu amigo Fidel Castro e começou um tratamento de desintoxicação. Em 2001, surgiu a Igreja Maradoniana, que já conta com milhares de sócios. Por toda a manhã do dia 19 de abril de 2004, os programas lembravam do ex-jogador em tom quase religioso e provocativo. “Se Pelé é rei, Maradona é Deus”, foi o tema dos apresentadores de TV e de rádio ao longo do dia. . Diego Armando Maradona, o “Dieguito”, dispensa apresentações, maior craque de todos os tempos da Argentina, é mito comparável a Pelé, pelo menos para nossos rivais argentinos. Disputou quatro Copas: 1982, 1986, 1990 e 1994. Na segunda, foi campeão e eleito o melhor jogador.
No dia 30 de outubro de 2008, “Dom” Diego Maradona foi confirmado como técnico da Seleção Argentina de futebol e sua estréia aconteceu no dia 19 de novembro de 2008 com uma vitória sobre a Escócia por 1 a 0, mesmo jogando fora de casa. Diego Armando Maradona foi, sem dúvida alguma, um dos maiores jogadores de futebol do mundo. Realizou 692 jogos oficiais, marcou em toda sua carreira, 353 gols e conquistou 10 títulos. Sempre admirou o futebol brasileiro, inclusive, confessa ser o fã número um de Roberto Rivelino.
Maradona morreu dia 25 de novembro de 2020, aos 60 anos de idade. Após uma parada cardiorrespiratória, um dos grandes da história do esporte e maior ídolo do futebol argentino, o astro Diego Armando Maradona, sofreu um mal súbito no fim da manhã, quando ambulâncias foram chamadas à casa onde ele se recuperava de uma cirurgia no cérebro, em Tigre, na zona metropolitana de Buenos Aires. O ex-jogador, porém, não resistiu, tendo sua morte confirmada pela imprensa argentina e pela TV pública do país no começo da tarde. O mundo do futebol lamentou e a Argentina decretou luto oficial de três dias.