ELI DO AMPARO: conquistou vários títulos pelo Vasco da Gama

                            Marcante jogador do Vasco da Gama nos tempos do “Expresso da Vitória”, Ely ou Eli do Amparo nasceu na cidade de Paracambi (RJ), em 14 de maio de 1921. Irmão do goleiro Osni do Amparo, o primeiro time foi o Brasil Industrial Esporte Clube de Paracambi, uma agremiação mantida pela Cia Têxtil Brasil Industrial.

                            Em 1938 tentou um lugar no juvenil do América e foi muito bem. Contudo, Eli do Amparo decidiu abandonar o clube depois de esperar muito tempo por uma oportunidade no time principal. Desanimado, Eli do Amparo voltou para sua terra natal e arrumou emprego em uma oficina mecânica. Voltou aos gramados somente em 1940, quando foi bem recomendado aos quadros do Canto do Rio Foot-Ball Club (RJ).

                            Jogando na posição de médio-direito ou ainda como lateral-direito, o rapazola de Paracambi já era um verdadeiro polivalente naquele início da década de 1940. E foi na simpática agremiação da cidade de Niterói que seu futebol despertou o forte interesse dos dirigentes do Club de Regatas Vasco da Gama em 1944.

                            Jogador dedicado, Eli do Amparo logo ganhou espaço como um dos principais destaques do “Expresso da Vitória”, uma equipe tarimbada e acostumada aos grandes triunfos. Sua participação também foi determinante na conquista do campeonato carioca nas edições de 1945, 1947, 1949, 1950 e 1952; além do Torneio Início em 1945 e 1948 e do memorável Sul-Americano de clubes em 1948.

                            Apelidado como “Xerife”, talvez um dos primeiros com tal denominação, Eli do Amparo não pensava muito para mostrar o seu “cartão de visitas” no propósito de brecar alguma investida mais perigosa do adversário.

                            Ao lado de Danilo e Jorge, Eli do Amparo formou uma famosa linha média que ficou conhecida pelos torcedores como Arroz (Danilo), Feijão (Eli do Amparo) e Carne Seca (Jorge). Sua grande alegria fora dos gramados era uma caminhonete Mercury modelo 1941. Quando não estava em São Januário, Eli do Amparo vivia entre baldes de água e sabão para cuidar com carinho da sua “paixão de lata”.

                             Sempre presente no selecionado carioca, Eli do Amparo faturou seu primeiro título pelo escrete em 1949 na conquista do campeonato Sul Americano. No ano seguinte foi convocado por Flávio Costa para disputar o mundial de 1950. Todavia, Eli do Amparo participou apenas no primeiro compromisso diante do México.

24 de junho de 1950 – Copa do Mundo – primeira fase – Brasil 4×0 México – Estádio do Maracanã – Árbitro: George Reader (Inglaterra) – Gols: Ademir aos 32’ e 81, Jair Rosa Pinto aos 66’ e Baltazar aos 72’.

Brasil: Barbosa; Augusto e Juvenal; Eli do Amparo, Danilo e Bigode; Maneca, Ademir, Baltazar, Jair Rosa Pinto e Friaça. Técnico: Flávio Costa. México: Carbajal; Felipe Zetter e Afonso Montemayor; Rodrigo Ruiz, Mário Ochoa e Roca; Carlos Septién, Héctor Ortiz, Horácio Casarin, Perez e Lupe. Técnico: Octávio Vial.

                                Depois do vice-campeonato mundial em 1950, Eli do Amparo foi campeão Pan-Americano de 1952. Também disputou a Copa do Mundo de 1954, na Suíça. Pelo escrete foram 19 participações com 15 vitórias, 1 empate e 3 derrotas.

                                Com o “Passe Livre” nas mãos, Eli do Amparo deixou o Vasco da Gama em 1955 para firmar compromisso com o Sport Club do Recife (PE), que na oportunidade preparava o time para tentar o título em seu cinquentenário.

                                Naquele ano, o campeonato pernambucano foi um dos mais disputados de sua história. E como sempre, o destemido Eli do Amparo mais do que justificou a fama de “Xerife”. No duelo final contra o Náutico, um profundo corte no supercílio quase o tirou de campo. O médico do Sport Recife solicitou sua imediata substituição, mas Eli do Amparo enrolou uma faixa na cabeça e continuou até o fim do prélio.

                                 O certame pernambucano de 1955 foi decidido em três confrontos: 1 de janeiro de1956 – Ilha do Retiro – Sport Recife 1×0 Náutico; 6 de janeiro de 1956 – Aflitos – Náutico 0x0 Sport Recife; 8 de janeiro de 1956 – Aflitos – Náutico 2×3 Sport Recife.

                                 Com o título pernambucano de 1955, Eli do Amparo não renovou seu vínculo com o Sport Recife, pois sua esposa não queria mais continuar em Pernambuco. Decidido pelo encerramento de sua trajetória nos gramados, uma surpresa ainda o esperava no Rio de Janeiro. Com um convite que mais parecia uma intimação, Zezé Moreira queria contar com sua experiência como auxiliar no Canto do Rio.

                                 E foi o mesmo Zezé Moreira que o convenceu para jogar por mais algum tempo, o que durou até os compromissos da temporada de 1958. Depois, como treinador, Eli do Amparo apresentou seu lado mais afável. Tratava os jogadores como filhos e era um verdadeiro cavalheiro nos bastidores.

                                Trabalhou ainda como professor na Escolinha de futebol da Funabem no bairro de Quintino, Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro (RJ). Eli do Amparo faleceu em Paracambi (RJ), no dia 9 de março de 1991.

Em pé: Belini, Oswaldo Baliza, Eli do Amparo, Haroldo, Mirim e Jorge    –      Agachados: Maneca, Vavá, Ipojucan, Pinga, Alvinho e o massagista Mão de Pilão
Seleçãoa Brasileira de 1953 –  Em pé: Djalma Santos, Eli do Amparo, Brandãozinho, Barbosa, Pinheiro e Alfredo; Mário Américo (massagista), Cláudio Cristovam de Pinho, Didi, Baltazar, Ademir de Menezes e Rodrigues Tatu

Em pé:  Belline, Hernani, Eli, Mirim, Danilo Alvim e Jorge      –     Agachados: Sabará, Maneca, Ipojucan, Pinga e Djair
1953 – Em pé: Djalma Santos, Pinheiro, Brandãozinho, Castilho, Nilton Santos e Eli     –    Agachados: Julinho, Zizinho, Ipojucan, Pinga e Rodrigues
1955 – Em pé: Gonzalez, Paulinho, Elias, Eli do Amparo, Mirim e Dario   –     Agachados: Sabará, Vavá, Alvinho, Pinga e Paródi
1949 – Em pé: Eli do Amparo, Wilson, Barbosa, Augusto, Danilo Alvim e Noronha. Agachados: Tesourinha, Zizinho, Octavio, Jair da Rosa Pinto e Simão
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