PAULISTÃO de 1956

                    O ano de 1956 foi um ano histórico para o Santos Futebol Clube, tudo porque neste ano chegaria à Vila Belmiro, trazido pelas mãos de Waldemar de Brito, o menino Pelé, de 15 anos, que deu novo impulso à história do Santos, levando-o a conquistas que enalteceram o futebol brasileiro no planeta. O time do Santos vinha de grandes campanhas e apresentando grandes craques, Pepe e Zito, dentre outros. Com Pelé, o time se tornaria um dos maiores da História. Em 1956 o Santos ficou 26 jogos sem perder, conquistou a Taça “San-São” e faturou o Campeonato Paulista.

CAMPEONATO PAULISTA

                  Num grande “trem da alegria”, foram convidados a participar da competição o CA Juventus, AA Portuguesa, CA Ipiranga, Nacional AC e claro, o Jabaquara AC (todos, como clubes fundadores da FPF). Além dos 5 clubes, a Ferroviária foi a campeã da divisão de Acesso, garantindo seu lugar ao sol. Assim o campeonato passa a contar com incríveis 19 participantes… e a cartolagem inovou mais uma vez. Criaram uma fase de classificação, em turno único. Os dez melhores disputavam em dois turnos o título de campeão paulista. Os dez piores definiriam quem cairia para a Divisão de Acesso. Confirmando seu favoritismo, o Santos venceu a fase de classificação, conquistando o Troféu Dr. Jorge dos Santos Caldeira.

                 Logo após o término da fase de classificação do Campeonato Paulista, o Santos fez um jogo amistoso que entrou para história. Foi no dia 7 de setembro de 1956, contra o Corinthians da cidade de Santo André. Este jogo foi disputado do Estádio Américo Guazzelli, em Santo André. O árbitro da partida foi Abílio Ramos e o jogo estava em disputa o Troféu Independência. Para este jogo o técnico santista Luiz Alonso Peres, o popular Lula, mandou a campo os seguintes jogadores; Manga, Hélvio e Ivã (Cássio); Ramiro (Fioti), Urubatão e Zito (Feijó); Alfredinho (Dorval), Álvaro (Raimundinho), Del Vecchio (Pelé), Jair Rosa Pinto e Tite. A equipe do ABC paulista jogou com; Antoninho (Zaluar); Bugre e Chicão (Itamar); Mendes, Zico e Chanca; Vilmar, Cica, Teléco (Baiano), Rubens e Dore.

                O Santos venceu por 7×1 e a ordem dos gols foi a seguinte: Alfredinho aos 33, Del Vecchio aos 35, Álvaro aos 36 e novamente Alfredinho aos 44 minutos do primeiro tempo. Portanto, o primeiro tempo terminou 4 a 0 para o Peixe. Na etapa complementar, Del Vecchio marcou aos 16 e logo foi substituído por Pelé, que marcou o sexto gol santista aos 36 minutos. Vilmar marcou o gol de honra do time andreense aos 39 e Jair da Rosa Pinto fechou o placar marcando o sétimo gol santista aos 44 minutos. Depois desse gol, Pelé faria ainda mais de 1.000. Depois desse Troféu, Pelé conquistaria centenas.

               Dia 3 de outubro o Santos faz sua primeira partida da fase final do Paulistão de 1956 diante do XV de Piracicaba e vence por 3×0. Dia 18 de outubro vence a Portuguesa por 2×1. Dia 24 vence o Palmeiras por 2×1 e dia 28 vence o São Paulo por 2×0. Mas, no dia 11 de novembro foi goleado pelo Corinthians por 4×0. Ao final da última rodada, Santos e São Paulo ficaram empatados com a mesma pontuação. O regulamento previa uma partida extra para a decisão do Campeonato. A grande final foi disputada apenas em 1957, com grande polêmica.

A GRANDE DECISÃO

              A grande decisão aconteceu dia 3 de janeiro de 1957. Com acusações (não comprovadas) de malas de dinheiro sendo oferecido aos defensores das duas equipes (pelas diretorias adversárias), o clima era muito tenso e ficou mais ainda, quando na subida do time do Santos para o gramado, o Técnico Lula chama o time de volta e troca a zaga, entrando Wilson e Feijó. Sendo assim, o time santista jogou com; Manga, Wilson e Feijó; Ramiro, Formiga e Zito; Tite, Jair da Rosa Pinto, Pagão, Del Vecchio e Pepe. Do outro lado o técnico Vicente Feola escalou a seguinte equipe; Borelli, Clélio e Mauro; Sarará, Vitor e Alfredo; Maurinho, Zezinho, Gino, Dino Sani e Canhoteiro. O jogo foi no Pacaembu, que recebeu neste dia um público de 51.600 espectadores. 

             Começa o jogo e logo aos 8 minutos, o Tricolor abre o placar através de Zezinho. O Santos reage e empata aos 20 minutos através do zagueiro Feijó, mas o São Paulo volta a ficar na frente do marcador aos 42 novamente através de Zézinho. Final de primeiro tempo. Começa a etapa complementar e o Peixe volta com tudo, querendo a vitória a qualquer custo. E a garra santista foi mostrada logo aos 7 minutos, quando Tite empatou a partida. Tudo igual, 2×2.

             O gol de empate fez com a que a torcida santista presente ao Pacaembu naquela tarde de domingo, empurrasse a equipe em busca da vitória. E foi o que aconteceu, pois aos 23 minutos, Del Vecchio desempata a partida para o Peixe. Loucura total nas arquibancadas do velho Pacaembu. E aquele gol parece de destruiu as pretensões tricolores, pois não conseguiam mais armar nenhuma jogada de perigo a meta santista. Com isto o Santos aproveitou e marcou mais um, novamente através de Del Vecchio aos 34 minutos da etapa complementar. Final de jogo, Santos 4×2 São Paulo. Era o primeiro bicampeonato da história do Santos Futebol Clube.

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