BUTTICE: campeão pelo San Lorenzo da Argentina em 1968 de forma invicta

                Carlos Adolfo Buttice nasceu dia 17 de dezembro de 1942 em Monte Grande, região metropolitana de Buenos Aires (ARG).   Em 1966 nossos aparelhos de televisão, com imagens ainda em preto e branco, foram invadidos pelo pontual seriado em que Batman e Robin defendiam a cidade de Gothan City de seus malfeitores.

                Batman era na verdade o Sr. Bruce Wayne (Adam West – falecido em junho de 2017), um milionário filantropo e acima de qualquer suspeita, que diante das solicitações estabanadas de socorro do Comissário Gordon, logo se transformava no homem morcego.

                Mas agora falaremos do “Batman” dos gramados argentinos. O jovem Buttice iniciou sua carreira em 1964 no Club Atlético Los Andes, um pequeno time da grande Buenos Aires. No ano seguinte foi emprestado ao Club Atlético Huracán e pouco depois, em 1966, despertou o forte interesse do Club Atlético San Lorenzo de Almagro.

               Buttice era mais um produto confiável da tradicional escola de goleiros argentinos. Senhor absoluto da grande área, boa colocação, reflexo apurado e uma agilidade quase acrobática! E foi no San Lorenzo que Buttice ganhou prestígio logo após o mundial da Inglaterra em 1966, ao receber sua primeira convocação para o selecionado argentino.

                Em 1968 fez parte da equipe do San Lorenzo que ficou conhecida como “Los Matadores”, o primeiro time campeão metropolitano de forma invicta. O comando técnico era do brasileiro Elba de Pádua Lima, o famoso Tim.

                 Em grande fase, Buttice estava bem cotado para disputar a Copa do Mundo de 1970 no México. Contudo, a Argentina foi eliminada pelo surpreendente Peru nas eliminatórias, em plena Bombonera. Além do futebol, Buttice sempre foi um apaixonado pelo mundo da aviação. Sem perder tempo, a imprensa local tratou de associar sua semelhança física e seu passatempo de voar com o destemido super-herói Batman. Curiosamente, seu primeiro contato com o Corinthians aconteceu em um amistoso do San Lorenzo contra o time paulista.

                 Ao defender uma “Patada Atômica“ desferida por Roberto Rivellino, Buttice ficou com a marca de seu próprio crucifixo de metal estampada no peito durante alguns dias. No findar da temporada de 1970, uma boa proposta o levou ao futebol brasileiro para defender o América (RJ). O clube argentino devia muito dinheiro ao goleiro e sem ter como saldar o compromisso ofereceu os direitos do “Passe Livre”.

                  Buttice continuou no América até 1972, quando foi indicado pelo técnico Jorge Vieira ao Esporte clube Bahia (BA), lá permanecendo até os primeiros meses de 1974. Naquela mesma época, o Corinthians buscava um goleiro para completar o elenco que mais uma vez tentaria sair da incômoda fila de títulos paulistas. Foi então que o técnico Sylvio Pirillo recebeu ótimas recomendações de seus colegas sobre o “Batman argentino”.

                   Assim, Buttice chegou na cidade de São Paulo para um dos maiores desafios de sua carreira. Em pouco tempo no Parque São Jorge, Buttice conquistou a vaga de titular, já que o companheiro Ado não vivia um bom momento.

                    Vestido com sua costumeira camisa negra, Buttice sofreu 11 gols nas 14 partidas que disputou no Campeonato Paulista de 1974. Os 2 últimos gols dessa estatística aconteceram nas finais disputadas contra o Palmeiras.

                     O primeiro confronto aconteceu no Pacaembu, uma noite de quarta feira em 18 de dezembro e terminou com o empate por 1×1. A partida derradeira foi disputada no Morumbi, em 22 de dezembro, com vitória esmeraldina por 1×0.

                      Naquele domingo de 22 de dezembro, o gramado “fofo” e recém reformado do Morumbi foi palco para poucos torcedores do alviverde. Em jogo muito disputado, o gol do Palmeiras nasceu de um levantamento de Jair Gonçalves pelo lado direito. Brito e Leivinha disputaram pelo alto e a bola sobrou para o atacante Ronaldo marcar o gol do título. No chute de Ronaldo, a bola ainda esbarrou nas mãos do goleiro Buttice, antes de ganhar o fundo das redes do Corinthians.

                      Com mais um ano na fila, o desmanche do presidente Vicente Matheus não foi tão abrangente, mas atingiu diretamente Buttice e o astro Roberto Rivellino, que deixaram o Parque São Jorge no início de 1975.

                       Assim, Buttice encerrou seu ciclo no Brasil. De volta ao futebol argentino defendeu o Atlanta em 1975 e o Gimnasya y Esgrima de La Plata em 1976. No ano seguinte, o goleiro continuou sua carreira no futebol chileno pelo Unión Española.

                           Regressou aos gramados de sua terra natal para jogar pelo Banfield nas temporadas de 1981 e 1982, até ser contratado pelo Colón em 1983, sua última equipe. Carlos Adolfo Buttice faleceu em 3 de agosto de 2018.

1974 – Em pé: Zé Maria, Buttice, Tião, Brito, Ademir Gonçalves e Wladimir      –    Agachados> Vaguinho, Lance, Zé Roberto, Rivelino e Adãozinho
Bahia  –  Em pé: Buttice, Odair, Onça, Mário, Baiaco e Paulo Henrique   –    Agachados: Natal, Amorin, Picolé, Eliseu e Gilson Porto
Em pé: Zé Maria,Buttice, Tião, Brito, Baldochi e Wladimir   –   Agachados: Vaguinho, Lance, Zé Roberto, Pita e Peri
Em pé: Buticce, Sapatão, Roberto Rebouças, Altivo, Baiaco e Ubaldo    –    Agachados: Natal, Douglas, Picolé, Fito e Peri
Postado em B

Deixe uma resposta