GILBERTO COSTA: campeão paulsita pela Inter de Limeira em 1986

               Gilberto Costa nasceu dia 7 de setembro de 1957, na cidade de Santos (SP).  Foi um meio campista revelado pelo Santos F.C. no final dos anos 70, campeão paulista pela Internacional de Limeira em 1986 que defendeu também o Internacional de Porto Alegre, o Corinthians e Atlético Paranaense. Depois que encerrou a carreira trabalhou com um  projeto de crianças carentes, ao lado de outros grandes ex-jogadores e mais tarde começou a carreira de treinador, onde já dirigiu a equipe profissional da Portuguesa Santista. Sua principal característica como jogador foi o chute forte, principalmente nas cobranças de falta. Nunca jogou na seleção brasileira e sempre se destacou pela sua garra nas equipes por onde passou. Foi um dos líderes da Inter de Limeira, dirigida por Pepe, na conquista do título paulista de 1986. Chegou a participar do jovem time santista apelidado de “Meninos da Vila”, o qual conquistou o Paulistão de 1978, comandada pelo ex-zagueiro Formiga, que montou um grande time naquele ano.

INÍCIO DE CARREIRA

               Começou a jogar futebol na várzea santista. Em seguida, passou a integrar o time juvenil do Peixe. Naquele tempo, os meninos só recebiam ajuda de custo e um sanduíche depois dos jogos. Hoje em dia, o garoto de 16, 17 anos tem salários altos e carro. O cara não tem nem carteira de motorista e já tem carro. Hoje, os jovens conquistam as coisas muito rapidamente. Naquele tempo era bem mais difícil e, por isso, acho que nós dávamos mais valor às coisas. No entanto, Gilberto garante que não tem mágoa de ninguém. Pelo contrário. Gilberto reconhece que os jogadores jovens hoje são muito valorizados por causa do mercado que envolve o futebol.

              Em 1978, mesmo não sendo titular, fez parte do elenco do time santista na conquista do Paulistão daquele ano. Era um time muito jovem, por isso, era chamado carinhosamente de “Meninos da Vila”. Daquele time surgiram jogadores que fizeram muito sucesso no futebol brasileiro, por exemplo; Pita, João Paulo, Juary, Nilton Batata e o nosso Gilberto Costa. Mas tinha também jogadores experientes, como Gilberto Sorriso, Nelsinho Baptista, Ailton Lira, Clodoaldo, Toninho Vieira e Zé Carlos.

INTER DE LIMEIRA

               Mas o maior sucesso na carreira de Gilberto Costa só viria oito anos depois, quando foi jogar na Internacional de Limeira. Naquele ano a Inter montou um grande time, a começar do seu treinador, o “Seo Macia”, o popular Pepe.  Gilberto foi um dos líderes da equipe, na campanha do título de 1986.  Quando Gilberto chegou na Inter, os dirigentes falavam que o objetivo principal era não ser rebaixado, pois era interessante para a cidade ter um time na elite do futebol paulista. Mas logo na primeira rodada foi aquele susto, a equipe perdeu de 3 a 1 para o Palmeiras. No entanto, com o passar do tempo, a equipe foi se entrosando e terminou o primeiro turno em 6º lugar. No segundo turno a equipe deu uma reviravolta com um futebol entrosado, rápido, solidário e com toques refinados. E foi o que realmente aconteceu. Faltando apenas duas rodadas para terminar o segundo turno, a Internacional já havia assegurado o primeiro lugar assim como na classificação geral (turno e returno).

               A final seria contra o Palmeiras, uma equipe que há dez anos não conquistava um título e os dois jogos seriam na capital paulista. Um absurdo que por forças políticas, a Inter tivesse que disputar o segundo jogo na cidade do adversário, que nunca venceu nenhum dos turnos, ao contrário do escrete interiorano, que fez a melhor campanha somando os dois turnos do torneio. Mas não deu outra. No primeiro jogo deu empate de 0 a 0 e no segundo vitória da Inter por 2 a 1, gols de Kita e Tato. Foi um título que Gilberto jamais esquece pois foi o primeiro título paulista conquistado por um time do interior. Pela Inter de Limeira, Gilberto Costa disputou 122 jogos e marcou 19 gols.

INTER DE PORTO ALEGRE

               Ao deixar a Inter de Limeira, foi jogar no outro Inter, o de Porto Alegre, pelo qual disputou o Campeonato Brasileiro e foi vice campeão pelo módulo verde, ao ser derrotado pelo Flamengo. Neste ano o time gaúcho era formado por; Taffarel, Maurício, Aloísio, Nenê e Laércio; Ailton Fraga, Manu e Gilberto Costa; Helder, Amarildo e João Paulo. Esta foi a equipe que perdeu para o Corinthians por 1 a 0 no dia 18 de outubro de 1987. O único gol da partida foi anotado por Everton e o jogo foi disputado no Estádio Municipal de Pacaembu. No ano seguinte Gilberto já estava jogando pelo Bahia, onde conquistou o titulo baiano daquele ano. Este foi um ano maravilhoso para o Bahia, pois sagrou-se campeão brasileiro, mas Gilberto Costa não estava mais na equipe baiana.

CORINTHIANS

               Em 1988, Gilberto Costa deixou o Bahia e foi jogar no Corinthians. O Timão tinha acabado de sagrar-se campeão paulista com um gol de Viola diante do Guarani no dia 31 de julho, em pleno estádio Brinco de Ouro, em Campinas. Gilberto Costa estreou com a camisa corintiana dia 30 de outubro de 1988, quando o alvinegro empatou com o Inter de Porto Alegre em 2 a 2 pelo Campeonato Brasileiro. O jogo foi no Estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi e neste dia o técnico José Carlos Fescina escalou a seguinte equipe; Ronaldo, Wilson Mano, Pinella, Denilson e Dida; Biro Biro, Gilberto Costa (Viola) e Sérgio Gil; Marcos Roberto, Ronaldo Marques e João Paulo. Os gols corintianos foram anotados por Marcos Roberto e Sérgio Gil (falecido num acidente de carro), enquanto que Nilson marcou os dois tentos da equipe gaúcha.

               Naquele ano o Corinthians teve uma participação muito fraca e acabou ficando em 15º lugar. O campeão foi o Bahia, que 30 anos após conquistar a Taça Brasil em 1959, voltou a comemorar um título brasileiro. Veio o Campeonato Paulista de 1989 e novamente o Corinthians não faz uma boa campanha e acaba ficando em 6º lugar. E foi neste ano que Gilberto Costa deixou a equipe de Parque São Jorge. Sua despedida foi no dia 14 de dezembro, quando o Corinthians fez sua última partida do ano, que foi contra o Coritiba, num amistoso realizado no Estádio Couto Pereira, em Curitiba. O jogo terminou empatado em 1 a 1, gol de Viola para o Corinthians e Osvaldo para o time paranaense.

              Neste dia o técnico Basílio, aquele mesmo que marcou o gol que deu o título de campeão paulista ao Timão depois de 22 anos e 8 meses, mandou a campo os seguintes jogadores; Ronaldo, Giba, Marcelo, Jorge Luis (Pinella) e Denys; Tosin (Gilberto Costa), Eduardo e Barbieri (Rizza); Fabinho (Ari Bazão), Viola e João Paulo (Mauro). Com a camisa corintiana, Gilberto disputou 55 partidas. Venceu 25, empatou 16 e perdeu 14. Marcou 5 gols e não conquistou nenhum título. Ao deixar o Corinthians, Gilberto Costa disse “Foi um time que me marcou muito. Gosto muito da torcida do Corinthians. Até hoje, eu sou parado nas ruas e tratado com muito carinho pelos corintianos”.

XV DE PIRACICABA

               Ao deixar o Parque São Jorge, foi jogar no XV de Piracicaba, onde disputou o Campeonato Paulista de 1990. A equipe do XV naquele ano era formada por; Luiz Carlos, Mauro, Valdo, Biluca e Gerson Caçapa; Douglas, Darci e Gilberto Costa; Vagner, Dicão e Marcelo. O técnico era Waldemar Carabina. Esta foi a equipe que empatou com o Corinthians em 1 a 1 no dia 4 de março de 1990 no Barão de Serra Negra. Os gols da partida foram anotados por Mauro para o XV e Valmir para o Timão. Este foi um ano que entrou para a história do futebol paulista, pois a decisão do título foi decidido por duas equipes do interior, ou seja, o Bragantino que foi o campeão e era dirigido por Wanderley Luxemburgo e pelo Novo Horizontino que era dirigido pelo Nelsinho Baptista.

ATLÉTICO MINEIRO

               Em 1990, teve uma breve passagem pelo Atlético Paranaense, depois foi jogar no Atlético Mineiro. Chegou em Belo Horizonte dia 10 de agosto de 1990 e passou a ser o único batedor de faltas após a saída de Eder Aleixo. Pelo Galo Mineiro, Gilberto Costa sagrou-se campeão do Torneio Ramon de Carranza, após empatar com o Atlético de Madrid em 0 a 0 e vencer o Santos F.C. por 1 a 0 dia 26 de agosto de 1990.  Neste ano, a equipe atleticana era formada por; Carlos, Neto, Toninho Carlos, Parreira e Baiano; Eder Lopes, Marquinho e Gilberto Costa; Nilton, Mauricinho e Ailton. Esta foi a equipe que perdeu para o Corinthians por 3 a 1 no dia 14 de novembro de 1990 pelo Campeonato Brasileiro. O jogo foi disputado no Mineirão e os gols corintianos foram anotados por Giba, Neto e Mauro, enquanto que Marquinho marcou o gol mineiro.

FINAL DE CARREIRA

               Gilberto Costa pendurou as chuteiras em 1993, quando atuava pelo Atlético Goianiense. Logo depois, passou a integrar a associação Craques de Sempre. Presidida pelo ex-atacante corintiano Basílio, o grupo, formado por ex-atletas de várias modalidades, tem uma parceria com a Secretaria Municipal de Esportes de São Paulo. Quando jogava profissionalmente, o ex-meia Gilberto Costa era o tipo de jogador que, mesmo não usando a tarja de capitão, comandava o time em campo. Sempre falante, não cansava de cobrar os companheiros em campo. Foi assim no Santos, CorinthiansAtlético-MG, Bahia, entre outros times que defendeu entre o fim dos anos 70 e o início dos anos 90. Hoje, ele mantém o mesmo estilo. Mas, agora, em vez de usar sua retórica para fazer companheiros jogarem melhor, convence garotos e garotas a trocarem as ruas pelo esporte. Este é Gilberto Costa, mais um atleta que deixou belíssimos exemplos.

Em pé: Silas, João Luis, Bolivar, Juarez, Manguinha, Pécos e Kita    –   Agachados: Tato, Gilberto Costa, João Batista e Gilson Gênio
Em pé: Washington, Flávio, Fernando, Gilberto Costa, Cassiá e Nelsinho Baptista    –    Agachados: Claudinho, Rubens Feijão, Juary, Pita e João Paulo
Em pé: Paulinho, Zé Carlos, Gilberto Costa, Tinteiro, Edson e Ticão    –   Agachados: Betinho, Toninho Vieira, Rubens Feijão, Pita e Célio
Em pé: Wilson Mano, Dama, Marcelo, Dida, Giba e Ronaldo     –    Agachados: Marcos Roberto, Ribamar, Gilberto Costa, Cláudio Adão e João Paulo
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