DIDA: campeão mundial pelo Corinthians em 2000

                 Nelson de Jesus Silva nasceu dia 7 de outubro de 1973, na cidade de Irará (BA). O goleiro Dida, um dos melhores defensores de pênalti de todos os tempos.  Dida começou sua carreira com apenas 17 anos, nas categorias de base do ASA, de Alagoas. No ano seguinte, ainda no sub-20, foi transferido para o Cruzeiro, também de Alagoas, no qual permaneceu até 1992.

                Na metade desta temporada, o goleiro retornou ao seu estado natal, para jogar no profissional do Esporte Clube Vitória. No clube baiano, foi campeão estadual em 92, e em 93, foi um dos destaques do time vice-campeão do Campeonato Brasileiro, perdendo a final para o Palmeiras.

               O sucesso no Vitória acabou chamando a atenção de outros times, e o promissor goleiro foi transferido para o Cruzeiro em 1994. Na temporada de estreia, confirmou sua fama de pé-quente e a Raposa foi campeã estadual, vencendo o Atlético-MG na decisão.

               No ano seguinte, além de conquistar a Copa Ouro e a Copa Master da Supercopa com o time mineiro, Dida foi convocado pela primeira vez para a Seleção Brasileira, para disputar a Copa América. Participou das vitórias sobre o Equador, por 1 a 0, e Peru, por 2 a 0.

              Ainda no Cruzeiro, Dida conquistou quatro vezes o Campeonato Mineiro, em 94, 96, 97 e 98, uma Copa do Brasil, em 96, e uma Libertadores da América, em 97. No final de 98, foi transferido para o Lugano, da Suíça, onde não chegou a disputar partidas oficiais.

              Nesta temporada, porém, foi para a Copa do Mundo da França. Dida era a terceira opção de Zagallo para o gol, enquanto Taffarel era o titular e Carlos Germano o reserva.

              Em 1999 chegou ao Corinthians, que não contava com um grande goleiro desde a saída de Ronaldo Giovannelli. Logo em seu primeiro ano no Parque São Jorge, foi decisivo para o tricampeonato brasileiro do Timão, principalmente na semifinal, contra o São Paulo, quando defendeu dois pênaltis batidos por Raí.

              No início do ano 2000, faturou o Mundial de Clubes da FIFA com o Corinthians, e na janela europeia, foi negociado com o Milan. Voltou por empréstimo para o Timão na temporada seguinte, quando faturou a Copa do Brasil e o Torneio Rio-São Paulo, ambos em 2002.

             Neste mesmo ano, foi o reserva de Marcos no gol da Seleção Brasileira pentacampeã do mundo, na Copa da Coreia do Sul e Japão. Após o Mundial, voltou para a Itália, desta vez, para se firmar como titular do Milan.

            Ficou no time italiano até 2010, conquistando por lá o Campeonato Italiano da temporada 2003/04, a Super Copa Européia de 2003 e 2007, a Liga dos Campeões de 2002/03 e 2006/07, e o Mundial de Clubes da FIFA no final da temporada de 2007.

           Foi o goleiro titular da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2006, no Alemanha, na qual o Brasil foi eliminado pela França nas quartas-de-final da competição. Foi anunciado em 24 de marco de 2012 como reforço do time da Portuguesa para aquela temporada, após dois anos afastado do futebol. Na temporada seguinte, acertou sua ida para o Grêmio, onde voltaria a atuar com o treinador Vanderlei Luxemburgo. 

           A seriedade sempre foi uma das características mais marcantes do goleiro. Tanto que no final de 2005, poucos meses antes da Copa de 2006, Milton Neves e Dida se encontraram no casamento do meia Kaká, em São Paulo-SP. O apresentador, que defendia em seus programas que Marcos ou Rogério Ceni deveria ser o arqueiro titular da Seleção Brasileira, até tentou puxar assunto com Dida.

           Fez diversas perguntas para o goleiro: se ele estava bem, como que estava a vida na Itália, se o Brasil ganharia a Copa, entre outras. Dida sempre respondia monossilábico: “Sim”, “Não”, “É”.

           Até que Milton Neves questionou se o goleiro assistia aos seus programas. Dida, que já estava invocado, tanto com o fato de o jornalista não o defender na Seleção, quanto pela quantidade de perguntas, respondeu com um grito que assustou a todos os convidados: “NÃO!!!”.

CARREIRA DO GOLEIRO DIDA

           No meio futebolístico é conhecido por Dida.  É um dos oito filhos, juntamente com cinco irmãs e dois irmãos. Ele foi criado em Lagoa da Canoa, no estado de Alagoas, para onde sua família se mudou quando ele tinha apenas três meses de idade. Iniciou no esporte através do vôlei, que ele jogou com seus irmãos, até que migrou para o futsal. Sua posição preferida sempre foi a de goleiro.

              Torcedor do Flamengo, aos 13 anos ele fundou com seus amigos o Flamenguinho, um time modesto com os amigos do bairro onde morava. Seu apelido surgiu graças a Dida, ex-atacante flamenguista, enquanto seus ídolos do futebol eram o goleiro Rinat Dasayev e o futuro companheiro de Seleção Taffarel, que teve boas atuações na Itália e na Turquia e foi um dos pioneiros para o sucesso dos goleiros brasileiros em clubes europeus.

VITÓRIA

                         Em 1990, aos 17 anos, Dida chegou nas divisões de base do Cruzeiro de Arapiraca. Dois anos depois, foi descoberto por Newton Mota no começo de 1992 e levado para as divisões da base do Vitória, sendo titular na grande campanha do time na Copa São Paulo de Futebol Júnior (1993). O goleiro mesmo jogando pela base, também era reserva do elenco profissional, que contava apenas com os arqueiros Borges e Ronaldo Passos. No mesmo ano da sua chegada ao clube, conquistou o Campeonato Baiano de 1992. Em 1993, depois de ser campeão da Copa do Mundo Sub-20 pela Seleção Brasileira, Dida alcançou a titularidade no Vitória, chegando ao vice-campeonato inédito do Campeonato Brasileiro. Aos 20 anos, se tornou o mais jovem ganhador do Prêmio Bola de Prata da Revista Placar e foi eleito o melhor goleiro do Brasileirão.

CRUZEIRO

                         Foi então adquirido pelo Cruzeiro em 1994 e, em cinco temporadas, conquistou quatro títulos estaduais, a Copa do Brasil de 1996 e a Copa Libertadores de 1997, além de mais dois prêmios Bola de Prata. No entanto, em janeiro de 1999 ele declarou publicamente seu desejo de migrar para o futebol europeu e ser convocado para a Seleção Brasileira. Isso fez com que ele acionasse a justiça para cancelar o restante de seu contrato com o clube mineiro e assinar com o Milan, o único time europeu que lhe fez uma proposta. A disputa judicial que se seguiu entre o jogador e o Cruzeiro durou cinco meses, e uma decisão da FIFA permitiu que Dida fosse emprestado ao time suíço Lugano, onde ele se manteve em forma e atuou em duas partidas. Sua transferência para Milão foi finalizada em maio de 1999, com uma taxa de transferência de 2 bilhões de liras italianas (5 milhões de reais) pagos ao Cruzeiro, o que encerrou o processo.

MILAN

                      Chegou ao Milan e foi designado pelo técnico Alberto Zaccheroni como terceiro goleiro, atrás de Christian Abbiati e do veterano Sebastiano Rossi.

EMPRÉSTIMO AO CORINTHIANS

                       Na temporada 1999 / 2000 do Campeonato Italiano, foi emprestado ao Corinthians para adquirir ritmo de jogo. Durante esse período, sua reputação como pegador de pênaltis ganhou fama nacional depois de ter defendido duas cobranças – ambas batidas por Raí, na vitória do Corinthians por 3 a 2 sobre o rival São Paulo na semifinal do Campeonato Brasileiro de 1999. Dida recebeu sua primeira indicação para o prêmio de melhor goleiro do mundo da IFFHS naquela temporada, terminando em oitavo lugar na votação. Em 2000, disputou o Mundial de Clubes da FIFA e não sofreu gol em três de quatro partidas. No dia 14 de janeiro, na final disputada contra o Vasco da Gama que terminou sem gols após a prorrogação, ele defendeu um pênalti de Gilberto e o Corinthians foi campeão por 4 a 3 após o vascaíno Edmundo desperdiçar sua cobrança. O meia Ricardinho, do Corinthians, revelou à imprensa que a equipe estava tentando levar o jogo para os pênaltis, pois sabiam que Dida defenderia pelo menos uma cobrança.

RETORNO AO MILAN

                         No início da temporada 2000 / 2001, Dida se apresentou ao Milan, mas ficou marcado após um erro em uma partida contra o Leeds United.

NOVO EMPRESTIMO AO CORINTHIANS

                          Dida retornou ao Corinthians novamente em 2001, conquistando mais dois títulos: a Copa do Brasil de 2002, com destaque para outro pênalti defendido novamente contra o São Paulo na semifinal, e o Torneio Rio-São Paulo. Posteriormente, na Copa do Mundo de 2002, sagrou-se pentacampeão mundial com a Seleção Brasileira, sendo reserva de Marcos.

NOVO RETORNO AO MILAN

                           Dida retornou ao Milan em 2002 e no mesmo ano conquistou definitivamente a titularidade, tendo sido importante na conquista da Liga dos Campeões de 2002 / 2003 ao defender três pênaltis contra a Juventus, na final. Dida foi eleito o segundo melhor goleiro do mundo pela FIFA e pela IFFHS (Federação Internacional de História e Estatística de Futebol) em 2005 e o terceiro melhor em 2004.  Em janeiro de 2012 foi considerado o terceiro melhor goleiro da América do Sul dos últimos 25 anos, ficando atrás de Taffarel e Chilavert. Um dos quatro goleiros rubro-negros com mais de 300 aparições no total de carreira, Dida foi introduzido no Hall da Fama do Milan em 2014, e juntou-se a outros ex-jogadores do clube para vários eventos off-pitch e partidas de exibição após a sua saída em 2010.

SAÍDA DO MILAN E MIGRAÇÃO PARA O FTEBOL DE AREIA

                           No dia 1 de julho de 2010, após dez anos no clube, Dida oficializou sua saída dos Rossoneri. Em maio de 2012, juntou-se a equipe do Milan para jogar o Mundialito de Clubes de Futebol de Areia.

PORTUGUESA DE DESPORTOS

                           No dia 24 de maio de 2012, com 38 anos e após quase dois anos sem clube, a Portuguesa anunciou um acordo com o atleta para atuar pelo clube até o fim da temporada de 2012. Estreou na vitória por 1 a 0 contra o São Paulo, em partida válida pelo Campeonato Brasileiro.

GRÊMIO

                            No dia 19 de dezembro de 2012, o Grêmio anunciou oficialmente a sua contratação para ser o reserva de Marcelo Grohe. Por decisão do técnico Vanderlei Luxemburgo, no entanto, Dida acabou sendo escolhido como titular para a disputa da Libertadores 2013.  Sua estreia no Grêmio foi no dia 23 de janeiro de 2013, diante a LDU onde o Grêmio perdeu de 1 a 0. Destacou-se na partida contra o Corinthians, pela Copa do Brasil. Dida defendeu três cobranças nas decisões por pênaltis, sendo a última a do seu ex-companheiro de equipe no Milan, Alexandre Pato. A vitória colocou o time gaúcho nas semifinais da Copa do Brasil.

INTERNACIONAL

                             No dia 12 de dezembro de 2013 foi anunciado que Dida não renovaria com o Grêmio. No mesmo mês, Dida assinou contrato de dois anos com o rival Internacional após atuações contestadas do então goleiro titular Muriel na temporada 2013. No dia 7 de dezembro de 2015 a direção do Internacional anunciou a despedida do goleiro do clube.

SELEÇÃO BRASILEIRA

                             Participou de três Copas do Mundo: em 1998 foi o terceiro goleiro, em 2002 era o reserva e em 2006 foi o goleiro titular da Seleção Brasileira, sendo campeão em 2002. Pela Seleção, também foi campeão da Copa América de 1999 e das Copas das Confederações de 1997 e 2005, sendo titular em ambas. Com 92 jogos disputados, é o terceiro goleiro com mais jogos pela Seleção Brasileira, atrás de Taffarel e Emerson Leão. Em âmbito internacional, Dida disputou 91 partidas em onze anos pela Seleção Brasileira e também uma medalha olímpica de bronze em 1996, em Atlanta – EUA. Ao longo de sua carreira, Dida defendeu 42 pênaltis. Quantos pênaltis Dida

CONTROVÉRSIAS

                            Ponderando sobre algumas das convocações para a Copa de 2006, Chico Anysio, para o Lance!, no artigo “Cabelos em pé, galera!”, escreveu: “Não tenho confiança em goleiro negro. O último foi o Barbosa, de triste memória na Seleção.  Na época, o artigo foi minimizado por Anysio: “Meu pensamento sobre goleiros negros não tem nada a ver com discriminação, porque eu adoro atacantes negros, zagueiros negros, craques negros e meio-campistas”, e afirmando a superioridade dos negros em alguns esportes, concluiu: “só não gosto deles no gol”.

 

Em pé: Dida, Rincon, Fábio Luciano, Vampeta, Kleber e João Carlos    –   Agachados: Luizão, Índio, Ricardinho, Marcelinho Carioca e Edilson
2001   –   Em pé: Dida, Edmilson, Washington, Lúcio, Zé Maria e Sonny Anderson   –    Agachados: Carlos Miguel, Ramon, Fabio, Leo, e Leomar
Em pé: Sávio, Zé Elias, André Luis, Dida e Danrlei   –   Sentados: Luizão, Marcelinho Paulista, Juninho Paulista e Roberto Carlos
Em pé: Caio, Dida, Marcelo Djian, João Carlos, Muller e Gilberto   –    Agachados: Marcelo Ramos, Túlio, Ricardinho, Valdir e Valdo
Em pé: Maldine, Dida, Shevchenko, Tomasson, Pancaro, Seedorf e Nesta   –    Agachados: Gattuso, Kaká, Pirlo e Cafu
Em pé: Dida, Wilson Gottardo, Gustavo, Marcelo Djian e Gilberto    –    Agachados: Muller, Fábio Júnior, Ricardinho, Djair, Valdir e Valdo
Em pé: Dida, Adriano, Lúcio, Juan, Émerson e Cafú   –    Agachados: Ronaldinho Gaúcho, Zé Roberto, Kaká, Roberto Carlos e Ronaldo Fenômeno
Em pé: Dida, Vitor, Célio Lúcio, Wilson Gottardo, Fabinho e Nonato   –    Agachados: Ricardinho, Marcelo Ramos, Palhinha, Elivélton e Cleisson
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