PÉ DE VALSA: campeão paulista pelo São Paulo F.C. em 1953

                         Antônio Machado de Oliveira nasceu na cidade do Rio de janeiro (RJ), em 1° de dezembro de 1924. No meio futebolístico ficou conhecido como Pé de Valsa. O bailarino, o dançarino, o driblador; um jogador forjado para fazer sucesso vestindo camisas tricolores ao longo de sua marcante carreira.

                         Pé de Valsa jogava no time amador do Unidos da Coroa, em Ramos, antes de chegar ao Bonsucesso Futebol Clube no início da década de 1940. Conhecido inicialmente como Oliveira, os companheiros o apelidaram de “Pé de Valsa” em razão de sua grande habilidade. Para alguns, no entanto, pelo costume de segurar demais a bola, Oliveira era também chamado de “Fominha”.

                         Pé de Valsa permaneceu por pouco tempo no quadro de Aspirantes do Bonsucesso e logo foi aproveitado no elenco principal. Em sua primeira partida no Maracanã, Pé de Valsa precisou ser acalmado pelos companheiros em razão da forte tremedeira que tomou conta de suas pernas no vestiário. Ficou mal, bateu castanholas com seus joelhos de tanto tremer.

                         O primeiro compromisso profissional foi assinado em 1943, quando disputou o Campeonato Carioca na posição de médio-volante, sendo também utilizado em algumas oportunidades como zagueiro. Com passadas rápidas facilitadas pela esbelta composição física, Pé de Valsa era dotado de um grande talento para driblar os adversários, o que nunca foi muito comum em se tratando de jogadores de defesa.

                          Continuou no Bonsucesso até o final da temporada de 1944, para em seguida ser negociado com o Fluminense Football Club nos primeiros meses de 1945. Logo em sua segunda temporada no time das Laranjeiras, Pé de Valsa foi campeão carioca de 1946, o que representou uma das maiores emoções de sua vida.

                          Na defesa do Fluminense, Pé de Valsa jogou ao lado de Gualter, Édson, Jaiminho, Haroldo, Mirim, Robertinho, Castilho, Hélvio Piteira, Vicentini e o lateral esquerdo Bigode. Com o calção sempre levantado acima do umbigo, o que destacava o tamanho considerável de suas pernas, Pé de Valsa apresentava grande mobilidade no gramado.

                          Parecia valer por dois, tal era sua constante presença, tanto na marcação como na facilidade para distribuir o jogo. Seus triunfos pelo Fluminense registram ainda a conquista do Torneio Municipal do Rio de Janeiro em 1948, o vice-campeonato carioca de 1949 e o título de campeão carioca de 1951.

                          Contratado pelo São Paulo Futebol Clube no princípio do mês de outubro de 1951, Pé de Valsa se deu bem no futebol paulista, apesar das dificuldades iniciais em sua adaptação. Orientado sobre o risco de dribles desnecessários, Pé de Valsa não foi sacado do time, entretanto foi multado em seus vencimentos, pois a sua mania em driblar irritou o então treinador, Bella Guttmann que o multou no seu salário em cada finta indesejada pelo treinador húngaro.

                           Formando um sistema defensivo de qualidade ao lado de companheiros como Poy, De Sordi, Turcão, Mauro Ramos de Oliveira e Alfredo Ramos, Pé de Valsa disputou uma ótima temporada em 1953. Campeão paulista de 1953, Pé de Valsa esteve presente na maioria dos 28 compromissos disputados.

                           Além da conquista do Campeonato Paulista, o São Paulo venceu o Flamengo e faturou a Taça dos Campeões Estaduais, uma competição disputada entre o Campeão Paulista e o campeão carioca. Pé de Valsa permaneceu no time do Morumbi até o mês de junho do ano de 1956, quando foi transferido para o Paulista Futebol Clube da cidade de Jundiaí (SP), onde também encerrou a carreira. Jogando pelo São Paulo, o bailarino Pé de Valsa disputou ao todo 230 partidas com 10 gols marcados. Não foram encontrados registros sobre sua trajetória depois do futebol.

Em pé: Alfredo Ramos, De Sordi, Pé de Valsa, Poy, Vitor, Mauro Ramos de Oliveira e o mordomo Serrone     –      Agachados: Teixeirinha, Dino Sani, Zezinho, Albella e Canhoteiro
Fluminense em 1948: Em pé: Hélvio, Índio Mirim, Pé de Valsa, Castilho e Bigode    –    Agachados: 109, Maneco, Simões, Orlando e Rodrigues
Em pé: Alfredo Ramos, Turcão, Pé de Valsa, Poy, Bauer, Mauro Ramos de Oliveira e um integrante da comissão técnica    –     Agachados: Alcindo, Bibe, Durval, Teixeirinha e Maurinho
1946 – Em pé: Gualter, Haroldo, Pé de Valsa, Robertinho, Vicentini e Bigode     –    Agachados: Pedro Amorim, Simões, Orlando, Ademir Menezes e Rodrigues
1953 – Em pé: Alfredo, De Sordi, Pé de Valsa, Poy, Mauro Ramos de Oliveira, Bauer e o massagista Serrone    –      Agachados: Maurinho, Marucci, Albella, Nenê e Teixeirinha
1953 – Em pé: Alfredo, De Sordi, Pé de Valsa, Poy, Mauro e Bauer    –    Agachados: Maurinho, Albella, Gino, Negri e Teixeirinha
1955. Em pé: Alfredo Ramos, De Sordi, Poy, Pé de Valsa, Mauro, Bauer e o mordomo Serrone      –     Agachados: Maurinho, Albella, Gino, Negri e Teixeirinha
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