FÁBIO: primeiro goleiro a defender um pênalti no Mineirão

                          Fábio Arlindo Medeiros nascu dia 11 de novembro de 1939, na cidade de Porciúncula (RJ). Embora carioca, o goleiro Fábio edificou a sua trajetória esportiva nos cenários mineiro e paulista. Assim como o afamado ponta-direita Friaça,

                           Desiludido com a falta de perspectiva nos grandes clubes da Cidade Maravilhosa, o jovem decidiu mudar de “mala e cuia” para a capital mineira. Na bagagem, o sonho de estabelecer um novo projeto de vida!

                           Todavia, o danado do futebol apareceu novamente no caminho! Em meados de 1959, o mocinho de Porciúncula foi encaminhado para treinar no Clube Atlético Mineiro. O desempenho foi acima do esperado, o que representou uma proposta para permanecer nas fileiras do “Galo”.

                            Em um período dominado pelo Cruzeiro no tricampeonato de 1959, 1960 1961, Fábio continuou batalhando como suplente do titular Marcial, principalmente na campanha do título mineiro de 1962.

                            Sem acordo para renovar o vínculo com o Atlético, o goleiro logo acertou uma discutida transferência para o Cruzeiro. Contudo, algum tempo depois, Fábio sofreu novamente para renovar contrato e ficou ausente do time estrelado por quatro longos meses.

                             Na contrapartida, Fábio viveu uma jornada especialmente marcante no dia 5 de setembro de 1965, quando participou do jogo inaugural do Estádio Governador Magalhães Pinto, o popular “Mineirão”. O amistoso entre o selecionado mineiro e o River Plate da Argentina foi dirigido pelo árbitro Antônio Viug, com o auxílio dos colegas Joaquim Gonçalves (MG) e Luís Pereira Filho (MG).

                             Orientados pelo treinador Gerson dos Santos, os mineiros entraram em campo com Fábio; Canindé, Grapete, Bueno e Décio Teixeira; Buglê e Dirceu Lopes; Wilson Almeida; Silvestre, Tostão e Tião. O técnico Jose Curti mandou o valente River Plate ao gramado do Mineirão com Gatti; Sainz, Ramos Delgado, Grispo e Matosas; Capp e Sarnari; Cubilla, Artime, Delém e Más.

                              Ao defender uma penalidade cobrada por Sarnari, ainda na primeira etapa, Fábio entrou para os livros de história junto com o meio-campista Buglê, o autor do gol da memorável vitória do quadro mineiro por 1×0. Com o momento de instabilidade de Fábio no Cruzeiro, os representantes do São Paulo Futebol Clube prontamente iniciaram os entendimentos para contar com o goleiro no Morumbi.

SÃO PAULO F.C.

                              Fábio foi apresentado no tricolor paulista como parte da mesma negociação que disponibilizou o paranaense Raul Guilherme Plassmann ao Cruzeiro. Abaixo, uma das participações de Fábio no Torneio Rio-São Paulo de 1966:

12 de março de 1966 – Torneio Rio-São Paulo – Turno Único – São Paulo 1×0 Bangu – Estádio do Pacaembu (SP) – Árbitro: Cláudio Magalhães – Gol: Fefeu.

São Paulo: Fábio; Celso, Jurandir, Bellini e Renato; Dias e Fefeu; Paraná, Babá, Prado (Benê) e Valdir (Faustino). Técnico: Aymoré Moreira. Bangu: Ubirajara; Fidélis, Mário Tito, Luís Alberto e Ari Clemente; Jaime e Roberto Pinto; Paulo Borges, Cabralzinho (Araras), Sabará e Zé Carlos (Canhoto). Técnico: Zizinho. 

                               No tricolor paulista, Fábio disputou boas temporadas e foi lembrado para servir o escrete canarinho no período de preparação para o mundial de 1966. Fábio disputou 43 partidas pelo São Paulo entre 1966 e 1967. Ao todo foram 17 vitórias, 14 empates e 12 derrotas.

                                Depois de passar rapidamente pelo Sport Club do Recife (PE), o “guarda-metas” voltou ao futebol mineiro em 1968, para encerrar a sua caminhada no Atlético Mineiro.  Algumas fontes apontam ainda uma passagem pelo Vasco (RJ). Depois do futebol Fábio estava aposentado e trabalhava como empresário de turismo, principalmente na região de Poços de Caldas (MG). 

                                 Fábio Arlindo Medeiros faleceu no dia 6 de setembro de 2020, em Belo Horizonte (MG). Com 80 anos, o ex-atleta lutava contra um câncer de intestino há mais de um ano, sofreu metástase e não resistiu. Fábio Arlindo Medeiros estava internado em um hospital particular de Belo Horizonte. No dia seguinte, o corpo foi cremado. Fábio deixou dois filhos.

                                  O goleiro é conhecido por ter defendido o primeiro pênalti do Mineirão. Em 1965, na inauguração do Mineirão, atuando pela seleção mineira, Fábio defendeu um pênalti contra o River Plate, da Argentina.

Em pé: Osvaldo Cunha, Tenente, Bellini, Carlos Alberto Rodrigues, Fábio e Nenê   –     Agachados: Paraná, Prado, Babá, Fefeu e Adibe
1966 – Em pé: Murilo, Fábio, Djalma Dias, Édson Cegonha, Sebastião Leônidas e Dudu   –     Agachados: O massagista Pai Santana, Jairzinho, Célio, Tostão, Lima e Ivair
Em pé: Oswaldo Cunha, Nenê, Bellini, Adevaldo, Tenente e Fábio    –    Agachados: Ferreti, Prado, Babá, Benê e Fefeu
Em pé: Renato, Tenente, Roberto Dias, Fábio, Lourival e Jurandir        Agachados: Walter, Nelsinho, Babá, Fefeu e Paraná
Em pé: Humberto Monteiro, Vanderlei Paiva, Djalma Dias, Vander, Oldair e Fábio   –    Agachados: Vaguinho, Ronaldo, Silvio Major, Neguito e Tião
Em pé: Oswaldo Cunha, Penachio, Fábio, Carlos Alberto Rodrigues, Adevaldo e Tenente. AGACHADOS: Laúca, Prado, Babá, Nenê e Adiber

 

Postado em F

Deixe uma resposta