TEODORO: campeão brasileiro pelo São Paulo F.C. em 1977

                Teodoro Matos Santana nasceu dia 22 de outubro de 1946, na cidade de Santos – SP. Atuou em vários clubes, mas onde ele deixou sua marca e que até hoje os torcedores lembram, foi na Ponte Preta e no São Paulo, onde participou de quase trezentas partidas e conquistando o título de campeão brasileiro em 1977. Começou na Ferroviária de Araraquara, depois foi para Campinas jogar na Ponte Preta e devido as suas belíssimas apresentações, o São Paulo começou a namora-lo, até que em 1971 chegou ao Morumbi, onde permaneceu até 1980. Em 1981 jogou no Santos F.C., mas no ano seguinte retornou ao Tricolor. Após aposentar-se, abriu um escolinha de futebol em Dallas, nos Estados Unidos. Devido a problemas de saúde retornou ao Brasil, onde viveu por duas semanas, até que chegou o dia 12 de junho de 2013, quando ele faleceu em decorrência de um câncer nas vias biliares, na Santa Casa, da cidade de São Paulo, onde foi tratado pelo Dr. Marco Aurélio Cunha, que tantos anos trabalhou com Teodoro no São Paulo F.C.

INICIO DE CARREIRA

               Começou sua carreira aos dezenove anos de idade vestindo a camisa do São José E.C. No time da Águia do Vale, começou jogando como zagueiro, posteriormente acabou encontrando seu lugar ideal quando foi deslocado para jogar na posição de volante. No final da temporada de 1967 seu passe foi negociado com a Ferroviária de Araraquara, permanecendo no clube até meados de 1969. Em seguida, surgiu o interesse da Ponte Preta, que lutava para voltar aos seus dias de glória.

PONTE PRETA

               Já no ano que chegou ao Moisés Lucareli, Teodoro viveu seus primeiros momentos de glória integrando a inesquecível equipe que conquistou o acesso em 1969, a Taça dos Invictos e o vice-campeonato paulista de 1970. A equipe era formada por; Wilson, Nelsinho Batista, Samuel, Henrique e Santos; Teodoro, Roberto Pinto e Dicá; Alan, Manfrini e Adilson. Esta foi a equipe que enfrentou o Corinthians no dia 27 de junho de 1970, pelo Campeonato Paulista. O jogo foi no Parque São Jorge e terminou empatada em 1 a 1, gol de Manfrini para a Macaca e Lima para o Corinthians. Neste ano a Ponte terminou o campeonato em segundo lugar, perdendo apenas para o São Paulo, que conquistava seu título paulista depois de 13 anos de jejum.

               A Ponte Preta, que ficara apenas em 5º na primeira fase, surpreendentemente foi a sensação da competição. Recém subida da Segunda Divisão, o clube segurou um empate com o Corinthians na Capital, derrotou o tri-campeão Santos de Pelé na Vila, empatou com o São Paulo, derrotou o arqui-rival Guarani, venceu a Portuguesa e segurou outro empate contra o Palmeiras, ambos os jogos na Capital. Ficou invicta no 1º turno inteiro e só foi perder para o Santos já na 3ª rodada do returno. Depois disso seu rendimento caiu demais, ficando os próximos cinco jogos sem vencer.

SÃO PAULO F.C.

               Em meados de agosto de 1971, o diretor Manuel Poço deixou sua mesa no Morumbi e partiu em direção a cidade de Campinas para acertar as formalidades finais da contratação (inicialmente por empréstimo) de três grandes valores junto a Ponte Preta: Teodoro, o zagueiro Samuel e o lateral Nelsinho. Quando Teodoro deixou o estádio Moisés Lucarelli, o técnico Cilinho disse um sonoro “Boa Sorte”. Afinal, naquela cesta de três jogadores, Teodoro é quem teria mais dificuldade para encontrar lugar em um time que já contava com Edson Cegonha, Gerson e Pedro Rocha. Quando Pedro Rocha ficou doente e Gerson se machucou, Teodoro foi escalado para fazer sua estreia em 26 de setembro contra o Cruzeiro no Morumbi.

               Teodoro chegou no São Paulo para ser reserva. Aí entrou no time, o que não parecia bom negócio, pois o São Paulo colecionava derrotas. Mas, com ele, o time começou a vencer. “Teodoro é o homem certo para minha equipe” foram as palavras do técnico Poy, assim que começou a trabalhar com Teodoro. Já no primeiro ano de clube, ajudou a equipe a conquistar o título paulista. Ainda não era o titular absoluto, pois o dono da camisa 5 era Edson, que já estava de saída do clube, tanto é, que a diretoria pensando nisto, tratou de providenciar outro volante a altura da equipe que estava voltando a conquistar títulos. Mas uma contusão, em 1972, atrapalhou um pouco sua carreira. Mesmo assim, ficou no São Paulo por vários anos (excetuando quando esteve emprestado ao Santos, em 1975) e foi titular durante a maioria dos jogos do time na campanha que culminou com o título brasileiro, em 1977. Também fez parte dos elencos que conquistaram os Campeonatos Paulistas de 1980 e 1981.

               Eficiente na marcação e na saída de bola, Teodoro era um volante de futebol aplicado e muito disciplinado taticamente. Ao longo de sua carreira, raramente esteve no departamento médico em razão de contusões. Uma das pouquíssimas ocorrências médicas em seu prontuário foi séria o suficiente para retirá-lo dos gramados por um bom tempo. A fratura no perônio aconteceu em um choque casual com Humberto Ramos do Atlético Mineiro. Depois de intermináveis meses de tratamento, após recuperar-se da fratura, Teodoro teve uma breve passagem por empréstimo junto ao Santos F.C em 1975, retornando ao Morumbi somente no final de 1976.

               A equipe santista de 1975 era assim formada; Joel Mendes, Carlos Alberto Torres, Oberdan, Bianchi e Wilson Campos; Teodoro e Miflin; Mazinho, Totonho, Cláudio Adão e Edu. Neste ano o Peixe ficou em sétimo lugar, mas Teodoro não ficou muito triste, pois o campeão daquele ano foi o São Paulo, a quem sem passe ainda pertencia e para onde ele retornava no ano seguinte. Chegava o ano de 1977 e o Tricolor conquistava seu primeiro título brasileiro. Dia 5 de Março de 1978, dia de decisão entre São Paulo e Atlético Mineiro. Tempo quente em Belo Horizonte, apesar da chuva que caía desde as primeiras horas. Noventa minutos de jogo e o placar continuava em branco. Veio então a prorrogação, mas nada mudou no placar.

               Então chega o último recurso, a decisão nos pênaltis. Getúlio não queria bater porque o João Leite estava cansado de o conhecer e sabia como ele batia. Porem, o Minelli falou que ele iria ser o primeiro a bater. Bateu e não deu outra, o João Leite pegou. Mas no gol do Tricolor lá estava Waldir Perez e como sempre começou a irritar os batedores do Atlético. E sua catimba deu certo, pois Toninho Cerezo, Joãozinho Paulista e Márcio desperdiçam suas cobranças e o Tricolor sagrou-se Campeão Brasileiro de 1977. Neste dia o São Paulo jogou com; Waldir Perez, Getúlio, Tecão, Antenor e Bezerra; Chicão, Teodoro e Dario Pereira; Viana, Mirandinha e Zé Sérgio.

              Pelo São Paulo Teodoro participou ao todo de 295 partidas (124 vitórias, 100 empates, 71 derrotas) e marcou 12 gols. Em 1979, depois de quase uma década de serviços prestados ao São Paulo, Teodoro foi para os Estados Unidos defender o Dallas Tornado por uma única temporada. Em 1980 voltou ao Brasil para jogar novamente pelo São Paulo e na temporada seguinte retornou ao Dallas Tornado, onde permaneceu até o início de 1982. Após pendurar as chuteiras, o volante voltou a residir nos Estados Unidos, onde fundou uma escolinha de futebol e foi cantor de um grupo de pagode.

               Suas últimas duas semanas de vida foram no Brasil, ao lado da família, em razão de um tratamento a que era submetido na Santa Casa de São Paulo, pelo médico Marco Aurélio Cunha. Teodoro faleceu em decorrência de um câncer no pâncreas no dia 12 de junho de 2013. Teodoro, volante campeão brasileiro pelo São Paulo em 1977, faleceu na manhã desta quarta-feira. Ele lutava contra um câncer no pâncreas e estava internado na Santa Casa Central de São Paulo. O ex-jogador tinha 66 anos. O São Paulo Futebol Clube emitiu uma nota oficial lamentando a morte de seu ex-atleta e se solidarizando com amigos e familiares. O corpo de Teodoro foi velado no Crematório da Vila Alpina, em São Paulo, e foi cremado no mesmo local.

               Teodoro Matos Santana, o Teodoro de Ponte Preta e São Paulo, era eficiente na marcação e na saída de bola, era um volante que pouco se contundia (uma das pouquíssimas contusões que teve foi uma fratura de perna). Ficou quase uma década no clube do Morumbi, onde teve como companheiros de equipes os uruguaios Pedro Rocha e Dario Pereira, Roberto Dias, Serginho Chulapa, Terto, Paraná, Gérson, Mirandinha, Waldir Peres, entre outros. Conquistou os campeonatos paulistas de 1971, 75 e 80, e o Brasileirão de 1977. Morou em  Dallas nos Estados Unidos de 1999 a 2013. No Texas, ex-jogador fundou uma escolinha de futebol e foi também cantor de pagode nas noites em Dallas.

               Seu estilo clássico e elegante atraiu a atenção de muitos clubes, sendo afinal contratado pelo São Paulo em 1971. Nessa época sofreu o grande trauma de sua vida, quando fraturou o perônio num choque com Humberto Ramos do Atlético Mineiro. Conseguiu afinal recuperar-se e foi emprestado ao Santos por uma temporada de dois anos, retornando depois ao Tricolor. Teodoro sempre gostou de cinema, música e admirava muito o trabalho do ator Lima Duarte, do cantor e compositor Chico Buarque de Holanda e do ator americano Charles Bronson. Seu prato preferido era a feijoada. Este era Teodoro, um homem simples e dedicado. Foi um jogador que só deixou amigos por onde passou, por isso, sua morte foi muito sentida, principalmente por aqueles que tiveram o prazer de conviver com ele. Por isso, nossa humilde homenagem e o nosso pedido, para que Deus lhe dê o descanso eterno.

Em pé: Antenor, Tecão, Getúlio, Chicão, Bezerra e Waldir Peres   –   Agachados: Vianna, Teodoro, Mirandinha, Dario Pereira e Zé Sérgio
Em pé: Carlos Alberto Torres, Oberdan, Bianchi, Teodoro, Joel Mendes e Wilson Campos   –    Agachados: Mazinho, Mifflin, Totonho, Cláudio Adão e Edu
Seleção Brasileira de Masters   –   Em pé: Teodoro, Toninho Baiano, Djalma Dias, Jaime de Almeida, Marco Antônio, Ado e Luciano do Valle   –    Agachados: Gil, Paulo César Carpeggiani, Lola, Dicá, Edu
Em pé: Baiano, Leão, Alemão, Teodoro, Flávio e Ajato     –    Agachados: Lance, Zé Luís, Norival, Golê e Elizeu
Em pé: Getúlio, Toinho, Antenor, Tecão, Chicão e Bezerra   –    Agachados: Zequinha, Neca, Serginho, Teodoro e Zé Sérgio
Em pé: Waldir Peres, Airton, Getúlio, Chicão, Marião e Bezerra     –    Agachados: Edu, Teodoro, Serginho Chulapa, Dario Pereira e Zé Sérgio
Em pé: Teodoro, Wilson, Samuel, Dagoberto, Nelsinho Baptista e Santos    –     Agachados: Ditinho, Dicá, Manfrini, Roberto Pinto e Adílson
Em pé: Gilberto, Sérgio, Samuel, Teodoro, Arlindo e Forlan    –     Agachados: Ratinho, Terto, Zé Carlos, Pedro Rocha e Piau
Em pé: Jurandir, Sérgio, Arlindo, Gilberto, Edson  e Forlan      –     Agachados : Terto, Teodoro, Toninho Guerreiro, Gérson e Toninho II

 

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