ILZO NERI: campeão pernambucano pelo Santa Cruz em 1970

                            Ilzo Neri nasceu dia 26 de maio de 1937, na cidade de Maceió (AL) Foi lateral-direito do São Paulo em 1963 e 1964, mora em Campinas (SP), tem quatro filhos, três netos, está aposentado, mas é técnico de futebol, podendo voltar à ativa a qualquer momento. Ele também segue como olheiro e revelador de craques na “Grande Campinas”.

                             Foi ele quem posicionou Careca como centroavante, além de ter trazido o goleiro Waldir Peres e o zaguero Juninho para a Ponte Preta.

                             Campeão pernambucano pelo Santa Cruz-PE em 1970, foi revelado no Rio de Janeiro e contratado pelo Guarani por indicação do técnico Gentil Cardoso em 1960, começou mesmo a aparecer no futebol no Brinco de Ouro da Princesa, da linda Campinas.

                             Ilzo defendeu também o Noroeste de Bauru, no interior de São Paulo. E no dia 22 de dezembro de 66, no Pacaembu, participou de partida extra entre Norusca e Guarani para se apurar o segundo rebaixado do Paulistão daquele ano. O Guarani venceu por 3 a 1 e o time de Bauru foi para a segunda divisão.

                             Mas seu melhor momento da carreira foi vivido mesmo no Tricolor do Morumbi, na tarde de 15 de agosto de 1963, no Pacaembu, quando o São Paulo goleou o Santos por 4 a 1, com o Peixe abandonando o campo no segundo tempo porque perdia de quatro e atuava só com nove jogadores depois que Armando Marques expulsou Pelé e Coutinho, ainda na primeira etapa.

                            Aí, na fase final, quando o São Paulo fez o quarto gol, Pepe, Aparecido e Dorval simularam contusão caracterizando o “cai-cai”. Ou seja, o Santos fugiu de campo. Os quatro gols do São Paulo foram marcados por Faustino, Pagão, Benê e Sabino, todos já falecidos. O gol do Santos foi de Pelé.

                            Com a camisa do São Paulo, Ilzo Nery fez 15 jogos, obtendo oito vitórias, dois empates e cinco derrotas. Ilzo encerrou sua carreira e passou a trabalhar como técnico da equipes de base do Guarani e, mais tarde, da Ponte Preta. Ele chegou, inclusive, a dirigir o time profissional da Macaca.

                     Há histórias tão singulares no futebol que se sobrepõe ao conteúdo de virtudes e defeitos dos protagonistas da modalidade. Do Ilzo Nery lateral-esquerdo de Guarani, São Paulo e Ponte Preta apenas os vovôs têm algo a contar, pois a carreira dele enquanto atleta se delineou na década de 60, e pautada como marcador que se valia do vigor físico, inclusive carrinhos até assustadores. No São Paulo, ele pegou o período de vacas magras, quando o clube priorizou investimentos na ampliação do Estádio Cícero Pompeo de Toledo, o Morumbi, e relegou o Departamento de Futebol.

                               Do Ilzo Nery atleta da Ponte Preta, impossível não registrar que protagonizou o lado folclórico do futebol quando o adversário foi o São Bento, igualmente nos anos 60, conforme detalhou o aposentado Dalécio Pastor, amigo de Ilzo.

                                Em Sorocaba, no acanhado Estádio Humberto Reali, o saudoso meia Raimundinho, do time da casa, abusou de pontapés e foi repreendido por Ilzo: “No jogo da volta vai ter troco”. Em Campinas, quando a delegação do São Bento chegou ao Estádio Moisés Lucarelli em duas peruas Kombi, Raimundinho pipocou. Não foi pro jogo e preferiu se esconder em um dos veículos.

                                Quando Ilzo foi comunicado da paúra, após o jogo, sequer se dirigiu ao vestiário. Ainda com o uniforme, localizou Raimundinho e desferiu-lhe um violento soco na parte superior dos lábios, deixando-o marcado por cicatriz.

TREINADOR

                               Ilzo estagiou como treinador em equipes juvenis e interinamente comandou o time principal da Ponte Preta em dérbi de 1974 no Estádio Brinco de Ouro, num empate sem gols, e com essa formação: Carlos; Marquinhos (Vulca), Oscar, Zé Luiz e Walter; Serelepe e Serginho; Brinda, Valtinho, Valdomiro (Zé Roberto) e Tuta.

                               No juvenil do Guarani, Ilzo teve o mérito de posicionar Careca como centroavante, visto que a posição originária do então atleta era ponta-de-lança. “Artilheiro tem que jogar mais perto do gol”, justificava na época.

                               Depois disso Ilzo trabalhou em equipes profissionais de pequeno e médio porte no interior paulista, sem que conseguisse se deslanchar como treinador. Hoje está aposentado em Campinas.

Em pé: Ilzo Neri, Jurandir, Bellini, Dias, Suly e Deleu    –     Agachados: Faustino, Cecílio Martinez, Benê, Pagão e Sabino
Noroeste de Bauru 1966   –   Em pé: Ilzo Nery, Aracito, Daniel, Virgílio, Lourival e Dário   –      Agachados: Paulinho, Araras, Tião Nego, Zé Carlos Coelho e Gualberto
Em pé: Tobias, Brito, Virgílio, Geraldo, Ilzo Nery, Cláudio e Lourival     –     Agachados: Varlei de Carvalho, Luiz Carlos, Zé Carlos Coelho, Romualdo e Gualberto
Em pé: Dário, Lourival, Virgílio, Navarro, Aracito e Ilzo Nery   =     Agachados: Daniel, Tião Nego, Araras, Zé Carlos Coelho e Gualberto
Noroeste de Bauru na década de 1960   –    Em pé: Lourival, Zague, Romualdo, Geraldo, Brito e Ilzon Nery      Agachados: Warlei, Almeida, Zé Carlos, Crisante e Totó
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