AUGUSTO: nosso capitão na Copa de 1950

                            Augusto da Costa nasceu dia 22 de outubro de 1920, na cidade do Rio de Janeiro. Foi um lateral direito que começou a carreira no São Cristóvão do Rio de Janeiro, depois defendeu por muitos anos o Vasco da Gama e na Copa de 1950, disputada aqui no Brasil, foi o lateral direito e o capitão da nossa seleção.

                            Iniciou sua carreira em 1935, nos quadros amadores do São Cristóvão, clube onde também assinou seu primeiro compromisso profissional em 1940. No certame carioca de 1942, o São Cristóvão causou muitas dores de cabeça ao Vasco da Gama. Nos três confrontos da temporada foram dois empates por 1×1 e uma vitória do São Cristóvão por goleada, 4×0, gols de Caxambu (2), Santo Cristo e Papetti cobrando pênalti.

                             Neste dia o São Cristóvão jogou com; Joel, Mundinho e Augusto; Gualter, Papetti e Castanheira; Santo Cristo, Alfredo, Caxambu, Nestor e Magalhães. Já o Vasco da Gama jogou com a seguinte formação: Roberto, Florindo e Oswaldo; Figliola, Zarzur e Argemiro; Orlando, Ademir, Nino, Ruy e Xavier. No miolo de zaga do São Cristóvão, Augusto e Mundinho faziam grande sucesso. Mas o grande astro era mesmo Mundinho, o que fez o Vasco sondar o jogador para quem sabe, fazer uma proposta.

                             Então, o Vasco acabou levando Augusto para São Januário em 1943, o que gerou comentários de que o presidente do Vasco tinha comprado o zagueiro errado. Pouco tempo se passou e o badalado Mundinho murchou sozinho no São Cristóvão, enquanto Augusto cresceu de produção no Vasco. Cresceu é verdade, mas não em sua posição de origem.

                             Nos primeiros tempos em São Januário, Augusto ainda atuava como zagueiro, sendo deslocado posteriormente para o corredor direito, onde se adaptou muito bem. Dono de muito vigor e voluntariedade, Augusto superava suas limitações técnicas e raramente comprometia em suas atuações, sempre marcadas por uma costumeira regularidade.

                             Disciplinado e dono de uma liderança natural, Augusto multiplicava com facilidade suas atitudes e palavras de encorajamento. Era um homem respeitado dentro e fora dos gramados. Não demorou para que os próprios companheiros o escolhessem para ser o capitão da fabulosa equipe, imortalizada na história do clube como o “Expresso da Vitória”.

                             Titular absoluto da camisa cruzmaltina, Augusto conquistou os títulos cariocas de 1945 (invicto), 1947 (invicto), 1949 (invicto), 1950 e 1952, além do inesquecível campeonato Sul-Americano de Clubes Campeões em 1948. O Vasco era o time do momento naquela segunda metade dos anos 40. E Augusto, um sujeito bastante popular, que sempre voltava para casa carregado de mimos e presentes nos braços.

                             Em 1947 Augusto recebeu sua primeira convocação para o escrete nacional. Foi campeão da Copa Rio Branco e da Copa América em 1949. Homem de confiança do exigente e disciplinador técnico Flávio Costa, Augusto disputou todos os compromissos da Copa de 1950, sempre na condição de capitão.

                             Como todos os jogadores que participaram da partida que decidiu o quadrangular final de 1950, Augusto demorou para recobrar os sentidos. Sonhava com o jogo quase que diariamente. Em todos os sonhos, o esperado e salvador gol de empate contra o Uruguai sempre acontecia.

                             Augusto sempre relembrava daquele fatídico dia 16 de julho de 1950, dia em que o Brasil foi derrotado pelo Uruguai por 2×1 na grande final do mundial. Primeiramente, entre aplausos, serpentinas e intermináveis baterias de fogos de artifício, os jogadores brasileiros fizeram sua merecida festa no gramado do Maracanã.

                             Uma maratona de fotografias, abraços, tapinhas nas costas e entrevistas aos profissionais de imprensa, que em vão também tentariam ouvir algo junto aos cabisbaixos jogadores do Uruguai. Depois, uma revoada de pombos brancos foi lançada para saudar o final da competição, que foi realizada com bastante sucesso nos estádios brasileiros.

                              Em seguida, os dois selecionados ficaram perfilados no círculo central, enquanto o presidente da FIFA, Mr. Jules Rimet, deixava suas instalações na tribuna de honra em grande estilo. E terminado o roteiro, Mr. Rimet andou até o centro do gramado para entregar o troféu de “Campeão do Mundo” ao capitão do Uruguai. Pela seleção brasileira, Augusto disputou 20 jogos. Venceu 14, empatou 3 e perdeu 3. Marcou somente um gol. Não era possuidor de uma técnica refinada, mas era um jogador sério e duro, muito respeitado pelos companheiros e adversários. Atuou também diversas vezes pela Seleção Carioca.

                              Depois de 297 partidas pelo Vasco da Gama, Augusto encerrou seu ciclo no futebol em 1953. Em seguida, trabalhou como assistente do técnico Flávio Costa por um curto período. Integrante da Polícia Especial do Exército, o ex-capitão do Vasco e da seleção recebeu um convite para mudar para Brasília, logo no início da construção da capital federal.

                             Na nova capital, Augusto chegou ao posto de Comandante da GEB (Guarda Especial de Brasília). Também foi treinador do Clube de Regatas Guará e mais tarde assumiu o cargo de Presidente da Federação Desportiva de Brasília.

                            Nosso capitão da Copa de 1950 nos deixou no domingo de 29 de fevereiro de 2004, vitimado por uma infecção generalizada.

1950 – Em pé: Barbosa, Danilo, Haroldo, Augusto, Eli e Jorge    –    Agachados: Mario Américo (massagista), Edmur, Ipojucan, Ademir de Menezes, Maneca e Chico
Em pé: Eli, Wilson, Barbosa, Augusto, Danilo Alvim e Noronha   –    Agachados: Tesourinha, Zizinho, Octavio, Jair da Rosa Pinto e Simão
Da esquerda para a direita: Barbosa, Augusto, Danilo Alvim, Juvenal, Bauer, Ademir de Menzes, Zizinho, Jair da Rosa Pinto, Chico, Friaça e Bigode
Em pé: Mirim, Ernani, Haroldo, Jorge, Danilo Alvim e Augusto    –    Agachados: Sabará, Maneca, Ipojucan, Pinga, Chico e Mário Américo (massagista)
Em pé: Ely, Barbosa, Danilo, Augusto, Clarel e Alfredo    –     Agachados: Tesourinha, Ademir de Menezes, Friaça, Maneca, Dejair e o massagista Mário Américo    –     À frente: Wilson, Sampaio, Laerte, Jorge, Ipojucan, Jasen e Chico
Em pé: o massagista Johnson, Rui, Barbosa, Augusto, Bauer, Noronha e Juvenal    –    Agachados: Alfredo, Maneca, Baltazar, Ademir Menezes, Friaça e Mário Américo (massagista)
Em pé:  Eli (que aparece cortado na imagem), Augusto, Wilson Francisco Alves, Barbosa, Danilo Alvim e Noronha     –    Agachados:  massagista Mário Américo, Tesourinha, Zizinho, Octávio, Jair Rosa Pinto e Simão
Jogadores que disputaram a Copa de 1950    –    Em pé: Barbosa, Augusto, Danilo, Juvenal, Bauer e Bigode    –   Agachados: Friaça, Zizinho, Ademir de Menezes, Jair Rosa Pinto, Chico e o massagista Mário Américo
Postado em A

Deixe uma resposta