Rigoberto Costa nasceu dia 13 de abril de 1950, na cidade de Florianópolis – SC. No meio futebolístico era conhecido por Beto Fuscão, apelido que surgiu em comparação ao zagueiro Luiz Pereira, que era chamado de Luiz Chevrolet. Fuscão brincava com o imenso porta mala do Fusca, carro comum na época, e com seu “traseiro avantajado”. Começou no Figueirense e depois no América (SC), mas foi no Grêmio dos anos setenta que fez sucesso como zagueiro central pela esquerda, o chamado “quarto-zagueiro”, com a camisa quatro.
Jogou no tricolor gaúcho na primeira metade dos anos setenta, um período de derrotas e insucessos, já que o Internacional, rival gremista, formou uma das maiores equipes de sua história. Mesmo assim, ganhou o campeonato gaúcho de 1977 e teve algumas convocações para a seleção brasileira. Depois foi jogar no Palmeiras, onde ficou até 1980 e depois passou por vários clubes, até encerrar sua carreira em 1988, no Tiradentes, onde sagrou-se campeão brasiliense.
GRÊMIO
Iniciou a carreira profissional jogando pelo Figueirense F.C. no ano de 1968. No alvinegro permaneceu até 1971 e em seguida foi para o América de Joinville onde jogou até o ano de 1972. Nesse período defendeu a seleção catarinense. A grande chance do zagueiro foi a sua contratação pelo Grêmio em 1973. Zagueiro durão, Beto Fuscão era do tipo que não brincava em serviço e nem tinha vergonha de dar um chutão se preciso fosse. Formou uma defesa forte ao lado de Cejas, Eurico, Ancheta e Bolívar. Jogou pelo Grêmio em um período onde o Internacional mantinha o domínio do futebol gaúcho, escrita que só foi quebrada em 1977.
O Campeonato Gaúcho de Futebol de 1977, foi a 57ª edição da competição no Estado do Rio Grande do Sul. Este campeonato marca a quebra da hegemonia do Internacional. Para este ano o Grêmio trouxe para treinar o time o técnico Telê Santana, além de jogadores como André Catimba e Éder. Grêmio e Internacional empataram em pontos na fase final, houve então a necessidade de um jogo extra. Foi o grande dia do Grêmio, e a grande tarde do Estádio Olímpico. A multidão se espremia nas arquibancadas do campo gremista. A esperança vestia azul, branco e preto.
Aos 42 minutos do primeiro tempo, Tarciso passa a Iúra, Iúra lança no momento certo, e André Catimba manda a bola para as redes coloradas. Era o gol, era o título! Vale destacar a comemoração de André Catimba. Na sua euforia incontida, ele tenta dar um salto mortal, e cai estatelado no chão. Ao mesmo tempo sublime e patética, a cena se eternizará na história do Grêmio. Machucado, o herói saiu de campo ovacionado. No fim, a torcida invadiu o gramado em êxtase, e o árbitro Luiz Torres teve que encerrar a partida. Grêmio de Foot-Ball Porto Alegrense, glorioso campeão gaúcho de 1977.
PALMEIRAS
Em 1977 o zagueiro foi contratado pelo Palmeiras, que desde 1975 procurava um substituto a altura do lendário Luís Pereira. Beto Fuscão chegou praticamente junto com o zagueiro chileno Mario Soto. A primeira partida de Fuscão com a camisa esmeraldina foi diante do Santos, em um clássico válido pela 10ª rodada do Primeiro Turno do Campeonato Paulista, dia 2 de abril de 1977. Fuscão teve boa atuação e o Palmeiras venceu o tradicional adversário por 2 a 0, gols de Vasconcelos e Rosemiro. Neste dia o Palmeiras jogou com; Leão, Rosemiro, Beto Fuscão, Arouca e Ricardo, Ivo, Ademir da Guia (Pires), Edu, Vasconcelos, Picolé e Nei (Macedo).
O técnico foi Dudu, aquele mesmo que durante anos fez um dos melhores meio-campo da história do Palmeiras ao lado de Ademir da Guia, que cinco meses depois da estreia de Beto Fuscão, encerrou sua brilhante carreira, mais precisamente no dia 18 de setembro de 1977, quando sentiu-se mal durante o intervalo do jogo em que o Verdão enfrentava o Corinthians. No segundo tempo, Ademir teve que ser substituído por Picolé, pois apresentava problemas respiratórios. Depois disso, não mais voltou a equipe palmeirense.
Em 1978, Beto Fuscão foi vice-campeão brasileiro perdendo a partida final para o Guarani. A decisão seria em duas partidas. A primeira foi na capital paulista e o jogo foi num clima muito nervoso com seis cartões amarelos, entre eles Zenon que tomou o terceiro da série e ficava de fora da decisão. O goleiro Leão acabou dando uma cabeçada no atacante Careca, que o árbitro acabou marcando pênalti a favor do time campineiro e expulsando o goleiro. O meia Escurinho foi para o gol, mas não pôde evitar o gol do Bugre Campineiro. Zenon cobrou o pênalti rasteiro no canto direito convertendo aos 31 minutos do segundo tempo, terminando o jogo com o Placar de 1 a 0 para o Guarani.
A segunda partida aconteceu dia 13 de agosto no estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas. E neste dia o técnico Carlos Alberto Silva escalou Manguinha no lugar de Zenon e mandou a campo os seguintes jogadores; Neneca, Mauro, Gomes, Edson e Miranda; Zé Carlos, Renato e Manguinha; Capitão, Careca e Bozó. O técnico palmeirense Jorge Vieira fez várias alterações na equipe que neste dia jogou assim; Gilmar, Rosemiro, Beto Fuscão (Jair Gonçalves), Alfredo e Pedrinho; Ivo, Toninho Vanuza e Jorge Mendonça; Silvio, Escurinho e Nei. O único gol da partida foi anotado por Careca aos 36 minutos da primeira etapa e com esta vitória, o Guarani F.C. sagrava-se Campeão Brasileiro de 1978, um título que entrou para a história do futebol brasileiro, pois foi a primeira equipe do interior a conquistar este título.
Em 1979 trabalhou com o técnico Telê Santana e formou um dos melhores times no período pós-academia. A equipe era formada por; Gilmar, Rosemiro, Marinho Perez, Beto Fuscão e Pedrinho; Pires, Mocóca e Jorginho; Carlos Alberto Seixas (Cesar), Jorge Mendonça e Baroninho. Esta foi a equipe que venceu o Corinthians no dia 19 de agosto de 1979 pelo Campeonato Paulista. Neste dia o alviverde venceu por 3 a 1, gols de Mauro contra, César e Carlos Alberto Seixas, enquanto que Geraldão marcou o único tendo corintiano. A última partida de Beto Fuscão com a camisa palmeirense, aconteceu dia 26 de outubro de 1980, quando o alviverde empatou com o Marília em 2 a 2. Com a camisa palmeirense, Beto Fuscão disputou 206 partidas. Venceu 89, empatou 71 e perdeu 46. Marcou dois gols. Foi campeão da Copa Kirin em 1978 após um empate com o Borussia Mönchengladbach.
SELEÇÃO BRASILEIRA
Como a seleção estava começando numa fase de preparação para o mundial de 78, disputado na Argentina, o comando técnico tinha a filosofia de dar oportunidades a novos jogadores, sendo assim, o famoso treinador Cláudio Coutinho passou a chamar diversos atletas que, até então, pouco ou nunca haviam jogado com a camisa amarela. E um deles foi Beto Fuscão. Zagueiro de estilo duro, porém técnico, era do tipo que não brincava em serviço e nem tinha vergonha de dar um chutão se preciso fosse, tanto na bola quanto no adversário, se não houvesse outro jeito.
Entre os anos de 1976 e 1977, participou de oito jogos oficiais pela seleção brasileira, ganhando a Taça Oswaldo Cruz de 1976, ao participar da final contra o Paraguai em 9 de junho, e o Torneio do Bi Centenario dos Estados Unidos de 1976 . Em 6 de outubro de 1976, disputou ao lado de nomes como Carlos Alberto Torres, Marinho Peres, Clodoaldo, Rivelino, Jairzinho, Paulo César Cajú e Pelé, um amistoso contra o Flamengo em 6 de outubro de 1976, valendo a Taça Geraldo Cleofas Dias Alves. Com a camisa da seleção atuou em 15 jogos (doze vitórias, dois empates e uma derrota).
OUTROS CLUBES
Depois que deixou o Palmeiras, em 1981 Beto Fuscão foi jogar no São José, da cidade de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, em São Paulo. Permaneceu na “águia do vale” até 1983. Em seguida jogou pelo Operário (MS) 1984 e posteriormente na Ferroviária de Araraquara, no ano de 1984. Com a camisa grená, Beto Fuscão disputou 33 jogos: 7 vitórias, 10 empates e 16 derrotas. Em 1985 defendeu o Araçatuba-SP e posteriormente as equipes do Uberaba-MG (1986 a 1987) e do Tiradentes-DF (1988) quando encerrou sua carreira.
Beto Fuscão foi zagueiro do Grêmio e do Palmeiras na década de 70 e, mesmo tendo chegado à Seleção Brasileira, não era um jogador que pudesse ser considerado técnico. Aliás, não raro chegava às raias da estupidez. Jogava só o feijão com arroz, fazia o serviço sujo sem ter que pensar muito, devolvia a bola do jeito que ela vinha e só se preocupava em não deixar o adversário passar. E assim como Beto Fuscão, existem milhares de zagueiros que jogam dessa forma e não adianta ficar queimando fosfato, pois como Deus não deu à eles, talento ou ignorância suficiente para ser um craque, não há o que fazer, apenas lamentarmos que estes mesmos “jogadores” ganham rios de dinheiro enganando o pobre torcedor que paga caríssimo por um ingresso, para ver um espetáculo de baixo nível, como estamos acostumados a ver nos dias de hoje. E são estes jogadores medíocres, que nos fazem sermos cada vez mais saudosistas, pois quem viu jogadores como Pelé, Garrincha, Zito, Gilmar, Djalma Santos, Nilton Santos e tantos outros, estes sim podem se considerar torcedores privilegiados, pois viram o verdadeiro futebol.
Hoje Beto Fuscão está aposentado e trabalha como professor em escolinhas de futebol em Florianópolis, onde reside no bairro de Estreito, juntamente com sua esposa e dois filhos. Rigoberto ganhou o apelido de Beto Fuscão por causa da semelhança do traseiro avantajado do zagueiro com o porta mala do Fusca, diziam alguns colegas do ex-jogador.