MANÉCA: conquistou vários títulos pelo Vasco da Gama

                         Manoel Marinho Alves nasceu em Salvador (BA) em 28 de janeiro de 1926. As arquibancadas do Maracanã calaram e os tapinhas nas costas sumiram. Antes perseguido por microfones e caçadores de autógrafos, o triste Maneca agora não passava de um quase desconhecido na multidão!

                         O ambiente requintado dos grandes hotéis e o glamour das viagens aéreas eram coisa do passado. Assim, o espírito de Manéca foi se apagando, primeiro que seu próprio corpo. Justino Marinho Alves – pai de Manéca – morava perto do Porto da Barra e dava um duro danado para sustentar os filhos. Disciplinador, seu Justino não admitia que os guris jogassem futebol na rua para não incomodar os vizinhos.

                         Todavia, seu Justino não era totalmente avesso aos assuntos do futebol, tanto que na véspera do natal de 1933 colocou uma bola debaixo da cama do filho Manoel. Anos depois, nas peladas da praia, todos queriam escolher o filho de seu Justino para jogar no seu time. Conhecido pelos amiguinhos como Manéca, em 1943 o rapazola foi encaminhado aos quadros amadores do Galícia Esporte Clube (BA).

                         Naqueles tempos, um problema nos pés incomodou bastante, já que Manéca só sabia jogar descalço. Mesmo com os pés em carne viva, o jovem meio-campista ainda resistia em adotar aquele estranho calçado chamado de chuteira.

                         Então foi necessário confeccionar uma chuteira especial em tecido de lona, algo relativamente incomum nas oficinas dos sapateiros da época.

                         Do juvenil ao time titular não demorou muito tempo. Manéca jogava o fino da bola! Em maio de 1945, os dirigentes do Esporte Clube Bahia (BA) firmaram o acordo que tirou Manéca das fileiras do Galícia.

                         Em sua primeira participação contra o Vitória, tudo correu acima do esperado. Na partida seguinte, contra o Botafogo da Bahia, Manéca marcou seu primeiro gol com a camisa do tricolor da “Boa Terra”.

                         Em 1946, representantes do Club de Regatas Vasco da Gama (RJ) foram até Salvador para ver Manéca jogar. Ficaram impressionados diante da magia dos dribles curtos e desconcertantes.

                         Foi mais do que suficiente para dar o próximo passo! Com tudo acertado com o Bahia e também com o velho Justino, Manéca embarcou empolgado para o Rio de Janeiro.

                         Apresentado aos profissionais de imprensa em São Januário, o tímido Manéca estava mais do que maravilhado na tal da “Cidade Maravilhosa”.

                          Na temporada de 1947, Manéca participou do elenco que foi campeão carioca. Depois da grande conquista no Sul Americano de 1948, o forte Vasco da Gama faturou novamente o certame carioca de 1949.

                          E não custou muita coisa para o arisco Manéca cair definitivamente nas graças dos torcedores do Vasco da Gama, principalmente por suas grandes atuações contra o Flamengo. Pelo “Expresso da Vitória”, o hábil Manéca tinha facilidade para atuar em várias posições, uma opção sempre interessante para o esquema do exigente Flávio Costa no bicampeonato carioca de 1950.

                         Após tomar conhecimento do agravamento da contusão no joelho de Tesourinha, o técnico da Seleção Brasileira Flávio Costa não esperava mais pela recuperação do craque gaúcho. Com o afastamento definitivo de Tesourinha, o nome de Manéca foi lembrado para disputar o mundial de 1950.

                          Na primeira partida da Copa do Mundo contra o México, Manéca jogou na meia-direita. No compromisso seguinte, contra os suíços, Alfredo jogou na ponta-direita e Manéca foi aproveitado novamente pela meia-cancha.

                          Depois, contra Iugoslávia e Suécia, Flávio Costa decidiu escalar Manéca na ponta-direita. Contudo, um impiedoso estiramento muscular o afastou do jogo contra a Espanha e da partida final do quadrangular decisivo contra o Uruguai.

                         Após o desastre de 16 de julho diante do Uruguai, Manéca ficou abalado e durante dias não queria saber de mais nada! Foi encontrado atordoado nas dependências de São Januário.

                           Recuperado do trauma, o ano de 1951 reservou o tão esperado dia do “Acerto de Contas” contra o Uruguai. Era uma partida contra o temido Peñarol, base do selecionado campeão mundial de 1950.

                           E o craque baiano foi o grande personagem do memorável 3×0 sobre o Peñarol. No dia seguinte, os jornais só falavam do espetacular desempenho de Manéca.

                           De volta ao Bahia em 1954, Manéca faturou Campeonato Baiano da temporada, antes de retornar ao mesmo Vasco em 1955. Continuou no time da “Colina” até 1956, quando novamente apareceu em Salvador para jogar alguns jogos pelo Bahia.

                           Ainda no ano de 1956 firmou compromisso com o Bangu Atlético Clube (RJ), uma rápida e apagada passagem. Conforme publicado pelo site “bangu.net”, Manéca disputou apenas 4 partidas; com 2 vitórias, 2 derrotas e nenhum gol marcado.

                           As arquibancadas do Maracanã calaram e os tapinhas nas costas sumiram. Antes perseguido por microfones e caçadores de autógrafos, o triste Maneca agora não passava de um quase desconhecido na multidão!

                           O ambiente requintado dos grandes hotéis e o glamour das viagens aéreas eram coisa do passado. Assim, o espírito de Manéca foi se apagando, primeiro que seu próprio corpo.

                           Encerrou sua caminhada no mesmo Galícia, antes de voltar mais uma vez ao Rio de Janeiro. Esquecido, Maneca tomou uma dose violenta de veneno. Agonizou durante dias no hospital e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), em 28 de junho de 1961.

Em pé: Eli do Amparo, Barbosa, Danilo, Augusto, Clarel e Alfredo   –    Agachados: Tesourinha, Ademir, Friaça, Maneca, Djair e o massagista Mário Américo
Em pé: o massagista Johnson, Rui, Barbosa, Augusto da Costa, Bauer, Noronha e Juvenal   –    Agachados: Alfredo, Maneca, Baltazar, Ademir Menezes, Friaça e Mário Américo
1950 – Em pé: Barbosa, Danilo, Haroldo, Augusto, Eli e Jorge    –    Agachados: Mario Américo (massagista), Edmur, Ipojucan, Ademir, Maneca e Chico
Em pé:  Mirim, Ernani, Haroldo, Jorge, Danilo Alvim e Augusto   –     Agachados: Sabará, Maneca, Ipojucan, Pinga, Chico e Mário Américo, com o enorme “M” de massagista em sua camiseta preta
Em pé: Ely, Barbosa, Danilo, Augusto, Clarel e Alfredo    –     Agachados: Tesourinha, Ademir de Menezes, Friaça, Maneca, Dejair e o massagista Mário Américo    –     À frente: Wilson, Sampaio, Laerte, Jorge, Ipojucan, Jasen e Chico
Postado em M

Deixe uma resposta