JAIR PICERNI: foi um bom jogador e um bom treinador

                     Jair Picerni nasceu dia 20 de outubro de 1944 em São Paulo. Ex-lateral-direito e técnico conhecido pelo grande público, Jair Picerni sabe como poucos a forma de dirigir uma equipe de futebol. Como jogador, foi lateral-direito da Ponte Preta tendo como melhor resultado o vice-campeonato no Campeonato Paulista de 1977. Como técnico, já dirigiu vários clubes do futebol brasileiro e do exterior. Venceu o Campeonato Brasileiro de 1987 pelo Sport Recife.

                    Foi campeão da Série A2 do Campeonato Paulista, em 2000, pelo São Caetano, além de ter sido por duas vezes vice-campeão brasileiro em (2000 e 2001) e vice-campeão da Taça Libertadores da América em 2002, pela mesma agremiação.

PALMEIRAS

                     Jair fala sobre sua passagem pelo Palmeiras; “Foi um sufoco pra não cair, situação muito difícil. O grupo de 2006 tinha muitos machucados. Mas a dificuldade maior foi em 2002, quando caiu. Chegamos a tomar de sete do Vitória no Parque Antarctica e tudo virou de ponta cabeça. Mas subi alguns jovens jogadores, como Vágner Love, Edmilson, e mudamos a situação. Esse ano foi muito legal mesmo. O Palmeiras vinha de grandes de time da Parmalat, mas na minha vez veio queijo com goiabada. Isso é expressão usada pra sobremesa, que falávamos pros jogadores. Mas aquela Série B foi um barato. É só ver a média de público do Palmeiras, em jogos no sábado 22h. Deu uma audiência danada. A molecada deixou de dormir para ver o Palmeiras. Os palestrinos ficaram só na pizza com vinho para ver o time. O time do Palmeiras de 2002 foi até hoje o pior time que o alviverde já teve em toda sua história. Mas com a aposta em um time moldado por jogadores desconhecidos e da base do clube, levei a equipe ao título da competição, trazendo a equipe paulista de volta para a elite do futebol brasileiro”.

                    Desde sua segunda saída do Palmeiras, passou por Sertãozinho, São Caetano, Guarani, Red Bull, Santo André e União São João.

SELEÇÃO BRASILEIRA

                    Como técnico da Seleção Brasileira, Jair Picerni conquistou a medalha de prata dos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984. Com uma base do Internacional (RS), o time brasileiro chegou até a grande final do torneio, sendo derrotado pela França por 2 a 0. A partir de então recebeu convites para treinar diversos clubes do Brasil.

OUTROS CLUBES

                    Foi técnico do Red Bull Brasil onde conquistou o Campeonato Paulista Segunda Divisão, mas acabou sendo dispensado no fim de 2009. Em 2010, dirigiu o Santo André, mas acabou saindo no final do mesmo ano. Trabalhou também no União São João Esporte Clube, em 2012.

                   Em 1985, foi treinador do Clube Atlético Paranaense por apenas 1 dia. Após apresentado, no outro dia recebeu um convite para treinar a Associação Atlética Ponte Preta, sendo apresentado no mesmo dia no clube campineiro.

                   Jair comenta sobre as diferenças do futebol de sua época com o que é jogado nos dias de hoje; “Foi uma mudança radical, principalmente na parte física. Melhorou a física e quando eu jogava o foco era na técnica. A bola corria muito mais que o atleta. Hoje tem jogador que corre 15 km por jogo, coisa que eu acredito que nunca fiz enquanto jogava. Atualmente poucos trabalham a bola e sim correm com ela.

                  De muitos atletas, você tira um Neymar que já pegou o caminho, sabe como se posicionar para chegar no gol. Como eu disse, hoje se corre muito, o desgaste é maior, o que demanda uma recuperação maior. Quando eu jogava era tudo mais na técnica. Acho que ter um bom condicionamento é importante, mas tem que ter uma alta técnica, até porque o futebol tem que ser bem jogado. É importante ter um equilíbrio. Esse equilíbrio você vê em um Neymar ou em um Leandro Damião, que pensam o futebol, fazem dele diferente. Isso é bom, uma marca registrada do futebol brasileiro, até porque pensar rápido e ser criativo são os brasileiros e argentinos que melhor fazem. O problema é que hoje são poucos que fazem. Tem que aparecer mais gente além de um Neymar e Messi, que são os mais falados atualmente.

                  Jair diz;  “Faz falta ao futebol com seu estilo ofensivo. Lamenta que poderia ter um destaque ainda maior caso não batesse na trave em algumas decisões, como a derrota para a França na disputa da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 1984 e na derrota por pênaltis do São Caetano contra o Olímpia, do Paraguai, na final da Libertadores de 2002.

                  Pode ser que tenha extrapolado na ofensividade em alguns jogos. Sempre arrisquei. Nunca fui de defender 1 a 0. Pro pessoal de hoje aí do meio, ganhar de 1 a 0 é bom e tem que manter. Eu não. Me formei assim. Quero fazer dois, três. Já aconteceu de tomar uma invertida. Os clubes que passei, na maioria, foi um espetáculo no número de vitórias.
Se tivesse acontecido de ganhar esses títulos, minha vida seria um livro. Medalha de ouro, chance de vencer o Real Madrid numa final de Mundial. Hoje o futebol está mais correria do que outra cosia. E a bola, coitada, sofre. Eu tenho mentalidade diferente. Com mentalidade de atacar, você se abre e permite a outra equipe tentar o ataque. Sempre foi minha filosofia”.

                  Jair Picerni fala da sua situação atual; “Se colocarem o meu nome para uma análise, acho fato normal. Pesa um pouquinho não estar trabalhando há alguns meses. Assim, de assumir com responsabilidade, vou lá e vou com qualidade, com projeto. Vou mostrar e perguntar se pode ser aceito o meu projeto. Com um projeto legal com essa finalidade de sair dessa situação. Não fico abaixo de nada. Vou bem com um Fusca, com uma Ferrari e com uma Mercedes.
Não perdi minha qualidade. Sou um cara que tive chance de ir para a seleção, para a Espanha. Quando você acompanha o dia a dia do futebol, você sabe os caminhos. Sei o peso de uma grande equipe”.

                   Hoje, acompanhado as notícias do futebol de sua casa, em Vinhedos, interior de São Paulo, Jair Picerni se lembra dos bons momentos sob o comando de grandes equipes. Do sofá de sua residência, num condomínio “no meio do mato”, como diz o treinador, vê os ‘garotos’ que foram seus comandados, ou que enfrentou quando comandava alguns times no começo de sua carreira, surgindo como promessas na profissão que o consagrou. Casado com dona Fernanda, Jair tem quatro filhos e três netos.

Em pé: Carlos, Toninho, Oscar, Vicente, Polozzi, Vanderlei Paiva, Rafael, Jair Picerni, Odirlei e o técnico Zé Duarte (o último)   –    Agachados: Luiz Carlos, Marco Aurélio, Lúcio, De Rosis, Dada Maravilha, Dica e Tuta
Em pé: Maurício, Pascoalim, Luizão, Poli, Jair Picerni e Maranhão   –    Agachados: Tonho, Santa Cruz, Zé Augusto, Valdemar e Taduche
1976   –   Em pé Oscar, Polozi, Moacir, Pedro Omar, Jair Picerni e Odirlei  –   Agachados: Lúcio, De Rosis, Parraga, Marco Aurélio e Tuta
1973   –   Em pé: Tobias, Moacir, Jair Picerni, Amaral, Flamarion e Ricardo Coscarão    –    Agachados: Barnabé, Amauri, Washington, Zé Ito  e Jáder
Paulista de Jundiai   –    Em pé: Miranda, Aldair, Roberto Corsino, Geninho, Jair Picerni e Marcos   –    Agachados: Toninho, Walter Conceição, Juraci, Benê e Bosco
9-10-1977 – dia em que o Morumbi recebeu o maior público de sua história: 146.062 torcedores acompanharam a vitória da Macaca sobre o Corinthians por 2 a 1    –    Em pé: Odirlei, Jair Picerni, Vanderlei, Oscar, Carlos e Polozzi   –    Agachados: Lúcio, Marco Aurélio, Rui Rey, Dicá e Tuta
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