WILSON MANO: campeão brasileiro e paulista pelo Corinthians

                  Wilson Carlos Mano nasceu dia 23 de maio de 1964, na cidade de Auriflama – SP. Jogou no Corinthians por 7 anos, mas nem sempre como titular. Porem, jamais recusou uma oportunidade de entrar em campo, destacando-se pela sua polivalência. Originalmente um volante, jogou nas duas laterais, no miolo de zaga, nas meias e no ataque. Vestiu todas as camisas possíveis, excetuando-se a número 1, do goleiro. Tanto dedicação ao alvinegro de Parque São Jorge, lhe valeu uma recompensa; mesmo começando diversas partidas no banco, se tornou o 15º jogador do Corinthians com mais partidas disputadas, ou seja, vestiu a camisa alvinegra durante 405 partidas. Jogou no Timão de 1986 até 1992 e depois retornou em 1994. Foram 186 vitórias, 130 empates e 89 derrotas. Marcou 34 gols a favor e 1 contra. Teve a honra de sagrar-se Campeão Paulista em 1988 e Campeão Brasileiro em 1990, sendo que nos dois títulos teve participação importantíssima.

INÍCIO DE CARREIRA

                 Começou a carreira em 1985, no XV de Jaú, quando o XV, com um gol seu, venceu o Palmeiras por 3 a 2, em pleno Palestra Itália. Com o resultado, o Palmeiras, que estava há nove anos sem ganhar título, não conquistou vaga para a fase final do Paulistão. Mano lembra com carinho de uma história de sua carreira. “O Palmeiras queria três jogadores do XV: eu, o Zé Carlos (ponta-direita) e o Antônio Carlos (ponta-esquerda). Depois daquela vitória do XV sobre o Palmeiras, os dirigentes do Palmeiras desistiram do negócio”.

CORINTHIANS

                No ano seguinte, Wilson Mano e o zagueiro Edevaldo foram negociados do XV de Jaú para o Corinthians. Edevaldo não vingou no Parque São Jorge e acabou se transferindo para a Internacional de Limeira dois anos depois. Já Wilson Mano, depois de amargar muito tempo o banco de reservas, ganhou a camisa de titular no Campeonato Paulista de 1988. Na época, o técnico corintiano era Jair Pereira que optou por colocar um meio-campo bastante marcador com Wilson Mano, Márcio e Biro-Biro. Na fase final do Paulista, Mano perdeu a posição de titular, mas mesmo assim esteve presente na partida final contra o Guarani, no Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas, devido a contusão do meia-atacante Éverton. Mano entrou no decorrer da partida e participou do gol de Viola (Wilson Mano chutou e Viola desviou para o gol de Sérgio Néri) que garantiu a vitória e o título ao Timão.

               Corinthians e Guarani já haviam se enfrentado uma semana antes, quando fizeram a primeira partida para decidirem o título. O jogo foi no Morumbi e o placar foi de 1 a 1, gol de Edson para o Corinthians e Neto de bicicleta para o Guarani. Tivemos então a segunda partida no Brinco de Ouro, em Campinas. No tempo normal o placar ficou no 0 a 0. Veio a prorrogação e logo aos 5 minutos de jogo, Wilson Mano cruzou uma bola rasteira e Viola só teve o trabalho de esticar a perna e jogar a bola para dentro do gol bugrino. E assim terminou o jogo. Este foi o 20º título paulista do Corinthians. Nascia ali mais um ídolo da torcida corintiana, Viola. Esse jogo aconteceu dia 31 de julho de 1988 e neste dia o Corinthians jogou com; Ronaldo, Edson, Marcelo, Denilson e Dida; Biro Biro, João Paulo e Márcio (Paulinho Gaucho); Viola, Everton (Wilson Mano) e Paulinho Carioca.

               A partir daí, Wilson Mano começou a ser improvisado em várias posições e sempre manteve o mesmo nível. Jogou de lateral-direito em 89 e chegou a ser convocado para defender o Brasil. Foi uma das melhores fases da sua carreira. Mas o Corinthians não tinha um elenco grande e, por isso, ele acabava jogando em outras posições. Mano também atuou como zagueiro, lateral-esquerdo, meia-ofensivo e até atacante. No Brasileiro de 90, Mano foi um dos jogadores mais importantes do Corinthians na conquista do então inédito título. Na primeira partida decisiva, contra o São Paulo, ele foi autor do gol que deu a vitória ao Timão por 1 a 0.

              Mas até chegar ao título, o Corinthians passou por momentos de muitas dificuldades, no entanto, tinha Neto na melhor de sua fase, marcando gols importantíssimos para o Timão. Nas quartas de final, derrotou o Atlético Mineiro por 2 a 1 no primeiro jogo que foi no Pacaembu, com dois gols de Neto. O segundo jogo em Minas o placar ficou no 0 a 0.  Na semi-final enfrentou o Bahia. O primeiro jogo foi no Pacaembu que numa quarta feira a noite, recebeu um público de 40.000 pessoas e o Timão venceu por 2 a 1. Na segunda partida o placar foi  0 a 0.

               Veio então a grande final. O adversário era o São Paulo de Tele Santana, Cafu, Leonardo, Raí e tantos outros craques. O primeiro jogo foi no dia 13 de dezembro de 1990 e o placar foi de 1 a 0 para o Corinthians, gol de Wilson Mano. Três dias depois, aconteceu a segunda partida e o Corinthians voltou a vencer pelo mesmo placar, gol de Tupãzinho. Este foi o primeiro título brasileiro do Corinthians. Neste dia o Corinthians jogou com; Ronaldo, Giba, Marcelo, Guinei e Jacenir; Márcio, Wilson Mano e Neto; Fabinho, Tupãzinho e Mauro.

              O técnico era Nelsinho Batista. A última partida de Wilson Mano pelo Corinthians aconteceu dia 29 de novembro de 1992, quando o alvinegro derrotou o Palmeiras por 2 a 1 pelo Campeonato Paulista. Os gols corintianos foram marcados por Viola e Nilson, enquanto que César Sampaio marcou o gol alviverde. Depois Mano jogou no futebol japonês e retornou ao Corinthians em 94, mas os problemas no joelho o impediram que ele seguisse jogando o mesmo futebol de antes.

FINAL DE CARREIRA

               Já em final de carreira, Wilson Mano jogou em 1995 no Sãocarlense e no Bahia. No ano seguinte jogou no XV de Jaú, seu clube de origem e também no Fortaleza, onde encerrou sua carreira. Quanto a Seleção Brasileira, Wilson Mano teve uma breve, porém inesquecível para ele, passagem na seleção. Ele foi convocado para dois amistosos em 1992 (EUA e Finlândia) e atuou por volta de cinco minutos com a camisa amarelinha. Mas a história que ele ficou magoado é justamente a da não convocação do então técnico Parreira no jogo contra a Argentina. “O Parreira mandou me chamar dentro do avião e disse: acompanho a sua carreira há muito tempo, você nunca teve oportunidade de jogar. Esse jogo contra a Argentina vai ser sua oportunidade. Você vai ter que provar se tem condição ou não de seguir. Para minha surpresa, nem convocado fui”.

FORA DAS QUATRO LINHAS

               Mano trabalhou como treinador até o início de 2009, depois parou. Deu uma parada, até porque andou rodando dez anos pelo Brasil afora e não teve oportunidade de aparecer coisa melhor. Ele gostaria de continuar trabalhando, mas se aparecer coisa boa em São Paulo. Pode ser até em outro Estado. Mas quando um técnico fica muito tempo parado, dificilmente aparece alguma coisa.

               Quem encosta o carro para abastecer em um posto de gasolina na pequena cidade de Bariri, interior de São Paulo, não imagina que ali está um dos heróis do primeiro Campeonato Brasileiro conquistado pelo Corinthians, em 1990. Wilson Mano foi durante oito anos um símbolo da raça corintiana. Atualmente, o ex-jogador diz que dificilmente é reconhecido na rua. Apesar disso, Mano não deixa de ressaltar que jogar com a camisa do Corinthians era diferente, desde a torcida até o assédio nas ruas. Para ele, a experiência foi a mais enriquecedora de sua vida.

              Mano compara a pressão que havia antes de 1990 para o Corinthians conquistar o então inédito título brasileiro com a que existe atualmente para vencer a Libertadores. Para ele, depois que vencer a primeira vez, a carga vai diminuir e será mais fácil repetir o feito, assim como ocorreu em relação ao Brasileiro, vencido mais três vezes depois de 1990. Mano também fala da forte pressão que sofrem os jogadores que defendem o Corinthians e isto não é de agora, pois desde o jejum de 22 anos sem um título paulista isto já vem acontecendo. Quando eu cheguei no Corinthians tinha uma pressão muito grande para ser campeão brasileiro.

              A expectativa era essa e nós sofremos muito em 86, 87, 88, 89, até ganhar em 1990. E acabamos ganhando quando montamos um time que ninguém achava que venceria. Quando não existia tanta expectativa, fomos campeões. O mesmo vai acontecer com a Libertadores”. O ex-jogador diz que continua acompanhando o Corinthians e o futebol, mas de forma mais fria. O que ele mais lamenta é que no seu tempo as “Maria Chuteiras” eram muito feias, hoje vemos o Dentinho com a mulher samambaia. Ou seja, hoje só tem avião correndo atrás de jogador, no meu tempo só tinha teco-teco.

Em pé: Giba, Jacenir, Marcelo, Guinei, Márcio e Ronaldo     –    Agachados: Fabinho, Wilson Mano, Tupãzinho, Neto e Mauro
Em pé: Edson, Denílson, Márcio, Marcelo, Dida e Ronaldo    –    Agachados: Wilson Mano, Agnaldo, Viola, Ronaldo Marques e Paulinho Carioca.
Em Pé: Wilson Mano, Marcelo, Dama, Márcio, Dida e Ronaldo     –   Agachados: Marcos Roberto, Gilberto Costa, Cláudio Adão, Viola e João Paulo
Em pé: Jacenir, Paulo, Pinella, Wilson Mano, Carlos e Edson     –    Agachados: Casagrande, Cristovão, Ricardo, Biro Biro e João Paulo
Em pé: Daniel, Gralak, Wilson Mano, Henrique, Zé Elias e Ronaldo     –    Agachados: Viola, Marques, Ezequiel, Marcelinho Carioca e Souza

 

 

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