CLUBES BRASILEIROS

                           Sempre que posso, procuro fazer uma boa viagem, sendo assim, certa vez escolhi um lugar bem distante para ficar o mais longe possível dos comentários futebolísticos, porem durante a viagem aconteceram vários imprevistos, como relatarei a seguir. A cidade escolhida fica bem longe de SÃO PAULO, sendo assim, saí bem cedinho, pois até chegar ao Amazonas, onde tem uma linda floresta e também uma ÁGUA SANTA, tinha muitos e muitos quilómetros a serem percorridos.

                           Estávamos no início dos anos 60 e nessa época eu morava no ABC, uma região industrial da capital PAULISTA e como não tinha carro, resolvi ir de trem. Chegando lá na estação FERROVIÁRIA, fiquei sabendo que o trem estava atrasado TREZE minutos, de acordo com o relógio do mosteiro de SÃO BENTO.

                         Era uma linda PRIMAVERA e às dez horas em ponto saí de SANTO ANDRÉ, uma cidade que fica apenas alguns quilómetros de SÃO CAETANO e também de SÃO BERNARDO. Quando cheguei na estação do JABAQUARA, entraram 15 rapazes de Piracicaba e 15 rapazes de Jaú. Na estação CORINTHIANS Itaquera, entrou um rapaz de Itu e uma jovem de Chapecó e todos eles iam para o CEARÁ. Logo me enturmei com aqueles XV DE PIRACICABA, com aqueles XV de JAÚ, com o jovem ITUANO e com aquela CHAPECOENSE, e assim dessa maneira, seguimos viagem numa grande CONFIANÇA de fazermos um belíssimo passeio.

                        De repente, ao chegarmos em MARÍLIA o trem parou.  É que uma PONTE PRETA que passa sobre o RIO BRANCO havia quebrado, sendo assim, não podíamos seguir viagem. Mas, como na JUVENTUDE, tudo é mais fácil, pois temos mais energia, logo arrumamos um barco, pegamos um REMO pra cada um e atravessamos aquele rio, que devido a poluição já não era mais um RIO CLARO, mas um verdadeiro RIO NEGRO.

                        Chegando na outra margem do rio, pegamos um ônibus da empresa C. S. A. (Companhia Sul Americana) que nos levaria até GOIAS, mais precisamente em Anápolis, onde tem uma jovem ANAPOLINA que já nos aguardava, porem ao chegarmos na baixada FLUMINENSE, fomos assaltados por alguns bandidos que haviam fugido da penitenciária de BANGU.

                        Levaram tudo que eu tinha, me deixaram sem um CRUZEIRO no bolso. Foi aí que ajoelhei-me diante de uma SANTA CRUZ e pedi ajuda à SÃO CRISTÓVÃO e também ao padroeiro daquele lugar, SÃO JOSÉ. E parece que não só eles, mas todos os SANTOS me ajudaram, pois logo apareceu um jovem BRASILIENSE que era OPERÁRIO da C. R. B. (Companhia de Reflorestamento Brasileiro), cujo nome era SAMPAIO CORREA, que disse-me “BOTAFOGO em todas estas PALMEIRAS que eu lhe pago um almoço”.

                        Imediatamente comecei a imaginar aquele COMERCIAL bem saboroso, no entanto, veio um simples MIXTO quente, uma ASA de frango, e para beber um RED BULL, porem como minha situação não era BOA, trabalhei feito um CAXIAS para merecer tal refeição. A noite procurei um lugar para dormir, até que cheguei à um GRÊMIO Recreativo Estudantil que ficava localizado a OESTE de uma VILA NOVA da bela cidade de CAMPO GRANDE, onde antigamente viviam índios das tribos TUPI e GUARANI, cujo cacique era o velho PAISSANDU. 

                        Lá fiquei conhecendo uma PORTUGUESA que tinha vindo a pouco tempo da baixada santista, e por isso todos a chamavam de PORTUGUESA SANTISTA, cujo bisavô foi o grande navegador português, VASCO DA GAMA. Através dela arrumei um serviço numa OLARIA que ficava a NOROESTE do estado da BAHIA e assim dessa maneira, ganhei um dinheirinho e fiquei INDEPENDENTE para seguir viagem por este território NACIONAL.

                        No entanto, devido ao meu físico ATLÉTICO e meu grande espírito ESPORTIVO, pois fui criado na praia do FLAMENGO, aquela jovem lusitana convidou-me para abrirmos uma loja de SPORT aqui mesmo no BRASIL, porem de nível INTERNACIONAL, pois ela estava prevendo um BONSUCESSO para nós. E ela tinha razão, pois aquele negócio foi uma VITÓRIA para nós, que em pouco tempo abrimos uma filial em FORTALEZA, outra em CRICIUMA, outra em SERGIPE e mais uma no PARANÁ, mais precisamente na cidade de LONDRINA.

                       Agora estamos pensando em abrir uma no território AMERICANO, pois lá na AMÉRICA do Norte, existem muitos clubes NÁUTICO, o que nos facilitaria nas vendas, porem antes quero descansar um pouco no AVAÍ, pois lá não tem futebol, e assim dessa maneira eu ficarei bem longe dessa coisa, pois não entendo, não gosto e não conheço nenhum clube de futebol.

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