SÃO PAULO 9×1 SANTOS – Dia 18 de Junho de 1944

                    No Campeonato Paulista de 1944, o São Paulo deu uma goleada histórica na equipe do Santos. O Tricolor venceu a partida por 9×1, no dia 18 de junho, no estádio do Pacaembu, com arbitragem de Rodolfo Wenzel. O público foi de 30.000 espectadores. O Santos ainda saiu na frente com um gol de Soler aos 14 minutos de jogo. Depois só deu São Paulo.

                   Os gols tricolores foram marcados por Pardal aos 21 e 37 minutos do primeiro tempo; Remo aos 33 do primeiro tempo e aos 45 do segundo tempo; Tim aos 3 e aos 17 minutos do 2º tempo; Luizinho aos 12 e 27 minutos do 2º tempo e Sastre aos 33 minutos do 2º tempo). 

                  O São Paulo jogou com: King, Piolim e Florindo; Zezé Procópio, Rui e Noronha; Luizinho, Sastre, Tim, Remo e Pardal. O técnico foi Joreca. Do outro lado o técnico santista Ricardo Diez escalou a seguinte equipe; Joãozinho; Jaú e Gradim; Ari Silva, Soler e Albertinho; Cláudio, Fierro, Teleco, Eunápio e Rui.

                  Vale lembrar que na partida preliminar, os aspirantes do São Paulo goleou o Santos por 14 a 0. Só o centroavante Ieso Amalfi, posteriormente um dos primeiros jogadores a jogar no futebol europeu, marcou por seis vezes! Seria um prenúncio de outro massacre são-paulino? E realmente foi, pois o time principal goleou por 9 a 1, sendo assim, podemos dizer que naquele 18 de junho de 1944, o Tricolor goleou o Santos por 23 a 1.

                   E os jornais acreditavam que, mesmo ostentando uma equipe bem mais modesta que a do São Paulo, o alvinegro praiano pudesse surpreender o tricolor. O jogo estava marcado para o Pacaembu, num frio e nublado domingo. A temperatura era de aproximadamente 14°C, enfim, uma típica tarde de inverno paulistana. Mesmo assim o público foi bom, estimado em trinta mil pessoas (não houve divulgação oficial do público pagante).

                  Jogando com maior desenvoltura e produzindo diversas chances, o Santos abriu o marcador aos 11 minutos, através de Solar, e continuou a atacar o São Paulo de modo desenfreado, querendo a todo custo liquidar a fatura o quanto antes. Contudo, ao deixar enormes buracos na sua intermediária, o Peixe se tornou uma presa fácil ao rápido contra-ataque tricolor.

                  Aos 27, Pardal, mesmo acompanhado de perto por seus marcadores, finaliza para a meta, 1×1. O tento de empate desmantela o alvinegro, que, nervoso, não consegue  impedir o maior volume de jogo apresentado pelo São Paulo. Aos 38, pênalti para o São Paulo. Pardal cobra e vira o jogo, 2×1. Quatro minutos depois, Remo recebe, avança e chuta, sem dificuldade, para fazer 3×1.

                  Vem o segundo tempo e, logo aos 3 minutos, Tim sai livre na boca da meta e marca, inapelável, 4×1. Neste momento o céu nublado cede lugar à chuva, que desaba sobre o Estádio Municipal do Pacaembu tornando o gramado escorregadio. Aos 11, Luizinho, no centro da área, cabeceia e marca o quinto gol. Seis minutos mais tarde, Jaú falha ao não cortar cruzamento e Tim não se faz de rogado, 6×1.

                  Nesse momento, os jogadores tricolores brindam a plateia com uma sucessão de passes e lances e efeito que leva os santistas à loucura. O espetáculo continua, o São Paulo põe o adversário na roda. Descontrolado, o Santos perde Ari Silva, expulso depois de dar um pontapé em Luizinho. Em outra falta, aos 27, Luizinho se antecipa a Joãozinho e cabeceia para o fundo das redes, 7×1.

                   A chuva cessa, o tempo escurece na capital paulista e acendem-se os refletores. Só o São Paulo não para. Aos 37, Pardal cruza para Sastre marcar o oitavo gol. A três minutos do fim do jogo, Remo se aproxima da boca da meta e marca o nono gol. Placar final: São Paulo 9, Santos 1, o mais dilatado marcador da história dos confrontos entre São Paulo e Santos, clássico este que, em 1956, foi apelidado de San-São por Thomaz Mazzoni.

                    Além dessa goleada o São Paulo aplicou outras no Paulistão de 1944, como por exemplo no dia 21 de abril sobre o Jabaquara por 6 a 2, no dia 25 de abril sobre a Portuguesa Santista por 7 a 4, no dia 16 de julho sobre a Portuguesa de Desportos por 4 a 1, no dia 3 de setembro sobre o Comercial por 5 a 2 e no dia 15 de outubro sobre o Corinthians por 4 a 0.

                    Este jogo contra o alvinegro de Parque São Jorge foi o último do campeonato e foi disputado no estádio do Pacaembu. Neste dia o São Paulo jogou com; King, Piolim e Virgílio; Rui, Zarzur e Noronha; Luizinho, Sastre, Leônidas da Silva, Remo e Pardal. Os gols da partida foram anotados por Pardal (3) e Luizinho cobrando pênalti. 

                   Em 1944, o São Paulo acabou como vice-campeão, com 29 pontos, três a menos que o campeão Palmeiras. O artilheiro da competição foi Luizinho, com 22 gols, e o vice-artilheiro, Pardal com 18. Ambos jogadores do São Paulo.

SÃO PAULO F.C. de 1944    –    Em pé: Piolim, Luizinho, Zarzur, Leônidas da Silva, Zezé Procópio, Remo e Pardal     –  Agachados: Noronha, Sastre, King e Florindo
SANTOS F.C. de 1944   –   OBS: O ponta direita é Cláudio, o maior artilheiro da história do Corinthians com 305 gols

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