TATO: campeão paulista pela Inter de Limeira em 1986

                   Ederval Luiz Lourenço da Conceição nasceu dia 5 de outubro de 1964, na cidade de Santa Bárbara D´oeste, interior de São Paulo. Jogando pela direita ou pelo meio, o Tato, sempre foi um terror para os zagueiros adversários. Defendendo grandes clubes no Brasil e no exterior, ele deixou sua marca com gols que entraram para a história, como se tivesse vindo ao mundo do futebol com a missão de anotar tentos memoráveis.

                  Na edição de novembro de 1998, a Revista Placar, a maior revista esportiva do País, fez uma retrospectiva mostrando os artilheiros que fizeram o gol nº1 de cada campeonato Brasileiro, de 1971 ‘a 1998. E lá esta o Tato, com a vantagem de ser o único a realizar o feito por duas vezes. Em 1987, jogando pelo Palmeiras (Palmeiras 2×1 São Paulo). E o que dizer do inesquecível segundo gol da Inter de Limeira na grande final de 1986.

                 Além da beleza plástica do lance, revelando já aos 20 anos um jogador malicioso, rápido, habilidosos e oportunista. O gol assinalava a vitória da Inter e a conquista do primeiro título paulista para um clube do interior. Um feito que não irá mais se repetir, um fato inédito, com a marca do artilheiro Tato. Naquele ano, o craque foi a única unanimidade entre os jornalistas que escolheram a seleção do campeonato.

                Jogando pela Universidad De Guadalajara, Tato confirmou sua condição de goleador diferenciado, marcando o gol mais rápido daquele País e um dos mais rápidos do mundo, aos dez segundos de jogo, e nesta mesma partida Tato marcou mais 05 (cinco) gols ganhando grande destaque em toda mídia e se tornando um grande ídolo da torcida mexicana.

               Carrasco do Palmeiras em 1986 (na falha histórica de Denys e Martorelli), Tato pendurou as chuteiras no Itumbiara, ex-time do técnico Ailton Lira, craque santista nos anos 70. Hoje, morando em Limeira (SP), Tato é empresário no ramo de materiais esportivos e marketing.

               Tato começou a carreira na Internacional de Limeira (SP), clube no qual conquistou o título paulista de 86. Na final daquela competição, a Inter bateu o Palmeiras por 2 a 1, no estádio do Morumbi, e ele marcou o segundo gol do time do interior. Kita fez o primeiro da Inter.

               No segundo semestre de 1987, ele foi contratado pelo Palmeiras, mas no Palestra Itália não jogou o mesmo futebol dos tempos de Inter. O ponta-direita também atuou no Atlético Mineiro, Guarani, Osasuna (ESP), Udinese e Juventus (ITA), San Jose e Santa Clara (EUA) e encerrou sua carreira pelo São Paulo, em 2001.

Decepção no Verdão?

               Tato chegou ao Palmeiras com status de craque. O algoz do Verdão em 1986, não conseguiu emplacar em seu novo clube. Foram 57 partidas pelo alviverde entre 1987 e 1988 (22 vitórias, 18 empates e 17 derrotas) e marcou 11 gols. Não foi uma total decepção, mas ficou devendo.

CAMPEÃO PAULISTA DE 1986

               A história do título paulista de 1986 começou de fato no ano anterior. O elenco foi praticamente mantido aliado à contratação de outros jogadores como Kita, Juarez, Alves, Manguinha, Gilson Gênio, entre outros, além da presença de um bicampeão mundial tanto pelo clube tanto pela seleção: o técnico Pepe. Na primeira rodada, uma “sapecada” de 3×1 do Palmeiras, no Palestra Itália. Isso era prova de que o primeiro turno não seria dos melhores, mas, mesmo assim, ostentou a 6ª colocação, com 21 pontos. Quem já não botava fé, jamais imaginaria uma reviravolta com tamanho futebol entrosado, rápido, solidário e com toques refinados. E foi o que realmente aconteceu. Faltando apenas duas rodadas para terminar o segundo turno, a Internacional já havia assegurado o primeiro lugar assim como na classificação geral (turno e returno).

              Nas semis-finais, enfrentou o Santos e, venceu a primeira partida em plena Vila Belmiro por 2×0 e também a segunda partida no Limeirão por 2×1. Classificado para a final, a equipe limeirense enfrentou o Palmeiras, há 10 anos sem ganhar um título sequer e, ainda com os dois jogos no Morumbi. O primeiro jogo foi no dia 31 de agosto e o placar foi de 0x0, com um público de 104.136 pagantes. O segundo e decisivo confronto, também no Morumbi, aos olhos de 64.564 pagantes e mais os milhares de credenciados, a Internacional venceu o Palmeiras por 2×1, com gols de Kita e Tato, em uma partida eletrizante e emocionante até os últimos minutos, quando o árbitro da partida Dulcídio Vanderley Boschilla decretou o fim da partida. O esquadrão mais famoso da história do futebol do interior paulista foi: Silas; João Luís, Juarez, Bolívar e Pécos; Manguinha, Gilberto Costa e João Batista;Tato, Kita e Lê. Ainda participaram da partida os jogadores Alves e Carlos Silva. Todos sob comando do técnico Pepe e presidência de Victório Marchesini.

             Para sacramentar a conquista inédita, a Internacional ainda arrebatou a artilharia do campeonato com o centroavante Kita (24 gols), além de conquistar merecidamente um dos troféus mais cobiçado do futebol paulista: a Taça dos Invictos, promovido pelo então jornal “Gazeta Esportiva”, ao ficar 17 partidas invictas, que antes estava em poder do Santos, com 15 partidas.

             A campanha foi indiscutível. Em 42 jogos, foram 21 vitórias, 14 empates e 7 derrotas. Foram anotados 59 gols e sofridos 33 gols. Para comprovar com dados, a seleção da imprensa, publicado no jornal Folha de São Paulo tinha sete jogadores da equipe limeirense: Silas, Juarez, João Luis, Gilberto Costa, João Batista, Tato e Kita, os “intrusos” foram: zagueiro Vágner, do Palmeiras, lateral Nelsinho, do São Paulo, meia Pita, também do São Paulo e, atacante Mauro, da Ponte Preta. Por essa razão, a Internacional foi considerada a “Dinamarca Caipira” em alusão à seleção européia destaque da Copa do Mundo de 1986.

            A Internacional teve um dos ataques mais positivos do Campeonato Paulista de 1986 com 59 gols em 42 jogos, média de 1,40 gols por partida. Foram 25 no primeiro tempo e 34 na etapa complementar e desse total, 49 foram marcados com os pés, 8 de cabeça e 2 de pênalti. Kita desperdiçou duas penalidades máximas em todo campeonato. O artilheiro não só do Leão como do Paulistão foi o próprio gaúcho Kita, com 24 gols. Atrás dele ficaram Tato (7), João Luís (6), Gilberto Costa (6), João Batista (5), Carlos Silva (3), Bolívar (2), Juarez (1), Gilcimar (1), Lê (1), Gilson (1), além de dois gols contra, ambos do XV de Piracicaba.

Em pé: Silas, João Luiz, Bolivar, Juarez, Manguinha, Pecos e Kita    –   Agachados: Tato, Gilberto Costa, João Batista e Gilson Gênio
Em pé: Silas, Pecos, Juarez, João Luiz, Manguinha, Bolívar e o técnico Pepe   –    Agachados: Tato, Kita, Gilberto Costa, João Batista e Gilson Gênio
Em pé: Zetti, Gérson Caçapa, Nenê, Marcio, Zanata e Denys    –   Agachados: Tato, Sílvio, Gaúcho, Edu Manga e Mauro
1987  –  Em pé: Zetti, Heraldo, Zanata, Márcio, Denys e Lino   –    Agachados: Edu Manga, Gérson Caçapa, Gaúcho, Tato e Ditinho Souza
1987 – Em pé: Zetti, Toninho, Diogo, Célio, Márcio e Gérson Caçapa    –    Agachados: Tato, Edu Manga, Rodinaldo, Adalberto e Mauro
Em pé: Lino, Nenê, Márcio Alcântara, Zetti, Jairo e Denys    –    Agachados: Tato, Gérson Caçapa, Célio, Edu Manga e Marquinho
Em pé: Silas, Pecos, Juarez, Manguinha, Bolivar e João Luis    –   Agachados: Tato, Gilberto Costa, Kita, João Batista e Gilson Gênio
Em pé: Silas, João Batista, João Luis, Manguinha, Pécos e Alves    –    Agachados: Tato, Eduardo, Paulo César, Carlos Silva e Bolivar
Em pé: Silas, Bolivar, Pecos, João Luis, Manguinha e Juarez    –   Agachados: Tato, Gilberto Costa, Lê, Kita e João Batista
Em pé: Moacir, Juarez, Manguinha, Pécos, João Luis e Bolivar     –   Agachados: Kita, Tato, João Batista, Lê e Carlos Silva

 

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