WILSINHO: campeão paulista pela Portuguesa de Desportos em 1973

                            Wilson de Oliveira Riça nasceu dia 13 de março de 1950, na cidade de São Paulo (SP)_Se pudesse, o habilidoso ponteiro-esquerdo Wilsinho usaria qualquer camisa que não fosse a onze. Talvez assim, a torcida entenderia que a referida camisa tinha pouca relação com sua função tática no esquema da Portuguesa de Desportos.

                             Inteligente e obediente, Wilsinho era uma das peças indispensáveis no “triângulo móvel” ao lado de Dicá e Enéas, uma variação criativa implantada pela mente arquitetônica do treinador Otto Glória.

                            Na prancheta de Otto Glória, o batalhador Wilsinho desempenhava um papel muito mais importante do que um ponteiro comum. “O nosso esquema solidário é perfeitamente ajustado. Ninguém tem moleza quando enfrenta a Portuguesa”.

                            Ainda assim, Wilsinho marcava muitos gols pela Portuguesa. Suas arrancadas de surpresa pela extrema esquerda ou pelo meio de campo quebravam os sistemas defensivos menos avisados. Contudo, essa fama de “falso ponta” nunca impressionou o técnico do escrete Oswaldo Brandão, que na época afirmava sua total preferência pelos ponteiros de futebol agressivo.

                            Descoberto no futebol varzeano, o promissor Wilsinho foi encaminhado para os quadros amadores do clube do Canindé no findar da década de 1960. Aproveitado pelo treinador João Avelino, Wilsinho teve uma boa passagem pelo time juvenil, antes de receber suas primeiras oportunidades no elenco principal da Portuguesa de Desportos.

                            O começo da carreira foi desafiador! Era uma época de ajustes nas despesas e na folha salarial. Os recursos financeiros, quase que em sua totalidade, eram destinados para a construção do novo estádio.

                            Um exemplo desse sacrifício aconteceu na temporada de 1970, quando o elenco da Portuguesa não tinha lugar certo para treinar. Treinava em Guarulhos, outro dia em Osasco, ou ainda nos campos de várzea do bairro do Pari.

                            Sofrendo por algum tempo no banco de reservas, Wilsinho só foi efetivado entre os titulares quando o ponteiro-esquerdo Piau foi vendido ao São Paulo em 1972.

                            Campeão da Taça São Paulo e campeão paulista de 1973, o sempre dedicado Wilsinho participou também da ótima campanha no vice-campeonato estadual em 1975.

                            Durante sua rica trajetória nos gramados, Wilsinho enfrentou laterais de muita qualidade; como Carlos Alberto Torres, Eurico, Pablo Forlan e Zé Maria, que cansavam de correr atrás de Wilsinho em seus deslocamentos pela meia-cancha.

                            Com o contrato para vencer, Wilsinho declarou em uma entrevista concedida ao repórter Carlos Maranhão da revista Placar – na edição do dia 8 de agosto de 1975 – que estava totalmente insatisfeito com o salário de sete mil cruzeiros.

                            Na mesma época, o presidente Oswaldo Teixeira Duarte determinou um limite máximo de doze mil cruzeiros mensais, um montante considerado muito baixo pelos próprios jogadores.

                            Mesmo marginalizado pelos embates contratuais e pelo suposto desejo de ser vendido ao Corinthians, Wilsinho permaneceu na Lusa até o final da temporada de 1976, quando seu passe foi negociado com o Clube Atlético Juventus (SP).

                            Rotulado inicialmente pela exigente torcida juventina como um jogador em reta final de carreira, Wilsinho foi aos poucos convencendo os incrédulos ao lado de companheiros também experientes; como Deodoro, Elói, Ivan, Tatá e Tião.

                            Elemento importante no esquema do técnico Roberto Brida, o ponteiro foi muito bem no time da Rua Javari, equipe que defendeu até o mês de maio de 1979, quando finalmente o Corinthians conseguiu contar com seu futebol.

                           No Corinthians, Wilsinho não rendeu o que poderia! Em um ambiente carregado de muita pressão, o atacante novamente encontrou os mesmos comentários maldosos de quando foi recebido no Juventus!

                          Muitos afirmavam que Wilsinho já estava com quase trinta anos de idade e bem pouco poderia oferecer ao time que estava sendo montado pelo técnico Jorge Vieira. Depois do desentendimento que envolveu o ponteiro Romeu e o treinador Jorge Vieira, Wilsinho finalmente recebeu sua tão esperada oportunidade!

                            Foram bons momentos com a camisa do Corinthians, principalmente quando o comando técnico foi assumido pelo competente mineiro Orlando Fantoni. Pelo time do Parque São Jorge, entre 1979 e 1981, Wilsinho participou do elenco que conquistou o Campeonato Paulista de 1979. Ao todo foram 97 partidas; com 47 vitórias, 29 empates, 21 derrotas e 11 gols marcados.

                           Algumas fontes apontam que Wilsinho ainda voltou para a mesma Portuguesa de Desportos em 1982, antes de encerrar definitivamente sua caminhada pelos gramados e trabalhar também como treinador na Seleção Brasileira feminina.

Em pé: Cedenir, Bracali, Arnaldo, Tião, Deodoro e Paulinho   –    Agachados: Ataliba, Luciano, Geraldão, César e Wilsinho
Em pé: Pescuma, Humberto Monteiro, Badeco, Isidoro, Zecão e Calegari      –     Agachados: Xaxá, Cabinho, Basílio, Dicá e Wilsinho
Em pé: Pescuma, Zecão, Isidoro, Raimundo, Helinho e Cardoso  –    Agachados: Antonio Carlos, Enéas, Tatá, Basílio e Wilsinho
Em pé: Cardoso, Calegari, Isidoro, Zecão, Badeco e Pescuma     –    Agachados: Xaxá, Tatá, Cabinho, Basílio e Wilsinho
26 de agosto de 1973   –   Em pé: Pescuma, Zecão, Badeco, Isidoro, Calegari e Cardoso   –   Agachados: Xaxá, Enéas, Cabinho, Basílio e Wilsinho
Em pé: Mendes, Zecão, Badeco, Calegari, Santos e Cardoso  –    Agachados: Antonio Carlos, Enéas, Tatá, Dicá e Wilsinho
Em pé: Pescuma, Badeco, Zecão, Calegari, Cardoso, Santos e Manuel Mendes Gregório     –      Agachados: massagista Moraes, Xaxá, Tatá, Cabinho, Basílio e Wilsinho
6 de abril de 1975, dia em que a Portuguesa empatou em 2 a 2 o num amistoso contra o Independente de Limeira, jogo realizado no Pradão em Limeira. Em pé: Arenghi, Miguel, Badeco, Isidoro, Calegari e Cardoso   –    Agachados: Xaxá, Tatá, Enéas, Dicá e Wilsinho
Em pé: Zé Maria, Mauro, Solitinho, Djalma, Capaçapava e Wladimir    –    Agachados: Vaguinho, Sócrates, Geraldão, Piter e Wilsinho
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