JAIR PEREIRA: campeão como jogador e como treinador

                      Jair Pereira da Silva nasceu dia 29 de maio de 1946, na cidade do Rio de Janeiro. Filho de Miguel Pereira da Silva e Augusta Ramires da Silva. Jair foi considerado como um “treinador de ponta” nas décadas de 1980 e 1990, Jair Pereira era dono de um estilo “paizão”, um profissional que sabia como tirar proveito da linguagem dos “boleiros”.

                      Jair Pereira foi campeão paulista pelo Corinthians em 1988, um título que não evitou sua demissão do clube após um mal-entendido com o presidente Vicente Matheus. O assunto ganhou espaço na imprensa, principalmente depois das declarações do ex-presidente Roberto Pasqua na revista Placar: “O Vicente Matheus nunca morreu de amores por Jair Pereira”.

                      Quando Jair Pereira deixou o Parque São Jorge, o afamado Carlos Alberto Torres foi contratado, mas não ficou por muito tempo na direção do Corinthians! Amparado em um controvertido controle de gastos, Vicente Matheus promoveu o auxiliar técnico José Carlos da Silva Fescina, o que causou descontentamento em parte do elenco.

                      A caminhada esportiva de Jairo Pereira, foi iniciada em 1965, como meia-atacante nos quadros amadores do Madureira (RJ). Em 1966 foi aproveitado no time principal e logo conquistou um relativo destaque. Nos primeiros meses de 1967, seus direitos foram negociados com o Clube de Regatas do Flamengo (RJ), que para contar com seu futebol precisou investir 3 mil cruzeiros novos.

                      Na Gávea, Jair Pereira atuou inicialmente nos Aspirantes, até receber algumas oportunidades no elenco de profissionais, embora apresentado uma natural instabilidade decorrente da adaptação em um clube grande! Em comum acordo com os dirigentes do Flamengo, Jair Pereira foi transferido em 1969 de forma definitiva para o Bonsucesso Futebol Clube (RJ), uma negociação sem custo nenhum para o time da Avenida Teixeira de Castro.

                      Conforme artigo publicado na revista do Bonsucesso em fevereiro de 1970, Jair Pereira era conhecido pelos companheiros de clube com o curioso apelido de “Tufão”. Vivendo uma boa fase, o futebol vistoso de Jair Pereira provocou o interesse dos cartolas do Fluminense (RJ), que na oportunidade apresentou uma proposta considerada interessante. Contudo, o Bonsucesso passou da conta ao pedir 250 mil cruzeiros pelo passe do jogador, um montante que fez o time das Laranjeiras recuar no andamento das tratativas.

                     Na temporada de 1972, Jair Pereira foi vendido ao Olaria Atlético Clube (RJ), para no ano seguinte defender por empréstimo o Santa Cruz Futebol Clube (PE). Voltou ao cenário carioca somente no segundo semestre da temporada de 1974, quando firmou compromisso com o Club de Regatas Vasco da Gama (RJ).

                     Contando na época com 28 anos de idade, Jair Pereira esperava assinar um bom contrato no Vasco para finalmente alcançar o tão esperado reconhecimento! Jair Pereira continuou em São Januário até ser contratado pelo Bangu Atlético Clube (RJ) no início de 1977. No alvirrubro de “Moça Bonita” foram 59 partidas disputadas; com 20 vitórias, 16 empates, 23 derrotas e 15 gols marcados.

                     Com o encerramento de sua carreira no Bangu em 1978, Jair Pereira já era diplomado em Educação Física e traçava planos para prosseguir no mundo da bola. Seu nome só voltou com força ao noticiário esportivo em 1982. Como treinador, seu trabalho foi determinante na conquista da Taça de Prata (Atual Série B do brasileirão) pelo Campo Grande Atlético Clube (RJ).

                     Na direção das categorias amadoras da Seleção Brasileira, Jair Pereira fez um grande trabalho. Seu principal triunfo foi vencer o Campeonato Mundial de Juniores em 1983, no México. Como treinador, Jair Pereira foi um vencedor nos inúmeros clubes por onde passou.

                     Conquistou títulos importantes e ofereceu sua larga experiência na revelação de grandes talentos: Orientou o Bahia (BA), Ceará (CE), Fortaleza (CE), Itumbiara (GO), América (MG), Atlético Mineiro (MG), Cruzeiro (MG), Paysandu (PA), Athletico Paranaense (PR), Coritiba (PR), América (RJ), Botafogo (RJ), Cabofriense (RJ), Flamengo (RJ), Fluminense (RJ), Mesquita (RJ), Vasco da Gama (RJ), Avaí (SC), Bragantino (SP), Corinthians (SP), Palmeiras (SP) e Ponte Preta (SP).

                     Conquistou títulos estaduais no Ceará, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro e São Paulo, sem esquecer da Copa do Brasil de 1990 pelo Flamengo, da Supercopa Libertadores em 1992 pelo Cruzeiro e da Taça Guanabara de 1994 pelo Vasco da Gama. No exterior, Jair Pereira também brilhou com boas passagens pelo futebol da Arábia Saudita, Emirados Árabes, Espanha e Paraguai.

Em 1991, Jair Pereira viveu um grande drama. Seu filho, Jair José da Silva, o Jairzinho, então com 15 anos, perdeu a vida quando voltava de um jogo entre Flamengo e Vasco, no Maracanã. Uma bala perdida atingiu o jovem, que estava em um ônibus. Jair Pereira ainda se emociona quando fala do filho, que foi homenageado pelo pai com o nome de um ginásio em Cavalcante (RJ).

                       Depois do Flamengo, Jair Pereira continuou sua carreira de treinador vitorioso pelo Cruzeiro (campeão mineiro de 91 e da Supercopa de 92), Atlético de Madrid (em 92, deixou o time na segunda posição do Espanhol), Vasco da Gama (tricampeão carioca em 94), Corinthians (vice-campeão brasileiro de 94), antes de parar no Fluminense em 96.

               Foi um grande mal ter ido para o Fluminense naquela ocasião. O time que havia sido campeão estadual em 95 foi desmontado. Depois ainda trabalhou no Atlético Paranaense, América Mineiro, Bragantino e Avaí.

                     Ficou um ano afastado, em 2002, por causa de um problema cardíaco. Na época, ele tinha sido contratado pela Portuguesa, mas nem chegou a assumir. E esse afastamento acabou sendo ruim. Pois em pouco tempo já estava 100%.

                     O atacante Viola diz que tem um carinho especial pelo técnico Jair Pereira. “Ele é um dos melhores treinadores que eu já vi. Acreditou em mim em uma final de campeonato. E eu lutei muito para não decepcioná-lo”, declarou Viola, referindo-se à final do Paulistão de 1988, quando ele marcou o gol do título corintiano contra o Guarani, no Brinco de Ouro.

                        Atualmente Jair Pereira está afastado do futebol profissional e um tanto aborrecido com o ostracismo. “O futebol atual depende muito dos empresários… Sempre acreditei no sucesso pela capacidade”.

1975. Em pé: Andrada, Puruca, Renê, Alcir, Miguel e Alfinete   –    Agachados: Dé, Jair Pereira, Zanata, Roberto Dinamite, Luís Carlos e Santana (massagista).
Em pé: Téc. Paulo Emílio, Abel, Gaúcho, Renê, Luiz Augusto, Marco Antonio e Mazaropi     –   Agachados: Fumanchu, Zé Mário, Dé, Jair Pereira e Galdino
Atlético Mineiro bicampeão Mineiro em 1989  –  Em pé: o técnico Jair Pereira, Éder Lopes, Zanata, Luizinho, Batista, Paulo Roberto Prestes e Rômulo    –     Agachados: Robertinho, Marquinhos, Gerson, Renato Pé Murcho, Éder Aleixo e Belmiro (massagista)
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