MAURO: bicampeão paulista pelo Corinthians em 1982 / 83

                    Mauro Rubens da Silva nasceu dia 9 de junho de 1955 na cidade de São Joaquim da Barra (SP). A mãe, dona Joana, sempre apostou no futuro do filho, mesmo com o ceticismo declarado do marido Joaquim. Dona Joana revelou a rotina de sacrifícios para ver o filho tentar seguir em frente no mundo da bola:

– “Quando a gente morava em São Joaquim da Barra, meu esposo não queria que o Maurinho jogasse futebol. Foi então que comecei a lavar roupas para garantir o dinheirinho da condução do menino”. A ascensão ao profissionalismo aconteceu em 1976, mesmo ano em que Mauro foi emprestado pelo Corinthians para jogar na Esportiva de Guaratinguetá (SP). Na temporada seguinte, um novo empréstimo o levou ao Araçatuba (SP).

                            Mauro fez sua primeira participação pelo Corinthians no dia 19 de fevereiro de 1978, ao entrar no lugar de Zé Maria na lateral-direita. Disposição nunca faltou. Mauro sempre foi um guerreiro digno do carinho da Fiel Torcida Corintiana. O confronto foi contra o Flamengo no Maracanã, compromisso válido pela fase final do campeonato nacional de 1977. O alvinegro paulista venceu por 1×0 com um gol marcado por Vaguinho. 

                            Com o passar do tempo, Mauro amargou o banco de reservas, uma realidade que só mudou na segunda fase do certame paulista de 1979, momento em que o presidente Vicente Matheus paralisou a competição.

                             Indignado, Vicente Matheus não concordou com uma rodada dupla marcada pela Federação Paulista, pois na opinião do dirigente a referida “rodada dupla” seria financeiramente prejudicial aos cofres do Corinthians.

                             Superado o embate entre Corinthians e Federação Paulista, o campeonato só voltou ao normal no mês de janeiro de 1980, com o zagueiro Zé Eduardo atravessando uma fase de instabilidade.

Assim, o esforçado Mauro foi aproveitado como titular na etapa decisiva da conquista do título paulista de 1979. Foi um dos melhores momentos de sua trajetória.

                             Todavia, o futebol de Mauro oscilou, o que custou o seu afastamento no time comandado por Oswaldo Brandão. A situação assim permaneceu até a chegada do técnico Mário Travaglini.

                             Sob o comando de Mário Travaglini em 1982 e Jorge Vieira em 1983, Mauro conquistou o bicampeonato paulista, o auge da tão discutida “Democracia Corintiana”.

                             Mauro também fez parte da recuperação alvinegra no Campeonato Paulista de 1987. Depois de uma péssima campanha no primeiro turno, o bom trabalho do técnico Chico Formiga levou o time ao vice-campeonato.

                            Quando a estridente “sirene das contratações” disparou no festivo Parque São Jorge, o zagueiro Juninho Fonseca cruzou os portões do clube para iniciar um novo ciclo em sua promissora carreira.

                            Naquela tarde de junho de 1983, o ambiente estava bem agitado e todos se acotovelavam para saudar o novo ídolo. Quem sabe agora, os problemas da zaga alvinegra seriam definitivamente resolvidos.

                            Longe dos alaridos, o introspecto Mauro preferiu desaparecer pelos corredores. Calmo, Mauro lembrou de muitos jogadores que chegaram com cartaz, mas logo depois caíram no esquecimento.

                             Desde que começou nas categorias amadoras do Corinthians em 1972, Mauro não teve vida fácil. Sem esmorecer, o jovem zagueiro precisou primeiro provar o seu valor ao ser emprestado para equipes do interior paulista.

                              O caminho das provações continuou mais tarde. Dores intermináveis e inchaços levaram Mauro para a mesa de cirurgia em 1986. Foram noventa dias árduos de recuperação e uma certeza: A persistência acompanha os vencedores!

                               Rio de Janeiro, 4 de maio de 1980. Mauro tenta parar o endiabrado Roberto Dinamite, que voltava ao Vasco depois de uma curta temporada no Barcelona da Espanha. Neste dia o atacante fez os cinco gols na memorável vitória sobre o Corinthians por 5×2 no Maracanã.

                               Ao todo com a camisa corintiana, Mauro disputou 335 partidas; com 159 vitórias, 106 empates, 70 derrotas e 4 gols marcados. Além do Corinthians Mauro defendeu o Guará de Brasília, Araçatuba (SP), Esportiva de Guaratinguetá (SP) e o União de Suzano (SP). Mauro encerrou sua carreira nos gramados em meados de 1993.   

1981 – Em pé: Lóti, Taborda, Rafael, Caçapava, Wladimir e Mauro   –     Agachados: Biro-Biro, Sócrates, Mário Motta, Zenon e Joãozinho
Em pé: Solito, Sócrates, Ataliba, Casagrande, Zenon e Biro Biro – Mauro, Daniel Gonzales, Alfinete, Paulinho e Wladimir

Em pé: Zé Maria, Mauro, Solitinho, Djalma, Capapava e Wladimir – Agachados: Vaguinho, Sócrates, Geraldão, Wagner Basílio e Wisinho

 

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