LUIZINHO LEMOS: maior artilheiro da história do América / RJ com 311 gols

                          Luiz Alberto da Silva Lemos nasceu dia 3 de outubro de 1952, na cidade de Niterói (RJ).  Sempre apressado, o jovem Luís Alberto tomava o café da manhã correndo e deixava Niterói para treinar no bairro das Laranjeiras, uma luta sem fim contra os ponteiros do relógio! José Carlos, que mais tarde ficou famoso como “Caio Cambalhota”, também fazia igual sacrifício para chegar ao Botafogo. Ambos buscavam o mesmo brilho do irmão César Lemos, que na época fazia sucesso pelo Palmeiras (César Maluco).

                          Com muita dedicação, Luizinho dava um duro danado na ponta-direita do juvenil do Fluminense, uma época que recebeu orientação de treinadores experientes, como Pinheiro e Telê Santana. Mas chegou o momento do serviço militar obrigatório e Luizinho lamentou o fim do sonho de vencer nas Laranjeiras. No entanto, quando jogava pelo selecionado do exército, um interesse repentino do Vasco da Gama o pegou de surpresa.

                           Em 1970, ainda na condição de jogador amador, Luizinho ganhou destaque nos Aspirantes do Vasco da Gama, momento em que conquistou o terceiro lugar no campeonato da categoria. A tão esperada oportunidade no time principal aconteceria contra o Flamengo, em 4 de outubro de 1970, jogo válido pela Taça de Prata.

                          O técnico Tim tinha problemas para escalar o time e dessa forma ofereceu uma chance ao batalhador Luizinho. Mas o promissor atacante deu azar novamente ao descobrir que estava relacionado para o plantão no quartel. Com o fim do serviço militar, Luizinho foi encaminhado ao Palmeiras pelo irmão César Lemos. Ficou apenas treinando no Parque Antártica, até ser aproveitado no quadro misto durante uma excursão ao exterior.

                           Profissionalizado em 1972, Luizinho foi emprestado para a Associação Ferroviária de Esportes de Araraquara (SP). De volta ao Palmeiras, seu nome já fazia parte de uma lista de jogadores disponíveis. Bastante irritado com os dirigentes do alviverde, o próprio César Lemos tratou de ficar com o passe do irmão mais novo, um investimento que prontamente apresentou um bom retorno.

                           Sem muita demora, representantes do América (RJ) encaminharam uma boa proposta pelos direitos de Luizinho, que assim voltou ao cenário carioca. No América, Luizinho viveu seu primeiro grande momento na temporada de 1973. No ano seguinte conquistou a Taça Guanabara e foi o artilheiro do time com 20 gols marcados, além do prêmio “Bola de Prata” da revista Placar.

                           Negociado com o Flamengo em 1975, Luizinho amargou um período de grande domínio da “Máquina” do Fluminense, uma equipe bem montada e que contava com grandes estrelas.

Mesmo assim, o atacante do Flamengo deixou sua marca de grande artilheiro no badalado time de astros do presidente Francisco Horta!

                          Pelo Rubro-Negro foram 183 participações com 117 vitórias, 38 empates, 28 derrotas e 82 gols marcados. Abaixo, os registros da vitória do Flamengo sobre o Fluminense no segundo turno da competição. (*) O mesmo placar de 2×1 também foi repetido em 3 de agosto, com o gol da vitória também marcado por Luisznho:

18 de maio de 1975 – Campeonato carioca segundo turno – Flamengo 2×1 Fluminense – Estádio do Maracanã – Árbitro: Luís Carlos Félix – Gols: Zico aos 22’ e Cléber aos 36′ do primeiro tempo; Luizinho aos 37’ do segundo tempo.

Flamengo: Cantarelli; Vanderlei, Jaime, Luís Carlos e Rodrigues Neto; Liminha e Geraldo; Doval, Luizinho, Zico e Paulinho (Luís Paulo). Técnico Joubert. Fluminense: Felix; Toninho, Silveira, Edinho e Marco Antônio; Pintinho e Cléber; Gil, Manfrini (Wílton), Rivellino e Mário Sérgio. Técnico Paulo Emílio. 

                          Em 1977, Luizinho foi transferido para o Sport Club Internacional (RS) pelo considerável montante de 3 milhões de cruzeiros, um período marcado por desentendimentos com o corpo diretivo e baixa produtividade. O atacante só voltou ao Rio em 1978 para vestir a camisa do Botafogo, uma permanência que foi abreviada pelo forte interesse do Las Palmas da Espanha.

                          Luizinho encerrou seu vínculo com o time espanhol em 1982 para assinar mais um contrato com o América (RJ), o seu costumeiro “Porto Seguro”. Artilheiro do Campeonato Carioca de 1983 com 22 gols marcados, o Palmeiras entrou na jogada para contar novamente com seu faro de gol em 1984.

                          Contudo, o alviverde da época estava bem longe do time que no passado brilhou nos tempos da famosa Academia. Dessa forma, Luizinho foi apenas mais um figurante na incansável busca pelo esperado título paulista. Pelo Palmeiras, Luizinho disputou 27 partidas 15 vitórias, 8 empates, 4 derrotas e 6 gols marcados. Com o desgaste provocado pelo insucesso no Parque Antártica, o atacante voltou ao mesmo América em 1986. É o maior artilheiro da história do clube com 311 gols e o terceiro da história do Estádio do Maracanã.

                           Depois de uma breve passagem pelo Ferroviário Atlético Clube de Maceió, Luizinho foi um dos primeiros jogadores brasileiros no futebol do Catar. Foram três anos no futebol do Oriente Médio antes de voltar ao Brasil para firmar compromisso com o Americano Futebol Clube (RJ).

                           Novamente no Catar, o veterano Luizinho encerrou sua longa caminhada pelos gramados em 1994. Trabalhou em seguida como treinador em vários clubes do cenário nacional e depois no Catar.

                          Após sofrer um infarto no dia 25 de maio, enquanto orientava o América (RJ) na estreia da Série B do certame carioca, Luís Alberto da Silva Lemos faleceu em 2 de junho de 2019. Ele estava internado no Hospital Geral de Nova Iguaçu (RJ).

Bola de Prata da Revista Placar de 1974 – Em pé: Luizinho Lemos, Dudu, Eurico, Ademir da Guia (ligeiramente curvado), Zé Carlos, Polaco, Caio Cambalhota, Ronaldo Drummond, Nicola Racciopi (parcialmente encoberto), Raul Marcel e Manfrini   –    Agachados: Pio, Celsinho, Fedato, João Carlos e Luis Pereira
FERROVIÁRIA DE 1972  –  Em pé: Sergio Bergantin, Baiano, Padua, Zé Luiz, Fernando e Zé Carlos    –     Agachado: Luizinho Lemos, Muri, Itamar Bellasalma, Ademir e Vagner Martins
AMÉRICA / RJ  –  Em pé: Gasperin, Zedilson, Airton, Everaldo, Chiquinho e Pires.  –   Agachados: Serginho, Gilberto, Luizinho, Moreno e Gilson Gênio
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