LEIVINHA: bicampeão brasileiro pelo Palmeiras em 1972 / 73

               João Leiva Campos Filho, nasceu dia 11 de setembro de 1949, na cidade de Novo Horizonte (SP). Foi um meia habilidoso, que está na história do Palmeiras dos tempos da Academia, da Seleção, por ter marcado o milésimo gol da Seleção Brasileira, e do Atlético de Madri, onde ganhou o apelido de “Príncipe”.  Conhecido como um dos maiores cabeceadores do futebol brasileiro. Esse é Leivinha que nasceu em Novo Horizonte, mas foi criado em Lins, onde iniciou sua trajetória no futebol, jogando pela Linense em 1965. E não demorou para receber oportunidades na equipe principal. Aos 15 anos já era um jogador profissional.  As boas atuações do jovem geraram interesse do futebol da capital.

              No ano seguinte, Leivinha foi contratado pela Portuguesa de Desportos. Foi uma surpresa para ele, afinal, ainda tinha 17 anos e um de profissionalismo. Quem o contratou foi o diretor Jorge Margy, que Leivinha  o  considera como um pai, pois lhe deu todo apoio quando chegou na capital paulista.  Chegou ao Canindé em 16 de setembro de 1966.  Fez um treino entre os titulares e marcou dois gols. Quatro dias depois, estava assinando o contrato com a Lusa por Cr$ 30 milhões e recebendo luvas de Cr$ 5 milhões.

              Sua estréia com a camisa da Portuguesa, aconteceu no dia 12 de outubro de 1966, pelo Campeonato Paulista, na vitória de 2 a 0 sobre o São Paulo.  Estava começando a surgir o ataque ie-ie-ie com Ratinho, Leivinha, Ivair e Estéfano.  Seu primeiro gol na Lusa foi marcado em 10 de novembro de 1966, no empate de 4 a 4 contra o Comercial de Ribeirão Preto.   Dia 10 de junho de 1967, foi convocado pelo técnico Aymoré Moreira para integrar a seleção brasileira que iria disputar a Copa Rio Branco, mas não chegou a se apresentar porque precisou ser operado das amígdalas.

              Em 1968, sob o comando de Aymoré Moreira, a Portuguesa realizou uma excursão pela Europa, tendo Leivinha como artilheiro com 12 gols, sendo que o mais bonito, foi o gol que marcou contra a Fiorentina, da Itália, no empate de 1 a 1.  Sua última partida pela Portuguesa, aconteceu no dia 6 de setembro de 1970, quando a Lusa perdeu para o São Bento de Sorocaba, pelo Campeonato Paulista daquele ano. No dia 25 de fevereiro de 1971, foi vendido ao Palmeiras. Sua estréia com a camisa alviverde de Parque Antártica, foi no dia 14 de março de 1971, quando o Palmeiras goleou o Guarani por 4 a 0, pelo Paulistão daquele ano.

               Mesmo jogando ao lado de grandes craques como Luiz Pereira, Dudu, Ademir da Guia e outros, Leivinha não sentiu o peso da camisa palmeirense e foi um dos destaques no início da década de 70. Participou das conquistas dos Campeonatos Brasileiros de 1972 e 1973. Também foi personagem em uma das decisões mais lamentadas pelos palmeirenses. No Campeonato Paulista de 1971, o árbitro Armando Marques anulou um gol de Leivinha que tiraria o titulo do São Paulo, que acabou vencendo a partida por 1 a 0, gol de Toninho Guerreiro. Este jogo foi realizado no estádio do Morumbi no dia 27 de junho de 1971, um domingo de muito sol na capital paulista.

              A partida mais importante de sua carreira, com certeza aconteceu no Maracanã dia 27 de maio de 1973, quando defendendo a nossa seleção num amistoso contra a Bolívia, o atacante entrou para a história do país ao marcar o milésimo gol da seleção brasileira, na goleada de 5 a 0. Leivinha sempre diz que não fez 1.000 gols igual a Pelé, mas pelo menos fez o milésimo da seleção.  No ano seguinte, foi convocado para disputar a Copa do Mundo da Alemanha em 1974. Participou dos três jogos da primeira fase, contra Iugoslávia, Escócia e Zaire. Depois sofreu uma contusão e acabou esquecido pelo técnico Zagallo. 

              Com a camisa da seleção canarinho, disputou 26 jogos. Venceu 18, empatou 7 e perdeu somente uma vez. Marcou 7 gols.  Ainda no ano de 1974, Leivinha teve momentos de muita alegria, como aquele dia 22 de dezembro, quando o Palmeiras decidiu o título do Campeonato Paulista com o rival Corinthians no Morumbi. O estádio estava tomado pelos corintianos que esperavam por um título há 20 anos. No entanto, aos 24 minutos do segundo tempo, Leivinha pegou a bola, viu Ronaldo bem posicionado na área alvinegra e fez um cruzamento preciso em sua direção, que só teve o trabalho de chutar a gol e decretar a vitória palmeirense.

               Neste dia o Palmeiras jogou com; Leão, Jair Gonçalves, Luiz Pereira, Alfredo e Zéca; Dudu a Ademir da Guia; Edu, Leivinha, Ronaldo e Nei. No ano seguinte, mais precisamente dia 31 de agosto de 1975, despediu-se do Palmeiras, num jogo em que o Palmeiras perdeu para o Real Madrid por 3 a 1, pelo Torneio Ramon de Carranza.  Com a camisa do alviverde de Parque Antártica, Leivinha disputou 263 jogos. Venceu 156, empatou 78 e perdeu 29 vezes. Marcou 105 gols, boa parte deles de cabeça.  Teve a honra de fazer parte da segunda Academia palmeirense, que era assim formada; Leão, Eurico, Luiz Pereira, Alfredo e Zéca; Dudu e Ademir da Guia; Edu, Leivinha, César e Nei. 

               Ainda no final de 1975, ao lado do zagueiro Luiz Pereira, Levinha foi jogar no Atlético de Madrid. E a Europa continuou sendo um palco do vistoso futebol do meia que deixou muitas saudade aqui no Brasil. Ajudou o seu time a acabar com uma hegemonia do Real Madrid, que vinha de duas conquistas seguidas. Até hoje, Leivinha é conhecido na Espanha como “Príncipe”. Por lá ficou até 1978. Ao voltar para o Brasil, foi jogar no São Paulo F.C.

              Ficou rico ao se transferir do Palmeiras para o Atlético de Madrid. Construiu um grande patrimônio. Ele só não esperava que, ao voltar do futebol espanhol para defender o São Paulo, sofresse uma grave contusão no joelho. Permaneceu apenas quatro meses no Morumbi. Aos 29 anos, precisou antecipar o fim da carreira. No total, submeteu-se a nove cirurgias, que não resolveram o problema. Como havia comprado uma fazenda, o futuro não o preocupava. No entanto, Leivinha constatou que a transição para outro universo profissional é mais difícil do que se pode imaginar. “Você pensa que está preparado para largar o futebol, mas depois vê que não é assim. É uma adaptação complicada”, disse o ex-craque.

              Um dia, Leivinha vendeu a fazenda. Tentou o ramo de confecções. Mais tarde, abriu uma casa noturna. Os negócios não deram o lucro esperado. Abriu um centro esportivo, mas decidiu fechá-lo para trabalhar como monitor na escolinha de futebol do Clube Rei Pelé, no Alto da Lapa. O local é mantido pela Secretaria Municipal de Esportes. De repente, ao se colocar como importante personagem de um universo infantil, Leivinha descobriu o paraíso. “Já carregava comigo essa coisa de ensinar crianças. É algo que me fascina, agrada e envolve”, orgulha-se, ao falar da atividade que exerce ao lado de Piau, com quem jogou na Portuguesa de Desportos na década de 60.

              Sempre foi uma pessoa simples. Já nos tempos em que estava no auge da carreira, Leivinha não ligava para a fama. Aquela badalação toda não o iludia. O jeito caipira do menino que saíra de Lins, parecia bem acentuado no comportamento discreto de quem ainda procura valorizar as coisas mais simples da vida. Ele só não imaginava que, ao abandonar o futebol, enfrentasse tanta dificuldade para se adaptar a uma nova realidade como cidadão comum. Leivinha, um dos grandes cabeceadores da história do futebol brasileiro, o ótimo João Leiva Campos Filho, foi comentarista esportivo da Sportv por três anos, mas saiu da emissora em abril de 2005. Assinou contrato com a Rede Bandeirantes de Televisão no mesmo ano. Deixou a emissora do Morumbi e, em 2007, tornou-se comentarista da Rádio Jovem Pan. Também dá aulas de futebol para a prefeitura da capital paulista, onde mora.

              Além de Leivinha, outros dois nomes da família Leiva Campos tiveram passagens pelo futebol: os gêmeos Dadá e Didi (irmãos de Leivinha).  Jackson Leiva, o Dadá, ex-atleta do Paulista de Jundiaí (SP) é pai do jogador Lucas, revelado pelo técnico Mano Menezes, no Grêmio de Porto Alegre (RS). O outro irmão, Didi, chegou a vestir por algumas temporadas a camisa do Noroeste de Bauru (SP). Ao longo de sua carreira, Leivinha conquistou títulos importantes, como por exemplo; bicampeão paulista de 1972/74.  Bicampeão Brasileiro de 1972/73. Campeão Espanhol em 1977 pelo
Atlético de Madrid.

              Participou de uma Copa do Mundo em 1974 na Alemanha, enfim, Leivinha tem motivos de sobra para ser idolatrado até hoje pela torcida brasileira, em especial pela torcida palmeirense e pela torcida da Lusa do Canindé, onde deu seus primeiros passos ao lado de grandes craques como aquele grande time de 1969;  Orlando, Zé Maria, Marinho Perez, Guaraci e Américo; Lorico e Paes; Ratinho, Leivinha, Basílio e Rodrigues. Seu técnico na época era o saudoso Aymoré Moreira, que comandou nossa seleção na Copa de 1962, no Chile.  Hoje, Leivinha revive seu passado e ainda se emociona ao lembrar dos momentos felizes que passou dentro do futebol.

SELEÇÃO PAULISTA DE 1971  –  Em pé: Miranda, Lorico, Ado, Luiz Carlos, Pedrinho e Ditão   –   Agachados: Ratinho, Leivinha, César, Ademir da Guia e Rivelino
Em pé: Orlando, Jorge, Marinho Peres, Zé Maria, Lorico e Augusto    –   Agachados: Ratinho, Ivair, Leivinha, Paes e Rodrigues
Em pé: Orlando, Zé Maria, Ulisses, Augusto, Marinho Peres e Marco Antonio  –    Agachados: Ratinho, Leivinha, Ivair, Paes e Rodrigues
Em pé: Eurico, Leão, Luiz Pereira, Alfredo, Dudu e Zéca    –   Agachados: Ronaldo, Leivinha, Madurga, Ademir da Guia e Nei
Em pé: Eurico, Leão, Luiz Pereira, Alfredo, Dudu e Zéca    –   Agachados: Edu, Leivinha, César, Ademir da Guia e Nei
Em pé: Eurico, Leão, Dudu, Luiz Pereira, Alfredo e Zéca    –   Agachados: Edu, Leivinha, César, Ademir da Guia e Nei

       

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3 comentários em “LEIVINHA: bicampeão brasileiro pelo Palmeiras em 1972 / 73

    1. Obrigado pelas palavras de elogio. Continue acessando este site, pois ele foi feito para os amantes do futebol, assim como você.
      José Carlos

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