LEÃO: campeão pelo Palmeiras e pelo Corinthians

                   Emerson Leão, nasceu dia 11 de julho de 1949, na cidade de Ribeirão Preto (SP).   Um dos melhores goleiros do futebol brasileiro e mundial, Leão deixou sua marca em todas as equipes que defendeu desde o começo da carreira, quando tinha apenas 10 anos e treinava na categoria infantil do São José Esporte Clube, um clube de várzea de São José dos Campos. Com aquela idade, Leão já era um líder dentro e fora de campo. Com 13 anos, jogava pelo juvenil do Comercial de Ribeirão Preto. Aos 15 anos, fez o primeiro contrato como profissional, com o Esporte Clube São José, equipe que não tem nenhuma relação com o clube pioneiro da carreira de Leão. Depois, teve uma nova e rápida passagem pelo Comercial.

PALMEIRAS

                  Em 1968 transferiu-se para o Palmeiras. Logo que chegou no Parque Antártica,  assumiu  a  posição  de  titular  da  equipe,  devido  a uma contusão do goleiro Chicão. A partir daí, foram dez anos de grandes defesas, muitas reclamações com a arbitragem, confusões com companheiros de equipe e, claro, vários títulos, ao todo oito, incluindo o bicampeonato brasileiro de 1972/73. Quando Leão chegou no Palmeiras a equipe era assim formada; Leão, Eurico, Baldochi, Nelson e Dé; Dudu e Ademir da Guia; Marco Antonio, Artime, César e Serginho e o técnico era Filpo Nunes. 

                  Leão jogou no Palmeiras por dez anos consecutivos, 1969 a 1978. Seis anos mais tarde voltou a defender as cores alviverdes, quando jogou por dois anos, de 1984 a 1986.  Fez parte da segunda academia palmeirense e ao todo foram mais de 600 jogos pelo Verdão. Em 1973, ficou 1.058 minutos sem sofrer um gol sequer. Em 1979 foi jogar no Vasco da Gama, onde permaneceu por três anos e sagrou-se vice campeão brasileiro no ano que chegou ao clube carioca. Depois foi para o sul do país, onde teve uma curta passagem pelo Grêmio, no entanto ajudou a equipe gaúcha a conquistar um título estadual em 1980 e um campeonato brasileiro em 1981. 

CORINTHIANS

                  Dois anos depois, Leão voltaria a jogar em São Paulo e desta vez no Corinthians. Apesar de conhecer a forte personalidade de Leão, os dirigentes corintianos não perderam a chance de contratá-lo junto ao Grêmio devido à qualidade técnica do goleiro. Leão chegou mostrando simpatia e dizendo que não chegava para roubar a posição de ninguém. A Fiel Torcida, o recepcionou com grande festa. Pouco depois de chegar, assumiu a posição de titular devido a uma contusão do então titular Solito.

                 Sua estreia com a camisa corintiana aconteceu no dia 6 de março de 1983, quando o Timão jogou contra o Fluminense no Maracanã e perdeu por 1 a 0. Neste dia o Corinthians jogou com Leão, Alfinete, Mauro, Daniel Gonzáles e Wladimir; Paulinho, Sócrates e Eduardo; Ataliba, Casagrande e Biro Biro. Sua última partida pelo Corinthians, aconteceu dia 18 de dezembro de 1983 e, por coincidência contra o mesmo Fluminense que ele havia feito sua estreia. Neste seu último jogo, o Corinthians empatou com o tricolor das Laranjeiras em 2 a 2, jogo este também disputado no Maracanã.   Com a camisa do alvinegro de Parque São Jorge, Leão realizou 50 partidas, sendo 24 vitórias, 19 empates, 7 derrotas e sofreu 42 gols.  Pelo Timão, Leão ficou campeão paulista em 1983.

                  No ano seguinte, Leão voltou ao Parque Antártica, onde defendeu o Palmeiras por dois anos. Em 1987 encerrou sua carreira jogando pelo Sport Recife, onde começou como jogador e terminou como técnico da equipe, sagrando-se campeão brasileiro, naquela decisão que até hoje o Flamengo diz que também é o campeão.  E assim começou sua nova profissão, agora fora das quatro linhas. Portanto, em todos os clubes que Leão passou como jogador, ele foi campeão.

SELEÇÃO BRASILEIRA

                  Com a camisa da seleção brasileira, jogou de 1969 a 1986. Durante tantos anos, fez exatamente 105 partidas. Participou da equipe tricampeã do mundo no México, em 1970, quando tinha apenas 20 anos de idade. Nos dois mundiais seguintes, 1974 na Alemanha e em 1978 na Argentina, foi titular absoluto, porém, não conquistou nenhum título, no entanto, na copa de 74 ficou 457 minutos sem tomar gol, equivalendo a cinco partidas. Em 1982 seu sonho de disputar cinco Copas tornou-se praticamente impossível ao ficar de fora da lista do técnico Telê Santana para o mundial da Espanha, que convocou os goleiros Valdir Peres, Carlos e Paulo Sérgio.  A Copa de 1986 disputada novamente no México, foi a quarta e última de Leão, que já estava com 37 anos de idade. Novamente ficou sentando no banco de reservas, onde o goleiro titular foi Carlos, que na época jogava pelo Corinthians.

TREINADOR

                   Depois de quase 20 anos como jogador, iniciou um novo desafio dentro do futebol, ou seja, iniciou a carreira de treinador. Sua primeira equipe foi o Sport Recife em 1987. Depois o ex-goleiro passou por outros grandes clubes do Brasil e também do Japão. Em 1997 comandou o Atlético Mineiro, onde sagrou-se campeão da hoje extinta Copa Conmebol. Em 1999, treinou o Internacional de Porto Alegre e ajudou a evitar que a equipe fosse rebaixada para a segunda divisão do campeonato brasileiro. Já em 2000, conquistou o campeonato pernambucano com o Sport Recife. Ainda em 2000, no dia 19 de outubro, Leão foi confirmado como o substituto de Wanderlei Luxemburgo no comando da seleção brasileira. 

                  Colecionador de títulos por todas as equipes que passou, Leão faz parte da galeria de ídolos do esporte mais popular do Brasil. Como sempre disse, seu sonho era disputar cinco Copas do Mundo. A chance veio como técnico, mas Leão decepcionou. Nas eliminatórias, ele ficou à frente da seleção canarinho por apenas três jogos. Venceu a Colômbia por 1 a 0 na estréia, perdeu do Equador por 1 a 0 e só empatou em 1 a 1 com o Peru, em pleno Morumbi.  Depois disso, Leão convocou um remendado time para a Copa das Confederações, onde perdeu para a Austrália, ficando em quarto lugar na competição. Com este mal resultado, acabou demitido no avião que voltava para o Brasil.

                  A sua consagração como técnico de futebol, veio em 2002, quando dirigiu o Santos F.C.  Naquele ano, Leão pegou um time de jovens, deu união ao elenco e só assistiu aos shows de Diego, Robinho, Paulo Almeida, Renato e Alberto. Os meninos da Vila levaram o nome de Leão ao topo dos técnicos brasileiros com o título nacional de 2002. Com isto, Leão foi aos céus e silenciou a todos que duvidavam de seu talento. No ano seguinte, chegou a disputar o título da Libertadores da América, mas esbarrou no Boca Juniors e ficou vice campeão, o mesmo acontecendo no campeonato brasileiro, quando perdeu o título para o Cruzeiro de Belo Horizonte. 

                 Em 2004, deixou o comando do Peixe e, após dois meses no Cruzeiro, assumiu o comando do São Paulo F.C., quando conquistou seu primeiro título paulista como treinador em 2005.  Como treinador, Leão trabalhou em praticamente todos os clubes grandes do Brasil. No banco de reservas, também se mostrou competente. O agitado e rebelde jogador do passado se transformou num exigente treinador. Comparável a seriedade de Leão para comandar um grupo de jogadores, somente a elegância na maneira de vestir do ex-goleiro.

                Leão sempre assumia sua imodéstia ao proclamar-se o melhor goleiro do Brasil. Sua carreira como jogador foi polêmica. Dentro de campo, o goleiro fazia jus ao sobrenome e não levava desaforo para casa. Se fosse provocado durante uma partida, seu primeiro impulso era sempre partir para a briga, ainda que o jogo valesse o titulo de um campeonato brasileiro, como aconteceu em 1978, quando foi expulso ao agredir o atacante Careca. Com isto Escurinho foi para o gol e o Palmeiras perdeu o título para o Guarani no dia 13 de agosto de 1978. 

                 Líder, transferiu essa condição também para o campo sindical. Foi presidente do Sindicato dos Jogadores de São Paulo. Desgastava-se por representar os jogadores junto aos dirigentes. Mas não tinha medo de expor seu ponto de vista. Atirava-se à eles como fazia no gramado, com sua técnica, seus reflexos sempre em dia, a forma que fazia questão de manter, a seriedade de quem não admitia brincadeiras. E assim é Leão até hoje, uma pessoa de personalidade forte e muito polêmico, mas sempre competente como profissional.

Em pé: Eurico, Leão, Nelson, Luiz Pereira, Dé e Dudu      –     Agachados: Edu, Hector Silva, César, Ademir da Guia e Pio
Em pé: Valdir, Leão, Arouca, Pires, Samuel e Ricardo     –     Agachados: Edu, Jorge Mendonça, Ademir da Guia, Toninho e Nei.
Em Pé: Jair Gonçalves, Leão, Luiz Pereira, Alfredo, Dudu e Zeca      –     Agachados: Edu, Leivinha, Valter Rossi (limeirense), Ademir da Guia e Nei
Em pé: Eurico, Leão, Dudu, Luiz Pereira, Alfredo e Zeca      –     Agachados: Edu, Leivinha, César, Ademir da Guia e Nei
Em pé: Leão, Beto Fuscão, Alfredo, Pires e Pedrinho     –     Agachados: Silvio, Jorge Mendonça, Toninho, Escurinho e Toninho Vanusa
Seleção Brasileira na Copa de 1974     –    Em pé: Zé Maria, Leão, Nelinho, Luís Pereira, Marinho Chagas, e Carpegiani      – Agachados:  Valdomiro, Paulo César, Jairzinho, Rivelino e Dirceu 
Em pé: Carlos Alberto, Leão, Brito, Fontana, Piaza e Marco Antônio      –     Agachados: Jairzinho, Dirceu Lopes, Pelé, Gerson e Edu
Em pé: Leão, Sócrates, Casagrande, Eduardo, Biro Biro e Zenon     –     Agachados: Mauro, Alfinete, Paulinho, Juninho e Wladimir

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