ARANHA: brilhou no São Bento de Sorocaba e no Remo

                      Antônio Aranha Alves nasceu na cidade de Sorocaba (SP), em 4 de agosto de 1946. O tarimbado lateral-direito Aranha nos oferece um apanhado de sua carreira até chegar ao Comercial de Campo Grande (MS). Naquele momento de sua marcante trajetória no futebol, Aranha já estava perto de completar os trinta anos de idade, o que poderia indicar a proximidade do momento de deixar os gramados.

                      Mas, Aranha ainda estava em excelente forma e o Comercial não levou em conta os riscos do famoso refrão da música de Ataulfo Alves: “Laranja madura na beira da estrada, tá bichada Zé, ou tem marimbondo no pé”.

                      Aranha foi o primeiro jogador da região Norte do Brasil premiado com a Bola de Prata da revista Placar, um feito significativo levando em conta a qualidade dos oponentes diretos na disputa. Aranha começou sua caminhada em uma equipe chamada Sorocabana, até que em 1967 seus direitos foram transferidos para o Esporte Clube São Bento de Sorocaba.

                      Naqueles tempos, o valente São Bento contava com um elenco de qualidade. O bom desempenho da equipe no Campeonato Paulista de 1968 não foi nenhuma surpresa para os críticos!

                      Sempre pelo corredor direito, Aranha era um lateral muito aplicado nas tarefas de marcação, bem como dotado de uma boa resistência para o apoio ofensivo. Abaixo, uma de suas participações pelo São Bento na temporada de 1968:

26 de maio de 1968 – Campeonato paulista – Segundo turno – São Bento 1×0 Guarani de Campinas – Estádio Humberto Reale (Sorocaba) – Árbitro: Albino Zanferrari – Gol: Carlinhos para o São Bento aos 17’ do primeiro tempo.

São Bento: Chicão; Aranha, Valdir, Gibe e Dorival; Gonçalves e Bazaninho; Copeu (Esquerdinha), Picolé (Estéfano), Batista e Carlinhos. Guarani de Campinas: Sídnei Polli; Wilson Campos, Paulo, Beto e Cido; Tião Macalé e Waldir Capelloza; Joãozinho (Bidon), Ladeira, Cardoso e Carlinhos.

                        A boa performance representou o pronto interesse do São Paulo Futebol Clube, que no mesmo ano de 1968 conseguiu o seu concurso por empréstimo. Todavia, Aranha não foi aproveitado em nenhuma partida pelo tricolor:

– “Não consegui mostrar o meu futebol… Em uma partida importante o lateral-direito titular saiu machucado! Então, o treinador optou por colocar um outro zagueiro em campo… Pedi imediatamente para sair do Morumbi”. 

                         Decepcionado, o lateral voltou ao mesmo São Bento. Com boas propostas para uma lucrativa transferência, Aranha continuava prejudicado pela insistência dos dirigentes sorocabanos em fixar o valor de seu passe nas alturas.

                         Cansado de esperar por uma experiência nos grandes clubes do cenário paulista, Aranha foi novamente emprestado para o Clube do Remo (PA), que naquele momento procurava reforçar o plantel para disputar o Campeonato Nacional de 1972.

                         O resultado foi acima do esperado e Aranha faturou o cobiçado prêmio da Bola de Prata da revista Placar. Seu próximo destino foi o Clube Atlético Mineiro (MG) em 1973, quando disputou boas partidas, mas logo voltou ao Remo.

                         A “ciranda” de empréstimos foi minando a paciência de Aranha, que mergulhado em coragem disparou um ultimato aos dirigentes do São Bento para conseguir o “Passe Livre”.

                         Com o passe em mãos, Aranha entendia que não tinha muito tempo para fazer dinheiro. Em 1975 entrou em entendimentos com os representantes do Esporte Clube Comercial de Campo Grande (MS), onde também não permaneceu por muito tempo. Depois do Comercial de Campo Grande, Aranha ainda passou rapidamente pelo Sport Club do Recife (PE), sua última equipe como jogador profissional.

                         Aranha reside na sua querida cidade de Sorocaba. O ex-jogador, que também é eletricista, atualmente trabalha em um conhecido escritório de despachantes. Convive com uma paralisia no lado esquerdo do corpo, como consequência de um derrame sofrido.

Bola de Prata” da revista Placar em 1972    –    Em pé: Aranha, Marinho Chagas, Figueroa, Beto Bacamarte, Leão e Piazza    –     Agachados: Osni, Alberi, Zé Roberto, Ademir da Guia e Paulo Cesar
Clube do Remo em 1972   –     Em pé: Aranha, Dutra, Mendes, Dico, Tico e Lúcio    –     Agachados: Rogério, Caíto, Roberto, Hertz e Peri
Em pé: Aranha, Élcio, Brida, Gibe, Dorival e João Carlos   –    Agachados: Priá, Écio Pasca, Morais Chiclete, Bazaninho e Batista

 

 

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