PAÍS: tricampeão pernambucano pelo Sport Recife

                    País José de Oliveira nasceu dia 11 de julho de 1953, na cidade de Niterói (RJ). Tão logo o menino chegou ao mundo, dona Nininha já estava com tudo pensado na cabeça. O recém-nascido deveria ser tão importante como o Brasil, o eterno país do futuro! E por falar em grandeza e futuro, nada melhor do que registrar o filho com o nome de “País”. Ele nunca reclamou do nome, só ficava brabo quando lhe chamavam de Estado ou de Município.

                    Respeitado atacante no futebol varzeano da região da Praia de Jurujuba, País acabou quebrando o galho como goleiro e assim ficou. Ficou tão bom que rapidamente foi encaminhado para um período de testes no time das Laranjeiras. Uma moral e tanto junto aos velhos camaradas da Praia de Jurujuba!

                     Naqueles tempos, o responsável pelos quadros amadores do Fluminense era o famoso Pinheiro, que logo ofereceu uma oportunidade ao rapazola de Niterói. País fazia uma boa apresentação, até o momento em que foi repor uma bola rapidamente e jogou contra o próprio patrimônio. Pegou um lugar isolado na barca e assim voltou cabisbaixo para Niterói.

                     Mesmo com o inesperado infortúnio, País continuou jogando como goleiro, para o enorme desgosto de dona Nininha, que não queria aceitar o filho alimentando ilusões com o danado do futebol.

Sonho é sonho e País foi aceito nas fileiras do América (RJ) em 1970. Com orientação do ex-goleiro Ary de Oliveira, seu desenvolvimento debaixo das balizas superou o esperado.

                     País quase foi parar no Flamengo em 1972, quando acabou dispensado do América após ultrapassar o limite de idade permitido para o quadro juvenil. Contudo, País perseverou no América, sempre na luta por encontrar seu lugar ao sol, embora a parada fosse realmente desafiadora, já que o elenco profissional contava com Alberto, Jonas e Miguel.

                      Em maio de 1973, naquelas viradas de mesa que a vida só proporciona aos que nunca desistem, País fez sua primeira partida pelo time principal do América contra o temido Fluminense no Maracanã, duelo válido pelo campeonato carioca. Com uma performance para entusiasmar qualquer torcedor, o deslumbrado País trancou o gol e garantiu o importante triunfo do América pela contagem mínima.

                      A imprensa não perdeu tempo para rasgar elogios ao jovem e promissor guarda-metas americano, o que indiretamente também abriu os olhos desconfiados de dona Nininha. E dona Nininha, que antes abominava o futebol na vida do filho, agora era uma torcedora de “carteirinha”, daquelas que chegam ao Maracanã antes mesmo dos portões serem abertos ao público.

                       Todavia, logo no início do certame carioca de 1974, a infelicidade bateu na porta e o rapaz de Niterói perdeu o lugar de titular. Vieram em seguida Ado, Rogério, Zecão… Mas todos foram embora em pouco tempo. Afinal, goleiro famoso também falha, ainda que os dirigentes não esperem por isso!

                        A volta por cima não demorou! Arrojado e seguro, País recuperou sua condição de titular e fez muito sucesso na meta americana. Porém, País apresentou os primeiros escorregões para controlar os próprios nervos, como aconteceu na derrota do América para o Goiás, jogo válido pelo campeonato nacional de 1976.

                        A boa fase foi reconhecida quando seu nome foi lembrado pelo Treinador Cláudio Coutinho durante preparação do escrete para o mundial de 1978. País permaneceu no América até 1978, quando foi transferido por empréstimo para o Santos Futebol Clube (SP), equipe que defendeu entre os anos de 1978 e 1979.

                        No segundo semestre de 1980, País firmou compromisso com o Sport Club do Recife (PE). Foi tricampeão pernambucano nas edições de 1980, 1981 e 1982, sempre contando com o respeito dos dirigentes e torcedores.

                        Temperamento forte, País ganhou fama em Recife não só por sua capacidade debaixo das traves; ou ainda pela coragem de cobrar uma penalidade decisiva contra o Santo Amaro na Ilha do Retiro em 1980. País também ficou famoso pelas confusões desmedidas em busca da vitória, o que despertava uma certa preocupação no corpo diretivo do clube.

                        No artigo publicado pela revista Placar em 2 de setembro de 1983, o goleiro do Sport Recife declarou sem pestanejar: “Prefiro sair morto do gramado do que ser derrotado em uma partida decisiva”. Em 1984 o tão esperado tetracampeonato pernambucano ficou pelo caminho. Na temporada seguinte, País acertou suas bases financeiras com o Clube Náutico Capibaribe (PE).

                         Depois de brilhar com a camisa do Náutico, País foi parar no futebol português, lá permanecendo até o findar da temporada de 1988. De volta ao Brasil trabalhou como preparador de goleiros em algumas equipes do cenário carioca.

Sport Recife em 1980     –     Em pé: País, Antenor, Cícero, Jaime, Romero e Merica   –   Agachados: Edu Bala, Jorge Campos, Édson, João Carlos e Givanildo
Em pé: Uchoa, Russo, Alex, Jorge Lima, País e Nélio   –    Agachados: Reinaldo, Léo Oliveira, Ailton, César e Dé
Em pé: País, Toninho Paraná, Marião, Joãozinho Santista, Sérgio Moura e Merica    –    Agachados: Camargo, Denô, Fernando Roberto, Wilson Carrasco e Joãozinho
Em pé: Orlando, País, Geraldo, Alex, Ivo e Álvaro     –     Agachados: César, Bráulio, Neco, Expedito e Gilson Nunes
Em pé: Russo, Uchoa, Alex, Wilson, País e Álvaro     –     Agachados: um torcedor, Serginho, Léo Oliveira, Mário Motta, César e Ailton

 

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