JUNINHO PAULISTA: brilhou no São Paulo F.C. e no Middlesbrough da Inglaterra

                   Oswaldo Giroldo Junior nasceu dia 22 de fevereiro de 1973, na cidade de São Paulo (SP).  Quando nasceu, Juninho chegou a ser considerado um “gigante”. Com 51 centímetros de altura e pesando 3,95 quilos, Juninho foi o xodó das enfermeiras da Beneficência Portuguesa, em São Paulo, que o disputavam como o bebê mais charmoso do berçário. Hoje, Juninho encara com bom-humor o episódio: “Acho que botaram olho gordo em mim na maternidade, por isso não cresci.” E conclui: “Posso afirmar que um dia fui o maior de todos”. Juninho, que só virou Juninho Paulista na metade da carreira, jogou em quatro dos principais grandes clubes do Brasil – São Paulo, PalmeirasVasco e Flamengo – e participou da Copa do Mundo de 2002 pela seleção brasileira.

SÃO PAULO            

                  Juninho Paulista nasceu e cresceu no Parque São Lucas, Zona Leste de São Paulo. Sua carreira, no entanto, começou no Ituano, clube do interior de São Paulo. Seu futebol técnico e objetivo chamou a atenção do técnico Telê Santana, que em 1992 o trouxe para o São Paulo. O clube do Morumbi elaborou um trabalho de preparação física especial para o jogador, de 1,67m, ganhar massa muscular e poder suportar o esforço do futebol moderno. O investimento deu certo e, com o São Paulo, a promessa virou realidade e ele ajudou o time a conquistar os títulos mundial interclubes (1993), da Supercopa da Libertadores (1993), da Recopa Sul-americana (1994), e da Copa Conmebol (1994).

                 Combinando velocidade e habilidade, o Juninho, de início de carreira no São Paulo, fazia fila nas zagas adversárias e, desta forma, transformou-se em um verdadeiro tormento para as torcidas adversárias. Brilhou na conquista da Supercopa da Libertadores de 1993, quando o tricolor travou um emocionante duelo contra o Flamengo na final. Esteve presente na conquista do Mundial Interclubes no final daquela gloriosa temporada do São Paulo e firmou-se como um dos principais jogadores de criação do time paulista. No dia 11 de novembro daquele ano, por um capricho do destino, o São Paulo teve marcado dois jogos no mesmo dia para o estádio do Morumbi: pela Conmebol, enfrentou o Sporting Cristal (PER); e, na sequência, o Grêmio foi o adversário pelo Campeonato Brasileiro.

                  Juninho foi o único a disputar as duas partidas – o São Paulo venceu ambas por 3 a 1. Contra os peruanos, participou de 32 minutos e fez um gol; diante dos gaúchos, mais 20 minutos, mas sem bola na rede. Aquilo foi uma coisa inédita no futebol, mas ele já estava acostumado a jogar na várzea, onde é normal ter o primeiro e o segundo quadros. Jogou o primeiro (Sporting), mas nem imaginava que o Telê Santana o colocaria na segunda partida.

EUROPA

                 Do São Paulo, Juninho foi para o Middlesbrough (ING) em 1995. De lá, seguiu para o Atlético de Madrid (ESP) em 1997, mas acabou retornando para a Inglaterra em 1999, onde ainda voltaria mais uma vez em 2002. Em 1999, após o descenso do Atlético de Madrid para a Segunda Divisão, Juninho retornou ao Middlesbrough. Porém, já no ano seguinte, foi emprestado ao Vasco da Gama. Logo após a Copa de 2002, retornou ao Middlesbrough e participou da conquista da Copa da Liga Inglesa em 2004, o título mais expressivo na história do clube. O clube inglês comprou seu passe junto ao Atlético de Madri por 7,25 milhões de dólares.

                 Apesar da contusão que o tirou por meses dos campos, Juninho mostrou ter sido um dos melhores investimentos que os britânicos fizeram em seus 128 anos de história. No dia 29 de fevereiro de 2004, data que os torcedores do “Boro” nunca haverão de esquecer, Juninho conduziu o time do norte da Inglaterra a seu primeiro título: a Copa da Liga Inglesa, com os 2 a 1 sobre o Bolton. Na final disputada em Cardiff, País de Gales, ele foi coroado como o grande articulador de sua equipe, que nesta mesma temporada já havia batido o poderoso Manchester United por 3 a 2. Nessa ocasião, o brasileiro foi quem infernizou os Diabos Vermelhos com dois gols e uma atuação impecável. Deixou o Middlesbrough dois anos depois, quando foi parar no Celtic, da Escócia, onde teve uma passagem sem muito brilho.

VASCO DA GAMA

                 Foi no ao de 2000 que passou a ser chamado de Juninho Paulista, uma vez que no Vasco já havia um Juninho, que passou a ser chamado de Juninho Pernambucano. Com o clube carioca, sagrou-se campeão da Copa João Havelange e da Copa Mercosul, jogando ao lado de craques como Romário, Viola, Euller e o já mencionado Juninho Pernambucano. A conquista da Mercosul em 2000, ficou marcada pela torcida cruzmaltina, pois foi uma histórica final contra o Palmeiras. Em pleno Parque Antártica lotado, o Vasco conseguiu virar para 4 a 3 o jogo, depois de estar perdendo por 3 a 0 ao final do primeiro tempo.

                O bom entrosamento de Juninho com o time do Vasco, porém, não se repetiu em sua relação com a diretoria cruz-maltina. Insatisfeito com os constantes salários não pagos pelo clube, em 2002 Juninho acabou optando por trocar o Vasco pelo Flamengo. Embora sua fase no Flamengo não tenha sido das melhores, ainda assim foi convocado pelo técnico Luís Felipe Scolari para a disputa da Copa do Mundo de 2002.

PALMEIRAS

                Juninho foi contratado pelo Palmeiras em março de 2005 para a disputa da Copa Libertadores da América e do Campeonato Brasileiro. A volta ao país foi vista com bons olhos por Juninho por dois motivos: a esperança de disputar a Copa do Mundo da Alemanha, em 2006, e de defender o seu time do coração na infância, o que foi provado pelo pai do jogador logo em sua apresentação como novo reforço palmeirense: na carteira de seu Oswaldo Giroldo, uma foto de Juninho ainda pequeno, vestido com a camisa alviverde. Sua chegada ao Palmeiras coincidiu com a arrancada do time no Brasileiro, resultando na classificação da equipe para a Libertadores da América do ano seguinte. Na época, Juninho recebeu a Bola de Prata, prêmio entregue pela revista Placar.

                Revigorado, Juninho permaneceu mais uma temporada no Palmeiras, clube que o acolhera em um momento de dificuldade. No início de 2007, aos 34 anos de idade, foi anunciado seu retorno ao Flamengo. No entanto, poucos meses após sua chegada na Gávea, o experiente jogador, vendo-se relegado ao banco de reservas, tomou uma atitude inédita em sua carreira, ao se indispor com o técnico Ney Franco durante o intervalo de uma partida válida pela Libertadores da América. Dois dias mais tarde, a diretoria do clube anunciou a rescisão de seu contrato.

SELEÇÃO BRASILEIRA

                Sua estréia na seleção brasileira aconteceu dia 22 de fevereiro de 1995, na vitória de 5 a 0 diante da Seleção da Eslováquia, num jogo amistoso. Dias depois, marcou um gol de falta contra a Inglaterra, em outra partida amistosa, que desta vez foi realizada no famoso Estádio de Wembley. Logo em seguida, ainda naquele ano, foi contratado por um modesto clube inglês, o Middlesbrough. Participou das Olimpíadas de Atlanta, em 1996, quando o Brasil conseguiu ficar apenas com a medalha de bronze. Em 1998, ele era uma das unanimidades para ser chamado mas, a quatro meses da Copa, jogando pelo Atlético de Madri, sofreu uma entrada violenta do espanhol Michel Salgado, do Celta, e fraturou o perônio.

               Ele operou e, apesar de todo esforço que fez para se recuperar a tempo, o técnico Zagallo preferiu não arriscar e o deixou de fora da convocação. Mas, quatro anos depois da decepção de não disputado aquele mundial por causa de uma contusão, ele finalmente viu realizado seu sonho de disputar uma Copa do Mundo, convocado que foi por Luiz Felipe Scolari. Aliás, ele não só foi convocado como atuou como titular nas quatro primeiras partidas – Turquia, China, Costa Rica e Bélgica – e, mais que isso, ajudou bastante a equipe a conquistar o título.

              Aposentado, Juninho Paulista começou uma nova fase em sua vida ao assumir o cargo de gestor do Ituano, clube que o revelou. Juninho tomou posse do cargo no dia 15 de junho de 2009. Em 2019 passou a trabalhar na CBF ao lado do técnico Tite. Esta é um pouco da história de Juninho Paulista, que no início de carreira, chegou a ser barrado no Juventus e no Corinthians por causa de sua baixa estatura. “Naquela época, com pouca idade, foi difícil assimilar. Mas olhando com a experiência de hoje dá para entender melhor”.     

Em pé: Sávio, Zé Elias, André Luis, Dida e Danrlei   –    Agachados: Luizão, Marcelinho Paulista, Juninho Paulista e Roberto Carlos
Copa de 2002    –   Em pé: Lúcio, Edmílson, Roque Júnior, Gilberto Silva, Marcos, Kaká, Vampeta, Ânderson Polga, Dida, Rogério Ceni e Belletti   –    Agachados: Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo, Roberto Carlos, Kléberson, Rivaldo, Cafú, Júnior, Ricardinho, Luizão, Edilson, Denílson e Juninho Paulista
Em pé: Helton, Nasa, Jorginho, Jorginho Paulista, um membro da comissão técnica, P.C. Gusmão e o goleiro Fábio   –    Agachados: Juninho Paulista, Romário, Euller, Clébson, Viola e Paulo Miranda
Em pé: Mona, Rogério Ceni, César, Bordon, Ronaldo Luís e Vítor   –    Agachados: Catê, Pereira, Denílson, Juninho Paulista e Caio

        

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