CANÁRIO: brilhou no América/RJ e no Real Madrid

                   Darcy Silveira dos Santos nasceu dia 24 de maio de 1934, no Rio de Janeiro. Ficou conhecido no mundo da bola apenas como “Canário”, apelido que sempre carregou sem saber ao certo quem o chamou assim pela primeira vez. Além de Marechal Hermes, Canário passou a juventude batendo bola nos bairros da Penha, Vila da Penha, Madureira, Realengo e Vicente de Carvalho.

                   Sempre pela meia direita, Canário jogou em várias equipes do futebol varzeano da época, como o Centro Recreativo Industrial de Realengo. Aos 19 anos de idade foi encaminhado aos quadros amadores do Olaria Atlético Clube, onde rapidamente chegou ao time de Aspirantes. Além de ocupar o tempo com o futebol, Canário também trabalhava no setor gráfico como operário.

                   Promovido ao elenco principal do Olaria, Canário foi aproveitado como ponteiro direito, posição que o consagrou definitivamente no cenário do futebol profissional. Mas seu bom futebol chamaram a atenção do América carioca, quem em 1954 o contratou. Formou uma das melhores equipes do América de todos os tempos. Por lá permaneceu por cinco anos, até que em 1959, transferiu-se para o futebol espanhol, onde seguiu brilhando e marcou época defendendo o Real Madrid, Sevilla, Mallorca e Zaragoza.

AMÉRICA

                  Seu primeiro contrato foi assinado por dois anos e rendeu ao atacante 7 mil cruzeiros mensais. No América, o habilidoso Canário conquistou seu lugar no time, inicialmente substituindo ao ponteiro direito Paraguaio, que jogava improvisado nessa posição.

                 O estratégico técnico Otto Glória montou uma equipe que infernizou muita gente, principalmente o Flamengo: Naquela época o time do América era o seguinte: Pompéia; Rubens e Édson; Ivan, Osvaldinho e Hélio; Canário, Romeiro, Leônidas, Alarcon e Ferreira.

                O time de Otto Glória vendeu muito caro ao Flamengo o campeonato carioca de 1954 e 1955. Fleitas Solich aprendeu que não bastava tomar cuidado com Alarcon e esquecer Canário pela direita. Canário não foi campeão carioca pelo América. No entanto, suas ótimas atuações o levaram ao escrete canarinho em 1956, para disputar os compromissos da Taça Oswaldo Cruz.

               Com esperanças de ser convocado para o mundial de 1958, Canário continuou em sua luta particular para ser lembrado. Mas Vicente Feola levou Joel e Garrincha para os gramados da Suécia.

REAL MADRID

               Canário continuou no América até o findar de 1959, quando o Real Madrid do presidente Santiago Bernabéu o levou para o futebol espanhol. Lá no Real Madrid jogou ao lado do brasileiro Didi (o folha seca), de Di Stéfano, Puskas e Gento e por lá até hoje Canário é reverenciado. Juntos conquistaram os títulos espanhóis de 1961, 62 e 63, além do mundial de clubes e do europeu em 1960. 

               No time “Merengue”, Canário foi campeão europeu e do mundial de clubes, em um ataque reverenciado pela imprensa espanhola: Canário, Del Sol, Di Stéfano, Puskas e Gento. O domínio do Real Madrid continuou traduzido em muitas conquistas nacionais e internacionais entre 1961 e 1965.

              Em 1967 Canário foi transferido para o Real Zaragoza, onde também fez muito sucesso e marcou época. Defendeu ainda o Sevilla e o Mallorca, onde encerrou sua trajetória profissional em meados de 1969. Ao parar com a bola estabeleceu-se em Zaragoza, onde atua no ramo hoteleiro. Enquanto jogou aqui no Brasil, várias vezes foi convocada para defender nossa seleção, numa época em que um jogador para ser convocado, precisava jogar muita bola. Com a camisa da nossa seleção, Canário disputou 7 jogos, com cinco vitórias, um empate e uma derrota. Todos os jogos foram no ano de 1956.

Real Madrid da temporada 1959/60. Agachados, da esquerda para a direita, os três primeiros são Canário, Didi e Di Stéfan
1956 – Em pé: Djalma Santos, Zózimo, Nilton Santos, Edson, Gilmar e Formiga    –     Agachados: Mário Américo, Canário, Zizinho, Leônidas, Didi e Ferreira
Real Madrid, campeão espanhol da temporada 1960/61.    Em pé: Vicente, Marquitos, Santamaria, Casado, Vidal Pachin e Miguel Muños (técnico)    –     Sentados: Canário, Del Sol, Di Stéfano, Puskas e Gento
Em pé: Djalma Santos, Pompéia, Edson, Formiga, Zózimo e Hélio    –    Agachados: Canário, Romeiro, Leônidas, Zizinho e Ferreira
Em pé: Rubens, Pompéia e Edson – Agachados: Canário, Romeiro e Leônidas
Em pé: Jorge, Miltão, Lúcio, Sebastião Leônidas, Amaro, Wilson Santos e Olavo    –    Agachados: Canário, Calazans, Ilton Porco, Antoninho, João Carlos e Nilo
Real Madri 1960   – Em pé: Dominguez, Marquitos, Santamaria, Pachin, Vidal e Zárraga   –    Agachados: Canário, Del Sol, Di Stéfano, Puskas e Bueno
Real Madrid 1961  –  Em pé: Dominguez, Marquitos, Santamaria, Pachin, Vidal e Zárraga   –    Agachados: Canário, Del Sol, Di Stéfano, Puskas e Gento
Em pé: Djalma Santos, Formiga, Edson, Nilton Santos, Zózimo e Gilmar   –   Agachados: Mário Américo, Canário, Luizinho, Gino Orlando, Zizinho e Pepe
Em pé: Pompéia, Lúcio, Edson, Ivan, Agnelo e Hélio   –    Agachados: Canário, Romeiro, Leônidas, Genoíno e Ferreira
1956 – Em pé: Djalma Santos, Veludo, Édson, Zózimo, Formiga e Hélio   –    Agachados: Canário, Ilton Porco, Leônidas da Selva, Zizinho e Ferreira
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