ORLANDO PINGO DE OURO: brilhou no Fluminense nos anos 40 e 50

                          Orlando Azevedo Vianna nasceu dia 4 de dezembro de 1923, na cidade de Recife (PE). Apelidado de “Pingo de Ouro” por causa da baixa estatura, de cerca de 1,65m, e do instinto de goleador Orlando começou sua carreira jogando pelo Clube Náutico Capibaribe em 1941 e foi campeão estadual em 1945.

                          Os homens da “Terra do Frevo” desembarcaram trazendo sua maior estrela, o ponta de lança do Clube Náutico Capibaribe, Orlando Azevedo Viana, que posteriormente ficou conhecido como “Orlando Pingo de Ouro”.

                          Ao contrário de outros atacantes, que conquistam seu espaço pela altura ou ainda pela forte composição física, Orlando não foi um homem beneficiado pela natureza. Em compensação, o baixinho Orlando tinha malícia, sutileza e inteligência para se livrar da marcação e aparecer sempre no lugar certo para fazer seus gols.

                         Com tais atributos, Orlando ganhou o apelido de “Pingo de Ouro”, que o acompanhou durante toda sua carreira nos clubes em que defendeu, especialmente no Fluminense, onde teve uma passagem marcante e vencedora. 

                         E foi no ano de 1945 que os diretores do Fluminense foram decididos até Recife. Queriam contratar o emergente goleador que fazia muito sucesso jogando pelo time dos Aflitos. Com isso, esperavam definitivamente resolver os constantes apelos da torcida em relação ao ataque do tricolor, já que o último título do Fluminense tinha sido conquistado em 1941.

                         Orlando chegou confiante ao Rio, mas naquele ano de 1945 o Vasco impediu o tetracampeonato do Flamengo e ficou com o título, enquanto que o Fluminense, novamente, não realizou uma boa temporada.

                         Os frutos do esforço da diretoria apareceram somente em 1946, quando finalmente o Fluminense conquistou o Campeonato Carioca com um ataque poderoso, que contava com jogadores como Pedro Amorim, Ademir Marques de Menezes e Rodrigues.

                          Um dos grande responsáveis pela conquista foi o técnico Gentil Cardoso, que ao chegar ao clube lançou um desafio aos dirigentes: “Dêem-me o Ademir que lhes darei o campeonato”.

                          Abaixo, a boa participação de Orlando no primeiro compromisso do campeonato carioca de 1946:

7 de julho de 1946 – Campeonato carioca primeiro turno – Fluminense 5×1 Bonsucesso – Estádio das Laranjeiras – Árbitro: Mário Vianna – Gols: Rodrigues (2), Ademir Menezes (2) e Orlando para o Fluminense; Adolfo Rodriguez para o Bonsucesso.

Fluminense: Robertinho, Gualter e Haroldo; Pé de Valsa, Mirim e Afonsinho; Pedro Amorim, Ademir Menezes, Paulo, Orlando e Rodrigues. Técnico: Gentil Cardoso. Bonsucesso: Oncinha, Laércio e Mantiqueira; Darly, Adolfo Rodriguez e Alcebíades; Jorginho, Scila, Eunápio, Otacílio e Rubinho.

                          Em várias oportunidades, Orlando fez parte dos selecionados pernambucano e carioca na disputa do então Campeonato Brasileiro de Seleções.

                          Entretanto, foram apenas 3 participações na Seleção Brasileira. Eram os anos dourados do escrete e a quantidade de craques era suficiente para montar várias seleções ao mesmo tempo. Isso bastou para incluir em sua relação de títulos o importante campeonato Sul-Americano de 1949. Nessa competição, em 3 jogos, Orlando obteve 3 vitórias e marcou 2 gols.

                          Em 1951, o Fluminense quebrou o domínio do Vasco da Gama e conquistou novamente o Campeonato Estadual. Orlando ainda fez parte da equipe que conquistou a segunda edição da Copa Rio em 1952.

                           Conforme registros publicados pelo site oficial do Fluminense, Orlando participou de 310 jogos e marcou 186 gols. É o terceiro maior artilheiro da história do clube, perdendo apenas para Waldo e Fred.

                           O gol mais lembrado de Orlando aconteceu na terceira partida decisiva do Torneio Municipal de 1948, quando marcou de bicicleta o único gol do jogo e que valeu o título ao quadro das Laranjeiras:

30 de junho de 1948 – Torneio Municipal de 1948 – Terceira partida decisiva – Fluminense 1×0 Vasco da Gama – Estádio de General Severiano – Árbitro: Carlos de Oliveira Monteiro “Tijolo” – Gol: Orlando Pingo de Ouro aos 8’ do primeiro tempo.

Fluminense: Castilho, Pé-de-Valsa e Haroldo; Índio, Mirim e Bigode; Cento-e-Nove, Simões, Rubinho, Orlando Pingo de Ouro e Rodrigues. Técnico: Ondino Viera. Vasco da Gama: Barbosa, Laerte e Wilson; Ely, Danilo e Jorge; Djalma, Maneca, Friaça, Ademir Menezes e Chico. Técnico: Flávio Costa.

                            Orlando permaneceu no Fluminense até o início de 1954, quando foi para o futebol paulista defender o Santos Futebol Clube por um curto período. Depois, jogou pelo Clube Atlético Mineiro em apenas 28 compromissos e marcou 12 gols. Foi campeão mineiro de 1955. 

                             Orlando retornou logo depois ao Rio de Janeiro para jogar pelo Botafogo de Futebol e Regatas em 1956, onde também não permaneceu por muito tempo. Ainda na temporada de 1956, o “Pingo de Ouro” defendeu o Canto do Rio Foot-Ball Club (RJ), equipe onde encerrou sua caminhada como jogador profissional. Orlando Azevedo Viana faleceu na cidade do Rio de Janeiro (RJ), em 5 de agosto de 2004.

                             Orlando Pingo de Ouro balançou a rede 184 vezes no período em que vestiu a camisa do Fluminense, entre 1945 e 1953, em 310 jogos. Pela Seleção Brasileira, venceu o Sul-Americano de 1949. Orlando apresentou aos tricolores seu faro de gol logo na estreia pelo clube, em 15 de julho de 1945, marcando uma vez no triunfo por 5 a 1 sobre o Bonsucesso, pelo Campeonato Carioca.

                              Habilidoso, inteligente e veloz, o recifense ainda era versátil. Podia ser escalado como meia-direita ou meia-esquerda. Além de títulos, o ídolo coleciona gols decisivos pelo Flu. De bicicleta, garantiu a conquista do Torneio Municipal de 1948 contra o chamado “Expresso da Vitória” do Vasco. No dia 12 de agosto de 1950, anotou o primeiro gol do Tricolor na “Era Maracanã”, em duelo com o Olaria, pelo Carioca. No primeiro confronto da decisão do Mundial de 1952, abriu o placar de 2 a 0 diante do Corinthians.

Em pé: Bigode, Pascoal, Telesca, Robertinho, Gualter e Aroldo     –     Agachados: Pedro Amorim, Ademir de Menezes, Simões, Orlando e Rodrigues Tatu
Em pé: Pascoal, Telesca, Bigode, Gualter, Robertinho e Aroldo      –     Agachados: Pedro Amorim, Ademir de Menezes, Simões, Orlando e Rodrigues Tatu

Em pé: Píndaro, Édson, Jair Santana, Bigode, Castilho e Pinheiro      –    Agachados: Telê Santana, Orlando Pingo de Ouro, Marinho, Didi e Róbson
Fluminense campeão da Copa Rio 1952. Em pé: Píndaro, Edson, Jair Santana, Bigode, Castilho e Pinheiro   –     Agachados: Telê Santana, Orlando Pingo de Ouro, Marinho, Didi e Robson
1953. Em pé: Píndaro, Edson, Jair, Castilho, Pinheiro e Bigode       –     Agachados: Telê, Didi, Marinho, Orlando e Quincas
Em pé: Píndaro, Jair Marinho, Edson, Bigode, Castilho e Duque    –     Agachados: Telê Santana, Orlando, Villalobos, Didi e Quincas
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