Paulo de Almeida Ribeiro nasceu na cidade de Porto Alegre (RS), em 15 de abril de 1932. O lateral-direito do Vasco revelou que sua maior alegria não foi oferecida pelo futebol. Naquela oportunidade, Paulinho de Almeida estava radiante pelo nascimento de sua filha Cristina.
No mundo da bola, Paulinho de Almeida só fez amigos. Deixou um vasto legado de competência e seriedade nas várias agremiações em que trabalhou, principalmente como treinador. Menino de boa educação e formação, Paulinho de Almeida estudava em um colégio particular e nas horas vagas jogava pelo Partenon, uma equipe amadora no mesmo bairro onde morava.
Paulinho de Almeida chegou nas categorias de base do Sport Club Internacional em 1950. Jogava inicialmente como ponteiro-direito e mais tarde foi adaptado como zagueiro. Dono de uma técnica bastante apurada, o ótimo domínio de bola não o impedia de ser um vigilante eficiente nas tarefas de marcação.
Paulinho de Almeida também era reconhecido pelo forte espírito de liderança, principalmente na orientação dos companheiros considerados boêmios! Essa liderança ficou evidente ao receber o apelido de “Capitão Piranha”, uma referência associada aos dentes saltados.
Depois de brilhar no quadro de Aspirantes do Internacional, Paulinho de Almeida foi aproveitado com maior regularidade no time principal em 1951, ano em que também assinou seu primeiro compromisso profissional.
Campeão gaúcho nas edições de 1951, 1952 e 1953, Paulinho de Almeida foi reconhecidamente um jogador moderno para os padrões de seu tempo, principalmente quando foi efetivado pelo corredor direito defensivo.
Era um dos raros laterais que sabia apoiar o ataque com eficiência, qualidade determinante para que seu nome fosse lembrado no selecionado gaúcho e mais tarde no escrete canarinho.
Tais atributos logo despertaram o interesse do Club de Regatas Vasco da Gama. Os entendimentos caminharam bem e os dirigentes do clube carioca não pouparam esforços para contar com seu futebol.
O negócio com o Vasco da Gama só foi fechado em 1954, por 800 mil cruzeiros, uma das negociações mais caras da época! No Vasco, Paulinho de Almeida foi utilizado em algumas oportunidades como zagueiro, embora tenha declarado publicamente que não queria mais jogar naquela posição.
Com pouco tempo no cenário carioca, Paulinho de Almeida foi lembrado na Seleção Brasileira. A boa fase foi reconhecida com sua convocação para o mundial de 1954, na Suíça, quando foi suplente de Djalma Santos.
Ainda pela Seleção Brasileira, Paulinho de Almeida esteve presente nas conquistas da Taça O’Higgins e Taça Osvaldo Cruz, ambas em 1955, além da Copa Roca em 1957. Abaixo, uma de suas participações na Seleção Brasileira em 1955:
18 de Setembro de 1955 – Brasil 1×1 Chile – Taça Bernardo O’Higgins – Estádio do Maracanã – Árbitro: Frederick Williams (Inglaterra) – Gols: Pinheiro aos 5’ e Jaime Ramírez aos 7’ do segundo tempo.
Brasil: Gylmar; Paulinho, Pinheiro, Nilton Santos e Ivan; Dequinha e Didi; Garrincha, Walter, Evaristo e Escurinho. Técnico: Zezé Moreira.
Chile: Misael Escuti; Manuel Álvarez, Rodolfo Almeida, Isaac Carrasco e Carlos Cubillos; Ramiro Cortés; Jaime Ramírez, Enrique Hormazábal, René Meléndez, José Fernández e Leonel Sánchez (Jorge Robledo). Técnico: Luís Tirado.
Em 1958 Paulinho de Almeida não embarcou para o mundial da Suécia em razão de uma fratura na perna. A infelicidade aconteceu em uma partida contra o Flamengo, compromisso válido pelo Torneio Rio-São Paulo da temporada. Paulinho de Almeida participou de 9 compromissos pelo escrete entre 1958 e 1959. Foram 6 vitórias, 2 empates e apenas 1 derrota.
Em determinado momento da carreira, Paulinho de Almeida declarou aos jornais que estava aborrecido com os dirigentes da Seleção Brasileira. O mal-estar aconteceu em razão de alguns comentários durante o Campeonato Sul Americano de 1959, na Argentina, quando ficamos com o vice-campeonato.
Rotulado como um jogador “muito clássico”, o lateral do Vasco teve seu desempenho questionado por não ter o costume de chegar de forma mais ríspida nos atacantes adversários. Vestindo a camisa do Vasco da Gama, Paulinho de Almeida formou um forte sistema defensivo ao lado de grande nomes da história do clube; como Barbosa, Bellini, Coronel e Orlando Peçanha.
O lateral conquistou títulos importantes pelo time da “Colina”: Campeonato Carioca de 1956 e 1958, Torneio Rio-São Paulo 1958, Torneio de Paris e Taça Tereza Herrera na Espanha, ambos em 1957.
Paulinho de Almeida permaneceu nas fileiras do time de São Januário até o encerramento de sua carreira, no início de 1965.
TREINADOR
Alguns registros sustentam que seu primeiro trabalho como treinador aconteceu nas fileiras amadoras do próprio Vasco da Gama. O site internacional.com.br aponta que Paulinho de Almeida iniciou o trabalho como treinador no Internacional em 1966.
O certo é que Paulinho de Almeida assumiu o time principal do Vasco da Gama em 1968, quando chegou nas finais do Campeonato Carioca e do quadrangular decisivo do Torneio Roberto Gomes Pedrosa.
Em sua longa trajetória como treinador, Paulinho de Almeida sempre foi um profissional correto, exigente e cumpridor de suas obrigações. Entre tantas e tantas equipes, Paulinho de Almeida ofereceu sua rica experiência em vários cenários do futebol brasileiro, como por exemplo; Bahia (BA), Vitória (BA), Ceará (CE), Rio Branco (ES), Vila Nova (GO), Atlético Mineiro (MG), Paysandu (PA), Remo (PA), Náutico (PE), Santa Cruz (PE), Sport Recife (PE), Coritiba (PR), América (RJ), Bangu (RJ), Botafogo (RJ), Campo Grande (RJ), Olaria (RJ), Vasco da Gama (RJ), Grêmio (RS), Joinville (SC), Comercial (SP), Palmeiras (SP), Rio Branco (SP) e Santo André (SP).
Paulo de Almeida Ribeiro faleceu no dia 11 de junho de 2007, na cidade de São Paulo (SP). O ex-jogador e treinador sofria do Mal de Alzheimer.
